Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban
4.5/5
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Sobre este e-book
Bem-vindo ao ônibus Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, subir a bordo e podemos levá-lo aonde quiser.'
Quando o ônibus Nôitibus Andante surge repentinamente da escuridão e solta um guincho de seu freio bem à sua frente, mais um ano nada normal em Hogwarts começa para Harry Potter. Sirius Black, assassino em série fugitivo e seguidor do Lorde Voldemort, está à solta - e dizem que está indo atrás de Harry. Em sua primeira aula de Adivinhação, a professora Trelawney vê um agouro de morte nas folhas do chá de Harry... Mas talvez a parte mais assustadora seja os Dementadores patrulhando os pátios da escola, com seus beijos que sugam a alma...
J. K. Rowling
J.K. Rowling é a autora de Harry Potter, uma série de livros eternamente popular que definiu uma era, além de vários romances de único volume e uma série de romance policial escrita sob o pseudônimo de Robert Galbraith. A ideia de Harry Potter surgiu durante o atraso de uma viagem de trem, em 1990. Rowling criou e escreveu a série de sete livros, sendo o primeiro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, publicado no Reino Unido em 1997. As adaptações para o cinema foram um sucesso absoluto, sendo o último dos oito filmes, Relíquias da Morte parte 2, lançado em 2011. Até o momento, os livros de Harry Potter venderam mais de 600 milhões de cópias no mundo todo e foram traduzidos em mais de 80 idiomas. E novas gerações de leitores continuam a descobrir e a se apaixonar pela série. Para acompanhar a série de Harry Potter, J.K. Rowling escreveu três volumes menores para caridade: Quadribol Através dos Séculos e Animais Fantásticos e Onde Habitam para ajudar Comic Relief e Lumos, e Os Contos de Beedle, o Bardo para ajudar Lumos, uma instituição infantil sem fins lucrativos. Um desses volumes paralelos inspirou a série Animais Fantásticos, estreada em 2016, com roteiros escritos ou coescritos por Rowling. Ainda em 2016, ela colaborou com o roteirista Jack Thorne e o diretor John Tiffany para continuar a história de Harry em uma peça de teatro chamada Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. Entre os romances de único volume de J.K. Rowling, está Morte súbita, publicado em 2012. Sob o pseudônimo Robert Galbraith, ela também é a autora da aclamada série "Strike", com os detetives particulares Cormoran Strike e Robin Ellacott. Em 2020, ela voltou a publicar obras para crianças menores, com seu conto de fada O Ickabog, inicialmente, uma série online gratuita para crianças durante a pandemia do Covid-19. Jack e o porquinho de Natal, uma aventura sobre o amor de um menino por seu brinquedo preferido e até onde ele irá para encontrá-lo, foi publicado em 2021 e se transformou em um best-seller no Reino Unido, Estados Unidos e Europa. Além de receber um OBE e Companion of Honour por sua colaboração à literatura infantil, J. K. Rowling recebeu vários outros prêmios e honras, incluindo Legion d'Honneur, da França; Prince of Asturias Award, da Espanha; e Hans Christian Andersen Award, da Dinamarca. Em 2020, Jo recebeu um British Book Award, reconhecendo Harry Potter e a Pedra Filosofal como o livro mais importante dos últimos trinta anos. Ela apoia causas humanitárias através de seu fundo de caridade, Volant, e também é a fundadora e presidente de Lumos, uma instituição de caridade internacional para crianças, que luta pelo direito de cada criança a ter uma família, transformando sistemas assistenciais por todo o mundo.
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Avaliações de Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban
28.151 avaliações383 avaliações
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5This book has stuck with me. Although I've read it just a few months ago, the intensity of Harry emotions and thoughts have definitely shaped Harry's values and his character as an "outcasted" teenage boy. The secrecy which leads him to explode in sincerity and further develop his genuine relationships with his friends and his role models. I still very much wish Remus Lupin was more in Harry's life, despite not being his Godfather, Lupin was a great friend and supposed family member when Harry needed him most.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5So, so far this is my favorite book in this series. I have no words for how great it was. Terrible I know. But it was well written and characters developed and believable. I was happy, sad, excited, and for the first time ever I cheered for a sport! This book was so sweet, funny, and full of cool magical action all at the same time. These just keep getting better and better.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Harry is about to begin his third year at the Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry. But before he starts school, he is faced with the prospect of expulsion as he inflates Aunt Marge in a fit of rage. Certain that he is now an outcast from the wizarding community and having no intention of remaining stuck with the Dursleys, he decides to make a run for it.
As he waits by the road planning his next move he glimpses a large, shaggy dog staring at him. This dog, the Grim, is an evil omen in the wizarding world that seems to haunt him everywhere; in his tea leaves reading during Professor Trelawney’s Divination lesson, during the Quidditch match and even in the hints people around him seem to be dropping.
But if Harry thought this was bad, worse was just lurking around the corner. A convicted supporter of Lord Voldemort, Sirius Black, has escaped from Azkaban, the wizard prison. He is on the run and is suspected to be chasing Harry, to seek revenge for Lord Voldemort’s downfall. When people tell Harry he is not to go after Black, Harry doesn’t understand. After all, why would he go after someone who wants to kill him? But when Harry discovers the truth about Black all he can think about is how to capture Black and kill him.
The third installment of the Harry Potter series is finally taking its readers into Harry’s and his parent’s past. This book is the beginning of Lord Voldemort’s rise back to power. This one was a fast read and is also a favorite among many of my friends. Definitely recommended! - Nota: 5 de 5 estrelas5/5Let me start by saying that I'm not good at determining what is or isn't a spoiler, so to be safe - POSSIBLE SPOILERS ahead!I really love Stan as a character, I wish he would have had a more important role or at least a reoccurring one! He's easily one of my favorites, and so is Lupin ♡"I don't go looking for trouble, trouble usually finds ME."One thing I noticed is that Malfoy wasn't very aggressive toward Buckbeak in the book. It was surprising, honestly. I get that Hippogryfs are proud creatures, but it seems like he didn't act nearly as aggressive as would be needed for Bucky to attack.Honestly, I think this might be my favorite HP book. It has all of my favorite things - Lupin, Stan, Sirius, and of course, the Dementors ♡ I love those things.Another thing that kind of annoyed me was Hermione. I get she was just looking out and being stressed about her classes, and that's she's supposed to be this goody two shoes straight lace character, but I got pretty damn upset when she told McGonagall about the broom. Like, her intentions were good, true, but that's not being a good friend, in my opinion."Perhaps we should think about dragons at the school entrance?" That would be so dope, please do that, Minister lol Also, did I miss something or just forget... when was there a giant ass squid in the lake???"That brings her total of real predictions up to two. I should offer her a pay raise..." The sass in Dumbledore is real folks, and I love it! Also, wise Dumbledore. "You think the dead we have loved ever truly leave us? You think that we don't recall them more clearly than ever in times of great trouble?"Overall, I'm really tempted to say this is my favorite year! And the ending, ahhh, I do love the fluff so much. Ron asking Crookshanks to sniff the owl is literally the cutest thing ever! ♡♡
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Still one of my absolute favorites of the series!
