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Bovinos de Corte PDF

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA-UFRB

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS. AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS-CCAAB

BACHARELADO EM ZOOTECNIA

LETICIA SANTANA MEIRA

LUDMILLA MOURA DOS SANTOS OLIVEIRA

MARCELA DOS SANTOS DA SILVA

SABRINA LOCH MAFRA

INSTALAÇÕES PARA BOVINO DE CORTE

CRUZ DAS ALMAS - BA

Setembro de 2024
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA-UFRB

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS. AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS-CCAAB

BACHARELADO EM ZOOTECNIA

LETICIA SANTANA MEIRA

LUDMILLA MOURA DOS SANTOS OLIVEIRA

MARCELA DOS SANTOS DA SILVA

SABRINA LOCH MAFRA

INSTALAÇÕES PARA BOVINO DE CORTE

Relatório sobre Instalações para Bovinos de


Corte, feito por alunos da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (UFRB), pelo Centro de
Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
(CCAAB), solicitado pelo docente José
Humberto Teixeira Santos.

CRUZ DAS ALMAS - BA

Setembro de 2024
INTRODUÇÃO

As instalações para bovinos de corte são essenciais para garantir a eficiência na


produção de carne, o bem-estar dos animais e a sustentabilidade da operação. Um
ambiente bem planejado não apenas atende às necessidades fisiológicas dos
bovinos, mas também facilita as práticas de manejo, garantindo que os animais
tenham acesso a pastagens adequadas, abrigo e alimentação de qualidade. Neste
contexto, é essencial considerar diversos fatores, como o layout das áreas, a
construção de abrigos e currais, o acesso à água e à alimentação, além das medidas
de segurança e sustentabilidade. Cada um desses elementos deve ser
cuidadosamente projetado para criar um espaço que promova a saúde e o conforto
dos animais, ao mesmo tempo em que otimiza os recursos disponíveis e minimiza
impactos ambientais. Quando essas diretrizes não são seguidas, ao invés de uma
melhora na produtividade, o pecuarista pode ter prejuízos.

Os bovinos de corte em confinamento são expostos a um ambiente muito diferente


do seu habitat natural. O produtor deve considerar que o animal foi evolutivamente
preparado para viver de outra maneira, portanto, é papel dele assegurar que essa
transferência ocorra da melhor forma possível. O manejo diário de animais confinados
demanda a utilização de alguns equipamentos e a construção de estruturas com a
finalidade de otimizá-lo. Sendo considerado como estruturas o curral de engorda com
bebedouro e o cocho de alimentação, o pecuarista precisa de um curral para
embarque, desembarque e manejo dos animais com seringa, de um galpão para
armazenagem dos ingredientes utilizados na dieta, de silo para armazenamento do
volumoso e de uma fábrica de ração. Em relação aos equipamentos, serão os tratores,
pá carregadeira e caminhão de arraçoamento são alguns dos mais importantes.

Ao projetar e implementar instalações para bovinos de corte, é essencial considerar


as necessidades específicas dos animais e as condições locais. Investir em boas
práticas e infraestrutura de qualidade pode resultar em melhores condições de vida
para os bovinos e em uma operação mais eficiente e sustentável.
DESENVOLVIMENTO

Instalações para bovinos de corte são projetadas para proporcionar um ambiente


seguro, confortável e eficiente para o manejo dos animais. Segundo FERRANI (2017),
a propriedade onde se pretende implantar o projeto deve apresentar infraestrutura
básica que contemple boas vias de acesso, instalações elétricas e disponibilidade de
água, inclusive com reservatório que possa abastecer o confinamento por período de
quatro a cinco dias no mínimo. Em primeiro lugar, é importante considerar que não há
uma raça de bovino que seja considerada mais ideal para a criação em confinamento.
Entretanto, ainda que qualquer raça possa ser introduzida ao sistema, cada produtor
tem o dever de avaliar qual é a melhor para a região onde desenvolverá a criação e
para a finalidade do confinamento: enquanto os zebuínos são mais resistentes, mas
demoram mais tempo na engorda, os taurinos atingem o peso de abate mais rápido e
são menos resistentes.

Área de confinamento

Os sistemas de confinamento, devem ser planejados para permitir a ventilação e o


conforto térmico, sem criar ambientes abafados e com alta concentração de amônia.
Os currais e piquetes devem ser instalados nas partes mais altas do terreno, evitando
áreas de encharcamento. Isso garante que os animais tenham áreas secas para
descanso.

