Sílvio Frota
Sílvio Couto Coelho da Frota [1] (em grafia antiga Sylvio Couto Coelho da Frota) GCA (Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1910 — Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1996) foi um general-de-exército brasileiro, ministro do Exército durante o governo Ernesto Geisel.
Sylvio Frota | |
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Dados pessoais | |
Nome completo | Sylvio Couto Coelho da Frota |
Nascimento | 26 de agosto de 1910 Rio de Janeiro |
Morte | 23 de outubro de 1996 (86 anos) Rio de Janeiro |
Vida militar | |
País | Brasil |
Força | Exército |
Hierarquia | General de exército |
Comandos |
Biografia
editarEstudou no Colégio Pedro II. Em 1928 entrou na Escola Militar do Realengo.[2]
Casou-se com Ídia Pragana da Frota. Teve dois filhos sendo um deles o oficial de Marinha Luís Pragana da Frota.[2] É tio-avô de Alexandre Frota.[3]
A 20 de dezembro de 1977 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis de Portugal.[4]
Carreira militar
editarEm agosto de 1934 foi promovido a primeiro tenente.[2] Em junho de 1948 foi promovido a major. E em setembro de 1952 a tenente-coronel.
Em 1955 foi contra o movimento de 11 de novembro do Marechal Lott.[2]
Em abril de 1960 foi promovido a coronel.[2]
Na renúncia de Jânio Quadros em 1960 ele se aliou aos generais contrários à ascensão de João Goulart: o marechal Odílio Denis, o almirante Silvio Heck, e o brigadeiro Gabriel Grün Moss.[2]
Participou e deu apoio ao golpe de 1964. Alguns meses depois, em novembro, foi promovido a general-de-brigada.
Três anos depois, em 1967, foi o chefe de gabinete do ministro de Exército Aurélio de Lira Tavares. Ajudou a formar o Centro de Informações do Exército (CIE).[2]
Em março de 1969 foi promovido a general-de-divisão e comandou a 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro, entre 27 de fevereiro de 1969 e 25 de julho de 1972.[5].
Em julho de 1972 foi promovido a general-de-exército.[2] e assumiu o comando do I Exército, substituindo o general João Bina Machado. Permaneceu nesse cargo entre 25 de julho de 1972 e 5 de abril de 1974.[6].
Com a posse de Ernesto Geisel em 15 de março de 1974, foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército, onde permaneceu pouco tempo, até maio desse ano.[7]
Ministro do Exército
editarSilvio Frota assumiu o Ministério do Exército em 27 de maio de 1974, após a morte do titular da pasta, general Vicente de Paulo Dale Coutinho.[8]
Por ser um anticomunista extremo, representou a linha-dura do regime militar brasileiro.
A morte do operário Manuel Fiel Filho em janeiro de 1976, pouco tempo depois da morte do jornalista Vladimir Herzog, causou muita oposição e atrito com o presidente Geisel.[2] O presidente afasta Ednardo D'Ávila Melo, aliado de Silvio, do comando do II Exército.
Candidatura à presidência
editarEm 1977, Silvio Frota tinha a intenção de candidatar-se à presidência, contra os desejos de Geisel, que declara que só consideraria o assunto em janeiro de 1978. A preferência de Geisel era pelo general João Baptista de Oliveira Figueiredo.
No início de agosto de 1977, o deputado Carlos Alberto de Oliveira ameaçou lançar a candidatura de Frota.[2]
Em 23 de agosto, Geisel pediu para aprovar um texto que Frota preparara para comemorar o Dia do Soldado;[2] o pedido inusitado gerou atrito.
Em 8 de setembro, Frota ameaçou o jornalista Lourenço Diaféria que elogiava o heroísmo de Silvio Hollembach contra a figura do Duque de Caxias, patrono do exército.[2]
Em 4 de outubro, o general Jaime Portela, aliado de Costa e Silva e a linha dura do regime, visitou a capital para estimular o apoio ao "frotismo", movimento de apoio à candidatura de Frota.
Demissão em 12 de outubro de 1977
editarEm 10 de outubro, Geisel anunciou aos seus aliados mais próximos, os generais Golbery do Couto e Silva e Hugo Abreu, que iria demitir Silvio Frota dentro de dois dias, quando seria feriado em Brasília. Seria a primeira exoneração de um ministro de Exército desde 1964.[2] Golbery e Hugo Abreu instruíram o Diário Oficial a funcionar durante o feriado.
No dia seguinte, em 11 de outubro, Geisel informou sua decisão aos comandantes dos quatro exércitos.
Em 12 de outubro de 1977 Geisel recebeu Silvio Frota. Foi publicado no Diário Oficial a exoneração assim como a indicação de Fernando Belfort Bethlem, ex-comandante do III Exército, como sucessor.
Silvio Frota elaborou um texto de oito páginas para ser distribuído para todas as unidades do exército, o que não é feito.[2]
Após sua exoneração, sentindo-se ideologicamente contrariado, retira-se da vida política, não obstante manifestações ocorridas em favor de sua candidatura, com o apoio de chefes militares como o marechal Odílio Denys, o almirante Augusto Rademaker e o brigadeiro Márcio de Sousa Melo.
Lei da Anistia de 29 de agosto de 1979
editarEm 1979, após a edição da Lei da Anistia, Frota voltou aos noticiários como crítico da medida. Divulgou uma polêmica lista de supostos comunistas infiltrados no funcionalismo público.[9]
Após isso, evitou novos pronunciamentos públicos até morrer em 1996.
Referências
- ↑
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «SILVIO COUTO COELHO DA FROTA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «Alexandre Frota, o articulador improvável». Valor Econômico. Consultado em 18 de março de 2023
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Sylvio Couto Coelho da Frota". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 2 de abril de 2016
- ↑ «Antigos Comandantes da 1a. RM». Consultado em 11 de novembro de 2020
- ↑ «Galeria dos Comandantes do CML». Consultado em 29 de janeiro de 2021
- ↑ «Ex-Chefes do EME». Consultado em 29 de janeiro de 2021
- ↑ «Comandantes do Exército Brasileiro». Consultado em 29 de janeiro de 2021
- ↑ Juliano Rodrigues (8 de dezembro de 2012). «Como vivem hoje os "comunistas" da lista do general Sylvio Frota». ZH. Consultado em 18 de fevereiro de 2018
Fontes e bibliografia
editar- AA.VV. - Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. Rio de Janeiro: CPDOC, Fundação Getúlio Vargas
- FROTA, Sylvio - Ideais traídos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006. ISBN 8571109044
- GASPARI, Elio - A ditadura encurralada. São Paulo: Companhia da Letras, 2004 ISBN 85-359-0509-X
Precedido por José Horácio da Cunha Garcia |
50º Comandante da 1ª RM 1969 — 1972 |
Sucedido por Abdon Senna |
Precedido por João Bina Machado |
9º Comandante do I Exército 1972 — 1974 |
Sucedido por Reynaldo Mello de Almeida |
Precedido por Vicente de Paulo Dale Coutinho |
41º Chefe do Estado-Maior do Exército 1974 — 1974 |
Sucedido por Fritz de Azevedo Manso |
Precedido por Vicente de Paulo Dale Coutinho |
4º Ministro do Exército 1974 — 1977 |
Sucedido por Fernando Belfort Bethlem |