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5MY FAVORITE OF THE SERIES!!!
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Maybe the best so far!
- Nota: 4 de 5 estrelas4/52022- I remember reading this for the first time and getting to the part with buckbeak and thinking this can't be the end I've got 1/3 of the book still to go... and then being pleasantly surprised at the rest of the story.
I really liked that Harry got to spend some time in Diagon Alley and being treated relatively well at the beginning of the book. - you get to see how sweet of a boy he must have been, talking with Florien Fortiscue (sp?) doing his homework eating ice cream. etc. Heartbreaking really.
The dementors are horrific.
I feel that Lupin shouldn't have carried on with Neville's bogart of Snape as that undermines Snape as a professor. (it also forwards the story but hey) I feel like he was sticking it to him as a Maurauder where he could. Not cool
Draco really is a spoiled brat isn't he. - Nota: 5 de 5 estrelas5/5my favorite of the series
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reread Feb 2023: That was a highly enjoyable and satisfying read. The plotting and the pacing were near perfect. You can see how Rowling has grown as a writer since the first two books. I also love how realistically the kids are growing up. I can see how Hermione was managing her course load went completely over my head on my first read through and now I see the hints that we were given that I had missed. I'm not a fan of time travel stories in general and it had felt like a deus ex on my original read.
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5AZKABAN moves smoothly through many plot variations, notably with the addition of Professor Lupin,then veers into convoluted magical realism which is not often fun to follow.
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5First sentence: Harry Potter was a highly unusual boy in many ways. For one thing, he hated the summer holidays more than any other time of year. For another, he really wanted to do his homework but was forced to do it in secret, in the dead of night. And he also happened to be a wizard.Premise/plot: Harry Potter and his friends are preparing for a third year at Hogwarts. This one starts out in some ways extremely similar to the other two books in the series, but quite different as well. After an INCIDENT with his "family," Harry Potter runs away... Around this same time the magic world is shook by the escape of a prisoner from Azkaban--Sirius Black. Everyone is so distracted/concerned about his escape, that Harry Potter's so-called illegal use of magic is overlooked or quickly pardoned. Most of this school year is concerned with the missing Sirius Black. It is thought that Harry Potter is in even more danger than usual...Plenty of adventures and misadventures are to be found in the day to day lives of Harry Potter and company. My thoughts: I certainly did not expect Scabbers--Ron Weasley's rat--to enter into the story in this fashion. I wasn't surprised by other elements of this one. I've learned to expect just about anything/everything from other characters--particularly adults, mostly professors, etc. I liked this one okay. I didn't hate it. But it also wasn't all that thrilling. Well, it had its thrilling moments towards the end. But for the most part it is all ho-hum. Hermione is super busy taking a million classes at once. Hermione has a "mean" cat. I guess the only other positive thing is that we get a few glimpses of who Harry's parents--their characters/personalities/relationships/etc.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Spring 2018, Illustrated Edition:
I am so incredibly in love with this new set of publications for the Harry Potter world. Every new page, gorgeous illustrations painstakingly brought to life form the mind of Rowling. The extra backgrounds. The chasing of Crookshanks and Scabbers across several parts of the book. The extra full pages for the Grindilow and the Werewolf. The gorgeous choice to turn all of the scene in the forest into black backgrounds to make the Patronus even more brilliant.
I love, love, love this set and will continue to collect every single one as they are released.
Jim Dale Audio's 2011:
It begin's to get darker with this book. But it's still a distant darkness. And I think that is one of the most important things that struck me listening to this one again. even as we go through the book, even Harry isn't worried about it getting closer.
We focus on normal school life for the longest time, and Harry brushes off everyone's worry of him. We learn more about The First War, and the prisons, and prisoners, and Harry's parent past, but every that goes wrong -- each of the deaths -- can be undone with a magical device.
All the worst ill's in the present time, Harry's time can be taken back, can be altered for escape and victory. Which is the mindset we still have when we go into Goblet. - Nota: 5 de 5 estrelas5/5My favorite book of the whole series. 10x better than the movie.
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5This one and Order of the Phoenix are my two favorite Potter books, probably because of the emphasis on Sirius Black. This is also where the books start to turn dark.
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Harry Potter is now in his 3rd year at Hogwarts and the drama never ends. First, Harry runs away after becoming angry at Aunt Marge and blowing her up like a balloon, and watching her float away. Picked up by the Knight Bus, Harry is met by the Minister of Magic at the Leaky Cauldron and his use of magic is swept under the rug. Also, this year Harry is being hunted, not by Voldemort, but by escaped murderer Sirius Black. On top of trying to evade Black, Harry must try to figure out why he reacts to Dementors, those tracking down Black, and how to keep them away. One of the many new classes Harry takes this year is Care of Magical Creatures which is taught by none other than Hagrid, In his first class, Harry learns how to treat and ride a Hippogriff which will come in handy without him realizing it. In that same class, Draco Malfoy treats the Hippogriff badly and is injured which makes his father demand that the Hippogriff be killed. Harry learns from overhearing teachers speak that not only did Sirius Black lead his parents to their death but that he is also Harry's godfather. This ignites a new flame in Harry to confront Black and repay him for killing his parents. Throughout the story, Black is represented in many ways. This is a good addition to the Harry Potter world and helps set up characters for future stories and the many character arcs that will occur. Sirius Black and Remus Lupin become very important members of the group that helps Harry track down and eventually take care of Voldemort.
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5Jim Dale’s narration made the book a little less enjoyable. Too one note, too much of a whiny tone (especially for Hermione), and not enough dynamics. And he pronounces Hermione’s name quite a few different ways, but never correctly.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5By FAR my favorite book in the series...always has been, always will be (I think, haha!).
I love Lupin.
I love sassy Ron; “You need your Inner Eye tested, if you ask me.”
I love Crookshanks, our unsung hero.
I love Hermione and the time turner. - Nota: 4 de 5 estrelas4/5The narrator was amazing, the story superb!
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5One of my favorites of the series but I am forever screaming in frustration at the terrible choices made in the shrieking shack. Just turn him back right away then knock him out before you tie him up and problem solved.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5I never thought Harry Potter would make me feel slightly better about our justice and (possibly a little bit even our) political system, but man--Lucius Malfoy practically runs the wizarding world, Snape is an abusive a**hole and there's no professional oversight at all for the teachers at Hogwarts, this is the first book where Gryffindor wins the House Cup on their own merits instead of Dumbledore's last-minute pulling-an-Oprah, Sirius Black was going to go from the nightmare of Azkaban to being Harry's guardian in about ten minutes, Harry gets away with murder just because he's Harry Potter...and Snape is an abusive a**hole. God lord, how can anyone feel sympathetic to the man? Nothing he may be doing behind the scenes makes up for this.
