Poliana
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Sobre este e-book
Tradutor: Paulo Silveira
Eleanor H. Porter
Eleanor Hodgman Porter was born in Littleton, New Hampshire, in 1868. She was musically talented from early childhood and trained at the New England Conservatory before embarking on a career as a singer. She married John Lyman Porter in 1892 and turned her hand to writing, publishing her first children’s book, Cross Currents, in 1907. A prolific writer, Porter followed this with fourteen more books and innumerable short stories. She is best remembered for Pollyanna, the eponymous story of an irrepressibly optimistic young orphan, which brought her huge international success. Porter died in Cambridge, Massachusetts, in 1920.
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Poliana - Eleanor H. Porter
Direitos de edição da obra em língua portuguesa adquiridos pela EDITORA NOVA FRONTEIRA PARTICIPAÇÕES S.A. Todos os direitos reservados.
Coordenação: Daniel Louzada
Conselho editorial: Daniel Louzada, Frederico Indiani, Leila Name, Maria Cristina Antonio Jeronimo
Projeto gráfico de capa e miolo: Leandro B. Liporage
Ilustração de capa: Cássio Loredano
Diagramação: Filigrana
Equipe editorial Nova Fronteira: Shahira Mahmud, Adriana Torres, Claudia Ajuz, Gisele Garcia
Preparação de originais: Gustavo Penha, José Grillo, Sandra Mager
CIP-Brasil. Catalogação na fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
P878p
Porter, Eleanor H.
Poliana / Eleanor H. Porter ; tradução Paulo Silveira. - [Ed. especial]. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011.
(Saraiva de bolso)
Adaptação de: Pollyanna / Eleanor H. Porter
ISBN 9788520928547
1. Ficção norte-americana. I. Porter, Eleanor H. (Eleanor Hodgman), 1868-1920. Pollyanna. II. Título. III. Série.
CDD: 869.93
CDU: 821.134.3(81)-3
Livros para todos
Esta coleção é uma iniciativa da Livraria Saraiva que traz para o leitor brasileiro uma nova opção em livros de bolso. Com apuro editorial e gráfico, textos integrais, qualidade nas traduções e uma seleção ampla de títulos, a coleção Saraiva de Bolso reúne o melhor da literatura clássica e moderna ao publicar as obras dos principais artistas brasileiros e estrangeiros que tanto influenciam o nosso jeito de pensar.
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Com lançamentos mensais, os livros da coleção podem acompanhá-lo a qualquer lugar: cabem em todos os bolsos. São portáteis, contemporâneos e, muito importante, têm preços bastante acessíveis.
Reafirmando o compromisso da Livraria Saraiva com a educação e a cultura do Brasil, a Saraiva de Bolso convida você a participar dessa grande e única aventura humana: a leitura.
Saraiva de Bolso. Leve com você.
Capítulo 1
A senhora Paulina
Paulina Harrington entrou apressada na cozinha, contrariando seus hábitos, pois não tinha pressa para nada. A nova empregada, Nancy, que lavava pratos, ouviu a patroa chamá-la:
— Nancy!
— Senhora! — respondeu a empregada, sem parar o trabalho.
— Nancy! — repetiu Paulina com voz severa. — Quando eu chamar, deixe tudo o que estiver fazendo e preste atenção.
— Desculpe, estava acabando de lavar a louça. A senhora mesma mandou que eu fizesse isso.
— Não quero explicações, mas atenção — replicou a patroa.
— Sim, senhora — disse Nancy, que jamais sabia o que fazer para agradá-la.
Nancy nunca havia trabalhado fora de casa, até o dia em que perdeu o pai. E com a mãe doente, teve de se empregar para ajudá-la. Veio para a casa da senhora Paulina Harrington, herdeira de uma das mais ricas famílias da cidade. Em dois meses de convívio já conhecia o gênio da patroa: qualquer coisa a irritava e jamais se mostrava satisfeita, nem mesmo quando tudo corria bem.
— Quando acabar o serviço — disse Paulina —, limpe o quartinho do sótão. Arrume a cama, faça tudo com cuidado e não se esqueça de retirar as coisas e malas que estão lá.
— E onde ponho as malas?
— Lá mesmo no sótão, mas fora do quarto. — Depois de um instante, continuou: — Minha sobrinha, a senhorita Poliana Whittier, vem morar aqui. Tem 11 anos e ficará no quartinho.
— Vai ser ótimo! — exclamou Nancy, lembrando-se das irmãzinhas.
— É... talvez... — resmungou Paulina. — Não é bem o que penso... Mas como dou importância a parentesco e sei cumprir minhas obrigações, tenho de fazer por ela o que for preciso.
— Sim, senhora — Nancy ficou meio sem graça. — A casa ficará mais alegre com a menina, a senhora vai gostar.
