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Batalha de Muret: diferenças entre revisões

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Raimundo VI buscou aliados com uma ortodoxia católica indubitável, e após se ter encontrado com diversos monarcas [[Europa|europeus]], aliou-se com o seu cunhado [[Pedro II de Aragão]], "o Católico". Este rei agiu como intermediário com o fim de encontrar uma reconciliação, mas finalmente o papa Inocêncio III pôs-se em nome de Simão IV de Montfort e proclamou a cruzada pensando que assim erradicaria a [[heresia]] definitivamente. A cruzada começou com o [[massacre de Béziers]] e o [[cerco de Carcassonne]] de [[1209]], continuando ao ano seguinte com o ataque às fortificações de [[Minerve]], [[castelo de Termes|Termes]] e [[castelos de Lastours|Cabaret]].
 
Em [[1213]], Simão de Montfort reiniciou a sua campanha contra o conde Raimundo VI de Tolosa. Este retirou-se para a sua capital e pediu a intervenção papal; o Papa ordenou a celebração do [[concílio de Lavaur]], que começou a [[15 de janeiro]] de [[1213]],<ref name=Chaytor>{{Citar web |url=http://libro.uca.edu/chaytor/hac5.htm |título=Alfonso II and Pedro II |acessodata=18-09-2008 |apelido=Chaytor |nome=H. J. |obra=A History of Aragon and Catalonia |editora=The library of Iberian resources online |língua=inglês}}</ref> e onde se postulou pelo retorno dos condados e terras aos seus manchetes em troca da submissão à Igreja<ref name=Sella>Sella, ''La batalla de Muret, pas a pas''.</ref>. Apesar de os congregados recusarem a proposta, o rei Pedro II de Aragão conseguiu que o Papa enviasse um legado. Face à evidência de que os cruzados estavam determinados a acabarem com o conde de Tolosa e a intervenção do Papa somente conseguiria adiar os acontecimentos, Pedro II de Aragão decidiu acolher os condes de Tolosa, Foix e Cominges,<ref name=Cabestany>Cabestany e Bagué, ''Història de Catalunya, vol. III. Els primers comtes-reis''.</ref>, e o [[viscondado de Béarn|visconde de Béarn]] sob a sua proteção, e combater os cruzados.
 
Progressivamente, Montfort foi ocupando as vilas próximas a [[Toulouse]] até esta cair no seu poder. Entre as vilas ocupadas encontrava-se [[Muret]], que conquistara sem encontrar resistência em [[1212]]<ref>{{Citar web |url=http://www.mairie-muret.fr/page.php?id=101 |título=Muret, ville d’histoire |acessodata=18-09-2008 |editora=Le site internet de la Ville de Muret |língua=francês}}</ref>. A sua situação estratégica, situada entre os rios [[Garona]] e [[rio Louge|Louge]], determinou que Simão IV de Montfort a escolhesse como base de operações, deixando uma guarnição de 30 a 60 cavaleiros<ref name=Polemos>{{Citar web |url=http://www.polemos.org/Members/FXHernandez/la-batalla-de-muret-1213 |título=La batalla de Muret (1213) |acessodata=18-09-2008 |apelido=Hernández Cardona |nome=Javier |data=3-10-2007 |editora=Polemos.org |língua=catalão}}</ref> e 700 peões de infantaria.<ref name=Villuendas>{{Citar web |url=http://www.portalhistoria.com/archivos/articulos/batallademuret.html |título=La Batalla de Muret |acessodata=18-09-2008 |apelido=Villuendas |nome=Enrique |data=9-04-2007 |editora=Portalhistoria.com |língua=espanhol}}</ref><ref>R. G. Grant afirma que eram 1200 soldados de infantaria em '' Battle. A visual journey through 5.000 years of combat '' .</ref>.
 
A partir de agosto, [[Pedro II de Aragão|Pedro II]] cruzou os [[Pirenéus]] a partir de [[Canfranc]]<ref name=Cabestany /> ou [[Benasque]]<ref name=Hernandez>Hernández, F. X., ''Història militar de Catalunya''.</ref> com cerca de mil cavaleiros e homens de armas. Enquanto se acercava a Tolosa, os castelos da bacia do Garona que se renderam aos cruzados, foram-se rendendo facilmente. Seguidamente, o rei enviou o seu exército sobre Muret, enquanto Simão de Montfort se achava em [[Saverdun]].<ref>''Histoire de Languedoc'' (1648), pp. 326-327.</ref>. Quando este teve notícias do perigo, reuniu as suas tropas e dirigiu-se para Muret, ao encontro de Pedro II de Aragão.
 