A área disponível por animal deve ser suficiente para evitar o estresse e promover
o bem-estar. Geralmente, recomenda-se cerca de 15 a 20 m² por bovino em currais
de manejo (em áreas secas, esse valor é menor). O preparo dos diferentes lotes de
animais para o período de terminação é fundamental, onde deve-se fazer um
levantamento detalhado da área física disponível, bem como, das condições de
topografia, de drenagem e de alagamento, observando também a influência da
temperatura, dos ventos, das chuvas, da umidade relativa do ar e de outros fatores
climáticos que podem afetar o desempenho dos animais.

A escolha do local e a forma como as instalações são construídas têm impacto direto
na drenagem, ventilação e conforto térmico. O terreno deve ser ligeiramente inclinado
(3% a 5%), pois isso facilita a drenagem natural da água de chuva, evitando a
formação de lama, o acúmulo de água parada e a proliferação de mosquitos. o solo
ideal para a construção das áreas de confinamento são solos arenosos ou de textura
média, com boa permeabilidade. Se possível, escolher áreas com vegetação nativa
de pastagem, como gramíneas resistentes, para cobrir áreas adjacentes.

A topografia e a orientação adequada das instalações para bovinos de corte são


cruciais para o bem-estar dos animais, a eficiência operacional e a durabilidade das
estruturas. Em regiões quentes, as instalações devem ser orientadas de forma a
minimizar a exposição solar direta nas horas mais quentes do dia, sendo para Leste-
Oeste (FIGURA 1), ajudando a reduzir a incidência de luz solar nas áreas de descanso
dos animais. Em regiões frias a orientação das instalações pode ser Norte-Sul, de
modo que as estruturas recebem mais sol durante o dia, ajudando a aquecer o
ambiente. Deve-se plantar árvores de forma estratégica ou instalar coberturas para
sombreamento, com o fim de trazer conforto térmico para os animais. Em relação à
ventilação do local é fundamental alinhar as instalações de maneira que as aberturas
estejam perpendiculares aos ventos predominantes. Isso garante uma ventilação
constante, essencial para dissipar calor, gases e umidade, proporcionando um
ambiente mais saudável para os bovinos. É importante evitar áreas de vento
excessivo, pois podem causar desconforto aos animais, especialmente em climas
frios.

FIGURA 1: Orientação Leste-Oeste.

FONTE: Feita por Inteligência Artificial (IA)


Há vários tipos de confinamentos, sendo eles, piquetes com áreas de alimentação
e descanso descobertas, piquetes com área de alimentação coberta e área de
descanso descoberta.

Os confinamentos em sua maioria contêm cercas, cochos, bebedouros e saleiros,


em piso de chão batido e declividade adequada. Tudo que for feito deve atender às
exigências legais e regulamentações vigentes na região quanto à poluição ambiental.
Na FIGURA 2, vemos uma grande área para confinamento, excelente distribuição de
áreas e instalações.

FIGURA 2: Área de confinamento.

FONTE: Feita por IA.

Os comedouros e bebedouros impactam de forma significativa no consumo de ração


e água para os bovinos, por isso devem ser projetados de maneira para minimizar o
desperdício e permitir acesso fácil para todos os animais.
Cada comedouro deve ter cerca de 60 a 90 cm de comprimento por animal. Para
grupos maiores, um comedouro com pelo menos 2 metros de comprimento é
recomendado. A largura deve ser entre 30 a 50 cm e a altura ideal do comedouro deve
ser ajustada à altura dos animais, geralmente entre 75 a 90 cm do chão, facilitando o
acesso sem que os animais precisem se inclinar excessivamente. O comedouro deve
ser capaz de armazenar ração suficiente para atender às necessidades diárias,
considerando a quantidade média de ração consumida por animal, que varia entre 2
a 3% do peso corporal. Como tipo de comedouro, podemos citar os cochos, que
podem ser em madeira, em concreto, metal, automáticos ou feitos com tambor plástico
cortado ao meio.

