János Vitéz
János Vitéz (em polonês/polaco: Jan Vitéz; em castelhano: Juan Vitéz; em croata: Ivan Vitez od Sredne; em russo: Янош Витез) (1408-1472) (Zredán, atual Croácia, 1408 - 9 de agosto de 1472 foi um humanista, Bispo de Großwardein, atual Oradea, Romênia, arcebispo de Esztergom, educador, diplomata, latinista, matemático, astrólogo, astrônomo húngaro de origem croata.
János Vitéz (1408-1472) | |
---|---|
humanista Croatus et Hungaricus | |
Nascimento | 1408 Sredna, Križevci, hoje Croácia |
Morte | 9 de agosto de 1472 Esztergom, hoje Hungria |
Alma mater | Universidade de Viena |
Ocupação | Humanista, Bispo de Großwardein, atual Oradea, Romênia, arcebispo de Estrigônia, educador, diplomata, latinista, matemático, astrólogo, astrônomo húngaro. |
Vitéz foi fundador da Universidade Istrapolitana de Bratislava, que presumivelmente foi a terceira universidade do Reino da Hungria e a primeira universidade a ser fundada em território eslovaco; apesar da breve existência dessa instituição (1465-1491), ela caracteriza proeminentemente a historiografia eslovaca. Era tio do grande humanista latino Janus Pannonius[1] (1434-1472).
Biografia
editarJános Vitéz era descendente de uma família croato-húngara muito influente na corte húngara. Estudou inicialmente em Zagreb e posteriormente foi para a Universidade de Viena, onde estudou física, astronomia e alquimia devido aos frequentes contatos com outros humanistas. Seu pai foi secretário do regente János Hunyadi de 1446 a 1452 e Vitéz tornou-se protonotário durante o seu reinado. Durante a chancelaria que ocupou no reinado do Rei Sigismundo, ele provavelmente conheceu o humanista italiano Pier Paolo Vergerio, O Velho. Com a morte de Sigismundo, ocupou a mesma função durante o reinado de Alberto da Hungria e de seu sucessor Laszló I da Hungria (Vladislav III da Polônia). Por algum tempo, em 1437, ele foi canonista em Zagreb. Depois ele foi para a Hungria, onde haveria de desempenhar o maior papel no desenvolvimento das instituições culturais e científicas. Em 1440 tornou-se membro do comitê em Cracóvia que ofereceu ao rei Vladislav III da Polônia a coroa da Hungria como László I. Foi preboste da igreja de Nagy-Várad.
Obras
editarEle foi um dos educadores de Matthias Corvinus e de Ladislao Hunyadi (1433-1457),[2] filhos de János Hunyadi, que mais tarde se tornaria rei da Hungria. Em 4 de Junho de 1445,[3] tornou-se Bispo de Oradea, transformando-se em centro humanístico, onde convidou inúmeros humanistas poloneses e alemães, dentre eles Gregório de Sanok.[4] Lá ele construiu uma excelente biblioteca. Tanto a sua corte como a biblioteca foram transferidos de Oradea para Estrigônia em 1465, quando ele se tornou primaz da Hungria (em 11 de Maio de 1465),[3] ou arcebispo de Esztergom - um dos dois bispados da Hungria. Nesse mesmo ano fundou a Universidade Istropolitana de Bratislava[5] da qual também foi professor.
Durante o governo de Matthias Corvinus, ele ocupou muitos cargos. O primeira deles, em razão de suas experiências anteriores, foi o de excelente diplomata do rei. Em 1458, ele foi enviado a Praga na corte de Jorge de Poděbrady para libertar o rei e depois, segundo relatos do poeta e humanista italiano Antonio Bonfini (1434-1503), deu as boas vindas ao rei durante a cerimônia de posse do reino. Ele serviu ao rei em algumas missões diplomáticas, especialmente junto a Frederico III, Imperador do Sacro Império Romano. Depois de 1464 tornou-se atuante na mais alta e secreta chancelaria, junto com István Várdai (1425-1471),[6] porém não tomou decisões importantes neste cargo. Duranta a década de 1460 tornou-se estranho ao rei e em 1471 participou de uma conspiração contra o governante.
Vitéz, que falava e escrevia em excelente latim, teve papel relevante no círculo internacional de humanistas na corte de Matthias Corvino, alguns dos quais eram cientistas proeminentes, tais como Regiomontanus, Marcin Bylica (1433-1493),[7][8] Georg von Peuerbach, e o fabricante de instrumentos astronômicos Hans Dorn.[9] Tinha interesse especial por ciências naturais e promovia esses estudos. Foi fundador da academia e da biblioteca de Oradea e da Universidade Istrapolitana, na atual Bratislava. Promoveu pesquisas de astrologia e astronomia, mandou construir e fez ele mesmo inúmeros instrumentos astronômicos, e fundou o Observatório de Esztergom. É algumas vezes chamado de Pai do Humanismo Húngaro.
Como principal organizador da rebelião contra o rei (1471-1472), Mathias Corvino o perdoou inicialmente, depois mandou aprisionar o cardeal em Visegrád, e finalmente foi mantido em custódia em Esztergom onde perdeu seus privilégios e propriedades. Pouco depois, ficou doente e morreu. Era chamado de Pater patriae[3] (Pai da Pátria).
Referências
editarNotas
editar- ↑ Janus Pannonius (em croata: Ivan Česmički, em húngaro: János Csezmiczei (1434-1472) (* Čazma, Croácia, 29 de Agosto de 1434 † Castelo Medvedevgrad, perto de Zagreb, 27 de Março de 1472), foi humanista, poeta, latinista, diplomata e Bispo de Pécs.
- ↑ «Livros 1–5 de História. História da Etiópia. Livro 8: Da Partida do Divino Marcus.». World Digital Library. Consultado em 7 de março de 2013
- ↑ a b c The Cardinals of the Holy Roman Church.
- ↑ Gregório de Sanok, Sanok, 1403 ou 1407 † Rohatyn, 29 de Janeiro de 1477), foi bispo polonês, professor da Academia de Cracóvia, arcebispo metropolitano de Lviv, erudito, filósofo, e figura proeminente do humanismo polonês.
- ↑ The mediaeval universities of Pécs and Pozsony - Astrik Ladislas Gabriel.
- ↑ István Várdai (1425- Kalocsa, 26 de Fevereiro de 1471) foi bispo e cardeal húngaro.
- ↑ Marcin Bylica (1433-1493) foi médico, astrólogo e astrônomo polonês.
- ↑ Martin Bylica at the Court of Matthias Corvinus: Astrology and Politics in Renaissance Hungary, Darin Hayton.
- ↑ Hans Dorn (1435-1509)- foi aluno de Georg Peuerbach e fabricante de instrumentos astronômicos, incluindo astrolábios, globos celestiais, esferas armilares, torquetas e relógios solares.