Diocese de Lamego
A Diocese de Lamego é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal. Está integrada na Província Eclesiástica de Braga, tendo como Metropolita o Arcebispo Primaz de Braga.
Diocese de Lamego Lamecensis | |
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Sé de Lamego | |
Localização | |
País | Portugal |
Arquidiocese metropolitana | Arquidiocese de Braga |
Estatísticas | |
População | 152 410 |
Área | 2 966,11 km² |
Informação | |
Denominação | Católica Romana |
Rito | Romano |
Criação | Século VI |
Catedral | Sé de Lamego |
Padroeiro(a) | São Sebastião |
Governo da diocese | |
Bispo | D. António José da Rocha Couto, S.M.P. |
Bispo emérito | D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho |
Jurisdição | Diocese |
Página oficial | www.diocese-lamego.pt |
dados em catholic-hierarchy.org |
Desde 2012 é Bispo de Lamego D. António José da Rocha Couto, S.M.P.[1]
História
editarA hipótese da fundação da cidade na pré-história e do bispado nos tempos apostólicos funda-se em pura lenda. Documentalmente, sabe-se que o primeiro bispo Sardinário assistiu ao Concílio de Braga de 572, podendo pois concluir-se que a criação da diocese se formalizou cerca do ano 570, por influência de S. Martinho de Dume que a submeteu naturalmente à metrópole bracarense.
Há contudo razões para admitir que, algum tempo antes de lhe ser consignado território próprio, Lamego já era sede episcopal sujeita a Mérida. Durante a ocupação muçulmana a sucessão prosseguiu, sem descontinuidade, na Galiza. A sede no entanto não foi restaurada logo após a reconquista, ficando unida à de Coimbra até cerca de 1143, quando D. Afonso Henriques a proveu de bispo residencial na pessoa de D. Mendo. Na remodelação de 1882, a diocese de Lamego foi uma das condenadas a desaparecer, mas a oposição unânime do clero, povo e município levou o Governo a desistir do seu propósito.
Desde a fundação, o bispado estendeu-se pela área que hoje ocupa, acrescentada dos concelhos de Arouca e Castelo de Paiva, desanexados mais tarde aquando da criação da diocese de Aveiro. Desde 4 de Julho de 1403 até 1770, ano da erecção da diocese de Pinhel, Lamego integrou também o vasto território de Riba-Côa, desde o rio Douro ao Sabugal, num total de 60 freguesias; desde 1882 até à criação do bispado de Vila Real, estendeu-se para além-Douro, pelos concelhos de Alijó, Régua, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Sabrosa e Murça. Para efeitos de visitação, a diocese foi dividida em 4 Distritos, no século XVI: Riba-Douro, Serra, Entre-Douro-e-Távora, Riba Côa. Na actualidade integram-na 14 arciprestados com 223 paróquias. Goza da característica, única em Portugal, de a cidade da sua sede não constituir capital de Distrito, facto que lhe confere maior importância relativa, na representação da urbe.
Em relação às províncias eclesiásticas, antes da formalização da diocese, Lamego esteve sujeita a Mérida, metrópole de toda a Lusitânia; cerca de 570 foi anexada a Braga; em 666 voltou para Mérida e em 1145 de novo para Braga; em 1257 passou para Compostela, por interesses políticos; cerca de 1403 o Papa mudou-a para Lisboa, e assim se manteve até 1891, ano em que voltou a depender de Braga até aos nossos dias.
A diocese de Lamego é, presentemente, a única em Portugal à qual não corresponde uma sede de distrito.
