Entre a Esquerda e a Direita: Uma reflexão política
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Sobre este e-book
Eu enviei perguntas para que ambos os convidados respondessem sem que soubessem previamente da resposta um do outro. O meu intuito foi poder demonstrar que o embate de ideias é não somente saudável, como extremamente necessário para a boa Política. Afinal, a política comprada pelos grandes corruptores não tem mais quase espaço para qualquer tipo de ideologia – é o que eu costumo chamar de Grande Negócio Eleitoral.
E, também vale lembrar, o objetivo final do embate de ideias não é “exterminar” a opinião contrária – isto sim, seria uma Ditadura, quando alguém se presta a governar sem dar chance da oposição se manifestar. Aqui ambos os convidados tiveram pleno espaço para a manifestação e, quem sabe até, algumas conclusões em comum.
O mediador.
***
[número de páginas]
Equivalente a aproximadamente 78 págs. de um livro impresso (tamanho A5).
[sumário, com índice ativo]
- Introdução
- Cap.1: O que são, afinal, a Direita e a Esquerda?
- Cap.2: Como trazer as ideologias de volta a Política?
- Cap.3: Qual é a reforma fiscal ideal?
- Cap.4: Como blindar a democracia dos projetos de poder?
- Cap.5: É viável tornar o capitalismo sustentável?
- Cap.6: A quem interessa a polarização entre PT e PSDB?
- Cap.7: Os comentários
- Notas
[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]
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Entre a Esquerda e a Direita - Rafael Arrais
Introdução
Com as manifestações de Junho de 2013, até hoje longe de terem sido totalmente compreendidas mesmo pelos mais proeminentes analistas políticos, tive a esperança de que o debate político tivesse uma nova primavera
no Brasil, já que contamos com muitos jovens que mal viveram a época da Ditadura Militar, e talvez nunca tenham se dado conta do quão importante é um engajamento político genuíno – ainda que seja somente para arejar as ideias.
Por alguns meses, acreditei piamente que a Reforma Política voltaria ao centro do debate, e que o sistema de financiamento das eleições, que hoje são caríssimas, fosse discutido exaustivamente. Mas veio o segundo turno das eleições presidenciais de 2014 como uma pá de cal em qualquer sonho que eu pudesse nutrir de um debate político mais construtivo e menos desconstrutivo
(para usar um termo em voga entre os marqueteiros, na época).
Foi então que me veio à mente a ideia de trazer de volta um formato de debate
que utilizei em meu blog, o Textos para Reflexão, há alguns anos, quando convidei um ocultista (Marcelo Del Debbio) e um cético (Kentaro Mori) para falarem sobre espiritualidade e ciência. Desta feita, é claro, a minha ideia foi chamar dois debatedores para falar de Política – cada um representando um dos seus espectros ideológicos.
Ao longo desta série eu enviei perguntas para que ambos os convidados respondessem sem que soubessem previamente da resposta um do outro. O meu intuito foi poder demonstrar que o embate de ideias é não somente saudável, como extremamente necessário para a boa Política. Afinal, a política comprada pelos grandes corruptores não tem mais quase espaço para qualquer tipo de ideologia – é o que eu costumo chamar de Grande Negócio Eleitoral.
E, também vale lembrar, o objetivo final do embate de ideias não é exterminar
a opinião contrária – isto sim, seria uma Ditadura, quando alguém se presta a governar sem dar chance da oposição se manifestar.
Aqui ambos os convidados tiveram pleno espaço para a manifestação e, quem sabe até, algumas conclusões em comum. Bem, faltou somente apresentá-los:
Alfredo Carvalho é engenheiro civil e servidor público federal, com atuação em diversos empreendimentos de infraestrutura do país. Paralelamente, dedica-se ao estudo autodidata de temas em filosofia, religião, esoterismo e política, e é editor dos sites Blog do Alfredo Carvalho e Editora Alta Cultura.
Igor Teo escreve para internet abordando temas como psicologia, espiritualismo e questões sociais. Academicamente, tem atuado tanto em pesquisa na área historiográfica, como em atendimento psicoterapêutico de orientação psicanalítica. É autor dos livros A terapêutica da palavra e Conhecendo a Psicanálise, publicados nas Edições Textos para Reflexão.
