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A cifra ADFGVX é um método de criptografia que combina as técnicas de substituição de acordo com um diagrama de Políbio e transposição. O método foi desenvolvido pelo coronel Fritz Nebel do exército alemão no final da Primeira Guerra Mundial, a partir de uma versão menos complexa, a cifra ADFGX.[1] A cifra foi quebrada poucos meses depois, pelo criptanalista francês Georges Painvain.

A cifra ADFGVX foi utilizada pela primeira vez na ofensiva da Primavera no final da I Guerra Mundial em 1918.

Um exemplo criptografado com a cifra ADFGVX

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A cifra ADFGVX baseia-se num quadrado de Políbio de 6x6, com 36 caracteres, que inclui as 26 letras do alfabeto latino e os 10 algarismos. A chave é constituída pelas letras A-D-F-G-V-X, escolhidas por serem muito distintas em código Morse evitando assim erros de transcrição nas comunicações via telégrafo. Para a comunicação entre partes ser bem sucedida, este diagrama variável tem que ser conhecido por ambas as partes.

Supondo que utiliza o seguinte quadrado de Políbio:

A D F G V X
A N 1 H D Z 3
D 4 C T 5 I Y
F 7 E 6 2 Q 9
G 8 K U A O F
V R M 0 S V W
X P L J X B G

Para criptografar uma dada frase com este diagrama, as letras que compõem a mensagem são substituídas pelos seus equivalentes da chave utilizada.

Mensagem original: A    E  N  C  I  C  L  O  P  E  D  I  A    L  I  V  R  E
Mensagem cifrada:  GG   FD AA DD DV DD XD GV XA FD AG DV GG   XD DV VV VA FD

A mensagem cifrada é então organizada numa tabela baseada numa chave de tamanho variável de acordo com a dimensão da mensagem. O passo seguinte é ordenar a chave por ordem alfabética e transpôr a mensagem cifrada.

Supondo que a chave criptográfica é a palavra "MURIEL", obtém-se:

M U R I E L --> E I L M R U
G G F D A A A D A G F G
D D D V D D D V D D D D
X D G V X A X V A X G D
F D A G D V D G V F A D
G G X D D V D D V G X G
V V V A F D F A D V V V

A mensagem final, a ser transmitida via rádio será então lida por colunas:

AD XD DF DV VG DA AD AV VD GD XF GV FD GA XV GD DD GV

Para ler a mensagem, o destinatário terá somente que inverter o processo, sabendo a chave utilizada e a composição do diagrama de substituição em uso.

Utilização e deciframento

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A cifra ADFGVX foi escolhida pelo exército alemão para criptografar as mensagens do alto comando do exército no início da que seria a última ofensiva da primeira guerra mundial. A cifra foi idealizada pelo coronel Fritz Nebel, a partir de um esquema semelhante, mas mais simples, baseado num diagrama de Políbio 5x5 e sem o passo de transposição. Na época, a cifra ADFGVX prometia segurança máxima e foi posta em prática pela primeira vez no dia 5 de Março de 1918, nas semanas que antecederam a ofensiva da Primavera (segunda batalha do Somme) iniciada a 21 de Março.

No outro lado das trincheiras, as mensagens cifradas com ADFGVX foram interceptadas pelos franceses que reconheceram a importância desta cifra ininteligível. Com o início da segunda batalha do Somme, tornou-se claro que o lado inimigo estava a basear todas as comunicações do estado maior nesta cifra. Para desvendar a cifra ADFGVX, o exército francês recrutou o tenente Georges Painvin, um especialista em criptanálise militar. Painvain atirou-se ao trabalho dia e noite, utilizando técnicas de análise de frequência estatística, baseado nas mensagens interceptadas todos os dias. O seu trabalho focou o início das mensagens que eram estilizadas de acordo com os rígidos protocolos militares do exército alemão.

No início de Junho de 1918, o exército alemão já se encontrava a 100 km de Paris e a situação estava desesperada. Painvain conseguiu, no entanto, decifrar a primeira mensagem às primeiras horas do dia 2 de Junho. A mensagem decifrada era um pedido urgente de munições para uma dada localização. Com esta informação, os franceses perceberam quais os planos do inimigo e conseguiram conter a investida alemã.

A cifra ADFGVX tinha sido quebrada parcialmente, mas o esforço foi enorme para o tenente francês, que perdeu 15 kg durante os meses em que trabalhou no problema. A solução geral para esta cifra foi encontrada apenas em 1933.

Referências

  1. Friedrich L. Bauer: Decrypted Secrets, Methods and Maxims of Cryptology. Springer, Berlin 2007 (4. Aufl.), S. 53, ISBN 3-540-24502-2.

Bibliografia

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