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Nossa Caixa

Antiga instituição financeira estatal brasileira

A Nossa Caixa foi um banco brasileiro, originário das caixas econômicas paulistas, fundado em 30 de dezembro de 1916 e encerrado oficialmente em 30 de novembro de 2009, quando foi incorporado ao Banco do Brasil. Possuía 547 agências[1] e cerca de 15.000 funcionários.[2]

Nossa Caixa
Nossa Caixa
Razão social Banco Nossa Caixa S.A.
Nome(s) anterior(es) Caixas Econômicas Paulista (1916-1951)
Caixa Econômica do Estado de São Paulo (1951-1990)
Nossa Caixa Nosso Banco (1990-2000)
Nossa Caixa S.A. (2000-2009)
Empresa de capital aberto
Slogan O Banco de São Paulo
Atividade Serviços financeiros
Gênero Sociedade de economia mista
Fundação 30 de dezembro de 1916
Encerramento 30 de novembro de 2009
Sede São Paulo, SP, Brasil
Área(s) servida(s) Em todos os municípios de SP
Locais 547 agências[1]
Proprietário(s) Governo do Estado de São Paulo
Presidente Ricardo José da Costa Flores
Empregados 15.000[2]
Produtos Serviços bancários
Ativos Aumento R$ 40.7 bilhões (2009)
Lucro Aumento R$ 405.0 milhões (2008)
Faturamento Aumento R$ 4.8 bilhões (2008)
Sucessora(s) Banco do Brasil
Website oficial www.nossacaixa.com.br[ligação inativa]

História

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Em 1916 a economia cafeeira sofria com um grande corte das exportações para a Europa, principal mercado do país, em função da Primeira Guerra Mundial. A recessão provocada pelo conflito ajudou a agitar ainda mais os cenários social, político e, sobretudo, econômico.[3][carece de fonte melhor] A instabilidade econômica fez com que os gastos da população fosse efetuados com parcimônia, com a prioridade passando a ser a formação de pecúlios.[carece de fontes?] Neste contexto, o momento era ideal para a criação das caixas econômicas paulistas, uma iniciativa que não obteve sucesso em governos anteriores. Em 1892, o presidente do estado Bernardino de Campos sancionou a Lei nº 117, autorizando a fundação de Caixas Econômicas. No entanto, por ser considerada anacrônica, foi posteriormente revogada pela Assembleia Legislativa.[carece de fontes?]

 
Caderneta de Poupança, emitida em 1971, pela então Caixa Econômica do Estado de São Paulo.

Em 30 de dezembro de 1916, o presidente do estado, Altino Arantes, promulgou a Lei nº 1.544, do Congresso Legislativo, criando as Caixas Econômicas na Capital, além de Santos, Campinas e Ribeirão Preto. Elas foram destinadas a receber pequenos depósitos e estimular a formação de pecúlios populares.[4] O Decreto nº 2.765, de 1917, regulamentou a lei.[5] Em 22 de março de 1917, a Caixa Econômica do Estado, na Capital, precisamente na rua Floriano Peixoto, iniciou suas atividades com um depósito no valor de um conto de réis, efetuado pelo filho de Arantes, o estudante Paulo Francisco.[6][7]

 
Agência em Poá, na Grande São Paulo

Ainda em 1917, após o estabelecimento de sua sede, o banco inaugurou outras três unidades: em Santos (2 de maio), em Campinas (2 de junho) e em Ribeirão Preto (30 de junho). Todas contavam com autonomia administrativa, mas estavam submetidas às diretrizes da Secretaria da Fazenda.[7] Nos anos seguintes, suas atividades se ampliaram rapidamente. Em meados da década de 1920, já acumulava depósitos em quantia semelhante a da Caixa Econômica Federal. O banco então iniciou um processo de interiorização, fundando agências em diversas cidades do interior paulista. Se no final de 1917 detinha 56 agências, em 1939 este número mais que triplicou, crescendo para 198.[8] Em 1938, contava com quase 100.000 cadernetas de depósitos.[8] No ano 1951, o governo estadual decidiu reunir todas as agências em uma autarquia, que foi denominada Caixa Econômica do Estado de São Paulo.[7]

 
Agência em Avaré, no interior do estado

Em 1956, a sede da instituição foi transferida para o edifício Altino Arantes. Em 1974, deixou de ser autarquia para se transformar em empresa de sociedade anônima. Em 1990, mudou novamente de status, passando a se tornar um banco múltiplo, o que lhe possibilitou diversificar suas ações.[7] Também recebeu um novo nome: Nossa Caixa Nosso Banco S/A.[9] Em 2000, assumiu a posição de banco oficial do Estado com a privatização do Banespa, mudando novamente de nome, para Banco Nossa Caixa S/A.[7] No ano seguinte, o governador Geraldo Alckmin sancionou a Lei nº 10.853, autorizando o estado a vender até 49% das ações do banco.[10] Converteu-se, assim, em uma companhia de economia mista, expandindo suas agências para outros estados.[7] Em 2005, transformou-se em uma instituição de capital aberto,[11] juntando-se à Bovespa (atual B3).[7] Em 2007, o Nossa Caixa começou a pagar toda a folha de pagamento estadual. Na época, era terceiro maior banco público brasileiro, com 5,4 milhões de clientes e com agências em todas as cidades de São Paulo.[7]

