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Ser humano, obra prima das mãos de Deus: Entenda por que a vida é sagrada
Ser humano, obra prima das mãos de Deus: Entenda por que a vida é sagrada
Ser humano, obra prima das mãos de Deus: Entenda por que a vida é sagrada
E-book171 páginas2 horas

Ser humano, obra prima das mãos de Deus: Entenda por que a vida é sagrada

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Sobre este e-book

É inevitável a percepção das inúmeras situações do mundo que trazem certa angústia e certo inconformismo, principalmente em casos de desumanidade. A pessoa, que é um ser especial diante da criação, por ser imagem e semelhança de Deus, muitas vezes não é respeitada em seus direitos básicos. Partindo do princípio de que o ser humano é obra-prima das mãos de Deus, ele é, portanto, o que de mais nobre e valioso existe no universo!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de jan. de 2019
ISBN9788553390724
Ser humano, obra prima das mãos de Deus: Entenda por que a vida é sagrada

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    Pré-visualização do livro

    Ser humano, obra prima das mãos de Deus - Elenildo da Silva Pereira

    Apresentação

    Cada ciência humana procura responder a perguntas sobre aspectos parciais do ser-humano. Mas a questão sobre o homem-pessoa é básica: diz respeito a quem é o homem. A partir disso, recebem sentido todos os aspectos parciais que revelam e esclarecem o que é o homem.

    O título desta obra, de Elenildo Pereira, aponta para o grande valor da Pessoa Humana. Mas o valor que nós hoje damos à pessoa humana precisou de séculos para ser reconhecido. O capítulo primeiro desta obra mostra que na antiguidade, seja grega, seja romana, o termo pessoa indicava algo de mutável e não essencial do ser humano.

    O valor absoluto do indivíduo é, pois, um dado da revelação cristã. Ela, de fato, não está voltada ao gênero humano de modo abstrato, não diz respeito ao universal, mas é dirigida a todos os homens tomados individualmente, enquanto cada um deles é filho de Deus.

    O filósofo marxista francês Roger Garaudy escreveu a respeito disso: o cristianismo criou uma nova dimensão no homem: a da pessoa humana. O pensamento da antiga Grécia não estava em condições de conceber que o infinito e o universal pudessem exprimir-se em uma pessoa.

    Esta afirmação aponta para o possível diálogo entre a fé e a razão. Foi graças a este diálogo que, por exemplo, aos poucos, chegou-se à Declaração Universal dos Direitos do Homem, da qual este ano se celebra o 70º aniversário. No Brasil pode-se lembrar que um dos fundamentos da República Federativa é a dignidade da pessoa humana, como lemos no Art. 1º da Constituição de 1988, da qual este ano se celebra o 30º aniversário.

    Elenildo Pereira aplica a visão sagrada da pessoa humana particularmente no começo e no fim da vida, mais especificamente nas questões do aborto e da eutanásia, através de um diálogo possível entre a fé e a razão.

    Permito-me, nestas questões, hoje muito debatidas também no Brasil, citar uma reflexão do então Cardeal Ratzinger, publicada poucos meses antes de ele ser eleito Papa.

    A citação é longa, mas vale a pena apresentá-la, para nos orientar sobre como os cristãos vão defender sua visão numa sociedade que hoje é pluralista.

    O católico não quer e não pode impor, através da lei, hierarquias de valor que somente na fé podem ser reconhecidas e realizadas. Pode apenas exigir o que pertence às bases da humanidade, que têm como fundamento a razão: e que, por isso, são essenciais para a construção de um bom ordenamento jurídico...

    Existe o patrimônio específico da fé (Trindade, Divindade de Cristo, Sacramentos etc.), mas existem também conhecimentos a cujas evidências a fé dá a sua contribuição: e que, depois, são reconhecidas como racionais e, por isso, implicam uma responsabilidade frente aos outros.

