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Fuja, Meu Anjo
Fuja, Meu Anjo
Fuja, Meu Anjo
E-book169 páginas2 horas

Fuja, Meu Anjo

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Sobre este e-book

Um romance paranormal entre um anjo caído e uma humana.

Azazel é o primeiro dos anjos caídos, aquele a quem todos recorrem quando têm um problema. Então, quando seu antigo vizinho lhe pede para hospedar uma mulher fugitiva, ele aceita sem hesitar. Esta mulher irá lhe afetar profundamente e Azazel começará a esperar a mesma felicidade que seu irmão Baraqiel tem com Caitlyn. Só que, para que isso aconteça, cada uma dessas almas torturadas terá que fazer as pazes com seu passado.
IdiomaPortuguês
EditoraTektime
Data de lançamento19 de jul. de 2021
ISBN9788835426486
Fuja, Meu Anjo

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    Fuja, Meu Anjo - Virginie T.

    Capítulo 1

    Mallory

    Ele anda em círculos, os lábios contraídos e as costas rígidas. Eu o conheço muito bem. Sei que ele segura as palavras, mas morre de vontade de jogá-las na minha cara. Você precisaria ser um masoquista para querer ouvi-las. Não o sou, nem de longe, mas acho o silêncio e as coisas por dizer ainda mais cruéis. Mais destrutivos também. No entanto, estou convencida de que um casal só pode permanecer junto com uma boa comunicação. Como você quer consertar uma situação, se a outra pessoa não fala? Já ouviu falar de um negociador que não diz uma única palavra para desarmar uma situação? Bem, é a mesma coisa.

    — Fale-me.

    Ele me fuzila com os olhos e estou quase tentada a recuar. No entanto, não é do meu temperamento. Não fui criada assim. Sou uma lutadora, não desisto das dificuldades, enfrento-as de cabeça erguida, sejam quais forem as consequências.

    — Diga-me o que está pensando.

    Diante da insistência, ele cede. Ou melhor, explode e sua raiva me atinge como um soco no estômago.

    — Você se demitiu! De novo! Droga, Mallory! Estou farto de você não se sustentar em um emprego por mais que algumas semanas, farto de lutar para manter nossas cabeças acima da água enquanto você, obviamente, não dá a mínima! Você só pensa em si mesma, Mal.

    Repetidas vezes, as mesmas reclamações durante meses. Sei que sou muito inconstante profissionalmente. Ainda sou jovem e, aos vinte e seis anos, ainda procuro o meu caminho, testo, engano-me e mudo. É apenas nesta área em que me sinto indecisa. Fora isso, sei o que quero da vida: um marido, filhos, uma casa. Resumindo, um conto de fadas, ao estilo Cinderela, como você vê em revistas e histórias de amor. Nasci em Manhattan e morei lá até os doze anos. Nem sempre foi fácil. Sempre fui uma garota imprudente, um pouco destemida e um tanto rebelde em relação à autoridade, e sempre me meti em problemas. Não fui má aluna, tampouco uma colegial excepcional. Resumindo, era comum e considerei nossa partida para Montreal como um novo começo na vida. Eu tinha apenas doze anos, mas de tanto ouvir meus pais me dizerem que eu acabaria mal, acabei acreditando neles e disse a mim mesma, no dia de nossa mudança, que seria um jeito para afastar a má sorte. Surpreendentemente, fiz novos amigos com sotaque musical, esforcei-me bastante nas aulas e até obtive um diploma na área do comércio. O problema era que minha vida carecia de fantasia e energia. Eu queria brilho na minha vida. Tudo estava um pouco monótono. Na verdade, eu era jovem e morria de tédio.