Incorporação ao Banco do Brasil

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Em novembro de 2008, o Banco do Brasil informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Bolsa de Valores de São Paulo a aquisição do Nossa Caixa, ao custo de R$ 5,38 bilhões.[12] A incorporação levou o Banco do Brasil a liderar o mercado no estado de São Paulo, onde anteriormente ocupava a quarta colocação.[13] Para que o negócio fosse concretizado, foi necessária a autorização do Governo do Estado, que detinha diretamente 71,25% das ações ordinárias,[14] e a autorização da Assembleia Legislativa.[15] A Nossa Caixa era o último grande banco estadual ainda não privatizado.[16]

Na época, alguns bancos privados sugeriram que a venda da Nossa Caixa fosse à leilão. No entanto, com a definição do Conselho Nacional de Justiça sobre a obrigatoriedade de manutenção dos depósitos judiciais em bancos públicos, o Banco do Brasil tornou-se o único capaz de pagar a máxima quantia possível pela Nossa Caixa, pois os demais concorrentes privados teriam de subavaliá-la, visto que perderiam os depósitos judiciais, da ordem de 15 bilhões.[17][18] Em novembro de 2009, houve a incorporação societária do banco e a consequente extinção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), assim como a alteração de sua hierarquia, que se subordinou à do Banco do Brasil.[19] A partir desta data os funcionários puderam optar pela carreira de funcionários do Banco do Brasil.[20]

 
Sede do Banco Nossa Caixa, à Rua XV de Novembro
Razão Social Banco Nossa Caixa S.A.
Número 151
CNPJ 43.073.394/0001-10
Sede R. XV de Novembro, 111 - Centro - São Paulo – SP
Instituição Financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil

 

Números do Banco em dezembro de 2006
Ativo total R$ 39,3 bilhões
Depósitos R$ 27,6 bilhões
Lucro líquido R$ 453,5 milhões
Patrimônio líquido R$ 2,6 bilhões

 

Números do Banco em 2001[21]
Ativos R$ 54,4 bilhões
Clientes 5,7 milhões
Despesas administrativas R$ 671,7 milhões
 
Wikinotícias
O Wikinotícias tem uma ou mais notícias relacionadas com este artigo: Banco do Brasil negocia a incorporação da Nossa Caixa

Ver também

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Referências

  1. a b Juliana Rocha (7 de junho de 2008). «BB contrata consultoria para avaliar Nossa Caixa». Folha de S. Paulo. Consultado em 13 de agosto de 2020 
  2. a b «ANABB prestigia os 37 anos da Afaceesp». Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil. 25 de setembro de 2008. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  3. Fernando Duarte (11 de novembro de 2014). «Participação do Brasil na 1ª Guerra trouxe ganhos modestos e baque econômico». BBC. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  4. «LEI N. 1.544 DE 30 DE DEZEMBRO DE 1916». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 30 de dezembro de 1917. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  5. «DECRETO N. 2.765, DE 19 DE JANEIRO DE 1917». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 19 de janeiro de 2017. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  6. «Metrô: Exposição na estação Sé leva o público ao começo do século XX». Governo de São Paulo. 18 de março de 2015. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  7. a b c d e f g h «Nossa Caixa, há 90 anos o banco dos brasileiros de São Paulo». Governo de São Paulo. 27 de março de 2007. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  8. a b Marcondes, Renato Leite (Janeiro de 2014). «Caixas econômicas públicas e depósitos populares no Brasil (1861-1940)». Universidade de São Paulo. São Paulo. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  9. «Privatização da Nossa Caixa é "crime contra a economia estadual", diz deputado». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 29 de junho de 2001. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  10. «LEI Nº 10.853, DE 16 DE JULHO DE 2001». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 16 de julho de 2001. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  11. «BB e Nossa Caixa assinarão acordo de confidencialidade». Correio Braziliense. 26 de maio de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  12. «Banco do Brasil compra Nossa Caixa por R$ 5,38 bilhões». G1. 20 de novembro de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  13. «Após compra da Nossa Caixa, BB passa a liderar em número de agências em SP». Folha de S. Paulo. 20 de novembro de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  14. «Banco do Brasil fecha compra da Nossa Caixa». Agência Estado. Diário do Nordeste. 20 de novembro de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  15. «Assembléia autoriza a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 18 de dezembro de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  16. Toni Sciarretta (22 de maio de 2008). «Gigante estatal assusta bancos, dizem analistas». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  17. «Bancos privados querem leilão da Nossa Caixa». O Estado de S. Paulo. Diário do Grande ABC. 24 de maio de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  18. «Após comprar Nossa Caixa, Banco do Brasil quer mais». O Estado de S. Paulo. Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campo Grande-MS e Região. 21 de novembro de 2008. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  19. «ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DOS ACIONISTAS REALIZADA EM TRINTA DE NOVEMBRO DE DOIS MIL E NOVE» (PDF). Banco do Brasil. 30 de novembro de 2009. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  20. «INCORPORAÇÃO DA NOSSA CAIXA PELO BB COMPLETA DEZ ANOS». Associação dos Gerentes do Banco do Brasil. 28 de novembro de 2019. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  21. «Saiba mais sobre o banco estadual Nossa Caixa». Administradores. 31 de outubro de 2018. Consultado em 14 de agosto de 2020 

Ligações externas

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