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SYRIZA

(Redirecionado de Syriza)

A Coligação da Esquerda Radical (em grego: Συνασπισμός Ριζοσπαστικής Αριστεράς, Synaspismós Rizospastikís Aristerás, conhecida pelo acrônimo SYRIZA) é um partido político de esquerda da Grécia. Foi fundado em 2004 como uma aliança eleitoral de 13 partidos e organizações de esquerda, sendo a componente principal o partido Synaspismós (SYN - Coligação de Movimentos de Esquerda e Ecológicos; em grego Συνασπισμός της Αριστεράς των Κινημάτων και της Οικολογίας, Synaspismós tis Aristerás tu Kinīmátōn kai tis Oikologías). Em maio de 2012, o SYRIZA apresentou-se como um único partido.

Coligação da Esquerda Radical
Synaspismós Rizospastikís Aristerás
Συνασπισμός Ριζοσπαστικής Αριστεράς
SYRIZA
Líder Stefanos Kasselakis (desde 2023)
Fundação 2004 (como aliança)
2012 (como partido)
Sede Atenas,  Grécia
Ideologia Socialismo democrático[1]
Populismo de esquerda[2][3]
Altermundialismo[4]
Secularismo[5]
Euroceticismo moderado[6]
Nacionalismo econômico[7]
Espectro político Esquerda[8][9][10][11]
Afiliação europeia Partido da Esquerda Europeia
Partido Socialista Europeu (observador)
Grupo no Parlamento Europeu Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde[12]
Parlamento Helénico
45 / 300
Parlamento Europeu
6 / 21
Regiões
126 / 703
Cores vermelho, branco, roxo e rosa
Página oficial
www.syriza.gr
Política da Grécia

Partidos políticos

Eleições

Após a vitória eleitoral em janeiro de 2015[13] o líder do SYRIZA, Alexis Tsipras, foi empossado como primeiro-ministro para dirigir o novo governo da Grécia — o Governo Tsipras. Realizou-se assim um governo de coalizão com o partido nacionalista conservador, Gregos Independentes.

O SYRIZA defende o aumento dos impostos para os contribuintes com mais rendimentos, o adiamento ou anulação dos pagamentos da dívida, cortes nos gastos da defesa e um aumento do salário mínimo e das pensões. Tsipras, um dos mais novos líderes políticos gregos, defende uma frente ampla antiausteridade,[14] inclusive com partidos de direita, como o Gregos Independentes, e a Nova Democracia, que teve um dirigente indicado para a presidência grega pelo SYRIZA.

História

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Formação

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A Coligação da Esquerda Radical tem sua origem no Espaço para o Diálogo da Unidade e Acção Comum da Esquerda (grego: Χώρος Διαλόγου για την Ενότητα και Κοινή Δράση της Αριστεράς), lançado em 2001.[15] O "Espaço" era composto por várias organizações políticas gregas de esquerda que, apesar de diferenças ideológicas e históricas, conseguiram chegar a uma plataforma política comum, acerca de temas importantes que haviam surgido na Grécia no final da década de 1990, tais como a guerra do Kosovo e privatizações.

Eleições parlamentares de 2012

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Nas eleições parlamentares de 6 de maio de 2012, a SYRIZA conquistou 16 % dos votos e 50 deputados, tornando-se no segundo maior partido, a seguir à Nova Democracia e antes do PASOK.[16] O crescimento da SYRIZA é considerado como uma das manifestações de protesto contra a política de austeridade, seguida nos últimos anos,[17] e contra a entrada no parlamento de partidos da extrema direita.