    Meu encontro com Brandon foi como um segundo fôlego, um renascimento. Só preciso olhá-lo para me lembrar como se fosse ontem. Com minha amiga Beth, decidimos sair para beber alguma coisa e relaxar, depois de um dia duro de trabalho como garçonete em um pequeno restaurante qualquer na estrada. Meus pés estavam pegando fogo e a ideia de me sentar e ser servida dessa vez era como o paraíso. Nós nos arrumamos e saímos de braços dados. A dupla dinâmica. A loira e a morena. A atraente e a… eu. Para resumir… uma vez no bar, começamos a conversar como amigas e a observar os espécimes masculinos ao redor, como em qualquer saída noturna que se preze. Afinal, éramos solteiras e ver nunca fez mal a ninguém. Brandon então se aproximou de mim, ou melhor, foi até o bar para pedir uma bebida e eu, perdida demais em minha contemplação, derramei meu copo em seus pés. Droga! A maior vergonha da minha vida. Estava murmurando desculpas intermináveis, enxugando seus sapatos com toalhas de papel. Ainda me lembro de sua risada, que arrepiou meus braços. E sua voz… uma voz sedutora que me disse que aquela foi a melhor bebida que ele já havia tomado. Não nos separamos desde então. Isso foi há dois anos.

    O período de lua de mel acabou e o pouso é difícil. Amo Brandon de todo o coração, mas suas críticas me magoam e enfraquecem nosso relacionamento a cada nova discussão.

    — Não era trabalho para mim.

    Ele dá uma risada de escárnio.

    — Nunca é trabalho para você. Quando você não se demite, são eles que a dispensam. Em qualquer caso, nunca dá certo e você começa de novo do zero. Estou cansado desta situação. Você não está?

    Da minha parte, não é o meu trabalho que me cansa. O que me esgota são essas discussões incessantes e a tristeza que sempre me envolve como uma segunda pele.

    — Vou encontrar outro trabalho que me seja mais conveniente.

    — Claro. Até que fique entediada de novo. Parece que você não se importa com nada.

    — Sim, eu me importo com você.

    Aproximo-me dele e ele me abraça. O aperto em meu coração afrouxa com esse contato.

    — Eu também a amo. Só quero que possamos construir nosso futuro e, para isso, precisamos de dois empregos para podermos pagá-lo.

    Suspiro profundamente. Eu o entendo, no fundo. Tenho as mesmas aspirações, os mesmos desejos.

    — Desejo um pequeno nosso, Mal. Isso requer finanças permanentes a longo prazo.

    Um filho? Um filho comigo? Ele se sente pronto para se envolver comigo a este ponto?

    — Você gostaria de ter um bebê?

    Tenho lágrimas nos olhos.

    — Você é a mulher da minha vida. Quero tudo com você. É hora de agir como um adulto.

    Eu o beijo até o sufocar.

    — Prometo fazer um esforço. Farei o que puder para encontrar um emprego e, no próximo ano, você terá que sair no meio da noite para satisfazer meus desejos de grávida.

    Ele se afasta de mim, com um sorriso.

    — Nesse meio tempo, é hora de preparar alguma comida. Lilas virá nos visitar para nos apresentar ao novo homem de sua vida.

    Claro! O novo, antes do próximo. Se eu mudo de emprego como quem muda de camisa, já para Lilas são os homens que não duram muito em sua vida. A amiga de Brandon, que me custou um bom tempo para apreciar, não é exatamente o tipo de pessoa que segue uma rotina de namoro! Quando meu homem nos apresentou, a princípio fiquei com ciúme. Sabê-lo tão próximo de tal bomba sexual era insuportável. De verdade! Lilas é o estereótipo do sonho masculino: pernas intermináveis, quadris estreitos, seios que transbordam nos decotes e lábios carnudos e sedutores. Até sua voz é um apelo ao sexo! Cada palavra, mesmo inócua, torna-se erótica em sua boca! Felizmente, Beth havia me mostrado a maneira como Brandon olhava para Lilas na época: como um irmão cuidando de sua irmãzinha para que ela não tivesse problemas. Considerando a maneira como ele me olha… seus olhos são quentes como brasa.

    — Beth vem com o Tom também. Ele ficará aqui no fim de semana e parece que eles têm boas notícias para nós.

