Marina Lima
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Marina Correia Lima (Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1955) é uma cantora e compositora brasileira.[1][2]
Marina Lima | |
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Marina Lima em um show em Florianópolis em 2007. | |
Nome completo | Marina Correia Lima |
Outros nomes | Marina |
Nascimento | 17 de setembro de 1955 (69 anos) Rio de Janeiro, DF |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação |
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Período de atividade | 1977–presente |
Carreira musical | |
Gênero(s) | |
Extensão vocal | Contralto |
Instrumento(s) | violão, guitarra, vocal |
Gravadora(s) | |
Website | marinalima |
Biografia e carreira
editarNascida no Rio de Janeiro,[3][1][2][4] filha de dois piauienses, mudou-se ainda criança (5 anos) para a capital dos Estados Unidos, Washington, onde viveria até os 12 anos, pois o pai, Ewaldo Correia Lima, era economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento.[5][6] Neste período ganhara um violão do pai, como um pretexto para sentir menos falta do país natal. Marina é irmã de Roberto, economista, e de Antônio Cícero, poeta e filósofo.[7]
Iniciou a carreira em 1977, quando teve uma canção gravada por Gal Costa, "Meu Doce Amor".[8][9][10] Decidiu musicar um dos poemas do irmão mais velho, Antônio Cícero e obteve reconhecimento.[11] Estabelecida essa conexão "emocional", Marina e Cícero esqueceram antigas divergências ocasionadas pela idade e, a partir de então, trilhariam uma parceria de sucesso.[5] Em 1978, foi apresentada como cantora em compacto que trazia as gravações de "Muito" (Caetano Veloso) e "Tão fácil" (Marina Lima e Antonio Cicero).[9][10] De volta ao Rio de Janeiro, assina um contrato e lança o primeiro LP, Simples Como Fogo em 1979.[9][10][12]
Mulher 80
editarDesde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos apresentando os novos talentos registravam índices recordes de audiência. Marina Lima participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então[13], abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima , Simone, Elis Regina, Joanna, Gal Costa, Rita Lee e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Em 1984, lança Fullgás, álbum que abriu portas e mercado para a música para a cantora, graças ao estouro da música-título.[14][15]
Em 1986, sua música "Pra começar" vira tema de abertura da novela Roda de Fogo.[16]
Nordeste Já
editarValendo-se do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de mágoa" e "Seca d´água". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Depressão e retorno
editarNo começo dos anos 1990, assina como Marina Lima, e não apenas Marina.
Após a morte do pai, no período de produção de O Chamado (1993) e o cancelamento da turnê do CD posterior a este, Abrigo, de 1995, provocado por este e outros problemas pessoais, Marina entra em depressão por causa da morte do pai e da separação da mulher que ela amava.[17] Na época alegava que o empecilho eram problemas nas cordas vocais. Mesmo neste estado, lança em 1996 o CD Registros à Meia Voz, com versões próprias para letras de Paulinho da Viola, Zélia Duncan, Christiaan Oyens, Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Mais tarde Marina afirmou que problema na voz foi devido a erro médico.[18]Em novembro de 1999, Marina fez um ensaio para a revista Playboy, quando recebeu R$ 2,5 milhões para posar. Sondada há anos pela revista, aceitou por sugestão de seu psiquiatra para superar a depressão.[19]
Em 2000, retorna aos palcos com Síssi na Sua, um espetáculo com influência teatral.[20] O ano de 2001 fez com que o trabalho de Marina Lima tivesse mais ainda em evidência pelo fato de o álbum com a canção "Setembro", que serviu de nome para o disco, ter além do rock, uma pegada eletrônica.[21] Neste ano "No Escuro" era trilha sonora da novela O Clone; "Notícias", da novela Esperança.
Em 2003, gravou um Acústico MTV, onde apesar de ainda deficiente, é nítida a melhora na voz em "A Não Ser Você", "Ainda é Cedo" (música de Renato Russo) ou até mesmo em "Sugar"- canção gravada primeiramente em estúdio e que fez parte da novela Agora É que São Elas, da TV Globo.
Em outubro de 2005, Marina estreia o novo show Primórdios com duas temporadas, por duas semanas em São Paulo, seguida de outra temporada em janeiro.
Em agosto de 2006, lança o CD Lá Nos Primórdios, com a voz mais firme e forte. Anuncia que está fazendo aula de canto e fono, para reaprender a usar a voz. Em novembro de 2006 registrou o show "Primórdios" em DVD com show fechado no Auditório do Ibirapuera. O DVD ainda se mantém inédito, sem data para edição. Em 2007, Marina se lança na estrada com "Anna Bella", a releitura de "Cara", "Meus Irmãos" num novo show, o Topo Todas Tour. O show é um apanhado de seus maiores sucessos com as canções inéditas de seu último disco, o Lá Nos Primórdios. O show foi encerrado na metade de 2008 e deu lugar para que Marina concebesse o "Marina Lima e Trio em Concerto". Em 2009, Marina planejava lançar o registro em DVD do show "Primórdios" e o CD de inéditas que veio preparando desde o início deste ano, contando com a produção de Edu Martins, que ficou para 2011.
Em 2010, Marina planejava lançar seu primeiro livro, o qual se chamaria "Marina Lima Entre as Coisas", mas problemas com gráfica e editora impossibilitaram a cantora de lançar.
Em 2011, após a morte da mãe, Marina vendeu sua cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas e se mudou para São Paulo, no bairro de Higienópolis, e lá compôs todas as novas canções do seu próximo álbum, Clímax, lançado em meados do mesmo ano. O disco foi aclamado pela crítica e rendeu os hits "Não Me Venha Mais com o Amor" e "Pra Sempre" (composta e gravada com Samuel Rosa). Além de entrar na estrada com a turnê do disco Clímax, com a música "Pra Sempre", Marina conseguiu uma indicação ao VMB 2011 na categoria "Melhor Música".