Os bebedouros devem ter sua localização em lugares sombreados, evitando o


aquecimento da água e garantindo fácil acesso em todas as condições climáticas e
ter uma capacidade mínima de 50 litros para pequenos grupos de bovinos e 100 litros
para grupos maiores. A altura do bebedouro deve ser ajustada para facilitar o acesso
dos animais, geralmente entre 60 a 80 cm do chão. Um dos tipos de bebedouros seria
os bebedouros de concreto, que são duráveis e resistentes, podendo ter diferentes
formas, como:

 Forma retangular comportando 600 litros, ideal para propriedades pequenas, é


de fácil instalação e ocupa pouco espaço.
 Forma retangular de 1100 a 1200 litros, para um número maior de animais,
deve ser posicionado centralmente no curral.
 Forma retangular de 2200 litros, destinados a grandes propriedades, fornece
água suficiente para muitos animais.
 Forma “sexado”, que comporta de 300 a 600 litros, com capacidade menor,
para pequenos rebanhos.

Outros tipos seriam bebedouros automáticos, de plásticos, flutuantes e articulados.


Os diferentes tipos de bebedouros atendem às diversas necessidades das
propriedades rurais e são significativas para o bem-estar e a saúde dos bovinos.

Na figura 3 é possível ver um bebedouro feito de um pneu de trator, posto em um


ambiente arejado de fácil acesso para os animais.
FIGURA 3: Bebedouro para bovinos.

FONTE: https://dicas.boisaude.com.br/onde-instalar-o-bebedouro-para-bovinos/

Na figura 4 é possível ver comedouros feitos de bombona (tambor), localizados na


parte interna do curral com fácil acesso para os animais.

FIGURA 4: Comedouro para bovinos.

FONTE: https://www.cpt.com.br/artigos/planejamento-da-estrutura-e-da-capacidade-do-
confinamento-de-bovinos-de-corte
Piso do local dos comedouros e bebedouros em confinamento

O piso onde os comedouros e bebedouros são instalados desempenha um papel


crucial na manutenção da higiene e no bem-estar dos animais. A inclinação do piso
do corredor de alimentação deve ter uma orientação de 1% a 3% em direção à calha
coletora de jatos. Essa recomendação facilita a limpeza e a gestão dos resíduos. É
recomendado que o piso seja feito de materiais que sejam lisos, não porosos e de fácil
limpeza. Isso é essencial para evitar o acúmulo de sujeira e facilitar o manejo.

Área de semi-confinamento

No semi-confinamento, os bovinos têm acesso parcial ao pasto, mas recebem


suplementação alimentar no cocho (ração e forragem) para complementar a dieta.
Geralmente, os animais ficam no pasto por parte do dia e são suplementados com
ração em períodos estratégicos, como no final do dia, ou geralmente no período de
engorda ou em épocas de baixa oferta de forragem. Esse sistema oferece uma maior
liberdade de movimento para os bovinos, que podem se movimentar no pasto. Isso
contribui para o bem-estar animal, mas requer um bom manejo de pastagens e
suplementação alimentar para garantir o desempenho produtivo.

É recomendada uma área de 15 a 20 m² por animal nas áreas de suplementação,


com espaço suficiente para evitar estresse e competição durante a alimentação. A
área de pastagem varia com a qualidade da pastagem e o tipo de manejo. Geralmente,
considera-se uma taxa de 1 a 4 UA (Unidade Animal) por hectare em pastagens
manejadas. Os cochos de alimentação devem ser adequados para proporcionar
acesso à ração e ao volumoso de maneira eficiente, sem que os animais precisem
competir intensamente por espaço. As medidas de espaço de cocho por animal para
ração concentrada são de 60 a 70 cm por animal. Já para volumoso (silagem, capim)
é de 70 a 80 cm por animal.

A altura do cocho ideal é entre 35 a 45 cm, permitindo que o bovino se alimente de


maneira confortável. Enquanto a profundidade do cocho deve ser de
aproximadamente 40 cm, com bordas arredondadas para facilitar o consumo da ração
e a limpeza. O comprimento total depende do número de animais por lote. Por
exemplo: um lote de 100 animais, com 70 cm de espaço de cocho por animal, exigirá
um cocho de 70 metros de comprimento. Os cochos podem ser feitos de concreto,
madeira tratada ou tubos de PVC de grande diâmetro cortados ao meio, tendo em
vista que os cochos de concreto são mais duráveis e fáceis de limpar.

