Déficit de atenção tem solução
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Déficit de atenção tem solução - Carin A. C. M. Primavesi Silveira
Carin A. C. M. Primavesi Silveira
Déficit de atenção tem solução
1ª edição
Rio de Janeiro
2012
Copyright © Carin A. C. M. Primavesi Silveira, 2012
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Silveira, Carin A. C. M. Primavesi
S587d
Déficit de atenção tem solução [recurso eletrônico] / Carin A. C. M. Primavesi Silveira. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
recurso digital
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 9788520012062 (recurso eletrônico)
1. Distúrbio de deficit de atenção com hiperatividade 2. Psicopedagogia 3. Livros eletrônicos. I. Título.
13-00578
CDD: 618.928589
CDU: 616.89-008.61
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.
Este livro foi revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
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Produzido no Brasil
2013
Agradecimentos
De forma especial a minha mãe, Ana Primavesi, meu esposo, minhas queridas filhas, meus alunos, pacientes e todos que de alguma forma colaboraram com minha caminhada.
Ao Dr. Luiz Miller de Paiva, endocrinologista, psicossomatista, psiquiatra, psicanalista, professor de ciências de comportamento da Escola Paulista de Medicina, ex-diretor dos Institutos de Psicoterapia de Grupo e de Psicossomática de São Paulo, pela gentil análise desta obra, por suas valiosas contribuições e interferências.
Ao Dr. Marcos Lago, psiquiatra, neurocientista e oftalmologista, pela leitura e pelas preciosas colocações e sugestões fornecidas a esta obra.
Ao Dr. Marco César R. Roque, neuropediatra, pela gentil revisão do texto no que se refere à neurologia.
Ao editor, que creditou a importância desta obra.
Sumário
Prefácio — Dr. Luiz Miller de Paiva
Introdução: Inspiração maternal
1. Um pouco sobre o comando neural
1.1 Desenvolvimento do sistema nervoso
1.2 O grão de trigo
2. O ambiente educador e o desenvolvimento da inteligência
2.1 As sinapses
2.2 Psicomotricidade
2.3 O valor da mielina
2.4 Reações bioquímicas
2.4.1 Neurotransmissores
2.5 A memória
3. A importância do sistema nervoso
3.1 Fatores que fortalecem o sistema nervoso saudável
3.1.1 Aprende-se por amor a alguém: um esclarecimento sobre pertencimento, valorização e sentir-se amado
3.1.2 Amor
3.1.3 Mimo
3.1.4 Estresse
3.1.5 Movimento e sol
3.1.6 Rotina, disciplina, regras e limites proporcionam segurança emocional
3.1.7 Disciplina
3.1.8 Acompanhamento familiar
3.1.9 Função: pais
3.1.10 Sono suficiente
3.1.11 Horário de dormir
3.1.12 Estudantes
3.1.13 Leite materno
3.1.14 O papel nocivo dos açúcares e das farinhas refinadas
3.1.15 Cuidado com os alimentos tratados com agrotóxicos
3.1.16 Outras substâncias nocivas ao sistema nervoso, como drogas, cigarro e álcool
3.1.17 Alimentação adequada — sais minerais e vitaminas
3.1.18 Controle e combate à verminose
4. Do que depende a aprendizagem?
4.1 Desejo de aprender
5. Otimizando o funcionamento do sistema nervoso
6. Desafios comportamentais na aprendizagem
6.1 Crianças desinteressadas
6.2 Crianças hipoativas, hiperativas, sem concentração, dispersas, com dificuldades de memorização e disléxicas
7. Considerações finais
Referências bibliográficas
Prefácio
Neste trabalho, Carin inicia colocando em primeiro lugar a sua rêverie como verdadeira fonte do amor maternal. Ela a sentiu e a acrescentou nos seus sentimentos profundos e inconscientes. Partiu para lutar e teve a calma do poeta Tagore:
No dia em que a morte [a apatia] bater à tua porta, que lhe hás de oferecer?
Porei diante do meu hóspede o saco cheio de minha Vida [a crença na medicina, a esperança…].
Não o deixarei partir com as mãos vazias.
Carin, com essa maneira de viver, com essa filosofia de vida, isto é, colocando para fora os aspectos mal interligados e introjetados, tornou-se em estar no mundo
(posição ativa, dinâmica e libídica) embalada pelo amor maternal partindo da aletheia (verdade acima dos humanos) e do sursum corda (elevação do coração) e assim salvou sua filha…
Todavia, Carin não estacionou, o seu trabalho foi adiante. Mostrou de maneira didática o fortalecimento do sistema nervoso de sua filha, ajudada por noções de nutrição moderna e seus novos conhecimentos dos neurotransmissores e sua importância na psicopatologia cerebral por meio das recentes descobertas das sinapses dos neurônios.
