A Igreja que faz discípulos

Mais que um livro sobre discipulado, este é o guia que faltava para os líderes implementarem o discipulado como processo claro e estruturado em suas igrejas. Thiago Faria conseguiu transpor o o quê para o como e, passo a passo, ajuda os líderes a criarem uma estrutura que conduza as pessoas em seu processo de amadurecimento espiritual, independentemente da cultura local ou da denominação. Leitura indispensável para quem já entendeu que este deve ser o foco da igreja: fazer discípulos para Jesus!

Sara Macedo

Diretora do Instituto Resonare

Numa época de múltiplos interesses e oportunidades, corremos o risco de descuidar do que é básico, fundamental. Ainda mais grave quando passamos a considerar o básico como algo ultrapassado, desprovido de desafios. Com enfoque pastoral, profundo e criativo, este livro é um convite oportuno, um alerta, um estímulo a não perder de perspectiva o básico do chamado cristão: fazer discípulos.

Ziel Machado

Vice-Reitor Acadêmico do Seminário Teológico Servo de Cristo e pastor da Igreja Metodista Livre – Saúde (São Paulo/SP)

O discipulado encontra-se no centro da vida cristã e da missão da igreja. É uma jornada fascinante na qual cada cristão é conduzido pela Palavra, pelo Espírito Santo e pela comunidade da fé a tornar-se semelhante a Cristo, e a ajudar outros a fazerem o mesmo. É a vocação primária de todo cristão, mas tragicamente a mais negligenciada. Thiago Faria é um destes discípulos de Cristo que reconhece a necessidade e a urgência de a igreja discipular e ser discipulada. Neste livro, A Igreja que faz Discípulos, Thiago nos ajuda a compreender não só o significado, mas também a maneira como podemos ser e fazer discípulos. Meu desejo é que este livro inspire e encoraje você na extraordinária tarefa de formar homens e mulheres em Cristo.

Ricardo Barbosa

Autor, pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos em Brasília

O livro A Igreja que faz Discípulos traz uma contribuição muito especial às igrejas no Brasil. Nele você não encontrará lições prontas para novos convertidos ou um modelo pronto de discipulado. Pelo contrário, Thiago Faria, com sua experiência de consultoria a várias igrejas no Brasil e de sua prática pessoal de discipulado, ajudará você através de um passo a passo a construir um modelo próprio que atenda o contexto particular de seu ministério de acordo com o entendimento bíblico do verdadeiro discipulado. Para alcançar esse fim, o autor faz uma revisão dos princípios do discipulado, propõe ferramentas, método e processo para você e sua equipe ministerial construírem o próprio modelo de discipulado de sua congregação.

Hilquias Benício

Pastor presidente da Assembleia de Deus Cidade Funcionários – Fortaleza (CE)

1. edição. maio 2022

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

1. Discipulado : Cristianismo 268

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Para Luca,

meu discípulo mais importante.

SUMÁRIO

Agradecimentos

Prefácio

Introdução

PARTE I — O QUE É DISCIPULADO?

1. O que é discipulado?

2. O que é ser discípulo de Jesus?

PARTE II – IMPLANTANDO O DISCIPULADO

Introdução

3. A quem discipular?

4. Como desenvolver as trilhas de discipulado?

5. Quais são as estratégias de cada passo do discipulado?

6. Quais materiais escolher?

7. Começando a implementar

PARTE III – FOCANDO A IGREJA NO DISCIPULADO

8. A centralidade do discipulado na igreja

9. Definindo um propósito para a igreja

10. Alinhando a igreja

Considerações finais

Referências Bibliográficas

ANEXO I — Como formar o grupo de trabalho

ANEXO II — Passos de discipulado

ANEXO III — Trilhas de discipulado

AGRADECIMENTOS

Apesar de ter o meu nome na capa do livro, o conteúdo deste material foi forjado ao longo de anos através da experiência de muitas pessoas. A prática da implementação do discipulado foi feita com muitas igrejas, pastores e líderes com quem trabalhei nos últimos anos. A essas pessoas sou muito grato pela confiança em aplicar ideias, caminhos e metodologias para chegar a algumas conclusões que hoje estão maduras, a ponto de podermos publicar um livro. Também sou grato a todas as pessoas que discipulei e com quem caminhei em grupos de discipulado. Elas foram essenciais para que eu experimentasse o que é ser discípulo, discipular outros e ajudar igrejas a construírem um caminho de discipulado em suas comunidades.

