Eduardo Dato
Eduardo Dato e Iradier GCTE • GCSE (Corunha, 12 de agosto de 1856 – Madrid, 8 de março de 1921) foi um advogado e político da Espanha. Ocupou a presidência do governo de Espanha.
Eduardo Dato e Iradier | |
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Eduardo Dato e Iradier | |
Presidente do governo da Espanha | |
Período | 1.º - 1913 a 1915 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 12 de agosto de 1856 Corunha |
Morte | 8 de março de 1921 (64 anos) Madrid |
Partido | Partido Liberal-Conservador |
Profissão | Advogado |
Eduardo Dato foi morto em um atentado, em 8 de março de 1921, quando se dirigia a sua residência, no momento em que passava pela Puerta de Alcalá, por três homens em uma moto com reboque lateral.
Origem
editarNascido na Corunha, único filho de Carlos Dato e Granados com Rosa Lorenza Iradier y Arce, transladou-se para Madrid muito jovem com a sua família.
Estudou na Universidade de Madrid e em 1875, com 19 anos, licenciou-se em Direito Civil e Canônico.
Inícios na política
editarViajou pelo estrangeiro, o que lhe proporcionou uma ampla cultura e o conhecimento de outras línguas. Adquiriu cedo prestígio como advogado, pelos seus dotes oratórios. A reputação profissional do seu bufete madrilenho abriu as portas à alta política, adscrito desde muito jovem ao Partido Conservador de Cánovas del Castillo. Foi eleito deputado às Cortes na última legislatura do reinado Afonso XII. À morte deste, uniu-se às posições de Francisco Romero Robledo, que estava em desacordo com a cessão de poder que Cánovas, o chefe do partido, fazia aos líderes mediante o sistema de turnos. A discussão deste assunto nas Cortes ocasionou a ruptura entre Cánovas e Francisco Silvela e a dissidência de Dato e dum importante setor do partido.
Entrada no governo
editarMorto Cánovas e liquidado o Governo de Sagasta que presidira o Desastre de 1898, Dato ocupou a carteira de Governação no gabinete regeneracionista dirigido por Silvela (1899, 1900). Desde o seu ministério começou a dar forma à primeira legislação laboral programada por um governo da Restauração.
Em 1902 figurou como ministro de Graça e Justiça no gabinete Silvela, que levou às Cortes a Lei de Bases da Administração Local.
Com Antonio Maura como líder do partido, Dato não ocupou carteiras ministeriais durante o governo daquele, 1907-1909, mas desempenhou empregos de importância, como a prefeitura de Madrid e a presidência das Cortes Generales.
Após o assassinato de José Canalejas e esgotado o mandato liberal do Conde de Romanones (1912), Dato aceitou a encomenda do rei de formar governo em lugar de Antonio Maura, que pusera condições inaceitáveis para o monarca. Então, o partido cindiu-se entre os "idôneos" (o grupo majoritário) e os "mauristas", mais radicais nas suas concepções.
Presidente
editarPolítica exterior
editarDurante o seu mandato como presidente do governo, Dato decretou, após o início da Primeira guerra mundial, a neutralidade da Espanha. Historiadores e economistas valorizam atualmente positivamente este fato. Soube manter Espanha nessa posição de neutralidade durante a I Guerra Mundial, apesar da divisão que se formou no país entre os denominados "germanófilos" e os partidários dos aliados.
Política interior
editarEm política interior, aceitou pacificamente o governo autonomista da Mancomunitat catalã. Depois do biênio liberal de 1915 a 1917 de Romanones, que ganhara as eleições de 1916, voltou ao poder quando se começavam a notar os primeiros sinais de recessão após a bonança dos anos da guerra. Dato legalizou as Juntas Militares que se formaram como reflexo do sindicalismo que começava na sociedade da época e teve de fazer face à grave agitação política e sindical que se denominou crise de 1917. Em Barcelona, ao mesmo tempo que se reunia a Assembleia de Parlamentares convocada por Francesc Cambó, estourava a greve geral de 1917 com o apoio dos dois grandes sindicatos (UGT e CNT). Perante uma crise social e institucional desta grandeza, Dato não hesitou em recorrer ao exército para sufocar a greve. Para facilitar a saída da crise, o rei substituiu-o por Manuel García Prieto, à frente de um governo de concentração nacional no que também entrou Cambó.
Última etapa e assassinato
editarEm 1918 Dato voltou a desempenhar a carteira de Estado num novo gabinete de concentração nacional formado por Antonio Maura. A 22 de Julho de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 29 de Dezembro desse ano com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.[1] Nos críticos do pós-guerra, presidiu o governo de 1921 quando o ambiente em Barcelona entre patronal e centrais sindicais se tornava mais difícil. O seu apoio à repressão da subversão social e à chamada Lei de fugas tornaram-no em alvo do extremismo anarquista.
