Martim Afonso Chichorro
Martim Afonso "O Chichorro" (1250 - 1313)[1], teve este epíteto por ser de pequena estatura. Era meio irmão do rei Dinis I de Portugal, e segundo as crónicas era tido por este rei em elevada consideração facto que levou o rei a fazê-lo ocupar o 4.º lugar no quadro reservado aos Ricos-homens[1], sendo que os outros três lugares eram ocupados pelo infante D. Afonso Dinis (1260 - 1310), irmão-pleno do rei, pelo Conde Gonçalo Garcia de Sousa, cunhado do rei e por Nuno Martins de Chacim, o mordomo-mór real e teve a tenência de Bragança entre 1265 e 1284.
Martim Afonso Chichorro | |
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Nascimento | 1250 Reino de Portugal |
Morte | 1313 Reino de Portugal |
Cidadania | Reino de Portugal |
Progenitores | |
Filho(a)(s) | Martim Afonso Chichorro II |
Irmão(ã)(s) | Urraca Afonso de Portugal, Branca de Portugal, Dinis I de Portugal, Constança de Portugal, Sancha de Portugal, Afonso de Portugal, Maria de Portugal, Leonor Afonso de Portugal, Afonso Dinis |
Ocupação | político |
A primeira menção documental a Martim Afonso surge em 1271[2], no testamento do pai, sabendo-se que antes dessa data terá chegado a estar sob a guarda de João Pires de Lobeira.[1]
Do rei D. Afonso III de Portugal, seu pai, recebeu 1.000 libras de ouro, o couto e a Torre de Santo Estêvão, que era propriedade pertencente à família real localizada no termo da Vila Santo Estêvão, e ainda o Senhorio de Santarém, que passaria a ser seu e da sua descendência.[1]
Na corte do seu irmão, D. Dinis I de Portugal e com o título de rico-homem, confirmou vários diplomas reais entre os anos de 1288 e de 1300.[1] Foi senhor de vários bens no termo de Torres Vedras, que no entanto veio a vender por 1.500 libras de ouro.[1] Pelo seu casamento com Inês Lourenço de Valadares[1], veio a entrar o nome Sousa na sua descendência.
Crê-se que ainda estaria vivo em 1313, altura em que doou a João Afonso, bastardo de D.Dinis, todas as propriedades que conservava na Lousã.[1]
Relações familiares
editarFoi filho bastardo do rei D. Afonso III de Portugal e de Madragana Ben Aloandro, filha de Aloandro Ben Bakr. Casou-se com Inês Lourenço de Valadares[1], filha de Lourenço Soares de Valadares e de Maria Mendes de Sousa, de quem teve:
- Martim Afonso Chichorro II ou Martin Afonso de Sousa Chichorro (1280 -?), teve filhos com Aldonça Anes de Briteiros, sendo um deles Vasco Martins de Sousa Chichorro, que foi o 1.º Senhor de Mortágua.
- Maria Afonso Chichorro (c. 1280 - 1379), casou com D. Gonçalo Anes de Briteiros (1270 - ?).
- Constança Afonso Chichorro foi freira (? + 1341), sua irmã Margarida foi sua testamenteira sendo indicada numa inquirição mandada fazer aos seus bens para a instituição de uma capela no Mosteiro de Santa Clara de Santarém em 11 de Novembro de 1341.
- Margarida Afonso de Sousa (? – depois de 1341).
- Vasco Afonso de Sousa (1270 - ?).
Títulos
editar- Senhor de Santarém,
- D. Martim Afonso de Portugal
- Senhor da torre de Stº Estêvão
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Pizarro, José Augusto de Sotto Mayor (1997). Linhagens medievais portuguesas : genealogias e estratégias (1279-1325). Porto: Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família, Universidade Moderna. pp. 172–173. ISBN 9789729801839. OCLC 47990149
- ↑ «Testamento do rei D. Afonso III - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 26 de janeiro de 2023
- D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra, 1946. Tomo I-pg. 113 e Tomo XII-P. II-pg. 1.
- José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas - 3 vols, Universidade Moderna, 1ª Edição, Porto, 1999. vol. 1-pg. 174.
- José Augusto Sotto Mayor Pizarro, Os Patronos do Mosteiro de Grijó, Carvalhos de Basto, 1ª Edição, Ponte de Lima, 1995, pág. 203.
- Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra-3 vols. Imprensa Nacional-Casa de Moeda, 2ª Edição, Lisboa, 1973, pág. 206.
- Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, Vol. X. pág. 369.