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Os Sete Reinos
Os Sete Reinos
Os Sete Reinos
E-book233 páginas4 horas

Os Sete Reinos

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Sobre este e-book

Cale era apenas um garoto órfão. Como todo adolescente, ele vivia as provocações feitas pelos garotos maiores e mais fortes. Tudo o que ele queria era saber quem ele era de verdade e escapar daquele tormento.

Quando, após uma provocação, ele demonstra ter poderes, seu professor e mentor no orfanato o leva para uma viagem, onde descobre ser alguém muito importante e com uma missão.

Os sete reinos estavam em perigo e somente ele poderia salvá-los. Contando com a ajuda de amigos pelo caminho, Cale parte na busca pela arma sagrada que poderia colocar fim a uma grande guerra e garantir a salvação de todos.
IdiomaPortuguês
EditoraEditora PL
Data de lançamento1 de ago. de 2020
ISBN9788585037277
Os Sete Reinos

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    Os Sete Reinos - Julie Lopo

    Epílogo

    Sinopse

    Cale era apenas um garoto órfão. Como todo adolescente, ele vivia as provocações feitas pelos garotos maiores e mais fortes. Tudo o que ele queria era saber quem ele era de verdade e escapar daquele tormento.

    Quando, após uma provocação, ele demonstra ter poderes, seu professor e mentor no orfanato o leva para uma viagem, onde descobre ser alguém muito importante e com uma missão.

    Os sete reinos estavam em perigo e somente ele poderia salvá-los. Contando com a ajuda de amigos pelo caminho, Cale parte na busca pela arma sagrada que poderia colocar fim a uma grande guerra e garantir a salvação de todos.

    Prólogo

    Vaerlan sabia que o fim estava próximo. Seu mundo não era mais o mesmo desde que Cravin, seu irmão mais novo, decidiu que seria o novo governante.

    No momento em que as hordas de Cravin entraram na sala do trono ficou claro que não havia nada mais a ser feito. Sem alternativas, Vaerlan fechou os olhos e deixou seu poder se expandir por seu corpo. Ele precisava avisar a Arkalis, o único em quem confiava no mundo dos homens. Não havia mais como fugir ou se esconder. Era necessário que seu herdeiro, seu único filho partisse em uma jornada.

    Só havia uma forma de derrotar Cravin: eles precisavam do Orne, a arma sagrada forjada nas montanhas Allyria que foi escondida por Vharkus, seu pai, há séculos. Somente um herdeiro real poderia portar a arma sagrada. Por esse motivo Cravin tentou com tanta força ter um filho. Alguns meses depois de seu herdeiro ter nascido, Vaerlan soube que Cravin também seria pai.

    Uma jogada de mestre, foi isso que Cravin havia feito. Vaerlan sabia que seu filho corria risco de vida e, por esse motivo, Arkalis ficou para proteger o garoto. Mas agora, o tempo de se esconder havia acabado.

    Quando o seu poder praticamente se esgotou, Vaerlan caiu de joelhos em frente ao trono, um par de sapatos escuros entrou em seu campo de visão e ele ouviu uma risada. Cravin estava ali para matá-lo e não havia como impedi-lo. O destino e futuro de seu povo e daqueles a quem ele protegia, agora estavam nas mãos de seu filho de apenas dezesseis anos, que não tinha a menor ideia de quem era, ou do que poderia fazer matá-lo.

    Capítulo 01

    Para Cale era mais um dia entediante em sua vida. Como sempre, ao acordar ele devia arrumar sua cama, se preparar para mais um dia de aula, descer para tomar café da manhã e pegar o ônibus escolar. Era a sua rotina e a de mais outros quarenta adolescentes do Lar Mary Sant’anna, o orfanato em que morava desde que era um recém-nascido.

    A diretora do orfanato o contara, quando ele tinha idade suficiente para entender sua história, que sua mãe o deixara em uma caixa na porta do Lar, com um bilhete pedindo para que cuidassem dele, e que seu nome era Cale. Essa era a única coisa que ele sabia sobre o seu passado. Não havia um nome para a sua mãe, nem para o seu pai. Sua única pista era uma marca em seu antebraço, um desenho preto circular. No centro haviam hastes que se encontravam, nas pontas haviam traços e símbolos que formavam seis tridentes com um círculo que os envolvia e desenhos que nem ele entendia o que significavam.