Carin cita uma biologia científica bem atualizada para a compreensão das síndromes da hiperatividade, hipoatividade e falta de concentração que corrige o desenvolvimento dos neurônios por meio da dieta e da disciplina desde o nascimento (daí a importância da rêverie), além dos ácidos hidroisoandrosterona e araquidônico, da dieta pobre em hidratos de carbono (para evitar o seu efeito desmineralizante) e reduzido teor em agrotóxicos e, ao contrário, rica em endorfina, evitando assim o estresse crônico (conflito emocional diário) que é o conflito da figura combinada
(pai e mãe) em divórcio emocional
, segundo as fantasias inconscientes. As conclusões de seu trabalho são de grande utilidade prática.
Parabéns.
Espero que Carin continue a seguir os ensinamentos de Osler, pela sua equanimidade e sua ataraxia (cultivar a virtude, suportar o êxito com humildade e afeto sem vangloriar-se), e seja humilde como o grande Bion: Após muitos anos de esforço, alcancei afinal a capacidade de sentir pavor pelas profundezas de minha ignorância.
Voltemos ao poeta Tagore:
Mãe, teci para o teu colo uma grinalda de pérolas, feita das lágrimas dos meus infortúnios… as minhas penas foram criadas por mim e quando as trouxe para tas ofertar pagaste-me com a graça do teu perdão!…
Dr. Luiz Miller de Paiva
Introdução:
Inspiração maternal
O objetivo deste trabalho é contribuir com os educadores de crianças, jovens e adultos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção sem ou com Hiperatividade (TDAH), contando um pouco da minha história.
A vida pode surpreender-nos com novos e desconhecidos desafios, os quais, de um modo geral, têm a ver com nossa interação junto àqueles que estão ao nosso redor. E comigo não foi diferente. Fui abençoada com o nascimento de três lindas e queridas filhas, e uma delas veio com a missão especial de levar-me a buscar e a descobrir soluções para sua hipoatividade e dificuldade de concentração, o que me proporcionou um interessante aprendizado também sobre hiperatividade. Aprendizado que compartilho na expectativa de que possa ser útil a você também.
Após apenas seis meses de gestação, meu bebê nasceu pesando um quilo e cem gramas, gerando em mim um misto de alegria e preocupações. Não pôde receber leite materno e para agravar ainda mais o quadro teve uma anemia grave logo no quarto mês de vida. Como a reserva de ferro é feita nos dois últimos meses de gestação, prematuros devem receber papa de hemáceas para suprir essa falta. Infelizmente isso não ocorrera com ela. E essa anemia demorou três meses para ser curada.
A falta de oxigenação cerebral logo se fez sentir. Apesar de ter começado a sustentar sua cabeça com três meses de vida, do quarto mês em diante não conseguia mais. E só voltou a fazê-lo com nove meses. Tudo se atrasou nela: o sentar, o rolar, o rastejar, o engatinhar, o andar (começou por volta dos 2 anos), o engolir, a coordenação motora grossa e fina, o falar (com 4 anos não se entendia o que falava). Como eu ainda não sabia da importância da rotina e da disciplina, e com receio da perda de peso, nunca a deixava chorar, o que atrapalhou mais ainda.
Na escola, não acompanhava a turma. Tínhamos inúmeros questionamentos e dificuldades sobre o que fazer e como fazer para que pudesse ter um desempenho satisfatório. Aos poucos constatamos que ela era hipoativa, ou seja, muito lenta para fazer as atividades, apresentando também dificuldade de concentração e de memorização. Após cinco minutos, não se lembrava de mais nada do que fora explicado. Ela se dispersava com questões insignificantes e se distraía com facilidade. Não conseguia se concentrar nem na escola nem nas lições de casa, e sua dispersão era constante e demasiada. Lenta e irrequieta, ela só conseguia fazer as provas pela metade e cometia muitos erros (em matemática tirava zero, em português acertava um pouco mais). Em meio a nossa preocupação de como prepará-la o mais adequadamente para a vida, fomos orientados por sua professora e pela coordenadora a colocá-la em uma escola especial, o que não chegamos a fazer.
Ela era inteligente em suas atitudes, em suas reações e nas brincadeiras. Não percebíamos problemas cognitivos, no entanto estávamos preocupados devido ao