Estudando André Luiz: A Desencarnação
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Estudando André Luiz - Saulo Monteiro
Abiografia de André Luiz é antes uma ‘espiritografia’, já que aquilo que conhecemos da vida do encarnado é muito pouco e, via de regra, especulativo. Sabe-se que, em sua última encarnação, André Luiz foi um médico carioca, que, muito semelhantemente à média da humanidade (e nós estamos, mais ou menos, incluídos nesse perfil psicológico), soube sem praticar e agiu sem sentir. Permanecendo durante a encarnação na esfera dos que dormem para a vida real, preferindo os baixos prazeres – sempre tão fugidios – André desencarna vítima da sífilis e de outros pequenos abusos.
Essa espiritografia (também biográfica, já que a vida é eterna), porém, tem uma característica particular: ela é bibliográfica. Quer dizer, tudo o que sabemos sobre a vida de André Luiz é narrado por ele em 13 livros – pertencentes à coleção "A Vida no Mundo Espiritual – a começar por Nosso Lar. Essas obras, em conjunto, são capitais tanto para se entender o gradativo desenvolvimento e aprendizado desse Espírito, quanto para vislumbrarmos um amplo retrato do que vem a ser a vida no Mundo Espiritual.
E a história de André Luiz é a de um homem que chega à Vida Maior sem consciência de si, permanecendo por oito longos anos numa esfera vibratória que caracterizava perfeitamente seu estado mental: estava perdido, atormentado, aflito, angustiado. Ele estava no Umbral.
Como já sabemos, a descrição que Nosso Lar faz desse conceito não é de um inferno exterior, mas algo inerente ao tônus mental de André, tão parecido em alguns momentos aos nossos, em que deixamos inquietação e revolta se apossarem de nós.
Conforme vai despertando, acalmando-se, André Luiz abre os olhos da alma, ora e recebe, como todo filho arrependido, a visita do Alto, que, pelas mãos de Clarêncio, o recolhe. Mais tarde ainda, na posição extrema do curioso que chega ao país desconhecido, André recupera-se, reaprendendo a trabalhar. Compreendendo agora as relações pessoais por outro prisma, entende a fraternidade e se propõe a servir. O processo é lento, mas efetivo, pois a transformação vai se revelando ao longo da série A Vida no Mundo Espiritual
, em que percebemos – claramente – como a transformação se dá: de um André deslocado em Nosso Lar, achamos um André quase Guia
em Sexo e Destino, onde já demonstra autonomia para diversas tarefas.
Foram muitos mestres, muito esforço, paciência e, sobretudo, boa vontade. O que a nós sempre impressiona na narrativa de André é a simplicidade com que coloca as questões. Ora ele, ora Hilário (um amigo seu de muitos momentos), representam nossa incipiência no saber e nossa condição mediana no amar. Arriscamos afirmar que essa talvez tenha sido a característica que o fez, na Casa de Léon Denis (CELD), por exemplo, tomar para si o trabalho com a juventude, uma vez que o jovem traz, por natureza, essa curiosidade quase impulsiva em si.
Somente ler André Luiz é impossível! Ele precisa ser estudado, debatido, contextualizado, de forma a aproveitarmos cada ângulo de sua obra, que, a nosso ver, é a grande aplicação prática de tudo quanto a Codificação kardequiana nos ensina. Se aprendemos que Kardec ensina e Denis convence pelo raciocínio, diríamos que André aplica!
Apliquemos a nós esse modelo apresentado por André Luiz em sua biografia espiritual e, certamente, venceremos antecipadamente! Estudar André Luiz será sempre uma oportunidade renovada de saber; e quem sabe, faz a hora, não espera acontecer...
Y
Este é o primeiro volume de uma série que se propõe, como algumas outras coleções disponíveis nas prateleiras espíritas, a vasculhar uma literatura que, apesar de complementar e específica, se tornou tão importante ao entendimento espírita do Mundo Espiritual. Trata-se da série A Vida no Mundo Espiritual
, da Editora FEB, também conhecida, em justa homenagem do senso comum, como Coleção André Luiz.
Não temos a pretensão, obviamente, de acrescentar um ponto que seja às descrições ou reflexões tão profundas deste que foi mais do que o repórter do mundo dos espíritos, mas o revelador de ângulos essenciais das consequências do livre-arbítrio, desdobrando a lei de Ação e Reação e focando os porquês da vida do espírito, que sopra onde quer. A estratégia aqui será simples, apesar de grandiosa: a cada livro de André, tomaremos dois grandes temas dali depreendidos. Cada um desses temas comporá um livreto, que lhe será entregue como este, à guisa de facilitador na exploração insubstituível da literatura do médico desencarnado.