    Desde pequeno Cale era evitado por outros garotos que o consideravam esquisito demais: sua pele era branca demais, os olhos azuis eram tão claros quase brancos que, se não fosse o contorno mais escuro, seria ainda mais estranho. Com cabelos pretos, magro e muitas vezes atrapalhado, não era preciso dizer que ele era escolhido para ser frequentemente zoado tanto no orfanato quanto na escola.

    Ser praticamente o único menino com dezesseis anos que nunca havia beijado uma garota o incomodava, ainda mais que, ao tentar conversar com uma menina, ele sempre gaguejava. Na sua opinião não valia mais a pena tentar, era mico atrás de mico. Então ficar na sua era a melhor escolha. Ele iria para a escola, faria a sua lição, voltaria para o orfanato, ajudaria com os afazeres diários e torceria para ser esquecido pelos valentões do Lar, o que nem sempre acontecia. A escola pública era frequentada por todos os meninos órfãos do Lar Mary, então ele era praticamente obrigado a conviver com os mesmos garotos o dia inteiro.

    Ao descer as escadas, olhando em todas as direções para garantir que ninguém surgiria do nada para derrubá-lo – o que já acontecera outra vezes – Cale pensa no dia que vai ter. Era sempre a mesma coisa: orfanato, escola, orfanato. Ele sentia que às vezes ele estava preso nessa rotina e desejava um pouco de aventura. E sendo honesto, se soubesse alguma coisa sobre os seus pais, ele iria atrás deles. Fugiria do orfanato com apenas uma mochila. Ele desejava conhecer as pessoas que o colocaram no mundo e perguntar a eles porque não o quiseram.

    Ele não sabia se, de alguma forma, seus pais souberam que ele seria o maior azarão e desengonçado do mundo e por isso se livraram dele. Mas ele ansiava saber a verdade, mesmo que ela fosse horrível.

    — Preparado para mais um dia de aula? — Art, o orientador do orfanato pergunta, entrando a sua frente.

    Art era o único que tornava os seus dias suportáveis. Os dois passavam horas conversando em seu escritório, quando podiam. Art era o responsável por orientar e ajudar os garotos do Lar. Apesar de ser muito jovem, ele parecia ter experiência de vida o suficiente para dar conselhos.

    — Não, eu só queria fazer outra coisa — Cale diz, derrubando sua mochila e encostando na parede. — Não entendo o motivo para ir à escola, mais dois anos aqui e serei jogado na rua, o que farei da minha vida?

    — Se for para a escola vai saber exatamente o que fazer com ela. Não se esqueça que a escola lhe proporciona um futuro.

    — Futuro o qual não sei o que é.

    — Por isso é futuro, se soubéssemos como ele seria, não teria graça. — Art dá um soco no braço de Cale e pega a mochila para entregar a ele. — Aguenta firme Cale, tenho certeza de que o seu futuro será brilhante, você fará grandes coisas, mas antes terá que enfrentar o ensino médio.

    — Que é o sinônimo de inferno.

    — Os garotos ainda estão te atormentando? Posso falar com eles se quiser.

    — Não, deixa para lá. Já fui acusado de ser dedo duro diversas vezes. Só quero sobreviver a mais esse dia.

    — Está bem, mas se precisar você sabe onde me encontrar.

    Cale vai para a cozinha sob o olhar atento de Art que suspira. Ele sabia que o menino estava sofrendo ali, que o certo seria pegá-lo e ir embora. Mas eles estavam seguros. Por dezesseis anos eles se esconderam naquele lugar. O orfanato com tantos garotos, era o disfarce ideal para encobrir a existência de Cale.

    Após um café da manhã rápido, Cale corre para o ponto do ônibus escolar, junto com os outros meninos. Como sempre, ele se senta no banco da frente, pois temia se aventurar no fundo, onde o motorista não o veria ser agredido.

    A manhã parece se arrastar, as aulas estavam ainda mais tediosas e o almoço parecia intragável. A cada aula que assistia, ele sentia que sua vida ficaria constantemente presa em um limbo, onde ele seria sempre o garoto estranho, sem talento para esportes ou alguma chance com uma garota. Quando finalmente Cale pega o ônibus para voltar ao Lar, ele respira fundo, sabendo que metade do dia já passou. Ele só teria que sobreviver mais algumas horas.