All that said, this book and this series is still a great deal of fun. Still loving all the clever wordplay and world-play, and it does make a big difference to know the outcome as I'm going along. Yeah, it would have made a lot more sense early on to know why people were afraid of saying Voldemort's name--but that's almost a reflection of growing up in its own right, in moving from doing things because that's what other people do to understanding the meaning behind what it is you're doing.
I think the weirdest thing on this read through, for me, was how quickly Harry gets attached to Sirius. Maybe it's just because Sirius is a way out of the Dursleys' lives. I re-skimmed all three chapters with Black in it up to that point and just couldn't see what would make Harry move to trusting him so completely. But I have a great deal of affection for the character and look forward to seeing his relationship with Harry develop. I loved so much about the beginning of book 5... But first I have to make it through book 4, which was, honestly, never really my favorite. Starting with that ridiculous movie-poster-ish cover. Ieuch... - Nota: 4 de 5 estrelas4/5children's middlegrade fiction
Now 13, Harry and his friends enter their third year at Hogwarts with new challenges and mysteries in store. The time-turner device makes things even more complex than ever, but it's a good, twisty adventure. - Nota: 5 de 5 estrelas5/5I genuinely think that you shouldn't even be reading reviews - it's worth reading 900000%. It's a wonderful amazing novel that should definately be read. The lot is entracing and the book is well written. Everyone already loves the characters - there are no flaws in this book - so just ukw go ahead and read it. If you do happen to not like it, in which case youre an alien, but if you come at me in the comments :)
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Easily my favorite of the series thus far during my reread. This book is the one that really makes me want to make a Harry Potter TV series. Just think of the way you can entangle flashbacks with the Marauders into the ongoing main plot. Two dual stories about friendships being tested, all crashing together in the climax of the story where a traitor is discovered.
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Harry Potter and the Prisoner of Azkaban has been my favorite book in middle school, and remains my favorite Harry Potter book. It's the first time I've read it in English and the first time I've re-read it since finishing the series (back when the final book came out).
This, combined with the fact I'm now much older and (haha)wiser, makes my reading experience... different and yet the same. I still loved it, but knowing what I do now about the ending, it feels different. - Nota: 5 de 5 estrelas5/5I remember that I started reading these in Junior High after the first movie came out, which I enjoyed. And I just loved these books that I had to read the first four books, that was how many were out at the time, and I read them all in probably a week. I love the main characters, the plot and it was just an easy read and definitely a page turner.
I would recommend these series of books to anybody. - Nota: 5 de 5 estrelas5/5This has to be my favorite book in the series. Sirius has always been one of my favorite characters and this is the first book he is in. This is probably one of the most interesting books in the series, and it still holds that childlike feeling to it when comparing it to, for example, the Order of the Phonex and the Deathly Hallows. All in, I love this book and I've read it many times before and it still makes me laugh and cry and feel sad and angry and it makes me hate certain characters so much at times at least.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Harry Potter is off again, this time he's on the run when he blows up Uncle Vernon's sister but he gets whisked away by the magical Knight Bus. He fully expects to be expelled, but as it turns out the Minister of Magic is much more interested in making sure he's safe, as the mass murderer Sirius Black has escaped from wizard prison and is apparently after Harry.The series really hits its stride with this one, which remains one of my favorite of the books AND movies. The characters are a little older, the magical world a little darker, and details start to really be worn into the fabric of the larger narrative, both in terms of hearkening back to earlier titles and laying the foundation for the next. Even knowing the ending, the book holds up to rereading, because you can see the careful planning of each facet and detail in this story and future titles. 5 nostalgic stars.
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5I am enjoying my re-read of the Harry Potter Books. I may just re-read books from now on. There are over 600 books that I have notes for. My memory is bad and I don't recall everything that goes on. However, re-reading does uncover some negativity. For example, Hagrid teaches how to approach Hippogrith. If not done correctly the creature does some damage. At the end of the book Hermione and Sirius are able to bypass the steps. I do stand by my original comment.Original comment:Werewolves are awesome. 86,535 members; 4.4 average rating; 6/16/2020
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Harry's return to Hogwarts for his third year is overshadowed by the escape of the notorious Sirius Black, a wizard who committed mass murder when Harry was just a baby. Now, he may be coming after Harry...This one is actually my favorite of the series, and I recalled why as I was reading it. The details of the plot are all so delicately interwoven, nothing is wasted and nothing is extraneous. It's joyful and heartwarming, and always just what I need when I'm looking for a comfort read.
Pré-visualização do livro
Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban - J. K. Rowling
Para Jill Prewett
e Aine Kiely,
as avós do Swing
Conteúdo
— CAPÍTULO UM —
— CAPÍTULO DOIS —
— CAPÍTULO TRÊS —
— CAPÍTULO QUATRO —
— CAPÍTULO CINCO —
— CAPÍTULO SEIS —
— CAPÍTULO SETE —
— CAPÍTULO OITO —
— CAPÍTULO NOVE —
— CAPÍTULO DEZ —
— CAPÍTULO ONZE —
— CAPÍTULO DOZE —
— CAPÍTULO TREZE —
— CAPÍTULO CATORZE —
— CAPÍTULO QUINZE —
— CAPÍTULO DEZESSEIS —
— CAPÍTULO DEZESSETE —
— CAPÍTULO DEZOITO —
— CAPÍTULO DEZENOVE —
— CAPÍTULO VINTE —
— CAPÍTULO VINTE E UM —
— CAPÍTULO VINTE E DOIS —
— CAPÍTULO UM —
O correio-coruja
Harry Potter era um menino bastante fora do comum em muitas coisas. Para começar, ele detestava as férias de verão mais do que qualquer outra época do ano. Depois, ele realmente queria fazer seus deveres de casa mas era obrigado a fazê-los escondido, na calada da noite. E, além de tudo, também era bruxo.
Era quase meia-noite e Harry estava deitado de bruços na cama, as cobertas puxadas por cima da cabeça como uma barraca, uma lanterna em uma das mãos e um grande livro encadernado em couro (História da magia de Batilda Bagshot), aberto e apoiado no travesseiro. Harry correu a ponta da caneta de pena de águia pela página, franzindo a testa, à procura de alguma coisa que o ajudasse a escrever sua redação, A queima de bruxas no século XIV foi totalmente despropositada – discuta
.
A caneta pousou no alto de um parágrafo que pareceu a Harry promissor. Ele empurrou os óculos redondos para a ponte do nariz, aproximou a lanterna do livro e leu:
Os que não são bruxos (mais comumente conhecidos pelo nome de trouxas) tinham muito medo da magia na época medieval, mas não tinham muita capacidade para reconhecê-la. Nas raras ocasiões em que apanhavam um bruxo ou uma bruxa de verdade, a sentença de queimá-los na fogueira não produzia o menor efeito. O bruxo, ou bruxa, executava um Feitiço para Congelar Chamas e depois fingia gritar de dor, enquanto sentia uma cocegazinha suave e prazerosa. De fato, Wendelin a Esquisita gostava tanto de ser queimada na fogueira que se deixou apanhar nada menos que quarenta e sete vezes, sob vários disfarces.