Para tal, começaremos pelo início: Nosso Lar – o primeiro livro de André Luiz – é o de apresentação geral do plano de seu trabalho: descrever o Mundo Espiritual naquilo que sua vivência pessoal apresentou. O livro não tem a intenção, a nosso ver, de revolucionar o entendimento espírita, mas muitos véus que caem com a Codificação espírita estão ali exemplificados, seja pelo estilo próprio do romance (e a competência do autor em fazê-lo), seja pela proposta organizacional do trabalho de Emmanuel em nossas fileiras, tão bem exposto no prefácio de Nosso Lar. Assim diz o Benfeitor:
De há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis à legítima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligadas ao planeta
.
O primeiro tema estudado de Nosso Lar será A Desencarnação
. Sem nos prendermos tanto aos detalhes relativos aos aspectos técnicos do desenlace (apesar de fazermos sobre isso um rápido enfoque), iremos nos debruçar sobre as consequências das escolhas humanas quando no post mortem. Nosso objetivo é, então, refletir acerca da responsabilidade individual no processo da desencarnação.
Venha conosco, leitor amigo, mergulhe em Nosso Lar e explore com André os escaninhos da alma humana, do seu coração, no esforço da avaliação de si mesmo, rumo ao futuro construído pela força da vontade e abençoado por Deus.
Y
Após a morte do corpo físico a alma se encontra tal qual vive intrinsecamente.
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Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, item 257.
Sem a ideia de reencarnação, a de justiça torna-se inalcançável!
Não há exagero ou fanatismo na afirmação. O que vamos abordar nesse capítulo de abertura será um breve histórico das visões de morte e suas implicações morais, ou seja, as diversas maneiras de se ver o fenômeno da morte como justo; aliás, procedimento já feito por Allan Kardec, principalmente na obra O Céu e o Inferno. Sem fazer uma mera recapitulação enfadonha da Codificação, percebamos quão mais fortalecida a tanatologia [1] espírita fica após uma confrontação com os argumentos atuais sobre a morte.
A maneira pela qual o conteúdo será direcionado terá como base a pergunta 628 de O Livro dos Espíritos, que nos induz à humildade de não querermos ser os donos da verdade e de não ficarmos restritos a alguns determinados campos do conhecimento humano. Nesse impulso de certificar que em tudo existem germens de grandes verdades [2], aproximaremos conceitos que parecem, num primeiro momento, antagônicos e inconciliáveis. E finalmente, como objetivo principal do livro, nosso intento é observar como a obra Nosso Lar ilustra o que a universalidade do ensino dos Espíritos trouxe por meio da Codificação.
Para não cansar o leitor, comecemos, sem mais introduções.
Duas grandes respostas podem circular na mente humana terrena quando se pergunta o que é a morte? Ou é fim do que chamamos de vida ou é a sua continuação em outras formas. A partir dessas duas respostas, surge um mundo de filosofias, que tem, como pano de fundo, o monismo – que vê a matéria como única soberana – ou o dualismo – que adiciona o princípio espiritual para dividir o reinado com a matéria. Na Codificação, veremos esses dois grandes conceitos intencional, clara e constantemente colocados um em oposição ao outro: o materialismo e o espiritualismo [3].
O materialismo, hoje em dia, tomou o campo científico e traduz o pensamento de grandes intelectuais; situação já denunciada, se não em todas, pelo menos na maioria das publicações de Léon Denis, em sua época, dando sequência às observações de Allan Kardec. Ambos constataram que a ascensão desse conceito filosófico teve origem na fraqueza das ideias espiritualistas (religiosas) daqueles tempos, inconsistentes e contrárias à lógica e, até, à própria moral que defendem.
Entre os tiros e arranhões dessa guerra surge o Espiritismo, tomando pontapés dos dois lados, mas que, ao contrário de o enfraquecer, tornam-no mais forte e mais claro [4].
O surgimento do Consolador nesse contexto belicoso talvez tenha sido para ficar mais claro o seu papel de conciliador, simbolizado pela união, antes dada como impossível, entre fé e razão [5]. Então veremos as cartas diplomáticas que o Espiritismo apresenta para a (ainda atual) guerra entre o materialismo e o espiritualismo nos artigos que remetem à morte.
Três ideias nascerão das duas respostas possíveis sobre o que é a morte. Elas serão assim intituladas:
1. A morte como fim;
2. a morte como juízo final;
3. e a morte como juízos intermediários.
A morte como fim
Os representantes da linha do pensamento em que a morte é o marco final da individualidade