Lago de Itaipu
O lago de Itaipu é um lago na fronteira Brasil–Paraguai formado artificialmente, em 1982, no rio Paraná, com o fechamento das comportas do canal de desvio da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Compreende uma área de 1 350 km², sendo 770 km2 no lado brasileiro e 580 km2 do lado paraguaio. Integra, ainda, 66 pequenas ilhas, das quais 44 estão no lado brasileiro e 22 na margem paraguaia.
Lago de Itaipu | |
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Pôr do sol visto das marinas de Santa Helena, às margens do lago de Itaipu | |
Localização | |
Localização | Rio Paraná, Fronteira Brasil–Paraguai |
País | Brasil Paraguai |
Características | |
Tipo | Lago artificial |
Área * | 1 350 km² |
Profundidade média | 22 m |
Profundidade máxima | 170 m |
Ilhas | 66 |
* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas. |
Etimologia
editarItaipu é uma palavra de origem tupi que significa "barulho do rio das pedras" ou "rio barulhento das pedras", através da junção de itá (pedra), y (água, rio), e pu (barulho).[1] Itaipu era o nome da pequena ilha que havia perto do local de construção da barragem.[2]
Aspectos geográficos
editarNo ponto de encontro dos limites de Mato Grosso do Sul com o departamento paraguaio de Canindeyú, Paraná-Mato Grosso do Sul e Paraná-departamento de Canindeyú situavam-se os saltos de Sete Quedas, constituídos pelo rio Paraná quando o curso de água desce do planalto basáltico ao desfiladeiro que o levava à planície platina. Em 1982 o lago da represa da Usina Hidrelétrica de Itaipu submergiu os dois saltos, diante de manifestação contrárias de ambientalistas.[3][4]
Às margens do lago de Itaipu, 15 municípios brasileiros pertencentes ao Estado do Paraná, sendo: Diamante d'Oeste; Entre Rios do Oeste; Foz do Iguaçu; Guaíra; Itaipulândia; Marechal Cândido Rondon; Mercedes; Missal; Pato Bragado; Santa Helena; Santa Terezinha de Itaipu; São José das Palmeiras; São Miguel do Iguaçu; Terra Roxa.[5]
Um município brasileiro pertencente ao Estado do Mato Grosso do Sul, sendo Mundo Novo.[5] Esses municípios lindeiros recebem 85% dos 65% dos recursos destinados as prefeituras que têm direito aos royalties. Sendo mais beneficiados porque foram diretamente atingidos pela formação do reservatório da usina.[5]
Turismo
editarO lago de Itaipu tornou-se um importante produto turístico da região oeste do Paraná.[6] Para estimular o desenvolvimento do turismo sustentável, os dezesseis municípios banhados pelo Lago de Itaipu fundaram em 1990, em parceria com a Itaipu Binacional, o Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu.[5] Com representantes das Prefeituras Municipais, Câmaras de Vereadores e Associações Comerciais dos municípios ribeirinhos, o Conselho promove o desenvolvimento socioeconômico urbano e rural da região.[7][8]
Entre as parcerias desenvolvidas, está o programa "Caminhos do Turismo Integrado ao Lago de Itaipu".[9] Resultado da união do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e Sebrae/PR, o programa é gerido pelo Instituto de Turismo e Eventos Caminhos ao Lago de Itaipu. É, dele, a responsabilidade por comercializar e auxiliar o Conselho e o SEBRAE no fomento do turismo regional.
Com o programa, os municípios possibilitam, ao visitante de Foz do Iguaçu, conhecer áreas naturais, espaços e manifestações culturais, além de opções de turismo rural, ecológico, gastronômico e religioso.
Os roteiros incluem pontos turísticos variados que colocam o turista em contato com as culturas italiana, germânica e indígena, com apresentações de canto, dança e fabricação de artesanatos, além de pratos à base de peixe como pintado na telha, cucas, bolachas e geleias artesanais. Quem visita, por exemplo, Foz do Iguaçu também pode participar de atividades naturais, como caminhadas e observação de fauna e flora, além de atrativos relacionados à água, como passeios de barco e pesca esportiva ao longo do Lago de Itaipu.
Meio ambiente
editarAnálises realizadas desde 1986 conseguiram identificar a biodiversidade da região. De acordo com os estudos, na área que compreende a faixa de proteção do reservatório, reservas e refúgios localizados na margem brasileira do Lago de Itaipu, existem 305 espécies de aves, 44 espécies de mamíferos e 37 de répteis. Na margem paraguaia, onde a mata nativa não foi tão impactada, já foram observadas 409 espécies de aves e 62 espécies de mamíferos.[10]
Ver também
editarReferências
- ↑ NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição. São Paulo. Global. 2005. p. 69.
- ↑ «Escolha do Local da Barragem». Itaipu Binacional. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada em 24 de maio de 2022
- ↑ Gattermann, Beatriz. «Itaipu, a pedra que canta o desespero e o desencanto dos agricultores atingidos pela barragem». Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 24 de maio de 2013
- ↑ Santos, Ana Paula dos (2006). Lago de memórias: A submersão das Sete Quedas (PDF) (Dissertação de Mestrado). Maringá: Universidade Estadual de Maringá. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 24 de novembro de 2020
- ↑ a b c d «Parcerias com municípios lindeiros alinhadas à missão de Itaipu serão mantidas». Itaipu Binacional. 17 de abril de 2019. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada em 24 de maio de 2022
- ↑ Viaje Paraná (2019). «Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu». Secretaria de Comunicação Social do Paraná. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada em 24 de maio de 2022
- ↑ Agência Estadual de Noticias (29 de novembro de 2021). «Programa integrado de desenvolvimento de municípios lindeiros define prioridades para a região». Secretaria de Comunicação Social do Paraná. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada em 24 de maio de 2022
- ↑ «Conselho dos Municípios Lindeiros define nova diretoria». Prefeitura Municipal de Pato Bragado. Consultado em 24 de maio de 2022. Cópia arquivada em 24 de maio de 2022
- ↑ Programa Caminhos do Turismo Integrado ao Lago de Itaipu
- ↑ Reservas e refúgios.