Casa de Khachen
A Casa de Khachen (em armênio/arménio: Խաչենի տուն, transl. Khach’eni tun) governou Artsaque do século IX ao início do XIX. No século XII, o governo do Principado de Khachen foi dividido por três ramos: Haterque, Tsar (ou Alto Cachene) e Baixo Cachene (centrado em Ganzasar). Inicialmente, foram entronizados os príncipes de Haterque. No entanto, após a morte de Haçane II, o ramo de Haterque se exauriu e seus domínios foram divididos entre os Tsar e Baixo Cachene. E desde o início do século XIII, o trono passou de uma vez por todas para os príncipes do Baixo Cachene. Nos séculos seguintes, o governo de Khachen consistia em dois clãs proeminentes: Dopianos (Tsar ou Alto Cachene) e Haçane-Jalaliã (Baixo Cachene). Os Haçane-Jalaliã governaram o Principado de Khachen até 1827, após o qual a Casa de Khachen foi extinta.[1][2]
História
editarAs dinastias da Casa de Khachen remontam a Haico e seus descendentes. De acordo com Moisés de Corene e Moisés de Dascurã, o fundador dos principados de Artsaque e Gardamana foi Arrã, filho de Sisaque "da família de Haico".[3] Corene escreve especificamente: “Foi da geração deste Sisaque e ... do famoso e corajoso Arrã, que foi nomeado pelo parta Valarsaces como governante”.[4] De acordo com o testemunho de Calancatuique, os reis da dinastia de Arrã-Xaique de Artsaque-Aluanque [Albânia] descendiam do patriarca Arrã Sisaquiã, até Vachagã III da Albânia (r. 485–523).[5][6] Com base em Corene, Calancatuique, Ganzaca e outros historiadores e fontes, o historiador Bagrate Ulubabian provou a relação sanguínea direta das famílias nobres Haicazúnio, Sisaquiã (Siuni), Arranxaíquida, Vaquitanguiã e Haçane-Jalaliã.[3]
Genealogia da casa real de Khachen:
editar- Sal Simbaciã Arranxaique, príncipe do Castelo de Khachen (†854);
- João;
- Adanarses, casado com a princesa Esprã Mirraniã;
- Gregório Hamã, príncipe de Aguanque;
- Saaque Sevada, príncipe de Gardamana e Parisos (segunda metade do séc. X);
- Gregório, o Grande;[7]
- Senaqueribe;[7]
- Gregório (séc. XI);
- Vactangue Sacar (†1190).
Ramo Haterque
editar- Vactangue Sacar, casado com Chuchique;
- Haçane, o Religioso (1142-1182);[nt 1]
- Vactangue Tagavorazn (1182-1214), casado com Arzu-catun;
- Haçane II (1214-1216).[nt 2][nt 3]
Ramo Tsar (Alto-Khachen)
editar- Gregório I Dopiã;
- Haçane II (falecido em 1287), casado com Mancã, filha de Curdo I Vachutiã;
- Gregório II (1287 - meados do séc. XIV), casado com a princesa Aspa Dopiã-Orbeliã;[nt 6]
- Haçane III (falecido em 1380);[nt 7]
- Vagrã.[8][nt 8][nt 9]
- Janxe I;
- Haçane IV, casado com Tatum, filha de Curdo II Vachutiã;
- Janxe II (segunda metade do séc. XV);
- Mirzajã;
- Melcon.
Ramo do Baixo-Khachen
editar- Vactangue Sacar (†1190), casado com Chuchique;
- Gregório I;
- Vactangue I (segunda metade do séc. XII), casado com Taguhi, princesa de Siunique;
- Haçane, o Grande, casado com Mancã;
- Vactangue Tanguique, casado com Corixá, irmã de Zacar e Ivã Amirspalasar;
- Haçane-Jalal, príncipe de Khachen e Arrã, rei de Artsaque (1214-1261), casado com Mancã, princesa de Siunique;[nt 10]
- Ivã Atabeque I (1261-1287);
- Jalal II (1287 - c.1318);
- Ivã Atabeque II (†1361);
- Jalal III (†1431);
- Agbaste (meados do séc. XV);
- Saitum;
- Velichã (até o início do séc. XVI);
- Merabe, casado com Chahum;
- Jalal IV (até o início do séc. XVII);[nt 11]
- Merabe II;
- Velichã III (†1686);
- Mulque Beque (†1716);
- Melique Gregório II;
- Melique Alaverde I;
- Melique Beque;
- Melique Daniel Beque (†1797);
- Melique Alaverde II (†1827).[9][nt 12]
Notas
editar- ↑ Depois de governar por quarenta anos, em 1182, Haçane, o Religioso, deixa o poder para seus seis filhos e vai para o mosteiro de Dadivank para se tornar religioso com sua esposa, Mama.