Em 2013, lançou o seu livro de memórias e percepções, intitulado "Maneira de Ser".
No final de 2015, lançou o disco No Osso, registro ao vivo da turnê de voz e violão que vem fazendo desde o fim de 2014. O álbum possuiu releituras de clássicos como "Virgem", duas canções inéditas - "Da Gávea" e "Partiu" - e duas faixas bônus gravadas em estúdio: um cover de "Can't Help Falling In Love", sucesso do cantor norte-americano Elvis Presley e uma versão da inédita "Partiu" gravada com a banda Strobo.
Em 23 de fevereiro de 2018, lançou o single "Só os coxinhas", um funk carioca zombando dos conservadores apelidados "coxinhas".[22][23]
Em abril de 2021, lança o EP Motim[24], mixado e masterizado por Carlos Trilha, que tem a participação de Mano Brown em uma das músicas.[25][26]
Discografia
editarO principal letrista parceiro de Marina é o irmão Antônio Cícero, também musicado por outros grandes nomes da MPB. Durante um bom tempo Cícero esteve quase que onipresente nas composições, buscando novos ares, parcerias com Alvin L e William Magalhães tornam-se mais presentes na carreira de Marina a partir da década de 1990.
Documentário "Uma Garota Chamada Marina"
editarEm outubro de 2019, o cineasta Candé Salles estreou o documentário "Uma Garota Chamada Marina", longa-metragem gravado ao longo de dez anos (de 2009 até meados de 2019)[27]. O filme faz um recorte do processo de criação do álbum Climax (2011), o processo de mudança para a cidade de São Paulo e lembranças aleatórias de toda a carreira. O documentário passou pelo Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade e teve algumas exibições especiais no Rio de Janeiro. Atualmente o documentário está em negociação para ser exibido em um canal pago, mas ainda não revelado quando e qual veículo de televisão[28].
Apresentadora
editar- 2004 - Saia Justa … Apresentadora
- 2012 - Saturday Night Live (episódio 1)
Referências
- ↑ a b Site RG (16 de maio de 2016). «Marina Lima condena governo que exclui minorias». Site RG. Consultado em 23 de maio de 2016
- ↑ a b «Cantora Marina Lima está uma fera com a Wikipédia». R7. 23 de maio de 2016. Consultado em 23 de maio de 2016
- ↑ Marina Lima. «Marina Lima 'No osso'» (PDF). Marina Lima. Consultado em 23 de maio de 2016
- ↑ Ancelmo Gois (26 de abril de 2016). «Ela é carioca». O Globo. Consultado em 23 de maio de 2016
- ↑ a b «Marina Lima completa 60 anos com um espírito moderno e provocante». G1. Consultado em 14 de agosto de 2015
- ↑ Redação Estadão (23 de Julho de 2001). «Especiais relembram trajetória de Marina Lima». Estadão. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ «Antonio Cicero Biografia (Cliquemusic)». Cliquemusic. 2000. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ Da Produção (13 de Março de 2013). «Domingo Especial com Laura Pausini e Marina Lima». Campina FM 93.1. Consultado em 20 de Março de 2013. Arquivado do original em 30 de maio de 2013
- ↑ a b c «Marina Lima começa turnê de 40 anos de carreira com 'músicas que embalam todas as gerações'». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ a b c «A explosão da mulher na música do Brasil em 1979 ecoa há 40 anos – A estreia de Marina Lima». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ Pedro Alexandre Sanches (4 de junho de 2011). «Marina Lima fala de novo disco e confessa: quer casar». Ultimo Segundo. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ Dirceu Alves Jr. (31 de março de 2003). «Celebridade: Marina Lima». IstoÉ Gente. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ «Marina Lima completa 60 anos; ouça sucessos na voz da cantora». EBC Rádios. Consultado em 28 de setembro de 2015
- ↑ «Livro mostra como Marina Lima se abriu para o país construído em 1984 no álbum 'Fullgás'». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Marina Lima tem álbum consagrador de 1984 analisado em 'Livro do disco'». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Gravação mais rara de Marina Lima volta à pauta com estreia da novela 'Roda de fogo' no Globoplay». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ Redação R7 (22 de outubro de 2010). «Eu me sentia morta, diz Marina Lima sobre período em que teve depressão». R7. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ «Marina Lima diz que problema na voz foi devido erro médico». Terra. 30 de Novembro de 2012. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ Marina Lima posou nua na Playboy 'por prescrição médica'
- ↑ Pedro Alexandre Sanches (24 de julho de 2000). «Após seis anos de crise que forçou "ida ao deserto", ela lança turnê na quinta; show chega a SP em setembro». Folha de S. Paulo. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ Redação Folha Online (24 de julho de 2000). «Rebuscamento de Marina Lima é cada vez maior». Folha Online -Ilustrada. Consultado em 20 de Março de 2013
- ↑ «Marina faz história ao reproduzir códigos e linguajar do funk com o imortal Cicero». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Funk sobre 'coxinhas' é primeiro single de álbum que Marina Lima lança em março». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Marina Lima anuncia 'Motim' para abril». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Marina Lima canta com Mano Brown em EP no qual reforça parceria com Alvin L». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Marina Lima sintetiza no EP 'Motim' e no livro 'Música e letra' os horizontes apontados por obra sempre moderna». G1. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ «Filme registra intimidade e mudanças de Marina Lima ao longo de dez anos». Folha de S.Paulo. 19 de novembro de 2019. Consultado em 31 de dezembro de 2019
- ↑ «Filme sobre Marina Lima estreia em outubro». Nova Brasil FM. Consultado em 31 de dezembro de 2019