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Francisco de Sousa: diferenças entre revisões

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'''Francisco de Sousa''' ([[Circa|ca.]] {{dni|lang=br|||1540|si}} — {{morte|lang=br|||1611}}) foi um [[fidalgo]] [[Portugal|português]], sétimo [[governador do Brasil]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=wqhoAAAAMAAJ&q=%22Francisco+de+Sousa%22+%22governador-geral+do+Brasil%22&dq=%22Francisco+de+Sousa%22+%22governador-geral+do+Brasil%22&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjFyfTiku3uAhUJJrkGHZzyDHcQ6AEwCXoECAgQAg|título=São Paulo no Arquivo de Mateus|ultimo=Vianna|primeiro=Helio|ultimo2=Taques|primeiro2=Pedro|editora=Biblioteca Nacional, Divisão de Publicações e Divulgação|ano=1969|local=Rio de Janeiro|página=13}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=I1cpVmAZPnIC&dq=%22Francisco+de+Sousa%22+%22governador-geral+do+Brasil%22&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s|título=Revista do arquivo municipal|ultimo=Municipal|primeiro=São Paulo (Brazil) Arquivo|editora=Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria de Educação e Cultura, Departmento de Cultura|ano=1970|local=São Paulo|página=93}}</ref> Por vezes é confundido com o primeiro [[marquês das Minas]], título que foi efetivamente usado por seu neto, de mesmo nome, [[Francisco de Sousa, marquês das Minas|Francisco de Sousa]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=0ISwxzXWkTkC&pg=PA243&dq=%22Francisco+de+Sousa%22+%22governador-geral%22&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjElfm9ke3uAhUFH7kGHRbWDrsQ6AEwAXoECAEQAg#v=onepage&q=%22Francisco%20de%20Sousa%22%20%22governador-geral%22&f=false|título=Revista trimensal de historia e geographia ou Jornal do Instituto historico e geographico brasileiro|editora=Cabral|ano=1869|local=Rio de Janeiro|página=243}}</ref>
'''Francisco de Sousa''' ([[Circa|ca.]] {{dni|lang=br|||1540|si}} — {{morte|lang=br|||1611}}) foi um [[fidalgo]] [[Portugal|português]], sétimo [[governador do Brasil]]. Por vezes é confundido com o primeiro [[marquês das Minas]], título que foi efetivamente usado por seu neto, de mesmo nome, Francisco de Sousa.
 
Governou por dois períodos, no segundo tinha a promessa do título de [[Marquês das Minas]] que se haviam descoberto na [[capitania de São Vicente]].
 
Disse-se de sua pessoa: "''Como o efeito não correspondeu à esperança, não teve o título e morreu muito pobre na capitania. Era [[cavaleiro]] de muitas prendas, grande soldado, grandemente liberal e cortesão. Foi almirante da armada que levou à África o rei [[Dom Sebastião]], de que era general seu tio Dom [[Diogo de Sousa]].''"
 
==Dados biográficos==
[[Filipe II de Espanha|Filipe II]] era afeiçoado ao [[conde do Prado]], seu pai. D. Francisco se tornou um palaciano prestigioso. Teve aproximação com [[Gabriel Soares de Sousa]], senhor de engenho na [[Capitania da Bahia]], deslumbrado pela [[lenda]] do Sol na Terra, a montanha resplandecente descrita pelos [[Tupiniquins]] nas nascentes do [[rio São Francisco]].
 
Diz dele o historiador Afonso de E. Taunay em "''O Epos Bandeirante e São Paulo Vila e Cidade''" in ''Ensaios Paulistanos'', 1958, p.&nbsp;627:
:"''Foi D. Francisco de Sousa senhor de [[Beringel]] e sétimo Governador Geral do Brasil, em [[1591]], personalidade certamente de invulgares dotes de inteligência e energia. Veio para o seu governo disposto a executar largo programa visando sobretudo impulsionar as expedições de devassa do sertão e da descoberta de jazidas de metais preciosos. Organizou verdadeiro departamento técnico para a pesquisa de minerais.''"
 
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Nomeou [[Diogo Gonçalves Laço]] capitão das minas de ouro e prata do [[Ibiraçoiaba]]: na ocasião, declarou seus descobridores [[Afonso Sardinha]] ''o Moço'' e Clemente Alvares. No regimento a Laço, ordenou aos dois Afonso Sardinha as diligências que [[Nicolau Barreto]] executaria no ano seguinte, acompanhado por Sardinha, o Moço, morto no sertão em [[1604]].
 
