Parábolas de Jesus | Professor
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Sobre este e-book
É interessante notar como Jesus aproveitava a natureza a fim de tirar ilustrações para Suas parábolas (semeador, semente de mostarda, joio e trigo); algumas vezes, Ele usou os costumes familiares da vida cotidiana (fermento, ovelha perdida, homem dormindo em casa com a família quando o vizinho bate à porta); outras vezes, aproveitou os acontecimentos na vida da cidade (juiz injusto, trabalhadores na vinha, bom samaritano, dez virgens) para dar vida ao Seu ensino.
Crianças, jovens e adultos, através dos séculos, têm ficado encantados com as histórias de Jesus. Ao estudarmos as parábolas do nosso Senhor e Salvador, que a nossa fé Nele cresça e se aprofunde, e que, como o "incrédulo" Tomé, possamos dizer: "Senhor meu e Deus meu!". Que aprendamos novas lições por meio destas velhas histórias!
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Parábolas de Jesus | Professor - Editora Cristã Evangélica
publicano
1
A didática de Jesus
Diogo da Hora
E com muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes.
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você será capaz de compreender a importância das parábolas nos ensinos de Jesus, assim como sua relevância para os dias de hoje.
Sugestão Inicial
Inicie os ensinos desta série de lições com a dinâmica tempestade cerebral. Para isso, faça perguntas direcionadas a todos os alunos. Neste momento, não há comprometimento com o certo ou com o errado, pois as respostas servirão de parâmetro de avaliação do nível da classe e podem nortear o planejamento das aulas futuras.
As perguntas são:
1. O que são parábolas?
2. Qual a influência das parábolas no ministério de Jesus?
3. Como se interpreta uma parábola?
Outras perguntas que julgar importantes.
Com as perguntas expostas, peça aos alunos que respondam. É importante que um secretário anote as respostas para que, na última lição, possam ser avaliadas.
Certamente não há outra parte do registro do evangelho que tenha para o leitor um sinal mais claro de autenticidade
disse C. H. Dodd acerca das parábolas de Jesus. Dentre os muitos ensinos que o Senhor transmitiu, é notável que Ele tenha optado por utilizar parábolas como um de Seus principais recursos didáticos. Jesus, certamente, não fez essa opção por acaso. Antes de nos aprofundarmos nesse aspecto da didática do Mestre dos mestres, é preciso compreender o que são parábolas, por quê foram usadas, e aprender a analisá-las.
Orientação Didática
Desenvolva expositivamente o assunto do tópico I.
Ao final, apresente o quadro Parábolas para hoje em algum slide ou visual.
Para encerrar o tópico I, proponha um debate a partir da questão da contextualização, seus cuidados e seus perigos.
Nesse sentido, apresente a história a seguir e pergunte: Que diferença há entre contextualização e banalização do evangelho?
Numa cidade do interior, conhecida por seu misticismo, certo missionário propôs uma contextualização do evangelho visando alcançar as pessoas que viajavam para essa cidade com objetivos religiosos.
Na praça central, o missionário montou uma pequena tenda com os dizeres: Mude de vida, faça uma consulta com o pai Jeová.
No interior da tenda, estava o missionário vestido de branco esperando os interessados, só que, no lugar de previsão de futuro, ele falava de Deus e do amor de Jesus às pessoas.
I. O que são parábolas?
(Gl 2.1-10)
Parábolas são histórias imaginadas ou verdadeiras, narradas com a finalidade de ensinar lições de sabedoria, de moral ou de religião. Segundo Butterick, As parábolas são mensagens características de Jesus (Mc 4.34) [...] São a sua mensagem mais persuasiva; um ensino proseador não poderia quebrar nossa inflexível vontade; mas a vista do pai vindo para dar as boas-vindas a seus filhos desobedientes deixa-nos totalmente indefesos.
(Butterick citado em Herbert Lockyer, Todas as Parábolas da Bíblia, Editora Vida, 1999. p.158).
Suas principais características são:
1. Narrativas baseadas no cotidiano dos ouvintes: temas relacionados à agricultura, por exemplo, remetem ao contexto rural dos ouvintes de Jesus e aguçam a imaginação.
2. Elemento exótico ou surpreendente: detalhes que fogem ao esperado pelos ouvintes, como um samaritano ajudar um judeu, ou a frutificação a cem por um.
3. Histórias de fácil memorização: tanto o tamanho das histórias, como elementos repetidos e paralelos dentro delas, ajudavam os ouvintes a retê-las na memória.
Gálatas para hoje
Jesus optou por um resumo bem difundido e eficaz para ensinar as pessoas de Sua época sem deixar de lado a palavra de Deus. Da mesma forma, cabe à igreja de nossos dias contextualizar o ensino sem perder o fundamento bíblico.
II. As parábolas no ministério de Jesus
(Gl 2.1-2)
Assim como os discípulos (Mt 13.10), questionamos: por que Jesus falou por parábolas? Podemos destacar duas principais correntes interpretativas do debate gerado por essa pergunta:
• as parábolas ocultavam os ensinos de Jesus aos não discípulos (Mc 4.11-12);
• as parábolas esclareciam os ensinos de Jesus a todos (Mc 4.33).
