O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1986, originalmente denominado Copa Brasil, foi a 31.ª edição do Campeonato Brasileiro e foi vencido pelo São Paulo. Foi o segundo título do São Paulo — como o de 1977, conquistado na disputa de pênaltis, em um jogo disputado no ano seguinte. Foi a terceira e última vez que o Campeonato Brasileiro foi decidido nos pênaltis.[2]
Foi também, provavelmente, a edição mais desorganizada de toda a história do Campeonato Brasileiro de Futebol, embora a concorrência seja difícil (ver, por exemplo, os artigos relativos aos campeonatos de 1971, 1979, 1984 e 1985). Desta vez, a CBF resolveu juntar as Taças de Ouro, Prata e Bronze (respectivamente séries A, B e C) numa única competição, com nada menos que 80 clubes.
De acordo com o regulamento original, seriam classificados para a segunda fase 28 clubes dos grupos A-D (os seis primeiros colocados de cada grupo, mais quatro independentemente de grupo) e quatro dos grupos E-H (o vencedor de cada grupo), totalizando 32 clubes. Mas, como o Vasco não estava entre os classificados, entrou com um processo na Justiça Comum para anular a decisão do STJD, que concedera dois pontos para o Joinville no jogo contra o Sergipe (1-1, em 29 de Setembro), por caso comprovado de doping — a anulação da decisão daria a vaga do Joinville para o Vasco. O Joinville também entrou na Justiça para garantir o seu direito, e a CBF decidiu classificar os dois clubes, eliminando então a Portuguesa, que seria punida por também haver entrado na Justiça, por uma questão de venda de ingressos. Vários clubes paulistas ameaçaram abandonar a competição em apoio à Portuguesa, o que fez com que a CBF voltasse atrás em sua decisão e resolvesse classificar 33 clubes para a segunda fase. Poucos dias depois, porém, em função da dificuldade em organizar a tabela da segunda fase com um número ímpar de clubes, a CBF decretou a promoção de mais 3 clubes dos grupos A-D — que, pela ordem de classificação na primeira fase, foram Santa Cruz, Sobradinho e Náutico. Assim, em vez dos quatro grupos de oito originalmente previstos, a segunda fase do campeonato teve quatro grupos de nove clubes cada.
O regulamento previa que os clubes eliminados na primeira fase estavam automaticamente rebaixados — sem possibilidade de disputarem o título do ano seguinte —, assim como os dois últimos colocados de cada grupo da segunda fase.
Curiosamente, entre os oito clubes que foram rebaixados na segunda fase estava o Botafogo, que conseguiu pelo STJD permanecer na primeira divisão, levando outros clubes a seguirem o mesmo caminho, enquanto, pela justiça comum, o Coritiba fazia o mesmo.[3][4]
Toda essa confusão resultou na criação, no ano seguinte, do Clube dos 13 e da Copa União, numa tentativa de reorganização institucional do futebol brasileiro elaborada pelos principais clubes do país que almejavam um campeonato mais rentável.[5]
Primeira fase, grupos A-D: 44 equipes, divididas em quatro grupos de onze, jogando em turno único dentro de cada grupo. Classificam-se para a próxima fase os seis primeiros colocados de cada grupo, mais oito independentemente de grupo.
Primeira fase, grupos E-H (Torneio Paralelo): 36 equipes, divididas em quatro grupos de nove, jogando em turno único dentro de cada grupo. Classifica-se para a próxima fase o primeiro colocado de cada grupo.
Segunda fase: 36 equipes, divididas em quatro grupos de nove, jogando em turno e returno dentro de cada grupo. Classificam-se para a fase final os quatro primeiros colocados de cada grupo.
Fase final (com oitavas de final, quartas de final, semifinais e final): sistema eliminatório, com jogos de ida e volta. Mando de campo do segundo jogo e vantagem em caso de empate para a equipe com melhor campanha. Exceção: no confronto final, em caso de empate, decisão por prorrogação e pênaltis.
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