ILIMITADO
O ACIDENTE NA LAGUNA DIAMANTE
“O que eu fiz, palavra, nenhum bicho, só um homem, era capaz de fazer…”
(Terra dos Homens – Saint-Exupéry)
Esta é a história de um acidente aéreo incomum, ocorrido sobre a Cordilheira dos Andes, no mês de junho de 1930, pouco conhecida no Brasil. No entanto, por sua dramaticidade, mereceu ampla divulgação na França, na Argentina e no Chile.
Em Terra dos Homens, Saint--Exupéry apresenta a seu modo a história do colega aviador Henri Guillaumet, oito anos após o seu acidente. Diante do sensacionalismo difundido pela imprensa da época, assim inicia o relato. “Li há muito tempo, Guillaumet, uma narrativa onde se celebrava a sua aventura e tenho uma velha vontade de corrigir aquela imagem infiel. Ali você aparecia com frases de gavroche (garoto malandro), como se a coragem consistisse em descer a essas piadas de colegial ante os mais sérios perigos na hora da morte. Isso não é conhecer você, Guillaumet” […].
RUMO A MENDOZA
O aviador francês Henri Guillaumet, piloto exclusivo da rota Buenos Aires-Santiago do Chile, responsável pelo transporte de malas postais pela Aéropostale naquele trajeto, decolou no dia 12 de junho de 1930 do aeródromo de Colina, Santiago do Chile, para fazer a sua 92ª passagem sobre a Cordilheira dos Andes com destino a Mendoza, na Argentina.
Guillaumet pilotava um Potez-25 carregado com sacos postais destinados à Europa, quando, naquele dia, a meteorologia não se mostrava “simpática” aos aviadores. Sobre a Cordilheira dos Andes se desenvolvia uma tempestade de neve, que o impediu de seguir a rota habitual sobre o Passo do Cristo Redentor e Uspallata, na Argentina. Impossibilitado de ir adiante, retornou ao aeródromo de Colina, onde os aviadores chilenos o aconselharam a aguardar a passagem da tempestade.
No dia seguinte, 13 de
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