- ↑ Em 1216, Haçane II foi morto na guerra contra os turcos seljúcidas, que acabou com o ramo Haterque e seu território se juntou ao Tsar.
- ↑ Em 1216, os territórios de Haterque foram divididos entre o Alto (Tsar) e o Baixo Khachen.
- ↑ Após sua morte, governou sua esposa Dopa.
- ↑ Depois de Haçane I e Dopa, o clã também foi chamado de Dopiano.
- ↑ Depois de Gregório II, o poder dos Dopianos enfraquecerá e estes ficarão sob a suserania dos Haçane-Jalaliã.
- ↑ De agora em diante, os governantes do Alto-Khachen serão chamados de paron - senhor.
- ↑ Co-governou junto com seu filho Gregório e com os filhos de seus irmãos mortos, Seiti, filho de Chanche e Tursun, filho Agubugue.
- ↑ No final do século XV, as possessões do Alto-Khachen foram divididas entre os ramos de Ulubequentes, Aitinentes e Dzhganchentes.
- ↑ Após o reinado de Hasã-Jalal, o clã foi chamado de Hasã-Jalaliã.
- ↑ Em 1603, vários melicados foram formados no território do principado de Khachen.
- ↑ Após a morte de Melique Alaverde, a Casa de Khachen é extinta.
Referências
- ↑ «Улубабян Баграт Аршакович — Энциклопедия фонда «Хайазг»». ru.hayazg.info. Consultado em 23 de fevereiro de 2024
- ↑ «Раффи - Меликства Хамсы». armenianhouse.org. Consultado em 23 de fevereiro de 2024
- ↑ a b Akopov, Arkadi (22 de julho de 2021). «Բերդագրակի գավառի բնակչության ազգային կազմը XVI-XVIII դարերում». Գիտական աշխատություններ: 19–29. ISSN 1829-4316. doi:10.52971/18294316-2021.1-17. Consultado em 23 de fevereiro de 2024
- ↑ Վարդանյան, Հռիփսիմե (28 de dezembro de 2023). «Արարատ ԱՂԱՍՅԱՆ, Արվեստի պատմություն. կերպարվեստ, գիրք երկրորդ, Երևան, «Արմավ», 2022, 308 էջ:». Journal of Art Studies: 266–271. ISSN 2579-2830. doi:10.54503/2579-2830-2023.1(9)-266. Consultado em 23 de fevereiro de 2024
- ↑ Գաբրիելյան, Գ. Ս.; Մկրտչյան, Ա. Լ. (2022). «Թզենու որոշ սորտերի ագրոկենսաբանական գնահատումը». Biological Journal of Armenia (3): 52–67. ISSN 0366-5119. doi:10.54503/0366-5119-2022.74.3-52. Consultado em 23 de fevereiro de 2024
- ↑ Hacıbaba qızı Mehdiyeva, Gülbəniz (24 de março de 2021). «Ancient rivers of the Albanian country by Musa Kalankatuklu's work "History of Alban"». SCIENTIFIC WORK (3): 37–42. ISSN 2663-4619. doi:10.36719/2663-4619/64/37-42. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ a b B. Ulubayan. História de Artsakh desde o início até os dias atuais. -Er., 1994. -P. 59.
- ↑ B. Ulubayan. História de Artsakh desde o início até os dias atuais. - Er., 1994. - P. 121.
- ↑ «Раффи - Меликства Хамсы». armenianhouse.org. Consultado em 9 de junho de 2024