— Obrigada — disse secamente a patroa. — Não sinto muita necessidade disso...
— É claro que a senhora vai gostar da menina, sua sobrinha — disse Nancy, já pensando em criar um ambiente agradável para a mocinha que ia chegar.
— Ora! — resmungou Paulina. — Só porque minha irmã teve a triste ideia de se casar e pôr no mundo mais uma criatura, não há razão para que eu goste dela. Enfim, como conheço minhas obrigações... Agora, trate de arrumar o quarto, ouviu?
— Sim, senhora — respondeu Nancy, voltando ao serviço, enquanto Paulina, com arrogância, saía da cozinha.
Já no quarto, Paulina releu a carta que recebera dois dias antes e que tanto aborrecimento lhe causara:
Cara Senhora,
Sinto muito informá-la que o reverendo John Whittier morreu há duas semanas. Deixou uma menina de 11 anos e poucos livros. Como a senhora sabe, o reverendo era pastor de uma humilde paróquia e ganhava apenas o suficiente para o seu sustento e o da filha.
Como ele foi casado com sua irmã, já falecida, tomei a liberdade de consultá-la sobre a possibilidade de encarregar-se da educação da menina, ainda que as relações entre as duas famílias estejam estremecidas... Eis a razão desta carta.
A menina está pronta para viajar e, se a senhora estiver de acordo, gostaria de receber instruções o mais depressa possível. Conheço uma família que seguirá em breve para Boston e poderá levá-la, colocando-a depois no trem de Beldingsville. De qualquer modo, a senhora será avisada da partida e do trem em que Poliana seguirá.
Aguardando sua resposta, subscrevo-me atenciosamente,
Jeremias O. White
Paulina tornou a guardar a carta no envelope, com a testa franzida. Havia respondido a carta, concordando com a vinda da menina. Mesmo não gostando nada dessa situa-ção, tinha de cumprir seu dever.
Lembrou-se de Joana, a irmã mais velha, mãe de Poliana. Joana tinha se casado com apenas vinte anos, contrariando a família. O marido era pastor, com muito entusiasmo pela missão e pouco dinheiro no bolso. Por ele, Joana desprezara um bom pretendente, com quem a família simpatizava: mais velho que ela, porém muito rico. Joana tanto teimou que acabou se casando com o pastor. Foram morar no Oeste, e passou a viver o dia a dia de uma esposa de missionário pobre.
Foi assim que as famílias cortaram relações. Paulina, a caçula das irmãs, se lembrava de tudo, apesar de ter apenas 15 anos na época. De vez em quando, recebia cartas do Oeste. Joana havia comunicado o nascimento de Poliana, batizada com este nome em homenagem às irmãs Paulina e Ana. Na última carta, contara como haviam morrido os outros filhos. Uma outra carta, enviada pelo pastor, anunciava que Joana morrera. E agora era o pastor que acabava de morrer, deixando Poliana. Olhando para o extenso vale, Paulina recordava acontecimentos daqueles 25 anos.
Pensativa, agora, com quarenta anos e... sozinha. Pais, irmãs e parentes já tinham falecido, tornando-a única herdeira da fortuna da família. Os amigos, com pena da solidão em que ela vivia, aconselhavam-na a arrumar uma companhia. Ela resistia, dizendo que gostava de ficar só. Agora, porém, a situação era outra.
Paulina assumiu um ar de decisão, os lábios comprimidos. Estava contente consigo mesma: era mulher de princípios morais rígidos, cumpridora de seus deveres, mesmo que fossem desagradáveis. Tinha bons sentimentos. Mas — Poliana! — que nome ridículo!
Capítulo 2
O velho Tomás e Nancy
O quartinho do sótão foi bem-varrido e espanado, especialmente nos cantos. Nancy passava o pano molhado no assoalho, com muita força, não para tirar possíveis manchas, mas sim para espantar certas ideias que lhe ocorriam. Embora submissa, Nancy nada tinha de boba.
— Eu... — murmurava, esfregando o assoalho — também queria... varrer... os cantos de sua alma... — E, parando para descansar, continuava: — Deve ter muitos cantos precisando de limpeza. Que ideia! Deixar a menina num quartinho abafado e feio, quando há tantos quartos grandes e confortáveis no resto da casa. Imagine! ...trazer ao mundo mais uma criatura...
Essa é muito boa! Acredito que não tenha lugar que precise mais de um sorriso de criança do que esta casa.
Nancy se levantou, olhou em volta e achou o quartinho muito triste. Disse, franzindo o nariz:
— Já acabei. Não há mais poeira. Mas, coitada da menina, que lugar arrumaram para ela viver, sem mãe e longe da terra onde nasceu. — E saiu, batendo a porta sem querer. — Hum! — exclamou e, em seguida, erguendo os ombros, disse: — Pouco me importa! Bati a porta e pronto!