Foi assassinado por mais de 20 tiros a 8 de março de 1921 num atentado levado a cabo pelos militantes anarquistas Pedro Mateu Cusidó, Luis Nicolau Fort e Ramón Casanellas Lluch, na Puerta de Alcalá de Madrid. Não era o primeiro magnicídio de um presidente de governo espanhol. Em 1912 fora assassinado José Canalejas, em 1897 Antonio Cánovas del Castillo e em 1870 Juan Prim y Prats.
Eduardo Dato tem dedicado o nome da rua principal de Vitoria-Gasteiz. Também têm rotuladas ruas na sua honra Saragoça e Sevilha
Obra e ideologia
editarComo jurisconsulto foi diretor da Revista General de Legislación y Jurisprudencia.
A nota fundamental da sua carreira política foi a firmeza das suas convicções (mas flexível e correto), a sua lealdade à dinastia Bourbônica e a sua defesa da lei.
Iniciador de reformas sociais, preocupou-se pelo trabalho feminino e infantil. Foi o criador do Ministério do Trabalho, legislando sobre os acidentes laborais e sobre a ascensão na magistratura por antiguidade.
Distinções
editarEduardo Dato foi membro da Academia das Ciências Morais e Políticas a partir de 1910 e membro permanente do Tribunal Internacional da Haia, do qual foi eleito vice-presidente em 1913.
Recebeu as seguintes condecorações: o colar da Real Ordem de Carlos III, de mãos do rei da Espanha, e a Cruz da Ordem de São Gregório Magno e Casto de Portugal. Como homenagem póstuma, o rei Afonso XIII conferiu o ducado de Dato à sua viúva e, depois, à sua filha primogénita e herdeira.
Família
editarCasado com María del Carmen Barrenechea y Montegui, 1.ª duquesa de Dato, com a que teve três filhas:
- Isabel Dato y Barrenechea, 2.ª duquesa de Dato.
- María del Carmen Dato y Barrenechea, 3.ª duquesa de Dato.
- María de la Concepión Dato y Barranechea.
Bibliografia
editar- Dato Iradier, Eduardo (1915)El gobierno y la cuestión económica. Discursos pronunciados por… en el Senado. Madrid: (S.i.). 41 pp. (Senado, Sig. F.A. Caja 243-22).
- Dato Iradier, Eduardo (1915) Las Reformas Militares en el Congreso. Discurso pronunciado por el Excmo. Sr. D. ….. Presidente del Consejo de Ministros en el Congreso de los Diputados el día 24 de noviembre de 1915. Madrid: Fortanet, 21 x 13’5 cm, 16 pp.
- Giorgi, Jorge (1980) Teoría de las Obligaciones en el Derecho Moderno. Trad. de la séptima ed. Italiana y anotada con arreglo a las legislaciones española y americana…. Introd. de Eduardo Dato Iradier. Madrid: Reus.
- Homenaje a D. Eduardo Dato Iradier (1956), Anales de la Academia, RACMYD, nº 30, 3º cuad., pp. 205-271.
- Torres, Alfonso (1921) A la memoria del Excmo. Sr. D. Eduardo Dato e Iradier, Presidente del Consejo de Ministros. Oración fúnebre pronunciada por… En la Iglesia de San Francisco el Grande, de esta Corte. Madrid: Instituto Geográfico y Estadístico, 26 x 19 cm., retrato - 39 pp.
Ver também
editarReferências
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Eduardo Dato Iradier". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 16 de abril de 2015
Fontes
editar- Documentário "Cidades Ocultas - Madrid", Canal History Channel.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Eduardo Dato».
Ligações externas
editar- Perfil biográfico de Eduardo Dato (em castelhano)
- Assassinato de Eduardo Dato (em castelhano)
Precedido por Álvaro Figueroa y Torres Mendieta |
Presidentes do governo de Espanha 1913 - 1915 |
Sucedido por Álvaro Figueroa y Torres Mendieta |
Precedido por Manuel García Prieto |
Presidentes do governo de Espanha 1917 - 1917 |
Sucedido por Manuel García Prieto |
Precedido por Manuel Allendesalazar Muñoz |
Presidentes do governo de Espanha 1920 - 1921 |
Sucedido por Manuel Allendesalazar Muñoz |
Precedido por Alberto Aguilera y Velasco |
Alcaide de Madrid 1907-1907 |
Sucedido por Joaquín Sánchez de Toca |