Formação e transformação de paisagens coloniais brasileiras: estudo comparado de recortes da cidade focando o turismo como agente transformador

Resumo

A cidade é um objeto cultural instigante e complexo. A complexidade de uma paisagem urbana é diretamente proporcional ao número de atores que com ela se relacionam e ao tempo de exposição do objeto (no caso, o espaço urbano) aos fenômenos de apropriação e consumo. O desafio do presente trabalho é desmembrar a paisagem em estratos temporais e compreender a ação dos agentes transformadores (entre eles dar-se-á ênfase ao turismo) de paisagens coloniais brasileiras, bem como as necessidades e os ideais que motivaram as intervenções espaciais. O objetivo é, além de compreender o processo de formação do espaço através de levantamentos históricos, apreender suas transformações ao longo dos tempos e compará-las com a velocidade e a natureza das transformações mais recentes, investigando o papel da atividade turística nas mudanças físicas e seu reflexo sócio-cultural, principalmente no que concerne o significado do patrimônio e do lugar. A metodologia se pautará na investigação e análise da evolução dos estilos (fachadas); dos rótulos (usos); da morfologia (que inclui a relação público x privado, as barreiras, equipamentos e mobiliários de uso coletivo, entre outros); as alterações da apropriação do espaço, seus fluxos, eventos e rotinas; evolução dos símbolos e significados do espaço e, conseqüentemente, da identidade do lugar. Serão escolhidas. três praças centrais de diferentes cidades coloniais, espaços de ordem distante, símbolo de poder para aqueles que a criaram e testemunha das principais mudanças e permanências das sociedades que por ali passaram. A comparação entre os panoramas de evolução histórica destes espaços serão à base da análise que se propõe. (AU)