Seja líder e amigo: os 12 ensinamentos da sagrada família que vão transformá-lo em um companheiro do seu filho

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Introdução

Seja líder e amigo dos seus filhos. A modernidade trouxe inúmeros facilitadores e boas coisas, no entanto, provocou um desequilíbrio no processo da educação de filhos, já que valores como disciplina, educação, afeto, autoridade, carinho, amor e respeito ficaram distantes entre pais e filhos, muitas vezes separados pela própria tecnologia como celulares, jogos, TVs, redes sociais e outros.

Vamos recordar os ensinamentos da Sagrada Família com a passagem narrada por Lucas, no capítulo 2, versículos 41 a 52, num relacionamento de pai e filho, entre José, Maria e Jesus: Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram emocionados. Sua mãe lhe disse: Meu filho, por que você fez isso conosco? Olhe que seu pai e eu estávamos angustiados, à sua procura. Jesus respondeu: Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?". Mas eles não compreenderam o que o menino acabava de lhes dizer. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles. E sua mãe conservava no coração todas essas coisas. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

A didática da Sagrada Família

Nessa situação ocorrida na vida de José e Maria, como pais, e de Jesus, como filho, podemos refletir alguns pontos que formam um mapa didático passível para auxiliar-nos no Processo de Educação de Filhos, ajudando-nos a perceber que algumas fórmulas aplicadas antigamente são extremamente eficazes em tempos atuais. Juntos, vamos refletir e crescer.

A perda da atenção – Os pais, José e Maria, pensavam que o filho, Jesus, estava na caravana e caminharam um dia inteiro distraídos com os afazeres do momento. A perda da atenção no filho cegou a visão dos pais a ponto de o filho ter ficado em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Perceba que os afazeres do dia a dia, as responsabilidades diversas com trabalho, casa, esposa(o), parentes, viagens, amizades e outras coisas podem nos afastar dos nossos filhos. Muitas vezes, deixamos de os perceber. Os afazeres fazem com que não observemos nossos filhos, fazem com que deixemos as coisas importantes deles como não importantes para nós, pais, e isso pode provocar a perda de atenção, tão dolorosa, como a falta de afeto, carinho e amor. Hoje é comum ver pais ausentes, mesmo estando ao lado dos filhos. Isso sempre ocorreu, mas não de forma tão duradoura e intensa como vem acontecendo nos dias atuais, em que os filhos vivem no mesmo lar, às vezes no mesmo espaço físico, sem sequer serem percebidos pelos pais. E você, já pensou em quais momentos seus filhos permanecem esquecidos dentro da sua convivência?

A retomada da atenção – Aqui percebemos a importância de voltar os olhos aos nossos filhos, tanto que, somente por meio desse gesto simbólico, é que José e Maria, pais, percebem a ausência de Jesus, filho. E se continuassem pensando nos afazeres? Assim muitos pais vivem hoje, dia a dia, pensando somente nos afazeres. Os pais de Jesus, ao perceberem que esqueceram o filho, tomaram uma postura fundamental no Processo de Educação de Filhos, deixaram os afazeres e focaram ambos a atenção no filho. Sem lamentações, culpas e/ou reclamações, simplesmente voltaram a Jerusalém à procura do filho Jesus. Importante perceber que muitos filhos vivem hoje um vazio deixado pelos pais. Ao perceber isso, basta voltar a atenção ao filho, ofertando um pouco de presença. Só a presença não é suficiente, mas é o início. E você, já pensou que pode ofertar atenção focada aos seus filhos?

A perseverança – José e Maria, os pais, após retomarem a atenção ao filho, foram procurá-lo e só o encontraram três dias depois. Perceba que não desistiram do objetivo, mesmo perante as dificuldades. Isso é foco, amor e dedicação. Isso demonstra como precisamos resgatar a perseverança no Processo de Educação de Filhos, nos mostra que não será fácil, mas que continuar, sem esmorecer, é sempre o melhor caminho. Atualmente, muitos pais até tentam se aproximar dos filhos, no entanto, desistem na primeira dificuldade. Isso quando não se distraem novamente com os afazeres do dia a dia ou com as chamadas coisas tecnológicas. E você, já pensou como está sua perseverança para permanecer próximo ao seu filho?

