Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Jornalismo internacional: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Clara C. (discussão | contribs)
Jornalismo Internacional movido para Jornalismo internacional
 
m movido de volta; havia sido erroneamente transformado em minúscula
Linha 1:
Chama-se '''Jornalismo Internacional''' a especialização da [[Jornalismo|profissão jornalística]] nos eventos estrangeiros ao país onde está sediado o veículo de [[imprensa]] em que o jornalista trabalha. Por isso, a definição é relativa por natureza: o que é assunto "doméstico" num determinado país será "internacional" em todos os demais. Este fato faz com que o Jornalismo Internacional seja provavelmente a área do Jornalismo com maior abrangência de temas entre todas, já que deve dar conta de política, economia, cultura, acidentes, natureza e todos os assuntos que aconteçam fora de seu país de origem.
#REDIRECT [[Jornalismo internacional]]
 
O '''Jornalismo''' como atividade profissional já teria nascido '''Internacional''' em seus primórdios, pois os veículos de imprensa pioneiros - criados no contexto da ascensão da [[burguesia]] na [[Europa]] nos séculos [[século XVII|XVII]] e [[século XVIII|XVIII]] - foram criados principalmente para informar leitores locais (em grande parte, comerciantes e banqueiros) sobre fatos acontecidos no exterior.
 
A partir do [[século XIX]], com jornais já consolidados na [[Europa]], nos [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] e em determinados países - como o [[Brasil]] -, e com as inovações nas [[telecomunicações]], como o [[telégrafo]], as notícias do estrangeiro ganharam novo impulso. Começaram a ser formadas as primeiras [[Agência de notícias|agências de notícias]], inicialmente como associações entre jornais para cobrir eventos de grande relevância, como guerras e revoluções. Os primeiros conflitos a receber ampla cobertura jornalísticas foram a [[Guerra da Criméia]] e a [[Guerra de Secessão]] dos EUA.
 
==Agências de Notícias==
Ver tópico específico [[Agência de notícias]].
 
==Correspondentes e Enviados==
Há dois tipos de reportagem que podem ser feitas no exterior: o trabalho de '''Correspondência Estrangeira''' (ou '''Correspondência Internacional''') e o do '''Enviado Especial ao Exterior'''. Embora haja semelhanças entre ambos, as diferenças se dão no cotidiano do trabalho e da produção de material para seus respectivos veículos de imprensa.
 
O '''Correspondente''' é um repórter baseado fixamente numa cidade estrangeira - muitas vezes a capital de um país -, cobrindo uma região, um país ou às vezes até um continente inteiro. Ele deve enviar matérias regularmente para a redação da sede de seu veículo. Para isso, ele acompanha toda a imprensa local, mantém contatos freqüentes com jornalistas e colegas correspondentes e identifica fontes estratégicas - como entidades, governos, diplomatas, militares e outras que possam fornecer informações importantes. Na maior parte das vezes, o correspondente é auto-pautado - ou seja, ele mesmo define sobre o que irá escrever, o que irá apurar, que assuntos vai selecionar. O correspondente deve ter conhecimento profundo da realidade local e um talento discricionário elevadíssimo para identificar os fatos mais relevantes no país onde trabalha e ao mesmo tempo interessantes para seu país de origem.
 
Já o '''Enviado Especial''' é um repórter expatriado com um tema previamente definido para cobrir ou investigar (uma guerra, uma crise, uma epidemia etc.). Diferente do correspondente, o enviado especial pode produzir uma única matéria, se for o caso, ou uma série, sem necessidade de envio regular de produção. Normalmente, o enviado especial é selecionado entre os profissionais da redação por ter maiores conhecimentos sobre o tema ou o lugar dos fatos. Muitas vezes, o enviado passa poucos dias no local e retorna à sede logo em seguida.
 
Quando jornalistas trabalham no exterior sem vínculos fixos com veículos de imprensa ou em regime de prestação de serviço, são chamados de ''Stringers''. Estes são mais comuns em locais onde a mídia não acha tão interessante ou compensatório manter um correspondente fixo, como em países do [[Terceiro Mundo]]. ''Stringers'' geralmente produzem matérias para várias empresas diferentes ao mesmo tempo.
 
==Correspondência de Guerra==
O trabalho de '''Correspondente de Guerra''' propriamente dito surgiu na segunda metade do século XIX, com o envio de repórteres europeus e norte-americanos para conflitos como a [[Guerra da Criméia]], [[Guerra do México]], [[Guerra do Ópio]], [[Guerra de Secessão|Guerra de Secessão dos EUA]], [[Guerra do Paraguai]] e [[Guerra Hispano-Americana]].
 
Entretanto, antes mesmo já havia os chamados "cronistas de guerra", que produziam relatos sobre os conflitos - sem que houvesse, na época, técnicas de produção jornalística. O general romano [[Júlio César]], por exemplo, escreveu crônicas de guerra em seu diário ''De Bello Galico''. A diferença para os correspondentes modernos é que estes são enviados especificamente para cobrir conflitos para um veículo determinado (jornal, TV, rádio, revista etc.).
 
O correspondente de guerra pode ficar baseado numa cidade perto da zona de conflito (por haver mais infraestrutura e acesso a comunicação com a redação da sede) ou ir direto para o ''front'' de combate, se as condições e os militares permitirem. Tecnologias de comunicação recentes, como a [[internet]], permitiram maior mobilidade ao correspondente de guerra, já que ele agora pode enviar textos, sons e imagens de praticamente qualquer ponto do mapa, incluindo o campo de batalha. O trabalho é de altíssimo risco, mas cada informação obtida tem valor igualmente alto. Correspondentes de guerra estão entre as maiores vítimas de casualidades (mortes por assassinatos ou acidentes) entre jornalistas.
 
==Jornalismo Internacional no Brasil==
No [[Brasil]], alguns dos maiores expoentes profissionais em [[Jornalismo Internacional]] são os repórteres e redatores [[Newton Carlos]], [[Joel Silveira]], [[Argemiro Ferreira]], [[William Waack]], [[Hermano Henning]] e [[Geneton Moraes Netto]]. Entre os já falecidos, houve [[Antônio Callado]], [[Paulo Francis]] e [[Araújo Neto]].
 
==Jornalismo Internacional em Portugal==
 
A [[RTPi]] (Rádio e Televisão Portuguesa Internacional) foi a primeira emissora a anunciar o início da [[Guerra do Iraque|invasão norte-americana ao Iraque]], em março de [[2003]], com seu enviado especial [[Carlos Fino]].
 
[[Categoria:Comunicação]]
[[Categoria:Imprensa]]
[[Categoria:Jornalismo]]