Rotas De Fuga
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Rotas De Fuga - Emanuel Campos
Author
Emanuel Campos
Editor
Emanuel Campos
Copyright © 2013 Luiz Emanuel Simette de Mello Campos
Campos, Emanuel
Rotas de fuga. - 1a ed. - Buenos Aires : Delearte Emcampos, 2013.
53 p. ; 105x148 cm.
ISBN 978-987-27142-5-3
1. Narrativa . I. Título
CDD 863
Fecha de catalogación: 02/10/2013
Prefácio
Estou desesperado! Preciso provocar algo, alguém! Quero seu ódio, quero sua repulsa! Quero ver sangue, cancro, ranço, catarro e pus. Quero ser Augusto dos Anjos. Quero ser O Grito, e andar às voltas com escritores do cenário nacional. Estou mais deprimido e com grande vontade de chocar. Boêmia, depravação, bebida e pouca vergonha. Fazer de meu texto uma semana de 22 em mil toques! Busco em sua boca aberta sua vaia, sua revolta e, quem sabe, seu desprezo, mas não a abra se aproxime demais ou eu a escarro!
Viro-me à sociedade em que vivo, e que me dá o inevitável desejo de também ser fera, consumir, consumismo, consumido! Quero chocá-los! Mas as revistas estão aí! Bundas! Peitos! Vaginas! Pênis! Ejaculação! Gozo! Orgasmo! Palavra mágica que motivou hippies está hoje ao lado de orgia e próximo a… orvalho! Maldito dicionário! Mas que caralho! Mulheres nuas por todo lado! Como chocá-los?
A sociedade, em meio à liberação sexual, privatização estatal e libertinagem moral, não se incomoda mais com bocetas e paus em riste. Ah, mas minha mente profana e motivada pelos anseios do choque trabalha rápida e exige sexo no horário nobre! Mas hoje tudo pode! E até já existe!
Parece que entre depravados e ateus, padres pedófilos (e psicólogos), palhaços assaltantes de farol e políticos, que nunca na história do homem foram grande coisa, nada mais nos choca. Vivemos tamanhas libertinagem que a mais chocante das obras nos gera afasia! Revolta mesmo, só com o valor do passe de metrô! Está bem, eu desisto! Se não me junto às grandes mentes por minhas obras, me junto com minha morte. Esperem por mim, logo um motoboy me pega na calçada e nos vemos, onde quer que seja, desde que tenha jazz e baralho, talvez sexo…
Quero chocá-los, mas tudo que consigo é um plágio barato de uma música de Arnaldo Antunes. Acabo soando chato, repetitivo, previsível e risível. Choque? Eu quis chocar e acabo chocado, com uma sociedade de depravados. Seus mal-educados!
Dizem por aí
Dizem por aí que releituras de velhas músicas nunca ficam boas, mas Joe Cocker se consagrou com a regravação de Beatles, não foi? Foi com With a little help from my friends
; aos que não sabem, música tema do seriado Anos Incríveis
, do Kevin Arnold e suas aventuras.
Dizem por aí que as continuações são sempre muito piores do que os primeiros filmes. Apesar de Mais velozes e mais furiosos
ser realmente lamentável, não era lá grande coisa o primeiro, não? E o que dizer quanto a Gremlings
, cujo segundo filme ficou muito melhor do que o primeiro? Ok, ok, houve uma mudança de foco: enquanto o primeiro era horror, o segundo foi um horrir
, uma comédia com sustos; se é que há sustos, já não lembro tão bem..., mas o fato é que existem sim as continuações iguais ou melhores do que os primeiros filmes. Eu mesmo adoro por igual qualquer filme Máquina Mortífera
. Os últimos apenas têm a vantagem do orçamento mais largo e de mais recursos para efeitos especiais, mas todos os quatro são igualmente bons.
Dizem por aí que os livros são sempre melhores (e muito) do que os filmes. Tem lá sua verdade já que cada um interpreta uma história diferente a partir do mesmo livro, e o filme é sempre uma visão unilateral de um imenso contexto e diferentes interpretações, mas sabem de uma coisa? Ainda não conheci quem diga que