Bispos
editarSegue-se uma lista dos Bispos de Lamego:
- D. Sardinário (572)
- D. Filipe (589)
- D. Profuturo (633, 638)
- D. Vitarico (646)
- D. Filimiro (653)
- D. Teodísculo ou Teodisclo (666)
- D. Gundulfo (681, 683)
- D. Fiôncio (688, 693)
- Sé Impedida (693–881)
- D. Branderico (881, 886)
- D. Argimiro (893)
- D. Ornato I (916, 920)
- D. Pantaleão (922, 935)
- D. Ornato II (944, 951, 955)
- D. Jacobo ou Tiago (969, 974, 981)
- D. Pedro (I) (1071)
- Sé Impedida (1071–1147)
- D. Mendo (1147-1176†)
- D. Godinho Afonso (1175-1189)
- D. João (I) (1190-1196†)
- D. Pedro (II) Mendes (1197-1211)
- D. Paio Fernandes Furtado (1211-1246†)
- D. Martinho (1248†)
- D. Egas Pais (1249-1257†)
- D. Pedro (III) Eanes (1257-1270)
- D. Domingos Pais (1271-1274†)
- D. Gonçalo (I) (1275-1282†)
- D. João (II) Fernandes (1285-1296†)
- D. Vasco Martins de Alvelos (1296-1302), depois bispo da Guarda
- D. Afonso das Astúrias (1302-1306), depois bispo de Salamanca
- D. Diego Fernández (1306-1311), depois bispo de Zamora
- D. Rodrigo (I) Pires de Oliveira (1311-1330†)
- D. Frei Salvado Martins (1331-1349†)
- D. Durão Lourenço (1349-1362)
- D. Lourenço (1363-1393†)
- D. Gonçalo (II) Gonçalves (1393-1419†)
- D. Álvaro Anes de Abreu (1419-1421)
- D. Garcia Rodrigues de Magalhães (1421; 1423-1426), depois bispo de Viseu
- D. Luís Gonçalves do Amaral (1426-1430), depois bispo de Viseu
- D. João (III) Vicente (1432-1444), fundador dos Lóios, depois bispo de Viseu
- D. Gonçalo (III) Eanes (1446-1448)
- D. João (IV) da Costa (1448-1460)
- D. Gomes (I) de Abreu (1460-1464)
- D. Rodrigo (II) de Noronha (1464-1477)
- D. Pedro (IV) Martins (1477-1479)
- D. Gomes (II) de Miranda (1479-1492)
- D. Antonio (I) dito Antoniotto Pallavicino (1492), eleito, cardeal
- D. Fernando (I) Coutinho (1492-1502)
- D. João (V) Camelo de Madureira (1502-1513)
- D. Fernando (II) de Menezes Coutinho e Vasconcelos (1513-1540), depois arcebispo de Lisboa
- D. Agostinho (I) Ribeiro (1540-1549)
- D. Manuel (I) de Noronha (1551-1564)
- D. Manuel (II) de Menezes (1570-1575), depois bispo de Coimbra-Conde de Arganil
- D. Simão de Sá Pereira (1575-1579)
- D. António (II) Teles de Meneses (1579-1598)
- D. Martim (I) Afonso de Melo (1599-1613)
- D. Martim (II) Afonso Mexia de Tovar (1615-1619)
- D. João (VI) de Lencastre (1622-1626)
- D. João (VII) Coutinho (1627-1635), depois arcebispo de Évora
- D. Miguel de Portugal (1636-1643)
- D. Luís (II) de Sousa (1670-1677)
- D. Frei Luís (III) da Silva (1677-1685)
- D. José (I) de Meneses (1685-1692)
- D. António (III) de Vasconcelos e Sousa (1692-1705)[2]
- D. Tomás de Almeida (1706-1709), depois 1.º Patriarca de Lisboa
- D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1710-1733)
- D. Frei Manuel (III) Coutinho (1741-1742)
- D. Frei Feliciano de Nossa Senhora (1742-1771)
- D. Nicolau Joaquim Torel da Cunha Manuel (1771-1772)
- D. Manuel (IV) de Vasconcelos Pereira (1773-1786)
- D. João (VIII) António Binet Pincio (1786-1821)
- D. José (II) de Jesus Maria Pinto (1821-1826)
- D. Frei José (III) da Assunção (1833-1841)
- D. José (IV) de Moura Coutinho (1844-1861)
- D. António (IV) da Trindade de Vasconcelos Pereira de Melo (1862-1895)
- D. António (V) Tomás da Silva Leitão e Castro (1895-1901)
- D. Francisco José Ribeiro Vieira de Brito (1901-1922)
- D. Agostinho (II) de Jesus e Sousa (1922-1942)
- D. Ernesto Sena de Oliveira (1944-1948), depois bispo de Coimbra
- D. João (IX) da Silva Campos Neves (1948-1971)
- D. Américo (I) Henriques (1971-1972)
- D. António (VI) de Castro Xavier Monteiro (1972-1995)
- D. Américo (II) do Couto Oliveira (1995-1998)
- D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho (2000-2011)
- D. António (VII) José da Rocha Couto (desde 2011)
Escutismo
editar- Escutismo nesta diocese: Região de Lamego
Ver também
editarReferências
Ligações externas
editar- «Diocese de Lamego - GCatholic.com» (em inglês)
- «Diocese de Lamego - Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «Diocese de Lamego - Catholic Encyclopedia» (em inglês)
- «Diocese de Lamego»
- «Seminário de Nossa Senhora de Lourdes, Resende»
- «Santuário de Nossa Senhora da Lapa, Sernancelhe»
- SARAIVA, Anísio Miguel de Sousa - A Sé de Lamego na primeira metade do século XIV: 1296-1349. Leiria: Magno, 2003, 1004 p.
- Espaço poder e memória: a catedral de Lamego, sécs. XII a XX. Coord. Anísio Miguel de Sousa SARAIVA. Lisboa CEHR-UCP, 2013.
- "A organização da diocese de Lamego: da reconquista à restauração da dignidade episcopal". por Maria do Rosário Morujão