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Ramo Grande (raça bovina)

A raça Ramo Grande é uma raça de gado bovino autóctone dos Açores. Recebeu o nome da zona nordeste da ilha, a planície do Ramo Grande, no concelho da Praia da Vitória, onde é mais numerosa e de onde são provenientes os seus melhores exemplares, sendo por isso considerada o solar da raça. Os seus exemplares são tipicamente criados sob a forma de pecuária extensiva, aproveitando as pastagens características da ilha.

Macho adulto da raça Ramo Grande (Feira Agrícola 2010, Angra do Heroísmo.
Antigo carro tracionado por bovinos Ramo Grande (Ilha Terceira, Açores).

Origem e história

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O gado Ramo Grande era primitivamente utilizado no trabalho agrícola e na tração de cargas, embora fosse também explorado para a produção de carne e de leite. Até ao início da década de 1970 era a raça dominante na bovinocultura da Terceira e ilhas vizinhas.

Com a disseminação da mecanização dos trabalhos agrícolas, este gado perdeu as suas funções de tração, embora alguns criadores ainda ensinem o trabalho aos animais, sobretudo com o intuito de os apresentar em desfiles etnográficos. Por outro lado, a opção pelo setor leiteiro, bem como a introdução de raças exóticas especializadas quer na produção de leite, quer na produção de carne, contribuiu para que o seu plantel atualmente seja muito reduzido. Desse modo, com o objetivo de proteger e preservar a raça, e após ter sido definido o respectivo padrão, foi criado, em 1996 o seu Registo Zootécnico.

Com a sua definição como raça autóctone, houve um ressurgimento do interesse pela preservação deste património genético açoriano, estando em curso a avaliação das capacidades produtivas da raça e do seu interesse em alguns sistemas de produção de carne em zonas mais inóspitas de algumas ilhas do arquipélago Açoriano.

O solar da raça

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O solar de origem desta raça situa-se na zona nordeste da ilha Terceira, região plana e fértil, designada por Ramo Grande. Todavia este tipo de bovino estendeu-se praticamente a todo o arquipélago. A raça tem origem nos bovinos trazidos pelos primeiros povoadores da ilha, ainda no século XV, maioritariamente de Portugal e da Flandres, do mesmo modo que exemplares das raças Alentejana e Mirandesa que, com o decorrer dos séculos, acusariam modificações em consequência da insularidade.

Características

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Os exemplares do Ramo Grande apresentam uma cabeça bem desenvolvida, marrafa pouco farta e assente numa protuberância frontal pouco saliente, de perfil frontal convexo. As aberturas naturais são predominantemente almaradas e as órbitas com coloração clara. Os cornos são opistóceros, saem para trás, para os lados, voltando para a frente e com pontas viradas para cima. O tronco, no seu conjunto, chama a atenção por seu desenvolvimento mais acentuado no terço anterior em relação ao posterior, ligados entre si por um costado pouco alto e pouco arqueado. Os membros, de boas articulações, terminam em unhas afogueadas e resistentes. A cor da pelagem é um vermelho mais ou menos intenso, simples, ou, raras vezes, malhado em determinadas zonas específicas[1].

Ver também

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Notas

  1. Fonte: Ana Luísa Pavão, Secretária Técnica da Raça Bovina Ramo Grande.

Ligações externas

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