== Cerco de Muret ==
[[Ficheiro:Muret 1213.jpg|thumb|right|300px|Plano da cidade de Muret em [[1213]], obra de F. X. Hernández.]]
 
Em [[10 de setembro]], as tropas de Pedro ''o Católico'' juntaram-se com as dos seus aliados [[occitanos]] e montaram dois acampamentos na ribeira esquerda do Garona. Os acampamentos estavam situados a cerca de 3&nbsp;km do castelo da localidade e das embarcações amarradas que chegaram de Tolosa; estas estavam cheias de provisões,<ref name=Chaytor />, e contavam com cerca de 20002 mil cavaleiros e 50005 mil peões de infantaria.<ref>R.G. Grant afirma que eram 30 000 soldados de infantaria.</ref>.
 
Os cavaleiros foram divididos em três grupos: o primeiro de eles, dirigido por [[Raimundo Roger I de Foix]], constava de cerca de 400 cavaleiros próprios e de 200 da [[Coroa de Aragão]]; o segundo grupo, formado por cerca de 700 cavaleiros da Coroa de Aragão, que estava no comando do próprio monarca, Pedro II, enquanto que o terceiro e último grupo, de ao redor de 900 homens, estava sob as ordens de [[Raimundo VI de Tolosa]] e [[Bernardo IV de Cominges]].<ref name=Blazon>{{Citar web |url=http://perso.modulonet.fr/earlyblazo//events/muret.htm |título=Muret 1213 |acessodata=18-09-2008 |editora=earlyBlazon.com |língua=inglês, francês}}</ref>.
 
O mesmo dia, 10 de setembro, os [[Condado de Tolosa|tolosanos]] começaram o assédio com [[manganela]]s e outras [[Arma de assédio|armas de assédio]]. Assim tomaram uma das duas portas da cidade, uma das torres e a vila nova, forçando os cavaleiros franceses a retirarem-se à vila velha e ao castelo. Quando o rei Pedro teve notícia de que Simão de Montfort se aproximava a [[Muret]], ordenou a retirada da infantaria que participava no assédio para evitar que fosse atacada pela retaguarda. Assim, ao chegar ao dia seguinte, por oeste<ref name=Villuendas /> com 900 cavaleiros,<ref name=Sella /> os cruzados puderam entrar na fortaleza de Muret por uma das portas que não era controlada pelos tolosanos.<ref name=Polemos />. Ainda pela tarde chegou o pequeno contingente sob as ordens de [[Payen de Corveil]]<ref, [[Pedro de Vaux de Cernay]], ''Hystoria Albigensis''.</ref>. Também se aponta a possibilidade de que Pedro II deixasse entrar os cruzados com a intenção de encerrá-los em Muret.<ref name=Soldevilla>Soldevilla, ''Historia de Catalunya'', pág. 170.</ref>.
 
== Preparação da batalha ==
Raimundo VI de Tolosa, que conhecia as táticas do inimigo, propôs fortificar o acampamento com uma paliçada,<ref name=Sella />, assediar a cidade pelo flanco oeste<ref name=Chaytor /> e aguardar o ataque francês para o recusar com os [[Besta (arma)|besteiros]] e posteriormente contra-atacar com o objetivo de recluí-lo no interior do castelo.<ref name=Iacobus>{{Citar web |url=http://www.iacobus.net/Muret.Htm |título=Desenvolupament de la batalla |acessodata=18-09-2008 |autor1=Óscar Vila |coautores=Hernández, Antonio |ano=1997 |obra=Historia del catarisme |editora=l'Aldea Càtara |língua=catalão}}</ref>. Pelo contrário, Pedro II, fazendo ouvidos de mercador para os conselhos oferecidos pelo seu cunhado, travou batalha sem aguardar a que chegasse todo o seu exército,<ref>Jerónimo Zurita, ''Anales de Aragón''</ref>, pois os reforços de [[Guilherme II de Bearn|Guilherme II de Montcada e de Bearn]],<ref>{{Citar web |url=http://in.directe.cat/oriol-junqueras/bloc/la-fi-del-somni-occita |título=La fi del somni occità |acessodata=18-09-2008 |apelido=Junqueras |nome=Oriol |data=14-12-2007 |editora=indirecte!cat |língua=catalão}}</ref>, [[Gastão VI de Bearn]] e [[Nuno Sánchez]] estavam de caminho perto de [[Narbona]]. O rei queria que o seu exército, que participara na vitória cristã da [[batalha de As Navas de Tolosa]], se comparasse em valentia com a até então invencível [[cavalaria]] francesa sem fortificar o acampamento, e visava a vencer em campo aberto.
 