Harry prendeu a caneta entre os dentes e passou a mão embaixo do travesseiro à procura do tinteiro e de um rolo de pergaminho. Devagar e com muito cuidado, retirou a tampa do tinteiro, molhou a pena e começou a escrever, parando de vez em quando para escutar, porque se algum dos Dursley, a caminho do banheiro, ouvisse sua pena arranhando o pergaminho, ele provavelmente ia acabar trancafiado no armário embaixo da escada pelo resto do verão.
A família Dursley, que morava na rua dos Alfeneiros, 4, era o motivo pelo qual Harry jamais aproveitava as férias de verão. Tio Válter, tia Petúnia e o filho deles, Duda, eram os únicos parentes vivos de Harry. Eram trouxas e tinham uma atitude muito medieval com relação à magia. Os pais de Harry, já falecidos, que tinham sido bruxos, nunca eram mencionados sob o teto dos Dursley. Durante anos, tia Petúnia e tio Válter tinham alimentado esperanças de que, se oprimissem Harry o máximo possível, seriam capazes de acabar com a magia que houvesse nele. Para sua fúria, tinham fracassado. Agora, viviam aterrorizados que alguém pudesse descobrir que Harry passara a maior parte dos últimos dois anos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O máximo que podiam fazer, porém, era trancar os livros de feitiços, a varinha, o caldeirão e a vassoura de Harry no início das férias de verão e proibir que o menino falasse com os vizinhos.
A separação dos seus livros de feitiços tinha sido um verdadeiro problema para Harry, porque os professores em Hogwarts tinham passado muitos deveres para as férias. Uma redação, particularmente espinhosa, sobre poções redutoras fora pedida pelo professor de quem Harry menos gostava, o Prof. Snape, que ficaria encantado de ter uma desculpa para castigá-lo com um mês de detenção. Por isso Harry tinha aproveitado uma oportunidade que surgira na primeira semana de férias. Quando tio Válter, tia Petúnia e Duda foram ao jardim admirar o novo carro da companhia a serviço do tio Válter (em altas vozes para que toda a rua o visse), Harry desceu silenciosamente as escadas, arrombou a fechadura do armário sob a escada, apanhou alguns livros e os escondeu em seu quarto. Desde que não deixasse manchas de tinta nos lençóis, os Dursley não precisariam saber que ele estava estudando magia à noite.
Harry tomava muito cuidado para evitar problemas com seus tios no momento, pois eles já estavam bastante mal-humorados com o sobrinho, só porque o menino recebera um telefonema de um coleguinha bruxo uma semana depois de entrar em férias.
Rony Weasley, que era um dos melhores amigos de Harry em Hogwarts, descendia de uma família em que todos eram bruxos. Isto significava que ele sabia um montão de coisas que Harry desconhecia, mas Rony jamais usara um telefone antes. E, por azar, fora o tio Válter que atendera a ligação.
– Válter Dursley.
Harry que, por acaso, se achava na sala àquela hora, gelou ao ouvir a voz do amigo responder.
– ALÔ! ALÔ! ESTÁ ME OUVINDO? QUERIA – FALAR – COM – O – HARRY – POTTER!
Rony gritou com tanta força que tio Válter deu um salto e afastou o fone a mais de um palmo da orelha com uma expressão em que se misturavam a fúria e o susto.
– QUEM É QUE ESTÁ FALANDO? – berrou ele em direção ao bocal. – QUEM É VOCÊ?
– RONY, WEASLEY! – berrou Rony em resposta, como se ele e tio Válter estivessem falando de extremidades opostas de um campo de futebol. – SOU – UM AMIGO – DE – HARRY – DA – ESCOLA...
Os olhinhos de tio Válter se viraram para Harry, que estava pregado no chão.
– NÃO TEM NENHUM HARRY POTTER AQUI! – vociferou ele, agora segurando o fone com o braço esticado, como se receasse que o aparelho pudesse explodir. – NÃO SEI DE QUE ESCOLA VOCÊ ESTÁ FALANDO! NUNCA MAIS TORNE A LIGAR PARA CÁ! FIQUE LONGE DA MINHA FAMÍLIA!
E atirou o fone no gancho como se estivesse se livrando de uma aranha venenosa.
A briga que se seguiu foi uma das piores da vida de Harry.
– COMO É QUE VOCÊ SE ATREVE A DAR ESTE NÚMERO PARA GENTE COMO – GENTE COMO VOCÊ! – berrava tio Válter, salpicando Harry de cuspe.
Rony obviamente percebera que metera Harry em uma encrenca, porque não telefonou mais. A outra grande amiga de Harry em Hogwarts, Hermione Granger, tampouco o procurara. O menino suspeitava que Rony tinha avisado à amiga para não telefonar, o que era uma pena, porque Hermione, a bruxa mais inteligente da turma deles, tinha pais trouxas, sabia usar o telefone perfeitamente bem e provavelmente teria o bom-senso de não dizer que frequentava Hogwarts.
Com isso, Harry não ouvira uma única palavra de nenhum dos seus amigos de bruxaria durante cinco longas semanas, e este verão estava saindo quase tão ruim quanto o anterior. Havia apenas uma coisinha que melhorara – depois de jurar que não iria usar sua coruja para remeter cartas aos amigos, Harry tivera permissão de soltar Edwiges, à noite. Tio Válter concordara com isso diante da barulheira que o bicho aprontava quando ficava preso na gaiola o tempo todo.
Harry terminou de escrever sobre Wendelin a Esquisita e parou mais uma vez para escutar. O silêncio da casa às escuras só era interrompido pelos roncos sonoros e distantes do seu enorme primo, Duda.
Deve ser muito tarde, pensou Harry. Seus olhos comichavam de cansaço. Talvez terminasse a redação na noite seguinte...
Ele repôs a tampa do tinteiro; puxou uma fronha velha debaixo da cama; guardou dentro a lanterna, História da magia, a redação, a caneta e a tinta; levantou-se da cama e escondeu tudo sob uma tábua solta do soalho debaixo da cama. Então ficou em pé, se espreguiçou e verificou a hora no despertador luminoso sobre a mesa de cabeceira.
Era uma hora da manhã. Harry sentiu uma contração engraçada na barriga. Fizera treze anos de idade havia uma hora e não tinha se dado conta disso.
Mas outra coisa fora do comum em Harry é que ele não ligava nem um pouco para os seus aniversários. Nunca recebera um cartão de aniversário na vida. Os Dursley não tinham dado a mínima atenção aos dois últimos e ele não tinha razão alguma para supor que fossem se lembrar deste agora.
