Chuva Negra
Chuva Negra é uma série de televisão brasileira produzida e transmitida pelo Canal Brasil e integralmente disponível no catálogo da Globoplay[1] exclusivamente para assinantes da plataforma. Com duração de dez episódios com cerca de trinta minutos, a primeira temporada estreou no dia 24 de março de 2023, na semana em que se celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down, e foi programada para ir ao ar às sextas-feiras, às 22h30.
Chuva Negra | |
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Série Chuva Negra.jpg | |
Informação geral | |
Formato | série |
Gênero | Drama |
Duração | 30 minutos |
Criador(es) | Rafael Primot e Franz Keppler |
Elenco | Lucas Simões Rafael Primot Marcos Pitombo Vanessa Giácomo |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Temporadas | 1 |
Episódios | 10 |
Produção | |
Diretor(es) | Rafael Primot Franz Keppler |
Produtor(es) | Daniel Gaggini |
Exibição | |
Emissora original | Canal Brasil Globoplay |
Formato de exibição | 1080i (4K) |
Transmissão original | 24 de março de 2023 (Globoplay) 24 de março de 2023 – 19 de maio de 2023 (Canal Brasil) |
O argumento e o texto final são assinados pelo ator e cineasta Rafael Primot, que divide a autoria do roteiro com o jornalista e dramaturgo Franz Keppler. As roteiristas Carol Rainatto e Flávia Fontes colaboram com o texto. Por sua vez, a produção da série leva a assinatura do produtor cinematográfico Daniel Gaggini[2].
A série foi produzida com baixo orçamento e contou com leis de incentivo do governo de São Paulo para ser concluída.
Enredo
editarAs primeiras cenas da trama acompanham a rotina de Nancy, personagem vivida pela atriz Julia Lemmertz, e Geraldo, papel de Zécarlos Machado[3]. Ambos são pais de Lucas (João Simões), um adolescente com Síndrome de Down, e de mais dois rapazes adultos, Zeca (Marcos Pitombo) e Vitor (Rafael Primot). Nancy e Geraldo planejam um dia fazer uma viagem sozinhos para tentar salvar o casamento, que há anos esfriou. O problema é que o avião some misteriosamente dos radares, e os três filhos do casal precisam encarar uma nova realidade, inclusive financeira.
Casado com Julie (Vanessa Giácomo) e pai de um filho, Vitor está afundado em dívidas. Em contrapartida, Zeca explora a própria liberdade, incluindo viagens litorâneas e sexo casual. Com o sumiço misterioso dos pais, à medida que o tempo passa, as contas começam a acumular e fica praticamente insustentável manter o cotidiano como antes. Para piorar, Zeca não sabe lidar com Lucas e, não raro, é impaciente, grosseiro e irresponsável[4].
Esse é o ponto de partida para que todos decidam morar juntos, o que inclui a esposa mal-humorada Julie, e seu filho recém-nascido. O lar de classe média passa a abrigar, ainda, a tia Yara (Denise Del Vecchio), uma mulher altamente conservadora, homofóbica, transfóbica e racista, e Micha (Leona Jhovs), uma mulher trans acolhida pela mãe dos protagonistas e a que mais demonstra cuidado e atenção ao caçula.
Além do protagonista com síndrome de Down, há um foco no relacionamento homoafetivo vivido pelo professor de ginástica Orlando (Dudu de Oliveira) e Rocha (Kiko Pissolato)[5].
No desenrolar da trama, cada personagem vive sua própria transformação e é levado a uma jornada de descoberta não somente de si, mas também do outro. A chuva negra, fenômeno meteorológico conhecido na cidade, é sinal de que alguns acontecimentos importantes estão prestes a acontecer e serve como palco para o desenrolar da trajetória de cada um.
Elenco
editarAtor | Personagem |
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João Simões | Lucas |
Rafael Primot | Vítor |
Marcos Pitombo | Zeca |
Júlia Lemmertz | Nancy |
Zé Carlos Machado | Geraldo |
Vanessa Giácomo | Julie |
Denise Del Vecchio | Tia Yara |
Leona Jhovs | Micha |
Kiko Pissolato | Rocha |
Dudu de Oliveira | Orlando |
Locações
editarChuva Negra foi gravada em São Paulo e São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre janeiro e março de 2022.
Críticas
editarO site Tangerina, do Uol, disse que Chuva Negra é um marco de inclusividade ao trazer um protagonista com síndrome de Down, e que o roteirista Rafael Primot consegue desenrolar os fatos de maneira fluida, chocante e envolvente. Na análise, a jornalista Giulianna Muneratto afirmou, ainda, que o drama trata-se de uma "peça deliciosa de entretenimento que prende o espectador até o fim". Para Muneratto, o ponto mais positivo é o fato de que a representatividade é intrínseca à série. "A narrativa se desenrola normalmente, sem tocar profundamente ou didaticamente nesses pontos, e faz com que as pessoas ali representadas se enxerguem como parte de uma história muito interessante, em que cada um tem sua função bem estabelecida e uma narrativa própria", pontuou[6].
Na contramão, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma crítica apontando mais erros do que acertos da série. No texto, o jornalista Bruno Ghetti disse que a trama apresenta diversos personagens complexos, mas incompletos ou com pouca densidade. Para ele, Chuva Negra é "um melodrama burguês difuso, em formato coral, com diferentes personagens revelando seus problemas pessoais a cada cena" e que "não tem propriamente um protagonista". Por fim, Ghetti afirmou que, "apesar das inconsistências, a série é bem-sucedida em algo importante: torna palpável o afeto entre os personagens, em parte devido ao elenco"[7].
Entretanto, dias antes, o roteirista Rafael Primot concedeu entrevista ao Uol e explicou que a inclusão da diversidade na série sem tanto aprofundamento das temáticas envolvidas teve intenção de ser vista pelo público como personagens que agem de maneira natural e simples. A ideia, segundo ele, é assistir a essa história e ver os personagens representando como é na vida, como deveria ser sempre. “Faltam, no geral, modelos de representatividade. Modelos felizes de relacionamentos e novas possibilidades. Quando a gente não vê isso representado, o público médio e careta estranha quando vê isso na casa dele. Quando a gente coloca isso de uma maneira fluida, natural e normal – ou seja, não é só sobre isso que a gente está falando aqui, mas também é –, a gente vê que vai transformando devagarzinho a sociedade”, argumentou.[8]
Referências
- ↑ Globo, Globoplay (24 de março de 2023). «Chuva Negra». Streaming. Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Kogut, Patrícia (27 de janeiro de 2023). «Chuva Negra, série de Rafael Primot e grande elenco ganha data de estreia no Canal Brasil». O Globo. Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Kogut, Patrícia (27 de janeiro de 2023). «Julia Lemmertz e Zécarlos Machado serão um casal em série». O Globo. Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Borges, Caroline (10 de março de 2023). «"Chuva Negra", série que estreia no Canal Brasil, traz protagonista com Síndrome de Down». Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Uol, Redação (1 de março de 2023). «Chuva Negra, série do Canal Brasil retrata um romance gay». Observatório G. Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Muneratto, Giulianna (24 de março de 2023). «Chuva Negra: Série é mistério envolvente que vai além da inclusividade». Tangerina, Uol. Consultado em 4 de abril de 2023
- ↑ Ghetti, Bruno (4 de março de 2023). «'Chuva Negra' tem elementos de mistério, mas é rarefeita demais». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de março de 2023
- ↑ Muneratto, Giulianna (1 de abril de 2023). «Chuva Negra: Diretor acolheu diversidade com propósito em série». Uol. Consultado em 4 de abril de 2023