Já os bebedouros devem garantir o fornecimento contínuo de água limpa e fresca,


onde recomenda-se de 3 a 5 cm de bebedouro linear por bovino e a sua altura
adequada de 50 a 60 cm, similar à altura do cocho, permitindo que os bovinos bebam
com conforto. O consumo diário de água pode variar entre 40 a 80 litros por dia por
animal, onde fatores como o clima, tipo de alimentação e fase de produção influenciam
de forma direta no consumo. O bebedouro deve ter capacidade suficiente para atender
o lote. Por exemplo: para 100 animais, com consumo médio de 50 litros/dia, o
bebedouro deve ter capacidade mínima de 5000 litros.

A oferta de sombra é essencial para o bem-estar dos bovinos, especialmente em


regiões de clima quente. A sombra pode ser natural (árvores) ou artificial (estruturas
de sombreamento). Área de sombra por animal:

 Recomenda-se uma área de sombra de 3 a 5 m² por animal.


 Altura da estrutura de sombreamento: Se for utilizada cobertura artificial, a
altura ideal da estrutura é de 4 a 5 metros, garantindo boa ventilação e evitando
o acúmulo de calor sob a cobertura.
 Os materiais utilizados para as coberturas podem ser feitos de tela de
sombreamento (sombrite) com 50% de bloqueio de luz solar, ou de telhas de
fibrocimento.
 Árvores também são uma excelente opção para sombreamento natural.

As divisões e cercas são usadas para separar os lotes de animais e facilitar o


manejo, tanto no pasto quanto nas áreas de suplementação. Devem ser seguras e
duráveis, considerando o comportamento dos bovinos. A altura mínima da cerca deve
ser de 1,2 a 1,5 metros, sendo que a distância entre postes pode ser colocada com
uma distância de 4 a 5 metros entre si, usando arame liso de alta resistência ou cerca
elétrica.

Uma drenagem eficiente é necessária para evitar o acúmulo de água nas áreas de
alimentação e descanso, especialmente em períodos chuvosos. A declividade do
terreno em áreas de alimentação e suplementação devem ter ser de 2% a 5% para
permitir o escoamento da água da chuva e evitar a formação de lama. Os canais de
drenagem devem ser construídos ao redor das áreas de manejo para escoar a água
para longe dos cochos e bebedouros.

Além das áreas de cochos, bebedouros e sombra, o semi-confinamento pode incluir


outras estruturas importantes para o manejo eficiente dos animais. Os currais de
manejo devem ser planejados para facilitar o transporte e a contenção dos bovinos
quando necessário. É importante que o curral tenha áreas para vacinação, pesagem
e outras práticas de manejo. O tamanho do curral deve ter cerca de 1,5 a 2 m² por
animal, dependendo da densidade de animais a serem manejados ao mesmo tempo.
Os materiais utilizados para a construção dos currais pode ser madeira tratada,
concreto ou tubos metálicos, garantindo resistência e durabilidade. Essas estruturas
são usadas para contenção e manejo individual dos bovinos. Devem ser robustas e
de fácil operação, permitindo o manejo seguro dos animais. Já o brete de manejo deve
ter um comprimento mínimo de 6 a 8 metros, com largura interna de 60 a 70 cm para
bovinos de corte.

O tipo de piso nas áreas de suplementação também é importante para o conforto


dos animais e para facilitar a limpeza. Pode ser utilizado cascalho ou brita em áreas
de circulação dos bovinos, para facilitar a drenagem e evitar a formação de lama, já
nas áreas de alimentação (cochos), o piso pode ser cimentado, com leve inclinação
para a drenagem da água e resíduos alimentares.

QUADRO DE RESUMO DAS MEDIDAS:

ESTRUTURA MEDIDAS RECOMENDADAS

Área de suplementação 15 a 20 m² por animal

Espaço de cocho por animal 60 a 80 cm (dependendo do tipo de


ração)

Altura do cocho 35 a 45 cm

Bebedouro 3 a 5 cm por animal

Capacidade do bebedouro 5000 litros para 100 animais


Área de sombra 3 a 5 m² por animal

Altura da cerca 1,2 a 1,5 metros

Distância entre os postes 4 a 5 metros

Declividade para drenagem 2% a 5%

FONTE: EMBRAPA

Silos e Sistemas de distribuição

Os silos e sistemas de distribuição são componentes cruciais para a gestão eficiente


de grãos e ração para bovinos de corte, garantindo uma alimentação equilibrada. Os
tipos de silos são:

 Silos verticais: Com estruturas altas e estreitas, geralmente feitas de concreto


ou metal, ocupando menos espaço no solo, facilmente integrado a sistemas
automatizados e protegem o conteúdo contra intempéries. Seu diâmetro pode
variar entre 2 a 6 metros e com altura que pode variar entre 5 a 15 metros.
 Silos horizontais: mais largos, armazenam grandes volumes de grãos ou ração,
com maior capacidade de armazenamento, facilita o acesso ao conteúdo,
sendo ideal para operações que sejam necessárias com frequência. Sua
largura pode ser de 3 a 5 metros.

O material dos silos pode ser feito de metal ou aço galvanizado (FIGURA 5),
conferindo duração e resistência; concreto (FIGURA 6), conferindo alta durabilidade e
proteção contra roedores; plástico (FIGURA 7), conferindo leveza e com usabilidade
para armazenamento temporário; e de madeira (FIGURA 8), sendo o menos comum,
porém viável em pequenas propriedades. Se torna necessário avaliar as vantagens
específicas de cada material em termos de durabilidade e custo. Há também os silos
tipo bolsa, feitos de plástico (FIGURA 9).
FIGURA 5: Silos feitos de metal.

FONTE: https://blog.apecuariadeprecisao.com.br/silo-de-armazenamento-cuidados-com-a-
racao/

FIGURA 6: Silos feitos de concreto.

FONTE: https://www.samil.com.br/agronegocio/produto/silos-de-concreto
FIGURA 7: Silo feito de plástico.

FONTE: https://www.ecotecnicadobrasil.com.br/silos-plastico

FIGURA 8: Silo de madeira.

FONTE: https://silosroma.com.br/silos-ventilaveis/
FIGURA 9: Silos tipo bolsa, feitos de plástico.

FONTE: https://www.negreira.com.br/produto/silo-bolsa/

Os sistemas de distribuição incluem transportadores, correias, tubulações ou


alimentadores automáticos. Os tubos para transporte com diâmetros entre 10 a 15 cm,
dependendo do tipo de ração e as correias devem ter largura suficiente (entre 30 a 50
cm) para evitar entupimentos e permitir o fluxo contínuo da ração. (FIGURA 10)

FIGURA 10: Tubos de transporte.

FONTE: Feita por IA.


Abrigos e Refúgios

Os abrigos são importantes para proteger os bovinos das condições climáticas


adversas, sendo bem projetados devem permitir ventilação adequada e evitar a
acumulação de umidade. Os refúgios devem proporcionar sombra e proteção,
promovendo o conforto dos bovinos. A ventilação e a drenagem são essenciais para
evitar problemas de saúde relacionados ao calor e umidade.

Os abrigos e refúgios para bovinos de corte podem ser construídos com diversos
materiais, incluindo: madeira (FIGURA 11), sendo estruturas comuns, oferecendo boa
ventilação e conforto; o metal (FIGURA 12), para galpões de aço ou alumínio, são
duráveis e resistentes a intempéries; telas ou redes, utilizadas em cercados ou áreas
de sombra, permitindo maior ventilação; palha ou feno são usados como cama para
conforto e isolamento térmico; e concreto, destinado para pisos e paredes
proporcionam durabilidade e facilidade na limpeza.

FIGURA 11: Abrigo feito de madeira. FIGURA 12: Abrigo feito de metal.

FONTE: Feita por IA.

Manejo sanitário

O manejo sanitário é imprescindível e envolve práticas básicas de biosseguridade,


como a limpeza semanal dos cochos e das instalações para bovinos de corte. Nos
bebedouros, deve-se evitar o acúmulo e a fermentação de alimentos e a formação de
lama ao redor, que impede o acesso dos animais para beber água.

Currais e área de tratamento (FIGURA 13) devem ter um espaço onde os bovinos
são contidos para operações de vacinação, pesagem, marcação e outros cuidados
sanitários.

 Área total entre 1,5 a 2,5 m² por animal, dependendo do porte e idade.
 Altura das cercas de 1,50 a 1,80 m, para evitar que os animais pulem.
 Corredores de manejo com 0,60 a 0,80 m de largura, permitindo que um animal
passe de cada vez.