Enviou a '''primeira grande bandeira paulista''', comandada por [[André de Leão]], morador do Rio de Janeiro, ao trecho do rio Paraíba e, transposta a [[serra da [[Mantiqueira]], entraram em território hoje mineiro, dizendo-se que pode ter chegado à bacia do São Francisco. Nela seguiu como prático o holandês [[Wilhelm Jost ten Glimmer]], morador de Santos, que forneceria o roteiro da jornada a [[João de Laet]] (escritor holandês da «Descrição das Indias Ocidentais» em 1625). Como dirigentes, um morador de Santos e outro do Rio, conhecedores da penetração pelas vias do Quilombo e de Parati. A diretriz usual era a de Atibaia ou Sapucaí, através do vago «sertão de Parnaíba». As bandeiras quinhentistas ganhavam com mais facilidade a região do Guairá do que o próximo vale do Paraíba, pela profunda desigualdade da flora desses terrenos. Os santistas foram os primeiros a penetrar ali, seguindo o vale do [[rio Quilombo]] e se localizando em [[Mogi das Cruzes]], antiga [[sesmaria]] de [[Brás Cubas]], o primeiro a tatear tal caminho para penetrar no sertão das Minas. Os de São Paulo obtinham comunicação penosa com Moji pela via do [[rio Anhembi]]. Graças a Dom Francisco, uma estrada ligou os dois núcleos de povoamento. Já os moradores do Rio conheciam bem o vale médio do [[rio Paraíba]], pela via de Parati. Obscuras bandeiras de apresamento, porém, iam pentrando o interior, tanto que não se abandonava a esperança dos achados mineiros.
 
André de Leão permaneceu nove meses no sertão mas nada encontrou de jazidas. Em agosto de [[1602]] D. Francisco enviou a bandeira de [[Nicolau Barreto]], com centenas de homens, autorizado a descobrir ouro e prata, mas retornaram em [[1604]] com desilusões. Voltou-se então o governador para «as minas de ferro e aço».
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===Volta ao Brasil===
Em [[2 de janeiro]] de [[1608]] D. Francisco conseguiu provisão de [[Filipe III de Espanha|Filipe III]] que constituiu nas capitanias de [[Capitania de São Vicente|São Vicente]], [[Capitania do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]] e [[Capitania do Espírito Santo|Espírito Santo]] a «'''Repartição do Sul'''», em governo separado do Governo do Brasil, nomeando-o para chefiá-la (ele seria investido em [[1609]] mas pouco fez porque logo morreria). Era a segunda vez que se dividia em dois o governo do Brasil, a primeira vez fora sob [[Antônio Salema]] em [[1573]]. Igualmente criada uma Ouvidoria Geral para o Sul, entregue a [[Sebastião Paruí de Brito]]. 16 alvarás e provisões da mesma época faziam concessões e graças.
 
Em junho de [[1608]], findo o governo de [[Martim Correia de Sá]], o Rio de Janeiro foi entregue por seis anos a [[Afonso de Albuquerque]], que estava ainda no poder em [[1614]]. D. Francisco de Sousa, nomeado por carta patente de [[2 de janeiro]] de 1608 para a Repartição do Sul, partiu de Lisboa em [[22 de janeiro]] de [[1609]] e aportou em [[Pernambuco]] em [[19 de fevereiro]] de 1609; seguiu para o Rio, mas passou a maior parte dos anos de [[1609]] e [[1610]] em São Paulo, até sua morte em 11 de junho de 1611.
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Voltou a São Paulo cercado de grande comitiva e firmou contrato de uma sociedade com [[Diogo Quadros]] e [[Francisco Lopes Pinto]] para exploração do que então denominavam engenho de ferro (sociedade para exploração do ferro fundido) renovando-se também tentativas para o estabelecimento do gênero no Araçoiaba. O engenho de Ibirapuera fabricou ferro por 20 anos e cessou ao morrer Francisco Lopes Pinto, que no entanto havia cedido sua parte, por três mil cruzados, ao filho de D. Francisco, D. Antônio de Sousa.
 