À tarde, foi ao jardim para conversar com o velho Tomás, jardineiro que trabalhava na casa há muitos anos e que cuidava dos canteiros, lutando contra azedinhas e tiriricas.
— Já sabe da novidade? — perguntou ao velho Tomás, com ar de mistério. — Vamos ter uma menina morando aqui.
— O quê? — estranhou o velho, levantando-se depressa apesar das cãibras.
— Isso mesmo — insistiu Nancy. — É uma garotinha de 11 anos, filha da falecida irmã da senhora Paulina.
— Não pode ser! — resmungou o velho Tomás, e seus olhos azuis brilhavam de emoção: — A filhinha da senhora Joana, a única de seus filhos que sobreviveu... Até que eu gostaria de vê-la aqui...
— Quem era a senhora Joana? — perguntou Nancy.
— Um anjo que veio do céu. Pena que os pais dela não sabiam disso. Para eles, era apenas a filha mais velha. Tinha vinte anos quando se casou e foi embora. Todos os filhos da senhora Joana morreram, só essa menina escapou.
— Já fez 11 anos — disse Nancy.
— É... deve ter essa idade — concordou o jardineiro, balançando a cabeça como se estranhasse a velocidade com que o tempo passa.
— Sabe onde vai ficar? No quartinho do sótão. — Nancy olhou em volta com medo de ser ouvida.
— Que fará a senhora Paulina com uma criança em casa? — O velho Tomás fez uma careta, sorrindo em seguida.
— Quero saber é o que vai ser dessa criança com a senhora Paulina — observou Nancy.
— Você não gosta muito da patroa, não é? — E, retomando o trabalho, acrescentou: — É porque você não a conhece bem. Ela é humana. Sabe que já teve até um amor?
— A senhora Paulina?! — exclamou Nancy. — Essa, não! Não posso imaginar que a senhora Paulina foi amada um dia.
— Pois foi amada, sim, e muito. Por alguém que ainda mora na cidade — respondeu o velho.
— Alguém que eu conheço?
— Não posso dizer nada. — Tomás levantou-se, e Nancy viu estampada em seus olhos azuis a lealdade de uma vida inteira a serviço da família.
— Incrível! — insistiu Nancy. — A senhora Paulina com um namorado! Nossa!
— Você diz isso porque não conheceu a patroa como eu a conheci. Era linda, e ainda seria se não fosse...
— Linda? A senhora Paulina?
— Sim, se ela não usasse aquele cabelo esticado para trás e se usasse outros vestidos, você veria que ainda é bonita. E não é velha, não!
— Então sabe fingir. É uma artista...
— Talvez. Ficou assim depois que brigou com o namorado. Desde então, parece que se alimenta de serpentes. Ficou outra pessoa.
— Pois eu acho que ela sempre foi assim — disse Nancy. — Mesmo sendo o senhor quem me conta, não acredito que ela tenha alguma bondade no coração. Eu só trabalho aqui porque minha mãe está doente e precisa do dinheiro que ganho. Mas logo que puder, vou-me embora e não ficarei com saudades. O senhor vai ver...
O velho Tomás fez um gesto com a cabeça.
— Eu sei. Já percebi isso, mas não será bom para você, vai se arrepender, acredite. — O velho curvou-se sobre as flores.
— Nancy! — gritou uma voz estridente.
— Estou indo, senhora! — respondeu Nancy, correndo em direção à casa.
Capítulo 3
A chegada de Poliana
Paulina segurava o telegrama anunciando a chegada de Poliana para aquele dia, 25 de junho, às quatro da tarde. Com expressão grave, foi até o quarto que mandara preparar para a sobrinha e passou a vistoriar tudo.
A pequena cama, bem-arrumada, duas cadeiras, um lavatório, um guarda-roupa sem espelho e uma mesinha, era tudo o que tinha nele. Nada de enfeites ou cortinas. Durante o dia, o sol o aquecia tanto que mais parecia um forno. As vidraças não tinham telas e estavam fechadas. Por isso, uma enorme mosca voava, batendo nas paredes, tentando sair. Paulina matou o inseto e, entreabrindo a janela, jogou-o fora. Mudou uma cadeira de lugar e saiu. Da porta da cozinha, advertiu Nancy:
— Há moscas no quarto da menina. Não quero as janelas abertas antes que coloquem as telas que encomendei, ouviu? Agora, apronte-se para ir à estação. Você vai com Timóteo, no carro pequeno. No telegrama está escrito que a menina é loura, usa vestido xadrez e chapéu de palha. É tudo, vá!
— Está bem. E a senhora?...
— Não preciso