[[Simão IV de Montfort]], em inferioridade numérica, com víveres para somente uma jornada<ref name=Cabestany /> e a mais de cem [[légua]]s da sua base de operações, decidiu não ficar encerrado no castelo de Muret e lançou um ataque fulminante,<ref>Oldenbourg, ''La hoguera de Montsegur'', pp. 216-217.</ref>, utilizando a melhor arma da [[cavalaria pesada]], a carga.<ref name=Myths>{{Citar web |url=http://www.deremilitari.org/resources/articles/mcglynn.htm |título=The Myths of Medieval Warfare |acessodata=19-09-2008 |apelido=McGlynn |nome=Sean |ano=1994 |editora=De Re Militari |língua=inglês}}</ref>. Organizou a cavalaria francesa em três esquadrões<ref name=Soldevilla /> de 300 cavaleiros: com o esquadrão de vanguarda dirigido por [[Guilhaume de Contres]] e [[Guilhaume des Barres]], o segundo esquadrão por [[Bouchard de Marly]] e o terceiro pelo próprio Simão de Montfort;<ref name=Blazon />; pela sua vez, os besteiros e [[lanceiros]] defendiam o castelo e protegiam o acesso da cavalaria. A tropa foi reunida na Praça do mercado, onde se comunicou a ordem de batalha com uma arenga de Montfort.<ref name=Chaytor />.
 
== A batalha ==
A madrugada de [[13 de setembro]] a infantaria tolosana reiniciou os trabalhos de assédio, atacando as portas da muralha, enquanto a cavalaria vigiava a possível saída dos cruzados. Pela tarde, a maior parte da cavalaria aragonesa retirou-se para descansar<ref name=Sella /> e esse foi o momento eleito por Simão de Montfort para atacar com a sua tropa descansada, saindo pela porta de Salas,<ref>Interpretação mais estendida que parte da crônica de [[Pedro de Vaux de Cernay]].</ref>, que dava ao [[rio Louge]] e que os sitiadores não podiam ver, dobrando um canto da muralha do castelo, à ponte de [[Saturnino de Tolosa|São Sernin]] e atravessando o rio por um vau.
 
[[Ficheiro:Battle of Muret Map - en.svg|300px|left|thumb|Plano da batalha de Muret.]]
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A cavalaria cruzada emergiu, de repente, do nível do leito do rio avançando e surpreendendo os sitiadores. Os dois primeiros corpos giraram à esquerda, e a primeira das três acometidas dos franceses foi respondida pelas tropas de [[Raimundo Roger I de Foix]],<ref>[[Michel Roquebert]] afirma que a cavalaria cruzada carregou diretamente contra o grosso da cavalaria aragonesa.</ref><ref>[[Charles Oman]], que considerava o acampamento a leste da cidade, afirma que os cruzados marcharam para Sales simulando a fuga, girando novenda graus, cruzando o Louge, e carregaram posteriormente.</ref> mas tiveram de retirar-se depressa frente da impetuosidade da cavalaria francesa, tomando o relevo as tropas do rei aragonês. Os franceses, com a sua grande manobrabilidade e conservando a formação, mantiveram a vantagem numérica nas duas acometidas seguintes e não permitiram que os aragoneses se reagrupassem.
 
