Peva (Moimenta da Beira)
Peva é uma povoação portuguesa do Município de Moimenta da Beira que foi sede da extinta Freguesia de Peva, freguesia que tinha 19,92 km² de área e 418 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 21 hab/km².
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Santuário de Santo Antão, em Peva | ||||
Localização | ||||
Mapa de Peva | ||||
Coordenadas | 40° 52′ 20″ N, 7° 41′ 27″ O | |||
Município primitivo | Moimenta da Beira | |||
História | ||||
Extinção | 28 de janeiro de 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 19,92 km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
A Freguesia de Peva foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013,[1] tendo o seu território sido agregado ao da Freguesia de Segões para criar a União de Freguesias de Peva e Segões.
Soutosa foi a última sede do concelho de Pêra, pela sua localização geográfica, ou talvez ainda, para resolver o diferendo entre as duas terras rivais, Pêra e Peva, que para si queriam a categoria de vila e sede de concelho que por isso se chamou de Pêra e Peva.
Fez parte do extinto concelho de Pêra Velha até 1834. As origens de Peva sempre andaram ligadas a Peravelha; partilharam conflitos, recursos naturais, defenderam impetuosamente o seu território, mas Soutosa consegue expressar um brilho literário, revelou-se um de inspiração para Mestre Aquilino Ribeiro que nitidamente se absorve nas sua obras literárias.
População
editarPopulação da freguesia de Peva [2] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
886 | 872 | 901 | 890 | 1 037 | 1 066 | 1 150 | 1 181 | 1 379 | 1 069 | 851 | 722 | 625 | 513 | 418 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 73 | 58 | 225 | 157 | 14,2% | 11,3% | 43,9% | 30,6% | |
2011 | 38 | 51 | 189 | 140 | 9,1% | 12,2% | 45,2% | 33,5% |
História
editarHoje, a freguesia de Peva vive da sua história, da sua beleza que a enriquece por dentro e que a circunda, do amor que lhe dedicam os seus filhos: ora investindo nela, ora fixando-se, ora levando o seu nome a outros continentes.
Um Povo Que Semeia Há-se Sempre Colher
editarMuitos foram os que se obrigaram a deixá-la para procurar noutras paragens retribuição mais justa para o seu trabalho. Mas os que emigram para longe acabam por voltar. E os que a trocam por metrópoles maiores dentro do País guardam carinhosamente a sua recordação e se não a visitam regularmente sentem a saudade como sempre se deve senti-la, ou seja, com fervor e angústia. Mas uns e outros conseguem sempre o que queriam (é forte mesmo, o temperamento dos beirões retintos, um temperamento que antes-quebrar-que torcer): transmitir o seu nome, a sua imagem aos que, não a sentindo como mãe, gostariam de ser perfilhados por ela. Freguesia muito “flagelada” pelo fenómeno da emigração, a freguesia de Peva nem por isso perdeu a sua agressividade, o seu orgulho, a sua forma própria de encarar sucessos e contrariedades.
A teimosia – que no caso é mais bem traduzida pelas expressões generosidade, confiança entrega plena – leva os Pevenses a trabalharem com denodo e a apostarem apaixonadamente na sua terra. Uma semente apodrecida não significa necessariamente que o solo seja estéril. Há que semear de novo e de novo e de novo; há que fecundar a terra até que o fruto nasça, sadio, a comprovar que afinal aquela semente podre foi apenas prole do azar.
Soutosa e S. Martinho – duas aldeias da freguesia que tipificam um estilo de vida que tem mais a ver com a resistência, com a colagem a valores ancestrais, com o querer e o saber viver onde viveram os nossos antepassados, com a vontade imensa de afirmar que os que nos serviram de referência eram homens e mulheres sábios – são locais perfeitos para buscar-mos as origens. Estando em Peva qualquer caminho nos leva ao lugar de Soutosa ou S. Martinho em qualquer dos lugares percorrer-lhe o empedrado e sentir as casas onde a nossa mãe podia ter vivido, aquecida no Inverno pelos animais que tinham a sua guarida no andar térreo; ver-lhe as casas modernas que significam que a vida não vai parar nunca, que hão-de vir netos e bisnetos e que sobre eles há-de recair o peso agridoce de uma sólida herança afectiva; saber que Peva, ali tão perto, se encarregará de as encorajar a crescer porque é dali – daqueles lugares e tantos outros – que se espera o renovamento contínuo da energia que espalhe o nome da freguesia de Peva (do bom nome de Peva, das suas sementes de qualidade), da franqueza e da honestidade das suas gentes, por todo o lado.
Peva toca-nos fundo. Se lá for, se calcorrear as serranias que rodeiam e sentir a rudeza e a ternura de que a freguesia de Peva é capaz, jamais a esquecerá. De Peva diz só o que sabes, diz-se. Não disse de mais. Foi extinta e agregada à freguesia de Segões criando assim a União de freguesias de Peva e Segões de qual é sede.
Toponímia
editarO nome «Peva», de acordo com o linguista português José Pedro Machado, poderá ter vindo do nome próprio Paleuba, de origem germânica, que, por seu turno, terá chegado por via do latim medieval sob a forma de Peeuva.[3] Dessarte, julga-se que o nome da localidade será uma alusão ao nome de um antigo povoador ou senhor destas terras.[3]
Património
editarReferências
- ↑ Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ a b Infopédia. «Peva | Definição ou significado de Peva no Dicionário Infopédia de Toponímia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 23 de setembro de 2021
Ligações externas
editar- Paróquia de Peva, no Arquivo Distrital de Viseu