O brete (FIGURA 14) é uma estrutura para contenção individual dos bovinos, usada
principalmente para a vacinação, medicação ou exame veterinário. Suas dimensões
de comprimento são entre 2,5 e 3,0 m, sua largura 0,60 a 0,70 m (ajustável para
acomodar animais de diferentes tamanhos) e altura 2,0 a 2,2 m, com a parte superior
projetada para segurar o animal de forma segura.

O tronco de contenção é um equipamento que restringe o movimento do animal para


facilitar o manejo sanitário. Seu comprimento é de 2,5 a 3,0 m, largura 0,70 a 0,80 m
e altura 1,8 a 2,0 m.

A corda de apartação é utilizada para separar os animais em grupos, facilitando o


manejo do rebanho. Sua largura está entre 2,5 e 3,0 m, para permitir o livre movimento
de bovinos, e seu comprimento é variável de acordo com a necessidade do rebanho
e o layout do curral.

O embarcadouro (rampa de embarque e desembarque) facilita a entrada e saída de


animais em caminhões ou carretas. Com comprimento da rampa 3,5 a 4,0 m (com
inclinação de 10 a 15%), a largura de 0,70 a 0,80 m e a altura do piso entre 1,2 e 1,4
m, dependendo da altura do caminhão.

Os piquetes de manejo são uma área para descanso e alimentação dos bovinos,
entre as operações de manejo as dimensões vão de 20 a 30 m² por animal em
piquetes coletivos (em sistemas de confinamento, pode variar).
As instalações para armazenamento temporário de esterco ou outros resíduos
gerados no manejo tem as dimensões que dependem do tamanho do rebanho e da
frequência de limpeza, mas geralmente são áreas com 2 a 3 m² por animal com pisos
de concreto inclinados para facilitar a limpeza.

FIGURA 14: Currais e área de tratamento. FIGURA 14: Brete.

FONTE: Feita por IA.

Portanto, resume-se que o confinamento de gado de corte pode ser uma opção de
sistema de criação para produtores que buscam ampliar a eficiência produtiva.
Entretanto, para obter sucesso, é preciso seguir os devidos protocolos que garantem
o bem-estar animal.

Práticas de Manejo

A gestão eficiente das pastagens é vital para a saúde dos bovinos e a produtividade.
Pastagens bem manejadas aumentam a qualidade da alimentação e promovem o
crescimento saudável dos animais (Hodgson, 1990).

● A rotação de pastagens preserva a qualidade do solo e do pasto, e reduz a


incidência de doenças e parasitas.
● Adubação e correção do solo é fundamental para manter a fertilidade do solo e
a produtividade das pastagens.
A saúde e bem-estar animal são essenciais para garantir uma boa produtividade.

● Monitoramento de saúde como inspeções regulares e monitoramento de sinais


de doenças são essenciais para a saúde dos bovinos.
● Os cuidados preventivos incluem vacinação e controle de parasitas para
manter a saúde do rebanho.

FIGURA 15: Gestão eficiente de pastagens.

FONTE: Feita por IA.

Instalações para Abate

Na produção de carne bovina, as instalações para abate de bovinos de corte,


garantem tanto a qualidade do produto final quanto o cumprimento das normas
sanitárias e de bem-estar animal. Esses espaços devem ser projetados de forma a
otimizar o manejo dos animais, reduzir o estresse antes do abate e assegurar
condições higiênicas durante todas as etapas do processo. Desde os currais de
espera até as câmaras frigoríficas, cada estrutura precisa atender a requisitos
específicos de dimensões, materiais e controle de resíduos, garantindo um ambiente
seguro, eficiente e respeitoso com os animais e os trabalhadores.

O curral de espera é onde os bovinos ficam antes do abate, devendo garantir conforto
e reduzir o estresse dos animais. (FIGURA 16)

 Dimensões: Aproximadamente 1,2 a 1,5 m² por animal. Deve ser projetado para
evitar superlotação, o que causa estresse e prejudica a qualidade da carne.
 Estrutura: O curral deve ser coberto para proteger os animais do sol e da chuva.
O piso deve ser antiderrapante, drenável e inclinado para evitar acúmulo de
água.
 Exigências sanitárias: Deve ser fácil de limpar e desinfetar. O manejo de
resíduos e dejetos precisa ser eficiente, evitando contaminação do ambiente.

FIGURA 16: Curral de espera.