Harry atravessou o quarto escuro, passou pela espaçosa gaiola vazia de Edwiges e foi abrir a janela. Debruçou-se no peitoril, achando gostoso o ar fresco da noite que batia em seu rosto depois de ter passado tanto tempo debaixo das cobertas. Fazia duas noites que Edwiges andava fora. Mas Harry não estava preocupado – a coruja já ficara fora tanto tempo assim antes. Mas o garoto desejou que ela voltasse logo –, era a única criatura na casa que não se esquivava quando o via.
Harry, embora continuasse pequeno e magricela para sua idade, crescera alguns centímetros desde o ano anterior. Seus cabelos muito pretos, porém, continuavam como sempre tinham sido – teimosamente despenteados, por mais que ele fizesse. Os olhos por trás das lentes eram verde vivo, e na testa havia, claramente visível através dos cabelos, uma cicatriz fina, em forma de raio.
De todas as coisas fora do comum em Harry, essa cicatriz era a mais extraordinária de todas. Não era, como tinham fingido os Dursley durante dez anos, uma lembrança do acidente de carro que matara seus pais, porque Lílian e Tiago Potter não tinham morrido em um acidente de carro. Tinham sido assassinados, assassinados pelo bruxo das trevas mais temido do mundo nos últimos cem anos, Lorde Voldemort. Harry escapara desse mesmo atentado com uma simples cicatriz na testa, no lugar em que o feitiço do bruxo, em vez de matá-lo, tinha se voltado contra o próprio feiticeiro. Quase morto, Voldemort fugira...
Mas Harry voltara a defrontar com ele outra vez em Hogwarts. Ao se recordar do último encontro, ali parado à janela escura, Harry teve de admitir que era uma sorte ter chegado ao seu décimo terceiro aniversário vivo.
Examinou o céu estrelado à procura de um sinal de Edwiges, voando ao seu encontro talvez com um rato morto pendurado no bico, contando receber elogios. Mas ao olhar distraidamente por cima dos telhados, Harry demorou alguns segundos para perceber o que estava vendo.
Recortado contra a lua dourada, e sempre crescendo, vinha um bicho estranhamente torto voando em sua direção. Harry ficou muito quieto esperando o bicho descer. Por uma fração de segundo ele hesitou, a mão no trinco da janela, pensando se devia fechá-la. Mas, nessa hora o bicho esquisito sobrevoou um lampião da rua dos Alfeneiros e Harry, identificando o que era, saltou para o lado.
Pela janela entraram três corujas, duas delas segurando uma terceira que parecia desmaiada. Pousaram com um ruído fofo na cama do menino e a coruja do meio, que era grande e cinzenta, tombou para o lado, imóvel. Trazia um grande pacote amarrado às pernas.
Harry reconheceu a coruja desmaiada na mesma hora – seu nome era Errol e pertencia à família Weasley. O menino correu para a cama, desamarrou os barbantes que envolviam as pernas de Errol, soltou o pacote e, em seguida, levou a coruja para a gaiola de Edwiges. Errol abriu um olho lacrimejante, deu um pio fraquinho de agradecimento e desatou a beber água em grandes sorvos.
Harry se virou para as corujas restantes. Uma delas, a fêmea grande, branca como a neve, era a sua Edwiges. Ela também trazia um pacote e parecia muito satisfeita consigo mesma. Deu uma bicadinha carinhosa em Harry quando ele soltou sua carga, depois saiu voando pelo quarto para se juntar a Errol.
Harry não reconheceu a terceira coruja, um belo espécime pardo, mas soube imediatamente de onde viera, porque além de um terceiro pacote, ela trazia uma carta com o escudo de Hogwarts. Quando Harry acabou de aliviá-la de sua carga, ela sacudiu as penas, cheia de si, abriu as asas e saiu voando pelo céu noturno.
O menino sentou-se na cama e apanhou o pacote de Errol, rasgou o papel pardo e encontrou um presente embrulhado em ouro, e o primeiro cartão de aniversário de sua vida. Com os dedos trêmulos, ele abriu o envelope. Caíram dois papéis – uma carta e um recorte de jornal.
O recorte fora visivelmente tirado do jornal dos bruxos, o Profeta Diário, porque as pessoas nas fotos em preto e branco estavam se mexendo. Harry apanhou o recorte, alisou-o e leu.
FUNCIONÁRIO DO MINISTÉRIO DA MAGIA GANHA GRANDE PRÊMIO
Arthur Weasley, chefe da Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas no Ministério da Magia, ganhou o Grande Prêmio Anual da Loteria do Profeta Diário.
A Sra. Weasley, encantada, declarou ao Profeta Diário: Vamos gastar o ouro em uma viagem de férias ao Egito, onde nosso filho mais velho, Gui, trabalha para o Banco Gringotes como desfazedor de feitiços.
A família Weasley vai passar um mês no Egito, de onde voltará no início do ano letivo em Hogwarts, escola que cinco dos seus filhos ainda frequentam.
Harry examinou a foto em movimento, e um sorriso espalhou-se pelo seu rosto ao ver os nove Weasley acenando freneticamente para ele, diante de uma enorme pirâmide. A Sra. Weasley, pequena e gorducha, o Sr. Weasley, alto e um pouco careca, os seis filhos e uma filha, todos (embora a foto em preto e branco não mostrasse isso) com flamejantes cabelos vermelhos. Bem no meio da foto se achava Rony, alto e desengonçado com o seu rato de estimação, Perebas, no ombro e o braço passado pelas costas da irmã, Gina.
Harry não conseguia pensar em ninguém que merecesse mais ganhar um monte de ouro do que os Weasley, que eram gente muito fina e extremamente pobre. Ele apanhou a carta de Rony e a desdobrou.
Caro Harry,
Feliz aniversário!
Olhe, estou muito arrependido daquele telefonema. Espero que os trouxas não tenham engrossado com você. Perguntei ao papai e ele acha que eu não devia ter gritado.
O Egito é incrível. Gui nos levou para ver os túmulos e você não ia acreditar nos feitiços que os velhos bruxos egípcios lançavam neles. Mamãe não quis deixar a Gina ver o último. Só continha esqueletos mutantes de trouxas que violaram o túmulo e acabaram com duas cabeças e outras esquisitices.
Nem consegui acreditar quando o papai ganhou a Loteria do Profeta Diário. Setecentos galeões! A maior parte foi gasta nesta viagem, mas eles vão me comprar uma varinha nova para o próximo ano letivo.
Harry lembrava-se bem demais do dia em que a velha varinha de Rony se partira. Acontecera quando o carro em que os dois voaram para Hogwarts batera de encontro a uma árvore nos jardins da escola.
Estaremos de volta uma semana antes do ano letivo começar e vamos a Londres comprar minha varinha e os livros da escola. Alguma chance de nos encontrarmos lá?
Não deixe os trouxas arrasarem você!
Faça uma força para ir a Londres,
Rony
P.S.: Percy agora é monitor-chefe. Recebeu a carta de nomeação na semana passada.
Harry tornou a admirar a foto. Percy, que estava no sétimo e último ano em Hogwarts, parecia muito cheio de si. Prendera o distintivo de monitor-chefe no fez que usava num ângulo elegante sobre os cabelos bem penteados, seus óculos de aros de tartaruga faiscavam ao sol do Egito.
