Herbert Haddock
Herbert James Haddock (Rugby, 27 de janeiro de 1861 – Southampton, 4 de outubro de 1946) foi um marinheiro britânico[1] mais conhecido por ter sido o capitão do RMS Olympic no momento do naufrágio do RMS Titanic.[2] Ele foi o primeiro capitão do Titanic, supervisionando o navio em Belfast de 25 a 31 de março de 1912.[3][4]
Herbert Haddock | |
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Nascimento | 27 de janeiro de 1861 Rugby, Warwickshire, Inglaterra |
Morte | 4 de outubro de 1946 (85 anos) Southampton, Hampshire, Inglaterra |
Cônjuge | Mabel Eliza Bouchette |
Filho(a)(s) | Geoffrey (1895-1916) Ruth (1896-1958) Herbert (1903-1988) Joan (1903-1920) |
Ocupação | Oficial naval |
Carreira
editarHerbert James Haddock nasceu em 27 de janeiro de 1861, na cidade de Rugby, na Inglaterra.[5] Antes de trabalhar para a White Star Line, Haddock foi tenente da Marinha Real Britânica a bordo do HMS Edinburgh.[6] Em 1902, Haddock foi premiado com a Ordem do Banho. Mais tarde, foi um ajudante de campo da realeza britânica.[1]
Sua carreira na White Star Line incluiu o comando de uma série de embarcações, incluindo o SS Britannic, SS Germanic, RMS Cedric e RMS Oceanic.[1]
Haddock também era nominalmente o primeiro comandante do RMS Titanic. Ele assumiu o navio em Southampton no dia 25 de março de 1912, e depois viajou a Belfast para supervisionar a tripulação que estava se reunindo para a viagem de entrega do navio para Southampton. Ele foi substituído por Edward Smith em Belfast no dia 31 de março, retornando a Southampton para assumir o comando do navio anterior de Smith, o RMS Olympic.[7] Em 3 de abril, ele comandou o Olympic em uma viagem de ida e volta entre Southampton - Nova Iorque - Southampton, chegando em Nova Iorque no dia 10 de abril, o dia em que o Titanic deixou Southampton.[8]
No momento do naufrágio do Titanic, Haddock estava em sua viagem de volta de Nova Iorque a Southampton, cerca de 500 milhas náuticas (930 km) à sudoeste da localização do Titanic.[9] Haddock foi informado do desastre pelo radiotelegrafista Ernest James Moore.[10] Depois de receber uma chamada CQD do Titanic, Haddock calculou um novo curso e dirigiu-se diretamente a ele. Ele também convocou um engenheiro para colocar os motores do navio em plena potência.[9] Quando o Olympic estava aproximadamente a 100 milhas náuticas (190 km) do Titanic, Haddock recebeu uma mensagem do capitão Rostron do RMS Carpathia, explicando que continuar em direção do Titanic não adiantaria nada; "Todos os botes foram recolhidos. Cerca de 675 almas salvas [...] Titanic afundou cerca de 2:20 da manhã."[1][9] Rostron solicitou que a mensagem fosse encaminhada para a White Star e Cunard. O alcance do rádio do Carpathia era fraco, assim o Olympic ficou encarregado de retransmitir para o continente as primeiras listas de sobreviventes.[9]
No inquérito do Senado dos Estados Unidos sobre o naufrágio do Titanic, Haddock foi interrogado por William Alden Smith em 25 de maio de 1912, onde prestou seu depoimento.[9]
Após o desastre do Titanic
editarSete semanas após o desastre do Titanic, o Olympic quase encalhou próximo à Land's End. O erro foi atribuído a uma navegação defeituosa, e Haddock passou sob estrita observação durante as próximas viagens.[3]
Haddock estava no comando do Olympic em 1914 durante o resgate do HMS Audacious, que havia batido em uma mina colocada pelo navio alemão SS Berlin e estava afundando.[3] O Olympic foi subsequentemente retirado de serviço até ser convocado para atuar como transporte de tropas durante a Primeira Guerra Mundial.[3] Haddock foi retirado do comando, e em seu lugar foi colocado o capitão Bertram Fox Hayes. Em 1915, Harold Sanderson, chefe da International Mercantile Marine, tentou designar Haddock como capitão do HMHS Britannic após sua conversão para navio hospital. No entanto, o Almirantado nomeou Charles Alfred Bartlett para o cargo.[11] De 5 a 14 de maio de 1917, Haddock navegou de Liverpool para a cidade de Nova Iorque a bordo do SS Saint Paul,[12] seis meses antes de ser contratado para o serviço de guerra. O manifesto da viagem mostra que a viagem de Haddock foi financiada pelo Almirantado, e afirma que seu destino final era Newport News, Virgínia, onde seria recebido pela Marinha Britânica.[12] De acordo com o manifesto do navio em 1917, Haddock não voltou aos Estados Unidos desde 1914.[12] Não se sabe se Haddock voltou à White Star Line após a guerra.[3]
Morte
editarHaddock morreu em Southampton no dia 4 de outubro de 1946 aos 85 anos.[5]
Família
editarHaddock casou-se com Mabel Eliza Bouchette em 13 de maio de 1893.[5] Bouchette nasceu em 1872 e morava com o pai em Liverpool.[13] Outras fontes afirmam que Bouchette era de Quebec.[1] Haddock e Bouchette tiveram quatro filhos: Geoffrey (10 de janeiro de 1895 - 17 de setembro de 1916), Ruth (1896 - 26 de outubro de 1958) e os gêmeos Herbert (21 de outubro de 1903 - 1988) e Joan (21 de outubro de 1903 - 21 de novembro de 1920).[5] Geoffrey era um tenente da Victoria Rifles of Canada e foi morto em combate no dia 17 de setembro de 1916 aos 21 anos.[14] Na edição de 28 de maio de 1935 do jornal London Gazette, Ruth foi descrita como solteira.[15] Os censos do Reino Unido e registros civis mostram que a família viveu em Rock Ferry até 1904.[16] Mais tarde, eles se mudaram para Southampton, morando no subúrbio de Bitterne.[14][15] Bouchette morreu em 11 de março de 1935.[1][5]
Referências
- ↑ a b c d e f New York Times (1946)
- ↑ Eaton & Haas (1986, p. 269)
- ↑ a b c d e Baber (Undated)
- ↑ Barratt (2010, p. 83)
- ↑ a b c d e Haydock (2012, p. 273)
- ↑ (em inglês) «The Malta Directory - 1888». Malta Family History
- ↑ Howells (1999, p. 194)
- ↑ RMS Titanic Radio Page (2010)
- ↑ a b c d e Titanic Inquiry Project (2012, p. 1)
- ↑ Titanic Inquiry Project (2012, p. 2)
- ↑ Fisher, John Arbuthnot Fisher Baron (1 de janeiro de 1919). Memories (em inglês). [S.l.]: Hodder and Stoughton
- ↑ a b c Ellis Island Foundation (1917, p. 661)
- ↑ Family Search (2008)
- ↑ a b Leroux (2010)
- ↑ a b London Gazette (1935, p. 3490)
- ↑ Family Search (2011)