Mergulhado no isolamento da [[Araçoiaba]] ou serro de Nossa Senhora do Monte Serrate, desamparado de sua comitiva e do antigo fausto, D. Francisco morreu em [[10 de junho]] de [[1611]] como o mais humilde e desbaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido. Houve fábulas sobre sua morte, pois D. Antônio de Añasco imagina que foi pela falsa notícia da morte do filho Antônio, colhido por piratas argelinos em alto mar; [[Frei Vicente do Salvador]] diz que morreu numa epidemia e tão pobre que nem uma vela teria se não fosse a piedade de um teatino; [[Antônio Pais de Sande]] diz que morreu de desalento por lhe terem os Paulistas matado o mineiro que enviara a [[Sabaraboçu]], portador de amostras de prata e um roteiro que desapareceram... Foi ele o maior impulsionador em São Paulo das bandeiras que se seguiriam no decorrer do século XVII, pois deixara desenhadas as diretrizes. Deixou o governo a seu filho, continuador de sua obra, D. [[Luís de Sousa, conde do Prado|Luís de Sousa]]. Mas Lisboa despachou para substitui-lo, em [[4 de novembro]] de [[1611]], [[Salvador Correia de Sá, o Velho|Salvador Correia de Sá]], que seria chamado ''o Velho'', com ordenado de 600$000 ao ano.
 
===Dados genealógicos ===
Era filho de D. [[Pedro de Sousa]], [[conde do Prado]] e [[Beringel]], alcaide-mor de [[Beja]], e de Violante Henriques, filha de [[Simão Freire de Andrade]], senhor de [[Bobadela (Boticas)|Bobadela]].
 
Casou com Joana de Castro, filha de [[Rodrigo de Castro, o Ombrinhos|Rodrigo de Castro]], o ''Hombrinhos'', capitão de [[Praça-forte de Safim|Çafim]], alcaide-mor e comendador de [[Zéa]] (irmão de D. [[Leonor de Castro]], 4ª [[duquesa de Gandia]], mulher do Duque Francisco de Borja, depois santificado como São [[Francisco de Borja]], pois eram ambos filhos de D. Avrão de Castro, senhor do morgado do Torrão, e de D. Isabel de Melo, filha de Nuno Barreto, alcaide-mor de Faro). Era mulher do ''Hombrinhos'' D. Ana d Eça, filha por sua vez de D. Estêvão de Castro e de Filipa de Eça. De Leonor
 
Tiveram os seguintes três filhos:
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Casou em segundas núpcias com sua sobrinha Violante de Mendonça Henriques filha de [[Jorge Furtado de Mendonça]] e Mécia Henriques;
Tiveram três filhos:
*D. [[Luís de Sousa]], que casou no Brasil com Catarina Barreto, filha de [[João Pais Barreto]], de Pernambuco, tendo sucessão em D. João de Sousa, que foi mestre de campo em Pernambuco onde casou com a prima irmã, filha de seu tio Filipe Pais Barreto e D. Beatriz de Albuquerque;
*Margarida, primeira esposa de Luís de Castro do Rio, sem posteridade;
*Mécia, religiosa no [[convento da Madre de Deus em Lisboa]].
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== Ver também ==
* [[Lista de governadores-gerais do Brasil]]
{{Referências}}
 
== Ligações externas ==
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|título=[[Lista de governadores-gerais do Brasil|Governador-geral do Brasil]]
|anos=1592 — 1602
|antes=[[Francisco Giraldes]]
|antes=Junta governativa: [[António Barreiros]], [[Cristóvão de Barros]] e [[António Coelho de Aguiar]]
|depois=[[Diogo Botelho]]
}}
Linha 86 ⟶ 87:
{{Termina caixa}}
 
{{Governadores do Brasil colonial}}{{Governadores de Pernambuco - Colônia}}{{Portal3|Biografias|Política|Bahia}}
{{Prefeitos de Salvador}}
{{Portal3|Biografias|Política|Bahia}}
 
 
Linha 94 ⟶ 93:
{{DEFAULTSORT:Francisco Sousa}}
[[Categoria:Mortos em 1611]]
[[Categoria:Nobres de Portugal do século XVII]]
[[Categoria:Governadores-gerais do Brasil]]
[[Categoria:Condes do Prado]]
Linha 100:
[[Categoria:Governadores do Rio de Janeiro (Colônia)]]
[[Categoria:Provedores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa]]
[[Categoria:Casa de SouzaSousa-Prado]]
[[Categoria:Portugueses na Batalha de Alcácer-Quibir]]