Quanto a mim, Rafael Arrais, sou somente um cara que escreve um blog, e que espera ver uma vizinhança mais iluminada...
***
A estrutura deste livro segue o mesmo formato da série no blog, ou seja: se inicia com as 6 perguntas realizadas aos convidados (com as respostas de Alfredo Carvalho e Igor Teo), e se encerra com os comentários gerais do mediador.
Vale notar que ao longo da série tivemos mais de uma centena de comentários distribuídos ao longo dos posts. Eles refletiram o prolongamento
do debate não somente entre os convidados, como também contanto com a luxuosa participação de alguns leitores com grande conhecimento da Política.
Além disso, há muitas referências a fatos e estatísticas que se encontram em links ao longo do texto. Nada disso, infelizmente, pôde ser trazido para este livro – dessa forma, recomendamos aos leitores interessados em aprofundar seu conhecimento que não deixem de conferir os posts originais no Textos para Reflexão:
http://textosparareflexao.blogspot.com/2014/11/entre-esquerda-e-direita.html
1. O que são, afinal, a Direita e a Esquerda?
[Arrais] Uns dizem que tudo começou com Hobbes e Rousseau, mas a história mais aceita é a que diz que foi durante a Revolução Francesa a origem da separação ideológica entre os que sentavam à esquerda ou à direita no plenário da Assembleia Constituinte: os girondinos sentavam-se na direita e defendiam os atuais detentores do poder econômico, enquanto os jacobinos e os cordeliers sentavam-se na esquerda e defendiam a reforma do sistema. Séculos depois, atualmente costuma-se classificá-los entre socialistas e neoliberais...
No entanto, seria mesmo possível reduzir o pensamento político de um indivíduo ou grupo de indivíduos a esta dimensão restrita de esquerda
e direita
? Em suma, o que são, afinal, a Direita e a Esquerda?
[Teo] Primeiramente, gostaria de parabenizar pela excelente iniciativa e agradecer o convite para participar do debate. Antes de responder propriamente a questão, gostaria de apresentar um interessante recurso que nos ajuda a pensar este dilema: a Análise Institucional. O movimento institucionalista desenvolveu-se na França em meados do século passado e tem o Brasil hoje como um dos locais em que ele pôde fixar-se, tendo alcançado interessantes resultados, sobretudo na área da saúde mental.
Como afirma Gregorio Baremblitt em seu livro Compêndio de Análise Institucional e Outras Correntes, a sociedade é formada por uma rede de instituições, estas as composições lógicas, que segundo o grau de formalização que adotem podem ser leis, normas, e quando não enunciadas de maneira manifesta podem ser hábitos, costumes, crenças etc. Há diversos tipos de instituições, como a família, a divisão do trabalho, a educação, a religião, a justiça, todas com a função de regular a vida humana segundo seus próprios modos de organização.
Quando uma determinada ideia está bem consolidada, sendo amplamente aceita e repetidamente executada, dizemos que se trata do instituído. Quando surge uma nova ideia que deseja substituir a anterior, chamamos de instituinte. A Análise Institucional trata-se, deste modo, do estudo e prática da dinâmica instituído-instituinte.
O instituído é uma força conservadora, que tenta se manter presente, enquanto o instituinte é uma força revolucionária que tenta suplantar o instituído. Neste contexto, é muito importante entender que não se trata de bem ou mal, ou qualquer tipo de julgamento moral. Não é porque algo é novo que é bom, como não é porque algo é tradicional que significa ser melhor. O que hoje temos como instituído, um dia foi uma força instituinte que conquistou seu lugar, e o que hoje vemos como instituinte, muito provavelmente virá a se tornar um dia o instituído. É neste sentido que podemos entender as questões históricas e ideológicas entre Direita (instituído) e Esquerda (instituinte).
Desde que a burguesia assumiu o lugar principal na sociedade e o capitalismo se tornou instituído, podemos pensar a Direita como os defensores desta ordem, e a Esquerda como aqueles que visam combatê-la (ou ao menos tentar torná-la menos perversa, embora existam discordâncias se podemos chamar estes últimos realmente de esquerda). Deste modo, só faz sentido pensar em Direita e Esquerda no contexto de nossa sociedade. Ainda que o capitalismo tenha se reformulado cada vez que enfrentou uma crise e as características da burguesia