    O fiel, que recebeu uma ajuda para a sua razão, deve empenhar-se em favor da razão, em favor daquilo que é racional. Isso, diante da razão doente ou adormecida, torna-se um dever diante de toda a comunidade humana.

    Naturalmente, o fiel sabe que deve respeitar a liberdade dos outros e que a sua única arma é exatamente a racionalidade dos argumentos que propõe diante das discussões políticas e na luta para a formação da opinião pública (RATZINGER, Joseph. Europa. I suoi fondamenti spirituali ieri, oggi e domani, 2005, p. 117-118).

    Elenildo Pereira, através desta obra, vai nos ajudar a encontrar aqueles argumentos racionais que proporcionam, também entre religiosos de várias matrizes e não religiosos, o diálogo sobre o grande valor da vida humana, apesar de vivermos numa sociedade não raramente doente e adormecida diante deste valor.

    Por fim, permito-me expressar minha alegria na apresentação de uma publicação do Elenildo, meu ex-aluno, seja no curso de Filosofia, seja no curso de pós-graduação em Bioética da Faculdade Canção Nova. Acredito que esta publicação, na vida do Elenildo, será apenas um primeiro passo para que a mensagem da fé e da razão sadia seja proclamada, através da imprensa, sobre os telhados (Mateus 10,27).

    Lino Rampazzo

    Doutor em Teologia

    Coordenador do Curso de Teologia da Faculdade Canção Nova - Cachoeira Paulista

    Introdução

    Eu vim para que todos tenham vida e

    a tenham em abundância.

    (cf. Jo 10,10)

    Éinevitável a percepção das inúmeras situações do mundo que trazem certa angústia e certo inconformismo, principalmente em casos de desumanidade. A pessoa, que é um ser especial diante da criação, por ser imagem e semelhança de Deus, muitas vezes não é respeitada em seus direitos básicos.

    O principal e mais valioso direito de uma pessoa é o de viver. A vida é sagrada e inviolável. O ser humano é obra-prima das mãos de Deus. Cada pessoa é querida pelo Criador. Ensina o salmista que nós somos tecidos, por Deus, no ventre de nossa mãe (cf. Sl 138,13). Ele mostra, deste modo, o carinho de Deus ao nos criar. Como somos tecidos no seio materno, o ventre torna-se um lugar sagrado. Lugar de vida e não de morte. É um jardim onde a vida floresce; jamais pode ser um cemitério onde a vida é desfeita.

    Vivemos em um mundo onde o deus dinheiro tem tido mais valor que a pessoa humana. O bem-estar de uma mulher tem valido mais que a criança que a mesma carrega em seu ventre. Trata-se de uma inversão total de valores, e por este motivo o ser humano tem sido, até mesmo, descartado.

    Recorda o papa Francisco que, antigamente, falava-se de descartado apenas para alimentos ou bens supérfluos, mas hoje, infelizmente, o ser humano tem sido também objeto descartável, como se fosse uma coisa desnecessária. Causa horror pensar que muitas crianças não verão a luz do dia, pois serão vítimas do descarte do aborto.

    Nos últimos anos, a ciência, por meio da Medicina, da Biologia e da Engenharia Genética, fez descobertas inimagináveis, como, por exemplo: os transplantes, que se tornaram inúmeros; os experimentos bem-sucedidos com animais; a fecundação de óvulos fora do corpo humano, a chamada fertilização in vitro etc. Essas situações nos levam a refletir o cenário atual em que nos encontramos. Uma pergunta precisa ser feita mediante tudo isso: o que se chama de evolução da ciência, da biologia e tecnologia, no que toca a moral, de fato, é um progresso ou será um retrocesso?

    Para responder a tal pergunta é indispensável um aprofundamento desta questão. Para nos aprofundarmos, alguns instrumentos são necessários, pois só assim agiremos com prudência e sabedoria. Este livro apresentará a você, leitor, três eficazes instrumentos: a fé, a razão e a ciência. Isso significa que todo conteúdo aqui expresso está baseado na doutrina católica com base filosófica e científica.

