Songais
Songais[1][2][3][4][5] (Songhais) ou sonrais[6][7][8] são um grupo étnico da África Ocidental relacionado com os mandês. Sua história e língua estão ligadas ao Império Songai, que dominou o Sael ocidental nos séculos XV e XVI. O grupo de línguas songais, no entanto, tem sido relacionado com a família linguística Nilo-Saariana[9]
Songai | |||
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Senhor de origem songai do Máli, 2012 | |||
População total | |||
~ 1,5 milhão | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
línguas songais | |||
Religiões | |||
Predominantemente muçulmana | |||
Grupos étnicos relacionados | |||
Djerma, Mandês |
História
editarO Império Songai começou a se consolidar no século XII, com Gao se tornando sua capital e um importante centro comercial. Entre 1285 e 1300, Gao foi dominada pelos mandingas, e a construção de uma mesquita durante o reinado de Cancu Muça destacou a influência islâmica.[10] No entanto, a dinastia de Suni, iniciada por Ali Colom, conseguiu fortalecer o reino, com Suni Ali Ber elevando Gao a um império.[11] Suni Ali Ber expandiu o reino de Gao, transformando-o em um império através de conquistas militares e uma administração eficiente. Ele conquistou cidades importantes como Jené e Tombuctu, organizando o império de acordo com o modelo mandinga.[12] Sua política religiosa, mantendo cultos tradicionais songais, causou tensão com a aristocracia muçulmana, mas consolidou sua autoridade e identidade cultural.[13]
Após a morte de Suni Ali, Maomé Turé fundou a dinastia de Ásquia, expandindo mais o império. Maomé I e seus sucessores, como Ixaque I e Daúde, continuaram a expandir e organizar o império, estabelecendo uma estrutura administrativa centralizada. Esta organização incluía ministros e conselheiros com funções definidas, como o hi koy, fari mondzo, kalissa farma e balama, responsáveis por diferentes aspectos administrativos e militares.[14] O Império Songai possuía uma administração centralizada com uma hierarquia bem definida. A sucessão ao trono seguia a tradição de primogenitura, mas muitas vezes era contestada por crises de poder. A eficiência administrativa e militar, combinada com um equilíbrio entre tradições islâmicas e consuetudinárias, garantiu a prosperidade e a influência do império na África Ocidental.[15]
Referências
- ↑ Enciclopédia brasileira mérito. 19. São Paulo: Mérito S. A. 1967. p. 475
- ↑ Grande enciclopédia portuguesa e brasileira. 29. São Paulo: Editorial Enciclopédia. p. 647
- ↑ «Songai». Aulete. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ Dicionário enciclopédico brasileiro, ilustrado. São Paulo: Editora Globo. 1965. p. 1212
- ↑ Enciclopédia Barsa. 11. São Paulo: Encyclopædia Britannica Editôres. 1967. p. 140
- ↑ Lopes 2004.
- ↑ Lopes 2006.
- ↑ Entradas "songai" e "sonrai" no VOLP
- ↑ línguas Songhai ou Songhay - Britânica
- ↑ Niane 2010, p. 212.
- ↑ Niane 2010, p. 212-213.
- ↑ Niane 2010, p. 213.
- ↑ Niane 2010, p. 214.
- ↑ Niane 2010, p. 215.
- ↑ Niane 2010, p. 216.
Bibliografia
editar- Lopes, Nei (2004). «Songai; Sonrai». Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro Edições
- Lopes, Nei (2006). «Songai; Sonrai». Dicionário Escolar Afro-Brasileiro. São Paulo: Selo Negro Edições
- Niane, Djibril (2010). História geral da África, IV: África do século XII ao XVI. Paraná: UNESCO. ISBN 978-85-7652-126-6