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O Athabasca Valles é um vale em Marte, sendo um dos canais mais jovens conhecidos cravados na superfície por inundação.[1] A inundação produziu formações de terra distintas em forma de "lágrima" similares àquelas encontradas na região de channeled scabland dos Estados Unidos, na Terra.[2] Especula-se que estas formações foram produzidas através de processos depositais nos quais as águas da inundação deixaram sedimentos sobre terrenos rígidos como afloramentos rochosos e crateras.[3] Especula-se que a fonte da enchente seja Cerberus Fossae, a 10 N e 157 E.[3][4] Água subterrânea pode ter estado aprisionada sob a criosfera, que se rompeu quando a fossa foi criada.[5][6][7]

Athabasca Valles

Athabasca Valles exibindo a fonte de sua água, Cerberus Fossae. Note as ilhas nas linhas da correnteza exibindo a direção do fluxo para o sul.
Planeta Marte
Tipo vale
Coordenadas 8.6° N, 205.0° W
Extensão 285.0 km
Quadrângulo Elysium
Epônimo Rio Athabasca no Canadá. (modificado de Athabasca Vallis.)


Cones em Athabasca Valles, visto pela HiRISE. Cones se formam a partir da interação da lava com o gelo. Cones maiores no canto superior da imagem foram produzidos quando a água forçou sua passagem através da camada espessa de lava. A diferença entre a elevação mais alta (vermelha) e a mais baixa (azul escuro) é de 170 m


As imagens de altíssima definição da câmera HiRISE a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter têm revelado que todas as formações foram drapeadas por fluxos de lava. (Jaeger et al., 2007[8]

Uma pesquisa, publicada em janeiro de 2010, descreveu a descoberta de um vasto fluxo de lava, do tamanho do estado americano do Oregon, que "ocorreu de maneira turbulenta em um espaço de tempo de várias semanas, no máximo."[9] Esse fluxo, próximo a Athabasca Valles, é o fluxo de lava mais recente em Marte. Supõe-se que este tenha ocorrido no período Amazoniano tardio.[10]

O leito de Athabasca Valles é pontuado por milhares de pequenos cones e anéis formados pela implosão de vapor através do fluxo de lava. Devido à superfície esculpida pela água estar agora coberta por lava, não é mais possível determinar a idade das inundações de água que passaram por Athabasca Valles. É plausível que a inundação tenha sido provocada pelo magma montante e assim a inundação de água e os fluxos de lava seriam essencialmente contemporâneos, mas isto ainda não foi confirmado.

Por volta de 80% das crateras em Athabasca Valles são crateras secundárias ao impacto que criou a cratera Zunil.[11]

Imagens da HiRISE da região de Athabasca Valles exibem formações formadas pela expansão e contração do gelo. Tendo em vista que essas formações ocorrem em um canal que estivera ativo há apenas 2 milhões de anos, as formações apontam para um clima mais aquecido mais tardio do que geralmente se supõe. Para esculpir estas formações, o gelo derreteu para formar água líquida, e então se congelou novamente. As imagens detalhadas da HiRISE exibem formações similares às formações de terra comuns no planeta Terra onde o permafrost está derretendo (superfícies em padrões poligonais, canais ramificados, blocos de cascalho e estruturas em cones/montículos).[12]

Referências

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  1. Hydraulic modelling of Athabasca Vallis, Mars / Modelisation hydraulique de Athabasca Vallis, Mars
  2. Mars Global Surveyor MOC2-322 Release
  3. a b http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2003/pdf/1066.pdf
  4. ISBN 978-0-521-87201-0
  5. Carr, M. 1979. Formation of martian flood features by release of water from confined aquifers. J. Geophys. Res. 84: 2995-3007.
  6. ISBN 978-0-521-87501-0
  7. Hanna, J. and R. Phillips. 2005. Tectonic pressurization of aquifers in the formation of Mangala and Athabasca Valles on Mars. LPSC XXXVI. Abstract 2261.
  8. Jaeger, W.L.; et al. (2007). «Athabasca Valles, Mars: A lava-draped channel system». Science. 317 (5845): 1709–1711. PMID 17885126. doi:10.1126/science.1143315 
  9. http://www.jpl.nasa.gov/news/features.cfm?feature=2438
  10. Jaeger, W. et al. 2010. Emplacement of the youngest flood lava on Mars: A short, turbulent story. Icarus: 205. 230-243.
  11. McEwen, A.S.; et al. (2005). «The rayed crater Zunil and interpretations of small impact craters on Mars» (PDF). Icarus. 176: 351–381. doi:10.1016/j.icarus.2005.02.009 
  12. http://www.space.com/scienceastronomy/090629-mars-warm-weather.html
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