Um trabalho documental de peso e de fólego não nasce do dia para a noite. É fruto de planejamento para viabilizar viagens e cobrir custos, de muita pesquisa, de inúmeras idas a campo para fotografar, de dedicação ao tema escolhido e de determinação para não desistir diante dos desafios que certamente surgirão. O mineiro Flávio Souza Cruz, 54 anos, pode se orgulhar de ter vencido todas essas etapas para tornar um projeto algo rea e de alta qualidade fotográfica, que ele quer transformar em livro em 2025. Batizado de Sagrado Sertão de Dentro, o documentário é um mergulho de cabeça, tronco, membros e olhos na magia da região retratada no clássico Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Foram dois anos e meio de trabalho, cerca de 45 mil imagens produzidas até aqui e visitas a 76 localidades de 21 municípios.
Economista, jornalista e professor universitário, Flávio Souza Cruz aprendeu fotografia na faculdade de Comunicação Social em Belo Horizonte (MG), onde mora, mas, devido aos compromissos profissionais, nunca conseguia dar a atenção que gostaria a algo que o atraía. Seguia como admirador da fotografia documental, da de cenas de rua e do fotojornalismo, tendo como referência nomes como Sebastião Salgado, Maureen Bisiliat, Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, Robert Doisneau, Brassaí… Educava o olhar enquanto fotografava vez ou outra.
Tudo mudou em 2008, quando ele fez uma grande viagem de trem pela Europa e descobriu ser a conversou com Flávio Souza Cruz sobre a saga de . Confira.