    A refeição se realiza em um ambiente amigável. Lilas, Beth e Tom se conhecem há alguns meses e descobrimos que o recém-chegado Léon se adapta muito bem ao nosso pequeno grupo. Não esperava que um físico como o dele seria o de um pretendente de Lilas. Ela faz mais o tipo inconstante e sua prioridade são as aparências. Então, ela prefere voltar seus olhos para o arquétipo do grandalhão: alto, musculoso, bronzeado e… sem muita coisa na cabeça, desde que haja o necessário dentro das cuecas. Léon está longe de seguir esses códigos. Também não é feio, não vamos exagerar. Ele é apenas diferente. Com um metro e setenta e cinco de altura, é apenas um pouco mais alto do que eu. Em vez de uma barba de três dias, que faz os homens parecerem viris, ele exibe uma barba espessa de várias semanas que irritou instantaneamente minha pele quando me beijou para me cumprimentar. Apenas os músculos estão de acordo com aqueles antigos namorados dela. Léon tem bíceps do tamanho das minhas coxas, cobertos de tatuagens tribais que me intrigam. Curiosa por natureza, faço perguntas para descobrir o que seduziu nossa Lilas borbulhante.

    — Em que trabalha, Léon?

    — Sou técnico em informática. Rastreio cibercriminosos na web para ajudar a polícia.

    Uau. A coisa ficou séria. Estou impressionada. Lilas arrumou um bom partido?

    — Você faz um trabalho importante.

    Ele ri, uma risada grave, gutural, o que faz seus olhos se estreitarem, revelando algumas linhas finas nos cantos.

    — Tenho algumas facilidades nessa área. Na verdade, apenas digito no teclado o dia todo, confortavelmente sentado na minha cadeira, e envio um e-mail para a delegacia de polícia com todos os dados importantes que descubro.

    E modesto, além de tudo. Obviamente, Brandon precisa se intrometer. O irmão desconfiado e protetor está de volta.

    — Você não é um policial, então?

    — Não. Nunca conheci a maioria dos inspetores que me convocam. Trabalho como freelancer e, na maioria das vezes, tudo acontece de forma remota. É raro eu ter que ir lá. Sou mais do tipo caseiro.

    Intervenho antes que meu querido transforme este jantar em um fiasco, com comentários infundados e rudes.

    — Quem quer um café?

    Preparo as bebidas quentes com a ajuda da Beth, que parece estar nas nuvens.

    — O que você está sonhando?

    Ela balança a cabeça sem responder, fazendo seus cabelos loiros curtos voarem ao redor do seu rosto.

    — Vamos! Sou sua melhor amiga. Você não tem permissão para guardar segredos, sem contá-los para mim.

    — Você saberá tudo ao mesmo tempo que todos.

    — Beth! Não seja idiota. Vamos, o que é?

    Ela mantém a boca bem fechada. Da minha parte, tenho o suficiente para provocá-la.

    — Se você me contar o seu segredo, contarei o meu.

    Seus olhos se iluminam e ela aponta dois feixes de laser sobre mim.

    — Você não tem segredos. Você sempre me conta tudo no minuto em que algo acontece com você.

    — É verdade. Aconteceu pouco antes de você chegar e não tive tempo de ligar para você.

    Ela me examina, determinada a separar o verdadeiro do falso.

    — Você ainda está mudando de emprego?

    Meus ombros caem. Beth tem a mesma posição de Brandon no que diz respeito ao meu modo de administrar minha vida profissional, e uma discussão sobre o assunto é o suficiente por hoje. Não quero falar sobre isso de novo hoje.

    — Esse não é o assunto que nos interessa.

    Minha amiga entende a mensagem e, felizmente, não insiste. Em silêncio, agradeço-lhe, com o moral de repente baixo, por não corresponder à expectativa daqueles que mais importam para mim.

    — Tudo bem. Não me olhe com esses olhos de cachorro sem dono,

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