Leo Lynce
Cileneu Marques de Araújo Vale[nota 1] (Piracanjuba, antiga Pouso Alto, 29 de junho de 1884 - Goiânia, 7 de julho de 1954), conhecido pelo pseudônimo de Leo Lynce, foi um advogado, político e poeta brasileiro[1]. É considerado um dos precursores do Modernismo em Goiás.[2][3][4][5]
Leo Lynce | |
---|---|
Nome completo | Cyllenêo Marques de Araújo Valle |
Pseudônimo(s) | Leo Lynce |
Nascimento | 29 de junho de 1884 Piracanjuba, GO |
Morte | 7 de julho de 1954 (70 anos) Goiânia, GO |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Poeta |
Vida e obra
editarAinda criança, mudou-se para Ouro Fino, distrito do município de Goiás (atual Goiânia). Em 1884 se transferiu para Bela Vista de Goiás, onde começou a trabalhar como jornalista por volta de 1905. Adotou então o pseudônimo de Leo Lynce, um anagrama de Cylleneo, e colaborou com os jornais O Fanal e A Folha do Sul (Bela Vista), Lavoura e Comércio e Gazeta de Uberaba (Uberaba), Araguary (Araguari) e Sul de Goiás (Catalão)[6]
Elegeu-se deputado estadual em 1908, mas teve o mandato cassado em 1909, quando fugiu para Uberaba. Também foi deputado estadual em outras legislaturas.[7]
Fundou em 1911 o jornal O Jatahy, em Jataí. Mais tarde fundou também o Nova Era (1914) e o Jornal de Goiás (1919), ambos no município de Goiás, e o Jornal de Goiás (1935) em Pires do Rio.
Morou no Rio de Janeiro em 1917, trabalhando como funcionário do Ministério da Fazenda. A partir de 1922 começou a se aproximar do movimento modernista. Publicou em 1928 o livro de poesias Ontem. De volta a Goiás, foi professor de Direito.
Foi um dos fundadores da Academia Goiana de Letras, que presidiu de 1948 a 1949[8][9].
Temas e estilo
editarA poesia de Leo Lynce revela o conflito entre a tradição oligárquica e as mudanças que se processavam no Brasil no fim do Império e início da República. Defendia a modernização do estado de Goiás e da integração nacional, assim como seu contemporâneo Jesus Barros Boquady[10].
Ao levar o Modernismo para Goiás, incorporou principalmente a brasilidade. Do ponto de vista formal, preferiu uma métrica mais rígida, emboira tenha adotado o verso livre em poemas de cunho social[11].
Obras
editar- Ontem. Editora Irmãos Ferraz, 1928; 2ª ed., aumentada, Editora Oriente, 1972
- Romagem sentimental. s/d
- Rabiscos. s/d
- Léo Lynce: poesia quase completa. Organização, prefácio e notas críticas de Darcy França Denófrio. Goiânia: Editora da UFG, 1997
- Terra Goiana. Goiânia: Editora Kelps, 2000
- Léo Lynce: prosa quase completa. Organização e prefácio de Darcy França Denófrio. Goiânia: Editora da UFG, 2003
Notas
- ↑ Pela grafia antiga, Cyllenêo Marques de Araujo Valle
Referências
- ↑ Leo Lynce. Poesia dos Brasis - Goiás
- ↑ COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de Literatura Brasileira. Global Editora, São Paulo, 2a. edição, Volume II, 2001, p. 933
- ↑ Uma história da imprensa goiana — 1ª parte Arquivado em 11 de setembro de 2014, no Wayback Machine.. Jornal Opção, Edição 2002 - de 17 a 23 de novembro de 2013
- ↑ «Leo Lynce, introdutor do modernismo literário em Goiás»
- ↑ Raízes, Portal (19 de novembro de 2015). «Piracanjuba de Goiás - 160 anos - Portal Raízes». Portal Raízes
- ↑ SOUZA, Gabriel Elias Rodrigues de. Geografia, Literatura E Subjetividade – Uma Leitura Sobre a Cidade a Partir do Poema “Goiânia” de Léo Lynce. In: Estética, Poética e Narrativa entre fluidez e permanência nas artes. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2016. Páginas 258-292
- ↑ «Assembleia Legislativa do Estado de Goiás». portal.al.go.leg.br. Consultado em 6 de dezembro de 2017
- ↑ Leo Lynce. Domingo com Poesia
- ↑ Presidentes. AGL
- ↑ SOUZA, Gabriel Elias Rodrigues de. A cidade entre a poesia e o poeta: Geografia e literatura em Goiânia: Sonho e Argamassa de Jesus Barros Boquady (1959). Dissertação (mestrado), Universidade Federal de Goiás, 2015. Página 35
- ↑ ZEKA, José Augusto Pereira. Leo Lynce - A modernidade substancial. Revista da Faculdade de Direito da UFG, [S.l.], v. 19, n. 1, p. 189/211, out. 2010. ISSN 0101-7187. Página 206