FONTE: https://dinheirorural.com.br/o-valor-de-um-boi-verde/

O tronco de contenção (FIGURA 17) é utilizado para a imobilização segura dos


bovinos, permitindo a inspeção e a insensibilização (atordoamento) antes do abate.
 Dimensões: O tronco deve ter 0,75 a 1 metro de largura e comprimento
suficiente para um animal de grande porte (aproximadamente 2,5 metros).
 Estrutura: Feito de materiais resistentes (aço ou madeira tratada), o tronco deve
ser estável e seguro, evitando ferimentos aos animais.
 Exigências sanitárias: Facilitar a lavagem e desinfecção, prevenindo acúmulo
de sujeira e facilitando o manejo higiênico dos animais.

FIGURA 17: Tronco de contenção.

FONTE: https://www.comprerural.com/escolha-do-tronco-de-contencao-certo-e-fundamental/

O box de insensibilização é onde ocorre o processo de insensibilização do bovino,


essencial para garantir que o abate seja feito de forma humanitária (FIGURA 18).

 Dimensões: Deve ter espaço suficiente para acomodar um bovino adulto,


normalmente em torno de 2 metros de altura, 2,5 metros de comprimento e 1
metro de largura.
 Exigências sanitárias: O local deve ser higienizável, com boa iluminação e
ventilação para que o procedimento seja realizado de maneira eficiente e sem
riscos de contaminação.
 Exigências de bem-estar animal: A insensibilização deve ser rápida e eficaz,
seguindo as recomendações de órgãos de fiscalização, como o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Brasil.
FIGURA 18: Box de insensibilização.

FONTE: https://www.proalimentos.com.br/box-insensibilizacao-bovinos

Após a insensibilização, os bovinos são encaminhados para a área da sangria, onde


ocorre o processo de ex-sanguinação.

 Dimensões: A área precisa ser ampla o suficiente para acomodar os animais


após o abate. É recomendável que a área tenha 5 metros de comprimento por
3 metros de largura por linha de abate, permitindo que o processo de sangria
ocorra sem interrupções.
 Estrutura: O piso deve ser de material não poroso e inclinado para facilitar a
drenagem do sangue para sistemas de coleta e tratamento de resíduos.
 Exigências sanitárias: A drenagem adequada é crucial, com sistemas de coleta
e destinação correta do sangue. As superfícies devem ser laváveis e
desinfetáveis para evitar contaminação.

Após o abate e a sangria, as carcaças são direcionadas para a câmara frigorífica,


onde ocorre o resfriamento da carne (FIGURA 19).
 Dimensões: A câmara frigorífica precisa ser dimensionada para armazenar o
volume de carcaças processadas. Uma câmara típica para frigoríficos de médio
porte pode ter dimensões de 6 a 8 metros de altura, com espaço entre 0,7 e 1
m² por carcaça.
 Temperatura: A temperatura deve ser mantida entre 0°C e 4°C para prevenir o
desenvolvimento de bactérias e garantir a preservação da carne.
 Exigências sanitárias: A câmara deve ser construída com materiais isolantes e
de fácil higienização, como aço inoxidável ou PVC. Devem ser realizadas
limpezas regulares e rigorosas, e a câmara deve possuir controle constante de
temperatura e umidade.

FIGURA 19: Câmara frigorífica.

FONTE: https://oglobo.globo.com/economia/com-disparada-no-preco-do-boi-queda-na-renda-dos-
brasileiros-frigorificos-suspendem-abates-processamento-de-carne-24968448

A sala de desossa e processamento é a área onde a carcaça é dividida em cortes


menores e processada para comercialização (FIGURA 20).
 Dimensões: O espaço varia conforme a capacidade de produção, mas é
importante que haja espaço suficiente para o trabalho confortável de todos os
operadores, aproximadamente 10 m² por operador.
 Equipamentos: Instalações de mesa de desossa, serras, e sistemas de
transporte como esteiras.
 Exigências sanitárias: O local deve ser mantido a temperaturas baixas (10°C a
12°C) para conservar a carne durante o processo. Além disso, deve haver
controle rigoroso de higiene, com superfícies laváveis e fluxo adequado de
trabalhadores para evitar contaminações cruzadas.

FIGURA 20: Sala de desossa e processamento.

