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AERO Magazine

727

O Boeing 727 é um dos aviões que dispensa grandes apresentações, seja por seu design icônico, com três motores instalados na cauda, seja por seu desempenho acima da média ainda para os dias de hoje. Em 2022, o rollout do trijato da Boeing completa exatos 60 anos. No final dos anos 1950, a aviação evoluía a passos largos, com o transporte aéreo se mostrando uma realidade e os aviões a jato ganhando cada vez mais espaço, em especial graças aos avanços no segmento militar.

A solução da Boeing foi bastante audaciosa. Aproveitou a estrutura básica do 707, mantendo a fuselagem do quadrimotor, e adaptou novas asas, uma empenagem completamente redesenhada e sistemas hidráulicos inovadores para a época. O objetivo era ter um avião cujo desenvolvimento apresentaria menores riscos, mas com performance para voar em rotas de curta e média distâncias, com elevada velocidade de cruzeiro e capacidade de pousar em aeroportos restritos, o que valia para o comprimento de pista e o suporte de solo.

DESAFIOS TECNOLÓGICOS

O desafio era grande. Primeiro, de engenharia. O programa começou no final dos anos 1950, quando o próprio 707 tinha poucos meses, este já derivado de outro projeto, o Dash 80 (que foi alongado e recebeu alterações na seção transversal). O primeiro 707 nasceu configurado para acomodar cinco assentos por fileira, mas uma nova mudança na largura da fuselagem permitiu que se chegasse à clássica capacidade de seis assentos por fileira. Com o advento do 727, a Boeing trocava as asas, os motores, a empenagem, os sistemas, os cockpit e assim por diante.

Resultado: surgia um avião trijato em uma configuração completamente inovadora, com os motores montados de forma que não apenas permanecessem distantes do solo, como, também, pouco interferissem na pilotagem em caso de perda de um dos propulsores. O centro de gravidade foi tão bem equilibrado que permitia uma configuração de asa de elevada eficiência em regimes de alta e baixa velocidades.

Mesmo passando a ser uma solução trivial com o tempo, a unidade de força auxilia (APU, na sigla em inglês) foi uma das grandes virtudes do projeto, assim como sua escada ventral. A partir de então, tornou-se possível voar de jato para localidades que não tinham grande infraestrutura, às vezes, nem uma boa pista. Anos mais tarde, o 727 ficaria famoso por operar em

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