Quero agradecer, também, a minha amiga Sara Macedo e ao meu líder e mentor Josué Campanhã, que contribuíram significativamente para a construção do texto e a definição das metodologias na implementação das igrejas. Suas observações, críticas e incentivos fizeram toda a diferença. O querido pastor Hilquias também trouxe considerações e percepções importantes na leitura do texto.

Também sou muito grato aos meus mentores ao longo da vida, pessoas que ajudaram a construir o meu pensamento e entendimento do Evangelho e de Igreja hoje, como Ziel Machado e Ricardo Barbosa, que inclusive leram antecipadamente o texto do livro e fizeram excelentes considerações. Além deles, outros mentores foram importantes na construção da minha trajetória como discípulo e cidadão do Reino, como Valdir Steuernagel, Ed René Kivitz, Analzira Nascimento, os meus discipuladores da juventude Marcus Mendes e Nanci Ribeiro, os meus pais e muitos outros que são presentes de Deus em minha vida.

E não poderia deixar de agradecer à minha esposa Larissa, por ter sido minha maior incentivadora ao longo de todo o caminho e ter me dado todo o suporte que era necessário.

PREFÁCIO

Não basta querer discipular, é preciso um processo. Nas últimas três ou quatro décadas, o tema discipulado cresceu e as igrejas começaram a se conscientizar da essência da Grande Comissão. Mais do que isso, começaram a entender que essa é a única coisa que Jesus mandou que fizéssemos e todas as demais dependem dessa.

O discipulado é um pilar por meio do qual os novos discípulos ganham outros para Jesus e os discipulam, exercem influência na sociedade, lutam pela justiça social, estruturam suas famílias, formam espiritualmente a nova geração, usam suas atividades profissionais para cumprir sua missão, e a lista de atividades só aumenta.

No entanto, apesar de as igrejas estarem falando muito sobre discipulado, a maioria delas tem muitas perguntas não respondidas: Como implementar o discipulado na igreja? Discipulado e célula ou pequeno grupo são a mesma coisa? Discipulado é uma classe para batismo? Quanto tempo dura o discipulado? Existe uma única forma de implementar discipulado?

A grande maioria dos livros e materiais que existem sobre discipulado tem se concentrado em explicar o que é ou em apresentar um modelo de implantação que está associado a algum modelo de ministério.

Thiago apresenta neste livro um processo para implementar o discipulado na igreja, que responde a essas e a muitas outras perguntas. Ter o discipulado como base na igreja não é o problema, a questão é como implementá-lo. Esta é uma das principais perguntas respondidas neste livro.

A partir de diversas experiências vividas nos últimos anos, dando consultoria para igrejas e denominações e ajudando igrejas a implementar o processo de discipulado, Thiago sistematizou esse aprendizado prático aqui e compartilha isso com pastores e igrejas.

Certamente, se sua igreja quer cumprir a missão de Jesus e se você quer migrar de um modelo de igreja baseado em atividades para um modelo que gera discípulos, terá aqui muitas respostas práticas para suas angústias.

Este material também é parte do Programa de Capacitação de Líderes da Envisionar chamado A igreja que faz discípulos. Thiago foi peça fundamental na construção do programa que já ajudou centenas de igrejas a saírem do sonho para a prática da implantação de um processo de discipulado.

Espero que este material também ajude você nessa tarefa e que a sua igreja faça muitos discípulos de Jesus e gere transformação no mundo.

JOSUÉ CAMPANHÃ

Líder da Envisionar

INTRODUÇÃO

O pr. Antônio sempre quis desenvolver melhor o discipulado em sua igreja. A sua sensação era de que muitas pessoas em sua igreja tinham parado de crescer na fé e estavam acomodadas; a razão disso era por não terem claro como se cresce na fé. Ele já havia lido diversos materiais e visitado algumas igrejas que desenvolviam diferentes modelos de discipulado, mas ainda tinha dúvidas sobre qual seria o melhor jeito e momento de começar algo nessa direção. Ele tinha convicções profundas e falava a respeito disso com sua liderança, mas o pr. Antônio sabia que ainda não tinha conseguido implementar uma mentalidade e cultura de discipulado em sua igreja. Ele também sabia que não se tratava apenas da escolha de um ou mais materiais, mas de construir uma cultura em sua igreja a ponto de as pessoas poderem crescer na fé e levar outras a crescerem continuamente.