FONTE: https://www.comprerural.com/primeira-sala-de-automacao-da-desossa/#google_vignette

Exigências Gerais de Instalações para Abate

As instalações precisam estar de acordo com normas sanitárias do Serviço de


Inspeção Federal (SIF) no Brasil, ou outros órgãos regionais competentes. As
estruturas devem seguir normas de bem-estar animal, como rampas de acesso sem
ângulos bruscos, uso de materiais antiderrapantes, e processos de insensibilização
humanitária. É fundamental haver um sistema de tratamento de resíduos sólidos,
líquidos e gases. Dejetos e sangue devem ser coletados e tratados de forma
adequada para evitar a contaminação ambiental. Todos os materiais de construção
devem ser fáceis de limpar, desinfetar e resistentes à corrosão, minimizando o risco
de contaminação bacteriana.

Essas instalações formam a base de um abatedouro eficiente, garantindo um


processo de abate adequado, respeitando tanto o bem-estar animal quanto as normas
sanitárias e de segurança alimentar.

Importância da Infraestrutura

A infraestrutura das instalações para bovinos de corte desempenha um papel


fundamental na eficiência produtiva, no bem-estar animal e na rentabilidade da
fazenda. Instalações adequadas não apenas facilitam o manejo dos animais, mas
também contribuem para a saúde e o desempenho produtivo, minimizando o estresse
e os riscos de acidentes. Bovinos que vivem em ambientes bem projetados sofrem
menos estresse, o que resulta em um ganho de peso mais eficiente e em uma melhor
qualidade da carne. O conforto térmico, por exemplo, é essencial, sendo necessário
garantir a proteção contra condições climáticas adversas por meio de galpões,
sombras e sistemas de ventilação adequados. Áreas bem dimensionadas evitam
aglomerações, permitindo que os animais se movam livremente e reduzindo a
ocorrência de doenças.

A infraestrutura também é vital para otimizar o manejo dos bovinos. Instalações


como currais e troncos de contenção, quando bem projetadas, facilitam operações
rotineiras como alimentação, vacinação e transporte dos animais, aumentando a
segurança tanto para os animais quanto para os trabalhadores. Isso resulta em maior
eficiência, economia de tempo e redução de mão de obra. Além disso, as instalações
influenciam diretamente no controle sanitário da fazenda, uma vez que um design bem
pensado facilita a limpeza e a manutenção da higiene. Pisos com drenagem eficiente
e de fácil limpeza ajudam a evitar a proliferação de parasitas e bactérias, enquanto
áreas específicas para quarentena e tratamento de animais doentes minimizam os
riscos de contaminação do rebanho.
Outro aspecto importante é a eficiência alimentar proporcionada por instalações
bem estruturadas. Cochos adequados e bem localizados garantem a distribuição
equitativa da ração, evitando desperdícios e incentivando a movimentação natural dos
animais. Isso, por sua vez, favorece o metabolismo e o ganho de peso. Também é
importante considerar a sustentabilidade das instalações, que deve evitar a
degradação do solo e o desperdício de recursos, como água e alimentos. O manejo
correto dos dejetos, por exemplo, além de contribuir para a sustentabilidade, melhora
as condições sanitárias da propriedade.

Investir em infraestrutura de qualidade também agrega valor à propriedade. Além de


aumentar a produtividade da fazenda, instalações bem planejadas e conservadas
aumentam o valor patrimonial, tornando a fazenda mais atrativa para investidores e
compradores. Esse tipo de investimento prolonga a vida útil das instalações e reduz
os custos de manutenção ao longo do tempo. Assim, as instalações para bovinos de
corte devem ser vistas como um componente estratégico da produção, impactando
diretamente o manejo, o bem-estar animal, a eficiência e a sustentabilidade da
fazenda.
CONCLUSÃO

É importante examinar os aspectos cruciais das instalações, incluindo layout,


infraestrutura, manejo, e práticas recomendadas, com base em literatura científica e
fontes especializadas. Investir em boas instalações para bovino de corte é essencial
para alcançar uma operação eficiente, produtiva e sustentável. Um design apropriado
não apenas melhora a saúde e o bem-estar dos animais, mas também otimiza os
processos operacionais e reduz custos. Além disso, boas práticas de manejo e
infraestrutura adequada ajudam a garantir a conformidade com normas ambientais e
de segurança, promovendo a sustentabilidade da atividade pecuária.
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