A valorização do filho – José e Maria, os pais, avistaram Jesus, o filho, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Perceba que todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas. Isso nos mostra a importância de reconhecermos e valorizarmos as coisas boas dos filhos. Às vezes como pais, passamos muito tempo corrigindo e criticando nossos filhos, sem ao menos ressaltar uma qualidade. Os filhos detêm muitas qualidades, dons e talentos. Precisamos aprender a valorizar as coisas boas e não ressaltar somente as coisas ruins. Às vezes, os filhos encontram fora de casa o que poderiam encontrar dentro dela: elogios e reconhecimento. Isso é triste quando acontece. E você, já pensou como pode valorizar os dons, talentos e qualidades dos seus filhos?

A paciência em 1º lugar – José e Maria, os pais de Jesus, ao vê-lo, demonstraram paciência e serenidade. José nem se pronunciou e Maria o fez com muita prudência, perguntando: Meu filho, por que você fez isso conosco?. Num momento de tamanha preocupação e angústia, só faz essa pergunta quem realmente tem a paciência como foco principal do relacionamento pais e filhos. José e Maria não julgaram e não condenaram seu filho, mesmo num momento de tamanha tensão. Souberam ter paciência e, de forma serena, indagaram a Jesus, mesmo ambos tendo a convicção de que Jesus agiu errado ao ter ficado em Jerusalém. Tanto que, mesmo com a resposta de Jesus, percebemos que Lucas narra que os pais não compreenderam o que Jesus acabava de dizer. Isso demonstra que a paciência é importante para aproximar pais e filhos e que deve sempre estar em primeiro plano nesse relacionamento. Perceba ainda que os pais não discursaram, não fizeram palestra, com lição de moral, com as próprias razões, também não puniram com castigos, agressões verbais e físicas, como também não ameaçaram. Simplesmente colocaram a paciência em primeiro lugar. E você, já pensou como e quando pode ser mais paciente com seus filhos?

O amor como centro – José e Maria, os pais de Jesus, ao vê-lo, ficaram emocionados, irradiaram amor. Num momento de tamanha tensão, não cultivaram raiva ou ódio, mas sim o amor. Tanto que ficaram emocionados; no coração de ambos, o amor era preponderante. O amor cura, restabelece, perdoa, provoca união e, principalmente, educa. A resposta de Jesus não veio com as palavras desculpa, estou errado, não vou fazer mais isso ou me perdoa, como boa parte dos pais esperam ouvir. A resposta veio em tom de indignação por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?. E mesmo sem compreensão das palavras, o amor dos pais preponderou sobre a raiva, o ódio ou o sentimento de punição; afinal, o filho estava perdido e foi encontrado. A melhor parte não foi esquecida. E você, já pensou como e quando pode verdadeiramente expressar amor aos seus filhos?

O filho na igreja – Jesus, como filho de José e Maria, ao ser questionado por seus pais, respondeu em tom de indignação: por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?. Jesus respondeu como filho de Deus, mas também como filho de pais humanos, deixando-nos um exemplo de vida, um modelo a ser seguido. Perceba que nessa resposta de Jesus fica claro que as crianças precisam frequentar e participar da Casa de Deus. As crianças, confiadas por Deus a nós, são primeiramente filhos de Deus e nós, como pais, devemos levá-las ao templo, na casa do Pai, para aproximá-las da verdade, do caminho e da vida, para que conheçam a Fé e o Temor a Deus. Os filhos precisam estar na igreja. E você, já pensou como pode aproximar ainda mais seus filhos de Deus?

A autoridade dos pais – Mesmo Jesus sendo filho de Deus, detentor de grande sabedoria, conhecimento e poder, José e Maria, como pai e mãe, exerceram, juntos, a autoridade sobre o filho. Demonstrando que as rédeas da liderança dentro do Processo de Educação de Filhos devem ser sempre dos pais para os filhos, e não o inverso. Atualmente, é comum avistar filhos com autoridade sobre pais, comandando, exigindo, ordenando, impondo e conduzindo pais para diversos caminhos. Isso não é o correto. O filho de José e Maria, mesmo sendo Jesus, acatou a autoridade dos pais, deixando um modelo pronto. Isso ficou visível e claro na narrativa de Lucas, visto que, mesmo depois de o filho manifestar que deveria estar na