Harry voltou então sua atenção para o presente e o desembrulhou. Dentro havia um objeto que parecia um pequenino pião de vidro. Debaixo, mais um bilhete de Rony.
Harry – isto é um bisbilhoscópio
de bolso. Dizem que quando tem alguma coisa suspeita por perto, ele acende e gira. Gui falou que é porcaria que vendem a bruxos turistas e que não é confiável porque ontem, durante o jantar, ficou acendendo o tempo todo. Mas ele não percebeu que Fred e Jorge tinham posto besouros na sopa dele.
Tchau – Rony
Harry pôs o bisbilhoscópio em cima da mesa de cabeceira, onde o pião ficou parado, equilibrado sobre a ponta, refletindo os ponteiros luminosos do despertador. O menino admirou-o feliz por alguns segundos, então apanhou o pacote que Edwiges lhe trouxera.
Dentro deste também havia um presente embrulhado, um cartão e uma carta, desta vez de Hermione.
Caro Harry,
Rony me escreveu contando o telefonema que deu para o seu tio Válter. Espero que você esteja bem.
Estou de férias na França neste momento e não sabia como ia mandar o meu presente para você – e se eles abrissem o pacote na alfândega? –, mas então a Edwiges apareceu! Acho que ela queria garantir que você recebesse alguma coisa no seu aniversário, para variar. Comprei o seu presente pelo reembolso-coruja; vi um anúncio no Profeta Diário (mandei entregar o jornal no meu endereço de férias; é tão bom continuar em dia com o que está acontecendo no mundo dos bruxos). Você viu a foto de Rony com a família que saiu no jornal na semana passada? Aposto que ele está aprendendo um monte de coisas. Estou com inveja – os bruxos do Egito antigo são fascinantes.
Aqui também tem histórias de bruxaria locais interessantes. Reescrevi todo o meu trabalho de História da Magia para incluir algumas coisas que descobri. Espero que não fique grande demais – são dois rolos de pergaminho a mais do que o Prof. Binns pediu.
Rony diz que vai a Londres na última semana de férias. Você também vai poder ir? Será que sua tia e seu tio vão deixar? Espero realmente que possa. Se não, a gente se vê no Expresso de Hogwarts no dia 1o de setembro!
Afetuosamente,
Hermione
P.S.: Rony contou que Percy virou monitor-chefe. Aposto como ele está realmente satisfeito. Quem não parece ter gostado é o Rony.
Harry deu risadas enquanto punha a carta de Hermione de lado e apanhava o presente. Era muito pesado. Conhecendo a amiga, ele teve certeza de que seria um livrão cheio de feitiços complicados – mas não era. Seu coração deu um enorme salto quando ele rasgou o papel de embrulho e viu um belo estojo de couro preto, com dizeres em letras prateadas: Estojo para manutenção de vassouras.
– Uau, Hermione! – exclamou Harry baixinho, abrindo o estojo para ver dentro.
Havia um frasco grande de líquido para polir cabos, uma tesoura prateada e reluzente para aparar cerdas, uma pequena bússola para prender na vassoura em viagens longas e um manual Faça a manutenção da sua vassoura.
À exceção dos amigos, o que Harry mais sentia falta de Hogwarts era o quadribol, o esporte mais popular do mundo mágico – extremamente arriscado, muito excitante, que se jogava montado em uma vassoura. Harry, por acaso, era um ótimo jogador de quadribol; fora o menino mais novo do século a ser escolhido para um time de casa em Hogwarts. Uma das coisas que Harry mais prezava na vida era sua vassoura de corrida, uma Nimbus 2000.
Harry pôs o estojo de couro de lado e apanhou o último embrulho. Reconheceu os garranchos no papel pardo do embrulho na mesma hora: eram de Hagrid, o guarda-caça de Hogwarts. Ele rasgou o papel de embrulho externo e viu um pedacinho de alguma coisa em couro verde, mas antes que conseguisse desfazê-lo direito, o embrulho estremeceu de um modo estranho e o que havia dentro se fechou com um estalo – como se a coisa tivesse mandíbulas.
Harry congelou. Sabia que Hagrid jamais lhe mandaria uma coisa perigosa de propósito, mas, por outro lado, seu amigo não tinha a visão de uma pessoa normal sobre o que era perigoso. Todos sabiam que Hagrid já fizera amizade com aranhas gigantescas, mas nocivas, com cães de três cabeças dados por gente que ele encontrou em bares, e contrabandeara ovos de dragão, um bicho ilegal, para dentro da cabana em que morava.
Harry cutucou o embrulho, nervoso. A coisa tornou a se fechar com ruído. O garoto apanhou o abajur na mesa de cabeceira, agarrou-o com firmeza com uma das mãos e ergueu-o acima da cabeça, pronto para desferir uma pancada. Então agarrou o resto do papel de embrulho com a outra mão e puxou.
E a coisa caiu – um livro. Harry só teve tempo de reparar na bela capa, adornada com um título dourado, O livro monstruoso dos monstros, antes do livro virar de lombada e começar a correr pela cama como um caranguejo esquisito.
– Ah-ah – gemeu Harry.
O livro caiu da cama com um barulho metálico e arrastou-se rápido pelo quarto. O menino o seguiu furtivamente. O livro foi se esconder no espaço escuro embaixo da escrivaninha. Rezando para os Dursley não terem acordado, Harry ficou de quatro e tentou apanhá-lo.
– Ai!
O livro se fechou sobre sua mão e se afastou do menino se sacudindo e andando adernado sobre as capas.
Harry saiu correndo, ainda agachado, e se atirou para a frente conseguindo achatar o livro. Tio Válter soltou um grunhido sonolento e alto no quarto ao lado.
Edwiges e Errol observaram com interesse quando Harry abraçou com força o livro que se debatia, correu até a cômoda e pegou um cinto, com que o amarrou firmemente. O livro monstruoso estremeceu de raiva, mas não conseguiu mais se agitar e morder, então Harry atirou-o na cama e apanhou o cartão de Hagrid.
Caro Harry,
Feliz aniversário
Achei que isto pudesse lhe ser útil no ano que vem.
Não vou dizer mais nada aqui. Conto quando a gente se encontrar.
Espero que os trouxas estejam tratando você bem.
Tudo de bom,
Hagrid
Pareceu a Harry um mau agouro que Hagrid pudesse achar que um livro que morde tivesse utilidade futura, mas pôs o cartão do amigo ao lado do de Rony e Hermione, sorrindo mais satisfeito do que nunca. Agora só sobrava a carta de Hogwarts.
Reparando que era bem mais grossa do que de costume, Harry abriu o envelope, puxou a primeira página de pergaminho de dentro e leu:
Prezado Sr. Potter,
Queira registrar que o novo ano letivo começará em 1o de setembro. O Expresso de Hogwarts partirá da estação de King’s Cross, plataforma nove e meia, às onze horas.
