João Vaz de Almada
João Vaz de Almada, senhor de juro e herdade de Pereira, foi Rico-Homem, Cavaleiro do Conselho (1462),[1] vedor da Fazenda de D. Duarte (era-o em 1440) e de D. Afonso V.
Quando o seu irmão, o conde de Avranches, morreu na batalha de Alfarrobeira, foi ele que providenciou a sua sepultura[2] e recebendo como "herança" o Casal de Alcolema, em Algés. oferecida pelo rei a este seu secretário dos bens por ele expropriados.[3]
Foi o preceptor de D. Jorge de Lancastre, filho de D. João II de Portugal.[4]
Biografia
editarA 16 de Janeiro de 1449 o rei D. Afonso V privilegia Rodrigo Anes, morador na cidade de Lisboa, sobrinho de João Vasques de Almada, isentando-o de qualquer encargo concelhio, de ser posto por besteiro do conto, bem como do direito de pousada.
O mesmo rei, a 5 de Outubro de 1450, oferece a João de Almada, morador na vila de Almada, criado de João Vasques de Almada, vedor da casa régia e e a seu pedido, a possibilidade que a sua barca possa andar livremente de Almada para a cidade de Lisboa e seja isenta de cargas, encargos e servidões de pessoas.[5]
A 14 de Março de 1463 D. Afonso V doou vitaliciamente a João Vasques de Almada, rico-homem, do seu Conselho, todos os direitos do pão, vinho, linho, legumes e outros, de Pereira e da Noura.
A 18 de Março de 1463 o mesmo rei doou a João Vasques de Almada, rico-Homem, do seu Conselho e vedor da fazenda, uma tença anual de 37.337 reais de prata, transmissíveis à sua mulher em caso de sua morte, e assentes na renda régia das sisas das herdades e panos de linho de Lisboa.
A 24 de Março de 1463 teve pelo seu casamento uma tença real de 37.337 reais de prata, dos quais 13.715 eram de sua mulher D. Violante de Castro.
A 14 de Outubro do mesmo ano, é nomeado de escrivão da Adiça.[6][7]
Dados genealógicos
editarFilho de: João Vaz de Almada
Casou com: D. Violante de Castro.
- Tiveram
- D. Gonçalo Vaz de Almada ou Gonçalo Vasques de Almada, cavaleiro fidalgo (1462),[8] senhor de Pereira.
- D. Mécia Vaz de Almada, que casou com João de Sousa Falcão, senhor da Guarda (15 de Janeiro de 1475) e de Figueiredo de Fataunços, fidalgo da Casa Real, vedor da Casa da rainha D. Leonor (antes de 1473), etc. C.G.
- D. Alvaro Vaz de Almada, que morreu sem descendência.
- D. Vasco de Almada, fronteiro em África ao serviço do Duarte (conde de Viana), veador de D. Fernando (Duque de Viseu), e depois alcaide-mor de Almada,[9] mordomo-mor do Infante D. Fernando, casado com D. Isabel de Mascarenhas, filha de Martim Vaz Mascarenhas, comendador de Aljustrel.[10]
- D. Catarina de Almada. Foi a 2ª mulher de Artur de Brito, alcaide-mor de Beja e fidalgo da Casa do infante D. Fernando. C.G. A 4 de Maio de 1514 D. Catarina de Almada, viúva de Artur de Brito, fez procuração bastante a seu filho Gabriel de Brito para administrar a sua casa e bens e arrecadá-los onde quer que existissem.[11]
- D. Filipa de Almada, casou com Rui Gil Moniz, tesoureiro da Moeda de Lisboa.