    — E aí, Cale? — Jordan, um dos meninos que o atormentavam, grita quando eles descem do ônibus em frente ao orfanato. — Conseguiu sobreviver à luz do sol?

    Cale revira os olhos sem olhar para o outro garoto. Uma das maiores gozações que ele era obrigado a aguentar era quando o chamavam de vampiro. Como se um menino magrelo e sem forças fosse um vampiro.

    — Deixa ele, cara. Ele não é vampiro, está mais para alienígena — outro provoca.

    Cale sente um empurrão e o seu corpo vai para a frente, mas ele consegue se firmar. Ele tenta correr, mas é empurrado mais uma vez e vai ao chão e ele gira para tentar evitar que chutem sua cabeça. Alguns chutes acertam suas pernas. Ele não havia provocado, mas isso não parecia ser motivo para evitar que ele apanhasse. Ele era o saco de pancadas de Jordan e sua turma.

    — Não vai falar nada, vampiro? — Jordan grita, rindo.

    Cale se enrola em uma bola no chão e sua pele parece formigar por toda a parte enquanto esquenta, praticamente ao ponto de ser uma tortura. Seus ouvidos começam a zunir e ele fecha os olhos. Ele só poderia estar morrendo; é a única coisa que ele consegue pensar. Quando tudo parece demais para ser suportado uma voz ecoa em seus ouvidos.

    Meu filho

    Cale se levanta com um grito e, ao abrir os olhos, percebe que os garotos estão no chão olhando para ele sem acreditar no que havia acontecido.

    — Cale — Art grita descendo as escadas da frente e o agarra pelos ombros. — Vamos, temos que ir. — Art puxa Cale para dentro do orfanato e corre até o quarto onde Cale dorme. — Junte apenas o necessário, o que não couber na sua mochila, fica. Temos que ir.

    — Ir para onde? — Cale pergunta inseguro, esfregando os braços. — O que aconteceu Art?

    — Prometo que vou te contar tudo, mas temos que sair daqui agora. Tenho uma mochila preparada no meu carro, pegue o que você precisa, agora — Art grita e Cale abre uma gaveta, pegando algumas mudas de roupa, tira seus cadernos da mochila, guarda o que precisa e corre atrás de Art até os fundos do orfanato.

    — Art?

    — Agora não, Cale. Entra no carro.

    Cale pula no banco do passageiro da caminhonete de Art, que praticamente decola dali. Se o carro tivesse asas, eles levantariam voo.

    — Eu machuquei alguém? Foi isso?

    — O quê?

    — Você está me tirando de lá porque eu machuquei um dos garotos.

    — Não, eu nem vi o que você fez. Não foi por isso que o tirei de lá. Tenho que levá-lo para um lugar seguro porque você está em perigo. Recebi uma mensagem do seu pai.

    — Meu pai? — Cale olha para Art, que está agitado. — Você conhece o meu pai?

    — Conheço, meu nome verdadeiro é Arkalis e eu sou um soldado enviado por seu pai para protegê-lo, por isso sempre estive ao seu lado.

    — Então, por que eu estou em um orfanato se você conhece o meu pai?

    — Porque foi necessário, sua vida corre perigo.

    — Art...

    — Arkalis.

    — Que seja. Como assim, eu estou em perigo?

    — Seu tio quer matá-lo.

    Capítulo 02

    Seu tio quer matá-lo.

    Essas palavras rodam na mente de Cale por um tempo enquanto ele pode sentir o carro disparar pela cidade. Art — quer dizer, Arkalis, Cale precisaria se acostumar com o nome real dele — dirigia acelerado, sem se importar com os limites de velocidade. Cale não consegue entender o que está acontecendo; seu pai estava vivo e o deixou em um orfanato sem se preocupar se ele estaria bem ou não?

    — Não deixe a sua mente ir por aí. — Arkalis diz.

    — Como você sabe o que estou pensando?

    — Pelo seu olhar ferido. Vaerlan teria ficado ao seu lado se pudesse e o levaria para casa, mas, quando você nasceu, Cravin estava se rebelando e era necessário que você ficasse em segurança. Até mesmo a sua mãe concordou.

    — Ela está viva?

    — Não sei, gostaria de ter essa resposta. Mas recebi ordens de protegê-lo e a melhor forma foi escondê-lo entre outros garotos.