Os alunos de terceiro ano têm permissão para visitar a aldeia de Hogsmeade em determinados fins de semana. Assim, queira entregar a autorização anexa ao seu pai ou guardião para que a assine.
Estamos anexando, nesta oportunidade, a lista de livros para o próximo ano.
Atenciosamente,
Profa M. McGonagall
Vice-Diretora
Harry tirou do envelope o formulário de autorização para ir a Hogsmeade e leu-o, mas já não sorria. Seria maravilhoso visitar Hogsmeade nos fins de semana; ele sabia que era um povoado só de bruxos, em que nunca estivera. Mas como é que ia convencer o tio Válter ou a tia Petúnia a assinar o formulário?
Ele olhou para o despertador. Eram agora duas horas da manhã.
Decidindo que se preocuparia com o formulário de Hogsmeade quando acordasse, Harry voltou para a cama e se esticou para riscar mais um dia no calendário que fizera para contar o tempo que faltava para regressar a Hogwarts. Tirou então os óculos e se deitou, de olhos abertos, de frente para os três cartões de aniversário.
Mesmo sendo muito fora do comum, naquele momento Harry Potter se sentiu como todo mundo: feliz, pela primeira vez na vida, porque era o dia do seu aniversário.
— CAPÍTULO DOIS —
O grande erro de tia Guida
Harry desceu para o café na manhã seguinte e já encontrou os três Dursley sentados à mesa. Estavam assistindo a uma televisão novinha em folha, um presente de boas-vindas para as férias-de-verão-em-casa de Duda, que andara se queixando, em altas vozes, sobre a grande distância entre a geladeira e a televisão da sala. Duda passara a maior parte do verão na cozinha, seus miúdos olhinhos de porco fixos na telinha e sua papada em cinco camadas balançando enquanto ele comia sem parar.
Harry sentou-se entre Duda e tio Válter, um homem grande e socado, com pescoço de menos e bigodes de mais. Longe de desejarem a Harry um feliz aniversário, os Dursley não deram qualquer sinal de que tinham reparado em sua entrada na cozinha, mas o menino estava mais do que acostumado com isso para se importar. Serviu-se de uma fatia de torrada e em seguida olhou para o repórter na televisão, que já ia adiantado na transmissão de uma notícia sobre um fugitivo da prisão.
... alertamos os nossos telespectadores de que Black está armado e é extremamente perigoso. Se alguém o avistar deverá ligar para o número do plantão de emergência imediatamente.
– Nem precisa dizer quem ele é – riu-se tio Válter, espiando o prisioneiro por cima do jornal. – Olhem só o estado dele, a imundice do desleixado! Olhem o cabelo dele!
E lançou um olhar de esguelha, maldoso, para Harry, cujos cabelos despenteados sempre tinham sido uma fonte de grande aborrecimento para o tio. Comparado ao homem da televisão, porém, cujo rosto ossudo era emoldurado por um emaranhado que lhe chegava aos cotovelos, Harry se sentiu, na verdade, muito bem penteado.
O repórter reaparecera.
O Ministério da Agricultura e da Pesca irá anunciar hoje...
– Espere aí! – berrou tio Válter, olhando furioso para o repórter. – Você não disse de onde esse maníaco fugiu! De que adiantou o alerta? O louco pode estar passando na minha rua neste exato momento!
Tia Petúnia, que era ossuda e tinha cara de cavalo, virou-se depressa e espiou com atenção pela janela da cozinha. Harry sabia que a tia simplesmente adoraria poder ligar para o telefone do plantão de emergência. Era a mulher mais bisbilhoteira do mundo e passava a maior parte da vida espionando os vizinhos sem graça, que nunca faziam nada errado.
– Quando é que eles vão aprender – exclamou tio Válter, batendo na mesa com o punho grande e arroxeado – que a forca é a única solução para gente assim?
– É verdade – concordou tia Petúnia, que ainda procurava ver alguma coisa por entre a trepadeira do vizinho.
Tio Válter terminou de beber a xícara de chá, deu uma olhada no relógio de pulso e acrescentou:
– É melhor eu ir andando, Petúnia. O trem de Guida chega às dez.
Harry, cujos pensamentos andavam no andar de cima com o Estojo para manutenção de vassouras, foi trazido de volta à terra com um tranco desagradável.
– Tia Guida? – o garoto deixou escapar. – É... ela não está vindo para cá, está?
Tia Guida era irmã de tio Válter. Embora não fosse um parente consanguíneo de Harry (cuja mãe fora irmã de tia Petúnia), a vida inteira ele tinha sido obrigado a chamá-la de tia
. Tia Guida morava no campo, em uma casa com um grande jardim, onde ela criava buldogues. Raramente se hospedava na rua dos Alfeneiros, porque não conseguia suportar a ideia de se separar dos seus preciosos cachorros, mas cada uma de suas visitas permanecia horrivelmente nítida na cabeça de Harry.
Na festa do quinto aniversário de Duda, tia Guida tinha dado umas bengaladas nas canelas de Harry para impedi-lo de vencer o primo em uma brincadeira. Alguns anos mais tarde, ela aparecera no Natal trazendo um robô computadorizado para Duda e uma caixa de biscoitos de cachorro para Harry. Na última visita, um ano antes do garoto entrar para Hogwarts, ele pisara sem querer o rabo do cachorro favorito da tia. Estripador perseguira Harry até o jardim e o acuara em cima de uma árvore, mas tia Guida se recusara a recolher o cachorro até depois da meia-noite. A lembrança desse incidente ainda produzia lágrimas de riso nos olhos de Duda.
– Guida vai passar uma semana aqui – rosnou tio Válter – e enquanto estamos nesse assunto – ele apontou um dedo gordo e ameaçador para Harry – precisamos acertar algumas coisas antes de eu sair para apanhá-la.
Duda fez ar de riso e desviou o olhar da televisão. Assistir a Harry ser maltratado pelo pai era sua diversão favorita.
– Em primeiro lugar – rosnou tio Válter –, você vai falar com bons modos quando se dirigir a Guida.
– Tudo bem – disse Harry com amargura –, se ela fizer o mesmo quando se dirigir a mim.
– Em segundo lugar – continuou o tio, fingindo não ter ouvido a resposta de Harry –, como Guida não sabe nada da sua anormalidade, não quero nenhuma... nenhuma gracinha enquanto ela estiver aqui. Você vai se comportar, está me entendendo?
– Eu me comporto se ela se comportar – retrucou Harry entre dentes.
– E em terceiro lugar – disse tio Válter, seus olhinhos maldosos agora simples fendas na enorme cara púrpura –, dissemos a Guida que você frequenta o Centro St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis.
– Quê? – berrou Harry.
– E você vai sustentar essa história, moleque, ou vai se dar mal – cuspiu tio Válter.