- D. Brazaida de Almada, dama da rainha de castela Joana de Portugal, foi a 1ª mulher D. Garcia Fernández Manrique, 1º marquês de Aguilar de Campo (1484), 3º conde de Castanheda,[12] chanceler-mor do reino de Castela, e que veio a morrer em 1506. Com geração nos referidos Marqueses de Aguilar de Campo e nos condes de Paredes de Nava; nos condes de Fuensalida; etc.[13]
- Teve ilegítimo
- Álvaro de Almada, veador de D. Afonso V de Portugal, casado com Brites de Sousa e D. Catarina de Melo com geração[9]. Outra possibilidade é de ser o frei Álvaro de Almada, guardião de Santarém, que em 1457, fazia um pedido de traslado de uma provisão régia[14].
Referências
- ↑ Provas da historia genealogica da casa real portugueza, tiradas dos instrumentos dos archivos da torre do Tombo ... por d. Antonio Caetano de Sousa ... Tomo 1. -6, pág. 26, in livro de matricula dos moradores da Casa do Senhor Rey D. Afonso V.!. [S.l.: s.n.] 1742
- ↑ A sociologia da representação político-diplomática no Portugal de D. João I, por Maria Alice Pereira dos Santos, Doutoramento em História Medieval, Universidade Aberta, Lisboa – Janeiro de 2015, nota 1439 pág. 363
- ↑ Lobo, António de Sousa Silva Costa (1904). Historia da sociedade em Portugal no seculo XV. [S.l.]: Imprenta nacional
- ↑ Vieira, Joaquim (7 de novembro de 2019). História Libidinosa de Portugal. [S.l.]: Leya
- ↑ «Portal Português de Arquivos - Carta de privilégio de D. Afonso V a João de Almada, morador na vila de Almada, criado de João Vasques de Almada, vedor da casa régia e e a seu pedido, permitindo que a sua barca possa andar livremente de Almada para a cidade de Lisboa e seja isenta de cargas, encargos e servidões de pessoas.». portal.arquivos.pt. Consultado em 26 de março de 2022
- ↑ Provisão régia nomeando João Vaz Almada como escrivão, Registrado no livro 9 da chancelaria do rei d. Afonso V, volume 5º, página 151 in médio, Biblioteca digital Luso-Brasileira
- ↑ Provisão régia nomeando João Vaz Almada como escrivão, Registrado no livro 9 da chancelaria do rei d. Afonso V, cópia manuscrita registada no livro nº 9 da Chancelaria da D. Afonso 5º, documento em pdf, Biblioteca digital Luso-Brasileira
- ↑ Provas da historia genealogica da casa real portugueza, tiradas dos instrumentos dos archivos da torre do Tombo ... , por D. Antonio Caetano de Sousa ... Tomo 1. -6.!, Volume 2, 1742, pág. 23, in livro de matricula dos moradores da Casa do Senhor Rey D. Afonso V. [S.l.: s.n.] 1742
- ↑ a b «Genealogias das Famílias de Portugal», por Afonso Torres e continuada por Luís Vieira da Silva, capitulo dos Almadas, ano de 1694
- ↑ Nobreza e Ordens Militares, Relações Sociais e de Poder, séc. XIV a XVI, pág. 194
- ↑ «Direcção-geral de arquivos». Arquivo Nacional da Torre do Tombo
- ↑ Historia genealogica de la Casa de Lara, por Luis de Salazar y Castro, Volume V, Mateo de Llanos y Guzman, 1696, pág. 526
- ↑ «Aguilar de Campóo, Grandes de España». Grandesp.org.uk
- ↑ Convento de Nossa Senhora da Estrela de Marvão, ANTT, referencia PT/TT/CNSEM
Bibliografia
editar- Soveral, Manuel Abranches de - «Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu. Séculos XIV a XVII», Porto 2004, ISBN 972-97430-6-1. 2 volumes.
- Baquero Moreno, Humberto - «A Batalha de Alfarrobeira: antecedentes e significado histórico », edição da Biblioteca da Universidade de Coimbra, 1979.
- Gomes Eanes de Azurara, «Chronica del Rei D. Joam I de boa memória. Terceira parte em que se contam a Tomada de Ceuta», Lisboa, 1644