    — Você sabe o quanto eu sofri?

    — Eu sei Cale, eu estava lá todos os dias, lembra?

    — Para onde vamos? — Cale muda de assunto.

    — Para um lugar seguro, deixei tudo preparado alguns anos atrás para esse dia. Vamos passar a noite lá. Depois seguimos viagem.

    — Para onde?

    — Temos que ir atrás do Orne.

    — O que é isso?

    — Uma arma sagrada, somente ela poderá derrotar Cravin.

    — Arma sagrada? — Cale dá risada com a resposta. — Você acha que estamos onde? Em um filme de super-heróis?

    — Não, eu não acho. A realidade é muito diferente. Vou te contar tudo, eu prometo. Estou me preparando para essa conversa faz algum tempo. Naya disse que eu deveria estar pronto para esse dia.

    — Quem é Naya?

    — O oráculo, a que tudo vê e tudo sabe. Ela disse para Vaerlan que você estaria em perigo quando nascesse, que um soldado deveria protegê-lo e que você seria o escolhido para portar o Orne.

    — E onde ele está?

    — Não sei, a marca em seu braço é a única pista.

    Arkalis faz uma curva fechada, entrando em uma estrada de terra cercada por árvores. Cale levanta a manga até a tatuagem em seu antebraço; os desenhos estranhos eram um mapa? Parecia loucura, Arkalis deveria estar louco falando em oráculo, arma sagrada, pai e mãe vivos e em um tio que queria matá-lo.

    — Arkalis…

    — Fique calmo Cale. Eu sei que parece loucura e que nada faz sentido. Mas, assim que chegarmos na cabana, contarei tudo o que está acontecendo. Quem você realmente é. E o que temos que fazer.

    Não demora muito e Arkalis faz outra curva. Por trás de outras árvores aparece uma pequena cabana, onde ele estaciona em frente. Os dois descem pegando suas mochilas e Arkalis abre a porta para Cale. O lugar era tão pequeno quanto ele imaginava, apenas um ambiente com a cozinha, sala e quarto. Tudo integrado. Havia uma única porta para o que parecia ser um banheiro.

    — Esse lugar é pequeno.

    — Não ficaremos muito tempo aqui. Vamos apenas passar a noite; antes que o dia amanheça nós vamos partir.

    — Agora é a hora que você vai em explicar tudo?

    Arkalis deixa sua mochila no chão e se senta na única poltrona da cabana, indicando para que Cale sente-se na cama.

    — O mundo não é como você imagina Cale. Existem forças maiores do que eu e você. Vaerlan governa os sete reinos. A terra — ou como chamamos — o mundo dos homens, é esse onde estamos. Quando Vharkus, seu avô, morreu, Vaerlan herdou o trono por ser o filho mais velho, mas, seu tio, Cravin, nunca aceitou esse fato. Na cabeça dele, ele era o único que poderia governar e ele sempre se achou melhor que seu pai. Durante cinco anos Vaerlan governou sem grandes problemas. Ele sabia que o irmão estava com inveja, mas conseguia controlar a situação. Tudo começou a ir por água abaixo quando Naya visitou Vaerlan dizendo que tinha uma mensagem para ele.

    — A meu respeito?

    — Sim. Ela disse que o futuro reservava a Vaerlan um filho, meio deus, meio homem, que estava no destino dele conhecer a sua mãe e que seria você o único a derrotar Cravin. Vaerlan então veio ao mundo dos homens e passou alguns dias, até que ele finalmente conhecesse Linda. Os dois se apaixonaram imediatamente, eu sei disso porque eu estava lá, eu cuidava da proteção do seu pai à distância. Os dois passaram semanas juntos, até que ele teve que voltar para Daywar porque seu tio estava criando uma rebelião. Eu fiquei para trás para cuidar de sua mãe. Nós sabíamos que ela já estava grávida, pois Naya assim disse. Eu a protegi durante toda a gestação e, quando você nasceu, ela sabia que não poderia cuidar de você. Então, nós o deixamos no orfanato e eu cuidei de você durante todo esse tempo.

    — E a minha mãe?

    — Ela foi embora após deixá-lo na porta do orfanato. Eu queria ir atrás dela, mas precisava ter certeza de que pegariam você e o levariam para dentro. Quando finalmente pude procurá-la, ela já tinha desaparecido. Durante todos esses anos procurei por

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