    São João Paulo II, na encíclica Fé e Razão, afirma que a fé e a razão são como duas asas pelas quais os homens podem alçar voo e chegar à verdade. Com base neste pensamento da Igreja, notamos que não basta somente conhecermos a pessoa humana no âmbito da fé, mas é preciso, também, conhecermos do ponto de vista da razão. Aqui está a riqueza deste livro: a união das várias ciências para poder compreender a dignidade da pessoa humana.

    A dignidade humana tem sido um dos principais temas debatidos atualmente. Isso após perceber que se trata de um bem inerente a todo ser humano, independentemente da raça, cor, religião ou classe social. Toda pessoa comporta uma dignidade, sendo ela o bem comum por excelência e o mais valioso, possuído universalmente por todas as pessoas.

    O Cristianismo contribuiu sobremaneira para o reconhecimento da dignidade humana. Nele o homem é entendido não simplesmente como um amontoado de células, e, sim, como imagem e semelhança de Deus. Portanto, ferir a dignidade de uma pessoa é ferir o próprio Deus, uma vez que a dignidade humana está intimamente ligada a Ele.

    A dignidade da pessoa humana, sendo ela imagem e semelhança de Deus, é a base para repugnarmos todo e qualquer atentado à vida humana. Assim sendo, é de suma importância nos aprofundarmos sobre dois temas: aborto, para defender a vida desde a concepção; e eutanásia, para defender e assegurar o fim de forma natural.

    Sobre o aborto, serão apresentadas as consequências físicas, psicológicas e sociais causadas por ele. As consequências deixadas pela prática do aborto são sérias, por isso mesmo devem ser levadas em conta. No campo psicológico, elas costumam causar crises de arrependimento e culpa, além de reações psiconeuróticas e até psicóticas graves. Pouco se fala nas literaturas médicas sobre estas doenças causadas nas mulheres que fizeram aborto.

    Ultimamente, a eutanásia está no palco das grandes discussões acadêmicas. A justificativa para tal prática é que a mesma leva a pessoa, em fase terminal, a ter uma morte suave e sem sofrimento. Devemos compreender que, sendo digna a defesa da vida no início, não pode ser diferente no tocante ao seu fim. Deus é o autor da vida, é Ele quem dá a vida, portanto, somente a Ele cabe o direito de tirá-la.

    Este livro dará para você, leitor, um conteúdo sólido para se aprofundar em todas estas questões elencadas acima. Do ponto de vista científico e filosófico, comparado com as demais criaturas, o ser humano está no topo da criação. Na perspectiva cristã, além de estar no topo da criação, ele é também imagem e semelhança de Deus. Tendo consciência disso, nenhum ser humano será capaz de ser a favor de qualquer coisa que ameace a vida humana.

    Com isso, fica claro que a Igreja não é contra o aborto e nem contra a eutanásia, mas ela é a favor da vida! Quem é a favor da vida naturalmente é contra qualquer ato que leve à morte.

    Além disso, ficará esclarecido que ninguém deve ser valorizado, em primeiro lugar, pela função que ele exerce na sociedade, pelo seu poder aquisitivo, pelo tanto de dinheiro ou privilégio que possui, não! Sem faltar com o devido respeito pela sua profissão e posição social, o valor e o respeito que antecede é o de ser pessoa. A pessoa é sempre o mais importante. Quem compreender esta lógica jamais será desrespeitoso com quem quer que seja.

    Pessoa Humana

    Cada pessoa humana, criada à imagem de Deus,

    é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual.

    (Catecismo, n. 362)

    Bases conceituais da pessoa humana

    Cuidaremos, neste capítulo, de conhecer o conceito de pessoa humana a partir de uma reflexão científica, filosófica e teológica, delineando o verdadeiro

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