D. A. Carson vai além desse debate ao comentar: É ingênuo dizer que Jesus contava parábolas para que todos pudessem apreender a verdade com muito mais facilidade e é simplista dizer que a única função das parábolas para os de fora era condená-los. Se Jesus queria apenas esconder a verdade dos de fora, Ele nunca precisaria ter contado parábolas para eles
(O comentário de Mateus, p.366).
Para entender melhor as razões de Jesus, é preciso considerar alguns fatos dos evangelhos:
• As parábolas são usadas por Jesus como resposta à crescente oposição dos judeus ao Seu ministério. Jesus começa a ensinar por parábolas em Mateus 13 e Marcos 4, após ser fortemente confrontado por escribas, fariseus e familiares.
• Os discípulos também tinham dificuldades de compreender as parábolas. Jesus precisou explicar diversas parábolas para que os discípulos entendessem, e eles foram repreendidos por Jesus pela lentidão em compreender (Mt 15.15-16).
• As parábolas não eram incompreensíveis aos que não eram discípulos. Por diversas vezes, Jesus respondeu a Seus opositores por meio de parábolas, as quais foram compreendidas, causando reações (Lc 20.19) e respostas (Lc 10.36-37).
A melhor forma de lidar com o uso de parábolas por Jesus é considerá-las um recurso didático ideal para alcançar Seus ouvintes e ensinar tudo o que era preciso aos discípulos dentro dos três anos de ministério. Três evidências justificam isso.
1. Condição dos ouvintes
(Gl 2.3-5)
Por ser compreensíveis a todos, sem deixar de ser difíceis, as parábolas foram o recurso ideal para nivelar os ouvintes, tanto simples como cultos, nos variados níveis de entendimento.
2. Tempo de ministério
(Gl 2.3-5)
Jesus tinha apenas três anos para ensinar muita coisa. Por ser de fácil memorização, as parábolas foram ideais para gravar ensinamentos na mente dos ouvintes, os quais eles só poderiam compreender mais tarde (Jo 16.12).
3. Ação do Espírito Santo
(Gl 2.3-5)
O Espírito Santo, que sucederia a Jesus (Jo 16.7), ensinaria todas as coisas, assim como completaria a obra de ensino de Jesus ao fazer lembrar tudo o que Ele disserá (Jo 15.26), inclusive as parábolas.
Gálatas para hoje
Quanto você tem investido na proclamação do evangelho aos que ainda não o conhecem? Assim como Jesus, devemos usar nossos recursos para que o evangelho seja plantado no coração de todos!
III. Como interpretar parábolas?
(Gl 2.11-21)
A melhor forma de aprender a interpretar parábolas é interpretando. Propõem-se aqui cinco passos na interpretação da parábola dos lavradores rebeldes, em Lucas 20.9-18.
1. Ore
(Gl 2.11-13)
Dependemos do Espírito Santo para relembrar e compreender as parábolas. Comece com oração.
2. Conheça o contexto bíblico
(Gl 2.11-13)
A parábola dos lavradores rebeldes surge após um longo conflito com as autoridades religiosas de Jerusalém. Começa com a entrada aclamada de Jesus em Jerusalém (Lc 19.28-40), Seu lamento pela cidade e a purificação do templo em seguida (Lc 19.41-46). A partir daí, Jesus passa a ensinar no templo (Lc 19.47-48) até que os líderes religiosos questionam Sua autoridade (Lc 20.1-8). Em resposta, Jesus conta a parábola.
3. Conheça o contexto da época
(Gl 2.11-13)
Segundo a cultura da época, o proprietário teria direito à vingança contra os rebelados. Enquanto a lei da época garantia o usucapião das terras ocupadas por três anos, justificando a reivindicação dos lavradores pela herança.
4. Compare com textos paralelos
(Gl 2.11-13)
Marcos (12.1-12) intensifica a violência dos rebeldes, quando registra a morte do terceiro servo, e reforça a paciência do proprietário ao enviar muitos outros antes do filho (v.5). Mateus (21.33-46) acrescenta a eficiência e a lealdade dos lavradores que substituirão os rebeldes (v.41), do que é feito princípio para o reino de Deus (v.43).
5. Repare os aspectos literários
(Gl 2.11-13)
A parábola dos lavradores rebeldes (Lc 20.9-18) possui estrutura literária espelhada. O tormento dos servos (v.9-12) culmina na pergunta do proprietário: que farei?
(v.13). A solução do proprietário repete o tormento dos servos, agora sofrido pelo filho
(v.14-15), e culmina na pergunta que Jesus propõe aos ouvintes, a mesma que o proprietário levantou: que lhes fará (...)?
(v.15-16). Em termos literários, a ênfase da parábola recai na decisão paciente e graciosa do proprietário ao enviar seu filho como última chance aos rebeldes, para que talvez o respeitem
(v.13).
Gálatas para hoje
Você reconhece a autoridade de Jesus sobre a sua vida? Interpretar as parábolas é também reconhecer a graça de Deus sobre nós, sabendo que não somos dignos, mas ainda assim o Senhor nos dá incontáveis chances de recomeçar.
Sugestão Final
Faça um slide com a afirmação:
"Para todas as gerações, as parábolas foram uma ferramenta poderosa a fim de comunicar a mensagem de Jesus a qualquer cultura e povo. Hoje, a sua adequação aumentou. A mente pós-moderna é notavelmente aberta para essa forma