Por todo lugar que ando, ouço histórias como a do pr. Antônio. Pastores e líderes falando sobre como acreditam na importância do discipulado e como isso pode ser uma força em sua igreja, mas nada disso se tornou realidade ainda. Quando faço duas ou três perguntas sobre o que a liderança entende por discipulado, ou sobre como acreditam que ele deve existir na prática, normalmente as respostas parecem desaparecer da conversa. Também ouço líderes e pastores um pouco vaidosos dizerem quê tem um discipulado efetivo na igreja, mas, quando questiono sobre dois ou três pontos importantes a respeito de seu modelo ou visão, já vejo dúvidas e expressões que demonstram a grande dúvida do como assim?.

Desenvolver uma mentalidade e cultura de discipulado não é algo que se faça com uma pregação ou com uma série de mensagens, nem mesmo criando uma classe de estudos bíblicos, nem estimulando todos a lerem um livro muito bom sobre o assunto. Isso se faz por meio de um processo estruturado que parte da compreensão profunda do discipulado por parte da liderança, que não apenas sabe, mas vivencia um processo experiencial de crescimento na fé. A partir dessa vivência, é possível imaginar meios para o crescimento de outros e que envolvam um caminho sugerido de transformação de vida.

Quando eu era adolescente, tentei iniciar por conta própria um processo de discipulado com um grupo de amigos na igreja. Senti a necessidade de crescermos juntos na fé e decidi trabalhar com eles o conteúdo do livro Segue-me 1,¹ de Ralph Neighbour. Foi uma experiência marcante, mas, como a cultura de discipulado ainda não estava presente, depois de trabalhar esse material com aquelas pessoas, não sabíamos como continuar o processo e paramos. Depois de um tempo, fui convidado a ser discípulo de uma pessoa que me explicou exatamente o que era ser discípulo de Jesus, como discipular outros e como continuar a crescer na fé. A diferença estava entre fazer algo pontual e fazer algo dentro de um processo estruturado.

No meu trabalho no ministério da Envisionar, tentamos ajudar igrejas a implementarem uma cultura e uma mentalidade de discipulado. Normalmente apontamos caminhos possíveis para que as igrejas implementem seu próprio processo de discipulado a partir do seu DNA e do que Deus as está chamando para aquele tempo e contexto. Também indicamos livros que possam servir de referência para a implementação dessa cultura.

Entretanto, com o tempo, comecei a perceber que, apesar de indicarmos caminhos e livros bons, muitos pastores e líderes tinham dificuldade de colocar em prática as conclusões a que tinham chegado e de traduzir certos ensinamentos para a sua igreja. Além disso, cada livro descreve uma parte do processo de implementação do discipulado da igreja, mas sempre deixa alguns assuntos de fora. Um livro muito bom, por exemplo, que elucida o que é ser discípulo de Jesus, chama-se A formação de um discípulo,² de Keith Phillips. Entretanto, ele não fala sobre como implementar isso na igreja.

Outro livro muito bom, que aborda a perspectiva de o discipulado ser o foco da igreja, chama Igreja simples³ e trata da importância de implementar um processo de discipulado na igreja, mas, por outro lado, não fala o que exatamente é ser discipulado nem como construir esse processo. Outros bons livros, como esses, tratam do assunto do discipulado, mas cada um tem o seu enfoque e delimitação próprios. Assim, muitas vezes a liderança da igreja tem dificuldade de articular a conexão e o entrelaçamento entre todos os conceitos e práticas apresentados.

Por conta dessa dificuldade, ocorreu-me a ideia de escrever este livro para ajudar pastores e líderes a traduzirem o que já sabem, ou pretendem fazer, em um plano prático de implementação do discipulado em suas igrejas. Em todo o livro, farei referência a essas diversas publicações das quais a maioria das ideias expostas aqui nasceu. O que fiz, basicamente, foi articular o conteúdo que já existe, colocando-o num plano