Harry ficou sentado ali, o rosto branco e furioso, encarando o tio Válter, sem conseguir acreditar no que ouvia. Tia Guida vinha fazer uma visita de uma semana – era o pior presente de aniversário que os Dursley já tinham lhe dado, incluindo nessa conta o par de meias velhas do tio.
– Bom, Petúnia – disse tio Válter, levantando-se com esforço –, vou indo para a estação, então. Quer me acompanhar para dar um passeio, Dudoca?
– Não – respondeu o menino, cuja atenção se voltara para a televisão agora que o pai acabara de ameaçar Harry.
– O Dudinha tem que ficar elegante para receber a titia – disse tia Petúnia, alisando os cabelos louros e espessos do filho. – Mamãe comprou para ele uma linda gravata-borboleta.
Tio Válter deu uma palmadinha no ombrão de porco de Duda.
– Vejo vocês daqui a pouco, então – disse ele, e saiu da cozinha.
Harry, que estivera sentado em uma espécie de transe de horror, teve uma ideia repentina. Abandonando a torrada, ele se levantou depressa e acompanhou o tio até a saída.
Tio Válter estava vestindo o paletó que usava no carro.
– Eu não vou levar você – rosnou ele ao se virar e ver Harry observando-o.
– Como se eu quisesse ir – disse Harry friamente. – Quero lhe perguntar uma coisa.
O tio mirou-o desconfiado.
– Os alunos do terceiro ano em Hog... na minha escola às vezes têm permissão para visitar o povoado próximo – disse Harry.
– E daí? – retrucou o tio, tirando as chaves do carro de um gancho próximo à porta.
– Preciso que o senhor assine o formulário de autorização – disse Harry depressa.
– E por que eu iria fazer isso? – falou o tio com desdém.
– Bom – respondeu Harry, escolhendo cuidadosamente as palavras –, vai ser duro fingir para tia Guida que eu frequento o Saint não sei das quantas...
– Centro St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis! – berrou o tio, e Harry ficou satisfeito de ouvir uma inconfundível nota de pânico em sua voz.
– Exatamente – disse Harry, encarando com toda a calma o rosto púrpura do tio. – É muita coisa para eu me lembrar. Tenho que parecer convincente, não é mesmo? E se eu, sem querer, deixar escapar alguma coisa?
– Vou fazer picadinho de você, não é mesmo? – rugiu o tio, avançando para o sobrinho com o punho levantado. Mas Harry aguentou firme.
– Fazer picadinho de mim não vai ajudar tia Guida a esquecer o que eu poderia contar a ela – disse em tom de ameaça.
Tio Válter parou, o punho ainda levantado, a cara de uma feia cor marrom-arroxeada.
– Mas se o senhor assinar o meu formulário de autorização – apressou-se Harry a acrescentar –, juro que vou me lembrar da escola que o senhor diz que frequento, e vou me comportar como um trou... como se fosse normal e todo o resto.
Harry percebeu que o tio estava considerando a proposta, mesmo que seus dentes estivessem arreganhados e uma veia latejasse em sua têmpora.
– Certo – disse por fim, bruscamente. – Vou vigiar o seu comportamento muito de perto durante a visita de Guida. Se, quando terminar, você tiver andado na linha e sustentado a história, eu assino a droga do formulário.
E, dando meia-volta, abriu a porta e bateu-a com tanta força que uma das vidraças no alto se soltou.
Harry não voltou à cozinha. Subiu as escadas e foi para o quarto. Se ia se comportar como um trouxa de verdade, era melhor começar já. Devagar e com tristeza, reuniu seus presentes e cartões de aniversário e escondeu-os debaixo da tábua solta do soalho com os deveres de casa. Depois, foi até a gaiola de Edwiges. Errol parecia ter-se recuperado; ele e Edwiges estavam dormindo, com a cabeça enfiada embaixo da asa. Harry suspirou e cutucou as corujas para acordá-las.
– Edwiges – disse deprimido –, você vai ter que dar o fora por uma semana. Vá com Errol. Rony cuidará de você. Vou escrever um bilhete para ele explicando. E não me olhe assim – os grandes olhos âmbar de Edwiges se encheram de censura –, não é minha culpa. É o único jeito que tenho de conseguir uma autorização para visitar Hogsmeade com Rony e Hermione.
Dez minutos depois, Errol e Edwiges (que levava um bilhete para Rony amarrado na perna) saíram voando pela janela e desapareceram de vista. Harry, agora se sentindo completamente infeliz, guardou a gaiola vazia dentro do armário.
Mas não teve muito tempo para se entristecer. Não demorou quase nada e tia Petúnia já estava gritando lá embaixo para Harry descer e se preparar para dar as boas-vindas à hóspede.
– Faça alguma coisa com o seu cabelo! – disse tia Petúnia bruscamente quando o sobrinho chegou embaixo.
Harry não via sentido em tentar fazer seu cabelo ficar penteado. Tia Guida adorava criticá-lo, por isso, quanto mais desarrumado, mais satisfeita ela iria ficar.
Demasiado cedo, ouviu-se um ruído de pneu triturando areia quando o carro de tio Válter entrou de marcha a ré pelo caminho da garagem, depois, batidas de portas e passos no jardim.
– Atenda a porta! – sibilou tia Petúnia para Harry.
Com uma sensação de grande tristeza e depressão na boca do estômago, Harry abriu a porta.
Na soleira encontrava-se tia Guida. Era muito parecida com o tio Válter; corpulenta, alta, socada, a cara púrpura, tinha até bigode, embora não tão peludo quanto o do irmão. Em uma das mãos ela trazia uma enorme mala, e, aninhado sob a outra, um buldogue velho e mal-humorado.
– Onde está o meu Dudoca? – bradou tia Guida. – Onde está o meu sobrinho fofo?
Duda veio gingando em direção ao hall, os cabelos louros emplastrados na cabeça gorda, uma gravata-borboleta quase invisível sob a papada quíntupla. Tia Guida largou a mala na barriga de Harry, deixando-o sem ar, agarrou Duda num abraço apertado com o braço livre e plantou-lhe uma beijoca na bochecha.
Harry sabia perfeitamente bem que Duda só aguentava os abraços da tia porque era bem pago para isso, e não deu outra, quando os dois se separaram, Duda levava uma nota novinha de vinte libras apertada na mão gorda.
– Petúnia! – exclamou tia Guida, passando por Harry como se ele fosse um cabide de chapéus. As duas se beijaram, ou melhor, tia Guida deu uma queixada na bochecha ossuda de tia Petúnia.
Tio Válter entrou nesse momento, sorrindo jovialmente e fechou a porta.
– Chá, Guida? – ofereceu. – E o que é que o Estripador vai tomar?
– Estripador pode beber um pouco de chá no meu pires – respondeu tia Guida enquanto seguiam todos para a cozinha, deixando Harry sozinho no hall com a mala. Mas o menino não ia se queixar; qualquer desculpa para ficar longe da tia era bem-vinda, por isso começou a carregar a pesada mala para o quarto de hóspedes, demorando o máximo