Pedro ''o Católico'' decidira provar a sua valia como cavaleiro trocando a [[armadura]] com um dos seus homens para se enfrentar como simples cavaleiro a Simão de Montfort, mas o objetivo cruzado era o de matar o monarca a qualquer preço<ref>Aubarber, Jean-Luc; Binet, Michel (2008), ''Le pays cathare'', Ouest France. ISBN 978-2-7373-4401-5.</ref> porque a defesa da Igreja justificava todas as ações,<ref name=Sella /> e assim o encarregou a dois dos seus cavaleiros, [[Alain de Roucy]] e [[Florent de Vilhe]], que abateram o cavaleiro que vestia a armadura real e depois o próprio rei quando este se descobriu ao grito de "''El rei, heus-el aqui!''" ("O rei, eis!"),<ref name=Iacobus /> apesar de acabar com alguns dos seus atacantes.<ref>{{Citar web |url=http://ca.wikisource.org/wiki/Cr%C3%B2nica_de_Bernat_Desclot/Cap%C3%ADtol_VI |título=En qual manera mori lo rey En Pere d'Arago, aquell que fon a la batalla de Ubeda |acessodata=23-09-2008 |apelido=Desclot |nome=Bernardo |autorlink=Bernardo Desclot |obra=Crònica de Bernardo Desclot |editora=Viquitexts |língua=catalão |cita=E o primeiro colp feri un cavaller frances ab a chança e abatel mort en terra. Puix veu que a chança non li valia res, tant era a presa quels Francesos li feyen; e mes ma á spasa; e aqui fe de grans colps, se que ocis tres cavallers ab a spasa}}</ref>.
 
A notícia da morte de Pedro II estendeu o pânico entre o restante do exército, que foi completamente derrotado ao ser surpreendido por um ataque pelo flanco efetuado pelas tropas de reserva de Montfort,<ref name=Myths />, empreendendo os cavaleiros aragoneses a retirada. O exército tolosano, que ainda não participara no combate, vendo-se transbordado pelo alude de aragoneses e catalães que retrocediam desordenadamente, fugiu igualmente sem chegar a atacar, sendo atingido pelos cavaleiros franceses, que provocaram umas baixas entre os derrotados que se calculam entre 15 000 e 20 000 homens.
 
{{Quote1|E aquí mori nostre pare car axi ho ha fat me linatge totstemps que en les batalles que ells han fetes, he nos farem, deuem vencre o morir.<ref>{{Citar web |url=http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/34697391092392752454679/ima0010.htm |título=fol. 5 |acessodata=23-09-2008 |autor=Jaime I de Aragão |autorlink=Jaime I de Aragão |obra=[[Llibre dels feits del rei en Jacme]] |editora=Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes |língua=catalão}}</ref>|col2=E aqui faleceu o nosso pai, porque assim o tem feito sempre a nossa linhagem, nas batalhas que eles fizeram ou nós faremos, vencer ou morrer.<ref name=Soldevilla />|Jaime I, ''Llibre dels fets''.}}
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Simão IV de Montfort obteve o triunfo na batalha, tornando-se assim em [[Ducado de Narbona|duque de Narbona]], [[Condado de Tolosa|conde de Tolosa]] e [[viscondado de Beziers|visconde de Beziers]] e [[viscondado de Carcassonne|Carcassonne]].
 
Os condes de Foix e de Cominges voltaram para os seus feudos, e o conde de Tolosa viajou à [[Reino de Inglaterra|Inglaterra]] para se encontrar com [[João I de Inglaterra|João I]],<ref>João I de Inglaterra foi derrotado na [[Batalha da Roche-aux-Moines]] a [[2 de julho]] de [[1214]], e os seus aliados na de [[Batalha de Bouvines|Bouvins]] a [[27 de julho]], pelo qual não pôde ajudar Raimundo de Tolosa frente aos franceses.</ref>, deixando os cônsules de Tolosa para que negociassem com os chefes da cruzada.
 
Apesar de o filho de Raimundo VI, [[Raimundo VII de Tolosa|Raimundo VII]], arrebatar ao pouco tempo o poder a Simão de Montfort, esta batalha marcou o prelúdio da dominação francesa sobre a [[Occitânia]] e o final da expansão da [[Casa de Barcelona]] e da [[Coroa de Aragão]] na região, pois Pedro II conseguira a vassalagem dos condados de Tolosa, [[Condado de Foix|Foix]] e [[Condado de Cominges|Cominges]], e segundo o autor Michel Roquebert, o final da possível formação de um poderoso reino aragonês-occitano que cambiasse o curso da [[história da Espanha]].<ref>{{Citar livro |sobrenome=Roquebert |nome=Michel |autorlink=Michel Roquebert |editora=Perrin |título=Histoire des Cathares |ano=2002 |isbn=2262018944}}</ref>.
 
A Coroa foi centrada a partir de então na [[Reconquista]] da [[Península Ibérica]], que se repartira umas décadas antes com os tratados de [[Tratado de Tudilén|Tudilén]] e de [[tratado de Cazorla|Cazorla]].
 
