Encontrar sentido na vida: Propostas filosóficas
De Renold Blank
5/5
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Renold Blank
Reencarnação ou ressurreição: Uma decisão de fé Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Relacionado a Encontrar sentido na vida
Ebooks relacionados
O livro do sentido Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO livro do sentido - Vol II: Qual é, afinal, o sentido da vida? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJesus e a logoterapia: O ministério de Jesus interpretado à luz da psicoterapia de Viktor Frankl Nota: 5 de 5 estrelas5/5História da filosofia moderna - De Descartes a Kant Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA vida da mente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSobre a Vida Feliz Nota: 4 de 5 estrelas4/5O ser e a Essência Nota: 5 de 5 estrelas5/5Educação em busca de sentido: Pedagogia inspirada em Viktor Frankl Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA formação da pessoa em Edith Stein: Um percurso de conhecimento do núcleo interior Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo ler a filosofia clínica, ou melhor, a orientação filosófica: Prática da autonomia do pensamento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicologia contemporânea e Viktor Frankl: Fundamentos para uma psicoterapia existencial Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Ética do Sentido da Vida: Fundamentos Filosóficos da Logoterapia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducar para as virtudes e o bem comum Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma introdução à República de Platão Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cristianismo de libertação: Espiritualidade e luta social Nota: 5 de 5 estrelas5/5O caminho espiritual para a felicidade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Estudos de epistemologia aristotélica I: phantasia e aisthêsis no De Anima de Aristóteles Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Mundo de Platão Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reflexões acerca do sentido da vida: A partir do pensamento de Viktor Frankl Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória Da Epistemologia Psicológica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO sentido das coisas: Por um realismo fenomenológico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo ler um texto de filosofia Nota: 4 de 5 estrelas4/5A vontade de sentido: Fundamentos e aplicações da logoterapia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Onde está Deus?: A fé cristã na época da grande incerteza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que pensam os filósofos contemporâneos: um diálogo com Singer, Dennett, Searle, Putnam e Bauman Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolítica e metafísica Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Filosofia para você
Minutos de Sabedoria Nota: 5 de 5 estrelas5/5PLATÃO: O Mito da Caverna Nota: 5 de 5 estrelas5/5O que os olhos não veem, mas o coração sente: 21 dias para se conectar com você mesmo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mais Esperto Que O Diabo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre a ordem e o caos: compreendendo Jordan Peterson Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Livro Proibido Dos Bruxos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Aristóteles: Retórica Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Príncipe: Texto Integral Nota: 4 de 5 estrelas4/5Aprendendo a Viver Nota: 4 de 5 estrelas4/5Você é ansioso? Nota: 4 de 5 estrelas4/5A ARTE DE TER RAZÃO: 38 Estratégias para vencer qualquer debate Nota: 5 de 5 estrelas5/5São Cipriano - O Livro Da Capa De Aço Nota: 5 de 5 estrelas5/5A voz do silêncio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Curso De Mapa Astral Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolítica: Para não ser idiota Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sobre a brevidade da vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5Além do Bem e do Mal Nota: 5 de 5 estrelas5/5Platão: A República Nota: 4 de 5 estrelas4/5Jornada Dos Arquétipos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEm Busca Da Tranquilidade Interior Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tesão de viver: Sobre alegria, esperança & morte Nota: 4 de 5 estrelas4/5Humano, demasiado humano Nota: 4 de 5 estrelas4/5Ética e pós-verdade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Baralho Cigano Nota: 4 de 5 estrelas4/5A lógica e a inteligência da vida: Reflexões filosóficas para começar bem o seu dia Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Encontrar sentido na vida
2 avaliações0 avaliação
Pré-visualização do livro
Encontrar sentido na vida - Renold Blank
Propostas das quais algumas, talvez, serão aceitas
Nos capítulos a seguir, o leitor é convidado a começar uma caminhada. Nela dará os primeiros passos em busca de respostas a uma das indagações mais fascinantes, mas também mais incômodas da condição humana:
⇒ Qual é o sentido da vida?
⇒ Será que o ser humano é o resultado de acasos, ou será que atrás dos acasos se esconde um último sentido?
⇒ Qual o caminho para achar sentido, diante das contradições insolúveis da existência?
⇒ Como achar o próprio sentido diante da aparente absurdidade da morte?
A partir dessas indagações, o texto convida a descobrir algumas das tentativas da Filosofia para resolver o enigma da condição humana, escondido atrás dessas questões.
Enigma de um mundo no qual o homem pode se perder.
Enigma da pessoa que busca felicidade, e cujas aspirações, constantemente, são ameaçadas por um destino incompreensível.
Enigma do ser humano, que, apesar das imposições desse destino, quer controlar os fatos, construir a sua vida e alcançar a felicidade.
