Sérgio Cabral
Sérgio de Oliveira Cabral Santos ORB[1] (Rio de Janeiro, 27 de maio de 1937 – Rio de Janeiro, 14 de julho de 2024) foi um jornalista, escritor, compositor e pesquisador brasileiro,[2] pai do também jornalista e político Sérgio Cabral Filho.[3]
Sérgio Cabral | |
---|---|
Sérgio Cabral em 2010, na inauguração da Biblioteca Parque de Manguinhos. | |
Vereador do Rio de Janeiro | |
Período | 1983 a 1993 |
Secretário Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro | |
Período | 1987 a 1988 |
Prefeito | Saturnino Braga |
Dados pessoais | |
Nascimento | 27 de maio de 1937 Rio de Janeiro, RJ |
Morte | 14 de julho de 2024 (87 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileiro |
Prêmio(s) | Faz a Diferença (2007) |
Filhos(as) | Sérgio Cabral Filho |
Partido | PSDB |
Ocupação |
Biografia
editarNascido no bairro de Cascadura, no Rio de Janeiro, foi criado em Cavalcante. Órfão de pai desde os quatro anos de idade, começou sua carreira em 1957 como repórter policial do Diário da Noite, jornal vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do Última Hora, juntou-se a Jaguar e Tarso de Castro para a criação d'O Pasquim.[4] Durante a Ditadura, foi temporariamente preso por seu ativismo neste jornal.[5]
Trabalhou como produtor musical entre 1973 e 1981. Como compositor, foi parceiro de Rildo Hora, escrevendo as letras de Janelas Azuis, Visgo de Jaca, Velha-Guarda da Portela e Os Meninos da Mangueira, entre outras.[6]
Teve uma grande ligação com as escolas de samba a partir do início da década de 1960 quando começou a cobrir para os meios de comunicação que trabalhava o desfile no centro da cidade. Na TV Globo integrou o júri especializado, que dava notas para a apresentação das escolas de samba, desde a década de 70. Com muita rigidez e conhecimento era considerado o jurado mais severo, guardando a nota máxima apenas para uma apresentação antológica. Julgou no início Mestre sala e porta bandeira e comissão de frente e depois samba-enredo. Trabalhou como comentarista de carnaval também na TVE, em 1980, e na TV Manchete, em 1984, 1987, 1989 e 1990.
Carreira política
editarFoi vereador da cidade do Rio por três legislaturas, entre 1983 e 1993.[2] Entrou para a política por incentivo do filho, Sérgio Cabral Filho, que atuava no movimento estudantil da faculdade à época.[7]
Em sua passagem como vereador, participou da elaboração da Lei Orgânica do Município e do Plano Diretor da Cidade. Foi autor da lei que transforma o bairro de Santa Teresa em área de proteção ambiental e também do texto que que obriga a construção de salas de espetáculos nos centros comerciais do município. Foi ainda Secretário Municipal de Esportes e Lazer de 1987 a 1988, época em que foi criada a Fundação Rio Esporte.[8]
Em 1993, foi indicado para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Município.[2] Ocupou o cargo de 15 de abril de 1993 a 26 de maio de 2007, quando se aposentou compulsoriamente ao completar 70 anos de idade.[8]
Morte
editarCabral faleceu em 14 de julho de 2024 aos 87 anos de complicações de um enfisema pulmonar, ele também tinha Alzheimer, a informação foi dada pela Clínica São Vicente na Gávea onde ele estava internado, a notícia foi confirmada pelo seu filho Sérgio Cabral Filho.[9] O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota de pesar pela morte e elogiou a trajetória e contribuição do jornalista e escritor para a cultura brasileira.[10]
Obras
editar- As Escolas de Samba - o que, quem, onde, como, quando e porque (1974)
- Pixinguinha, Vida e Obra (1977)
- ABC do Sérgio Cabral (1979)
- Tom Jobim (1987)
- No Tempo de Almirante (1991)
- No Tempo de Ari Barroso (1993)
- Elisete Cardoso, Vida e Obra (1994)
- As Escolas de Samba do Rio de Janeiro (1996)
- A Música Popular Brasileira na Era do Rádio (1996)
- Pixinguinha Vida e Obra (1997)
- Antonio Carlos Jobim - Uma biografia (1997)
- Livro do Centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama (1998)
- Mangueira - Nação Verde e Rosa (1998)
- Nara Leão - Uma biografia (1991)
- Quanto Mais Cinema Melhor - Uma biografia de Carlos Manga (2006)
- Grande Otelo - Uma biografia (2007)
- Ataulfo Alves (2009)
Veja também
editarReferências
- ↑ Diário Oficial de 30 de abril de 2014, edição extra
- ↑ a b c Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. «Sérgio Cabral»
- ↑ «O Pasquim - A Subversão do Humor - TV Câmara». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 28 de agosto de 2024
- ↑ «Dossiês - O Pasquim». Fundação Biblioteca Nacional. Consultado em 28 de abril de 2024
- ↑ «Pai do governador do Rio ficou preso por dois meses durante ditadura militar». Foha de São Paulo. 24 de novembro de 2007. Consultado em 28 de abril de 2024
- ↑ Rildo Hora - Obra. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
- ↑ «Três vezes vereador do Rio, Sérgio Cabral entrou para a política por incentivo do filho, conta amigo». O Globo. 14 de julho de 2024. Consultado em 18 de julho de 2024
- ↑ a b «Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro». web.archive.org. 18 de julho de 2024. Consultado em 18 de julho de 2024
- ↑ «Morrem o jornalista Sérgio Cabral». G1. Consultado em 14 de julho de 2024
- ↑ Silva, Luiz (14 de julho de 2024). «Sérgio Cabral, jornalista e escritor». Palácio do Planalto. Consultado em 15 de julho de 2024. Cópia arquivada em 15 de julho de 2024