O cadáver de Pedro II, que fora excomungado pelo mesmo que o coroara, foi recolhido pelos [[Ordem de Malta|cavaleiros hospitalares]] de [[Condado de Tolosa|Tolosa]], onde foi enterrado, até ser autorizado, em [[1217]], por uma [[bula papal|bula]] do [[papa Honório III]] de transladarem os seus restos para o [[Santa Maria de Sigena|Real Mosteiro de Santa Maria de Sigena]], onde foi inumado fora do recinto sagrado.<ref>{{Citar periódico|apelido=Durán Gudiol |nome=Antônio |ano=1989 |título=El rito de la coronación del rey en Aragón |revista=Revista de Ciencias Sociales del Instituto de Estudios Altoaragoneses |número=103 |editora=Argensola |páginas=17-40 |issn=0518-4088 |url=http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=652092 |língua=espanhol |formato=pdf}}</ref>.
 
O filho de Pedro II, o futuro Jaime I, que naquele momento contava 5 anos de idade, encontrava-se sob a custódia de Simão de Montfort. Após a morte de Pedro II, Jaime ficou órfão de pai e mãe, pois esse mesmo ano a sua mãe, a rainha [[Maria de Montpellier]], faleceu em [[Roma]], aonde viajara para defender a indissolubilidade do seu matrimônio.<ref>Stefano Maria Cingolani, em ''Jaume I. Història i mite d´un rei'', pág. 77. data a morte da rainha em abril de 1213, antes da do seu marido. Por contra, Luis Suárez Fernández, em ''Historia de España Antigua y Media'' (1976), Ediciones Rialp, pág. 15 assinala que a rainha faleceu depois que Pedro II.</ref>. Ante esta situação, foi enviada uma embaixada do reino a Roma para pedir a intervenção de [[Inocêncio III]]. O papa, numa bula e por meio do legado [[Pedro de Benevento]], obrigou a Montfort a ceder a tutela do [[Jaime I de Aragão|infante Jaime]] aos [[Templários na Coroa de Aragão|cavaleiros templários da Coroa de Aragão]].<ref name=Cingolani87>Stefano Mari Cingolani, ''Jaume I. Història i mite d´un rei'', pp. 87-88.</ref>
O papa, numa bula e por meio do legado [[Pedro de Benevento]], obrigou a Montfort a ceder a tutela do [[Jaime I de Aragão|infante Jaime]] aos [[Templários na Coroa de Aragão|cavaleiros templários da Coroa de Aragão]]<ref name=Cingolani87>Stefano Mari Cingolani, ''Jaume I. Història i mite d´un rei'', pp. 87-88.</ref>.
 
[[Ficheiro:Batalla de Muret.jpg|thumb|left|150px|A batalha de Muret segundo o ''Libre dels fets''.]]
 
A entrega do novo Jaime ocorreu finalmente em [[Narbona]] na Primavera de [[1214]], onde aguardava uma delegação de notáveis do seu reino, entre os que figurava o [[grão-mestre dos Cavaleiros Templários]] em Aragão, [[Guilherme de Montredón]]<ref name=Cingolani87 /> A tutela do monarca recaiu neste último.<ref>Herradón, ''Jaime I el Conquistador, el rey cruzado'', pág. 14.</ref>. Os templários o instruíram como rei de Aragão no [[castelo de Monzón]], na atual [[província de Huesca]], junto ao seu primo [[Ramón Berenguer V de Provença]]. Antes de chegar a [[Monzón]], detiveram-se em [[Lérida]], onde as [[Cortes Gerais da Coroa de Aragão|Cortes]] lhe juraram fidelidade.
 
Nesse tempo, o regente [[Sancho Raimúndez]] disputava a soberania com o tio de Jaime, [[Fernando I de Aragão]]. No momento mais crítico, no qual os nobres catalães eram prestes a iniciar uma guerra civil pelo controlo da soberania contra os de Aragão, Jaime, com apenas 9 anos de idade, e aconselhado pelos cavaleiros templários, tomou o controlo da Coroa e todos os nobres juraram fidelidade ao monarca. Daí em diante, a expansão aragonesa de Jaime I e os seus sucessores dirigiu-se até as terras da [[Taifa de Valência]] e o [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]].<ref name=GEA />