É na tensão entre essa aspiração e os fatos reais que se desenvolve a vida. E é em cima dessa tensão que a reflexão filosófica começa a buscar caminhos para possíveis respostas.
Algumas delas, o presente livro quer apresentar. Elas, em nada, são receitas prontas. Elas, muito mais, devem ser compreendidas como impulsos para as próprias reflexões e para as subseqüentes indagações que surgem como conseqüência de toda reflexão filosófica.
Neste sentido, o autor tem a esperança de que, depois da leitura deste livro, os seus leitores possam dizer do texto o mesmo que o grande poeta Berthold Brecht pediu que se falasse dele:
"Ele formulou propostas;
e algumas delas, nós aceitamos".
Assim, nós dois ficaríamos honrados.
CONTINUAR A PENSAR
1. Elabore uma descrição daquilo que aqui está sendo chamado a tensão entre as aspirações humanas
e os fatos reais da vida.
2. Por que o presente livro quer apresentar propostas
e não soluções?
3. Qual é a diferença entre apresentar propostas
e apresentar soluções
?
4. Em que sentido propostas podem contribuir mais para a solução de problemas do que respostas prontas?
Enigma e mistério da pessoa humana
Imagine que fosse possível conversar com o famoso filósofo Aristóteles, do século 4 a.C. Você o questionaria sobre o que é o homem e qual é o sentido da sua vida.
Aristóteles, provavelmente, teria estranhado muito esse interesse específico. Para a época do grande filósofo da Antiguidade, o mundo se apresentava como sistema fechado de coisas, e o homem existia como uma entre outras dessas coisas. Dentro desse mundo de objetos, cada indivíduo tinha o seu lugar; e este era seu sentido: ocupar o seu lugar já respondia à indagação pelo sentido.
01_aristoteles.jpgO homem era visto como elemento dentro de um cosmo fechado. Elemento importante, é verdade; elemento especial, talvez, mas não deixava de ser um elemento. Era esse ser um elemento dentro de um todo que garantia o sentido de sua existência.
Tal segurança, porém, desapareceu à medida que, mais tarde, um movimento chamado gnose começou a questionar esse modo de ver o homem e o mundo. Depois da gnose, o cosmo não mais se apresentava como sistema de um mundo equilibrado em si. A cosmovisão (ou seja, o modo de ver o mundo) da gnose é dualista. Ela compreende o cosmo a partir de princípios opostos que se mantêm numa tensão insuperável:
O reino da luz se choca com o reino das trevas.
O bem se encontra numa luta constante contra o mal.
O próprio homem se apresenta como campo de batalha entre dois princípios: o espiritual e o material; a alma e o corpo.
Nessa visão conflitiva, se perde a segurança equilibrada da filosofia aristotélica.
O homem perde o seu lugar no mundo. Ele se torna enigma e problema para si mesmo.
Essa problematização se mantém por muitos séculos.
O grande filósofo Agostinho, do século 4. d.C., finalmente combate a cosmovisão gnóstica. Mas também ele compreende o ser humano como incapaz de entender por si mesmo a ordem do cosmo. Só com a graça divina o ser humano poderia compreender o cosmo.
Por isso, para Agostinho, o ser humano só pode buscar responder à pergunta pelo sentido com a ajuda da fé. É só na luz dela que o enigma humano pode ser compreendido. Visto por si mesmo, este permanece um grande e profundo mistério
, diante do qual, Agostinho mantém uma atitude de surpresa e de espanto:
quid ergo sum, Deus meus, quae natura mea?
o que eu sou, meu Deus; qual é a minha natureza?
Com Agostinho, a reflexão filosófica descobre o ser humano como problema. Tal perspectiva problemática permanece até a elaboração dos grandes sistemas filosófico-teológicos da Idade Média. É só neles que se consegue ver o ser humano outra vez assim, como ele aparece no pensamento de Aristóteles: um ser situado dentro de um universo definido e marcado pelas convicções da religião cristã. Assim, se alcança um certo equilíbrio entre o ser humano e o mundo.
02_agostinho.jpgSanto Agostinho,
painel de Michael Pacher (1430-1498),
Munique, Alte Pinakothek.
Mas tal equilíbrio logo se quebra novamente, e a pergunta por aquilo que é o ser humano volta com muita força a partir das turbulências da Renascença (século 16).
A partir dela, a questão antropológica continua sendo problemática. Ela permanece assim até hoje. Toda a Filosofia do século 20 se apresenta predominada por ela. E as reflexões do século 21, com a ajuda das assim chamadas neurociências, e de muitas outras disciplinas, continuam a questionar o ser humano a partir de enfoques novos. Quem é esse SER HUMANO? Ele se apresenta enraizado num mundo material, social e histórico, mas a interação entre esse mundo e a