Nestas eleições parlamentares de junho de 2012, essenciais para a Grécia, o SYRIZA registou novamente um aumento de votos, obtendo 26,8%, mas foi novamente superado pela Nova Democracia, com 29,9%. Em resposta ao convite desta última para participar de um governo de unidade nacional, o SYRIZA anunciou a sua decisão de ficar na oposição.[18]

Eleições de 2014 para o Parlamento Europeu

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Em 2014, o SYRIZA foi o grande vencedor das eleições dos representantes da Grécia no Parlamento Europeu, realizadas entre 22 e 25 de maio de 2014. O partido obteve aproximadamente 27% dos votos, na primeira vitória em eleições desde a sua criação. Já o partido do governo Nova Democracia, do primeiro-ministro Antónis Samarás, ficou em segundo lugar, com cerca de 23% dos votos. A vitória do SYRIZA provocou mudanças na equipa do governo do conservador Samarás.[19] A principal bandeira do partido vencedor continua a ser o fim da política de austeridade imposta pela "Troika" (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia) à Grécia.[20] Em novembro de 2014, Tsipras voltou a garantir que o SYRIZA vai reclamar a anulação de parte da dívida grega, tal como aconteceu com a Alemanha em 1953.[21]

Vitória eleitoral em 2015

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O Parlamento grego deveria eleger um novo presidente da República em dezembro de 2014. Porém, o candidato Stavros Dimas, apoiado pela Nova Democracia, não conseguiu obter em três votações sucessivas o mínimo de 200 votos parlamentares estipulado pela lei do país, e, segundo a constituição grega, o presidente Karolos Papoulias viu-se obrigado a dissolver o parlamento e convocar eleições. Em 25 de janeiro 2015 foram realizadas eleições legislativas: o SYRIZA conseguiu 36,34% dos votos, quase nove pontos à frente do partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Antónis Samarás (com 27,81%). O partido obteve 149 das 300 cadeiras do parlamento,[22] ficando a apenas 2 da maioria absoluta. Iniciadas conversações com outros partidos no dia seguinte, o partido conservador de direita e anti-austeridade Gregos Independentes aceitou coligar-se com o Syriza. O governo Tsipras tomou posse dois dias depois, com Yanis Varoufakis na pasta das finanças, e a pasta da defesa para o partido Gregos Independentes.

Cisão do partido e nova vitória eleitoral

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Apesar da vitória do "Não", apoiado pelo partido, no referendo grego de 2015, sobre a aceitação de novas medidas de austeridade,[23] Alexis Tsipras e o seu governo acabou por aceitar um novo resgate e a subsequente aplicação de novas medidas de austeridade, em Julho de 2015.[24] A aceitação de um novo resgate levou a uma profunda divisão interna do partido, com ala de extrema-esquerda, liderada por Panagiotis Lazafanis, a romper com o partido e fundar a Unidade Popular.[25] Mesmo com a ruptura interna, o novo resgate foi aprovado, muito graças ao apoio dos partidos de oposição (Nova Democracia, PASOK e To Potami)[26] e, após tal aprovação, Tsipras decidiu demitir-se e, assim, provocar eleições antecipadas.[27]

Nas eleições de Setembro de 2015, apesar de muitos preverem uma dispusta renhida entre SYRIZA e a Nova Democracia, o partido obteve um resultado semelhante ao de Janeiro de 2015, conquistando, cerca de, 36% dos votos e 145 deputados.[28][29] Após as eleições, a coligação de governo entre SYRIZA e os nacionalistas Gregos Independentes foi renovada e, assim, Alexis Tsipras voltou a ser reconduzido primeiro-ministro.[30]

Organizações integrantes

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A SYRIZA foi composto pela unificação dos seguintes partidos[31][32]:

Partido Ideologia
Synaspismós Socialismo democrático, Ecossocialismo, Eurocomunismo
Cidadãos Activos Socialismo, Patriotismo
Grupo Político Anticapitalista Comunismo, Trotskismo, Anticapitalismo
Associação de Cidadãos de Riga Internacionalismo, Patriotismo, Ecologismo
Organizão Comunista da Grécia Comunismo, Maoismo
Plataforma Comunista do SYRIZA Comunismo, Trotskismo, Eurocepticismo
Movimento Democrático Social Socialismo democrático, Social-democracia, Eurocepticismo
Ecossocialistas da Grécia Ecossocialismo, Ecologismo
Esquerda Operária Internacionalista Comunismo, Trotskismo, Internacionalismo
Movimento de Unidade de Ação da Esquerda Comunismo, Marxismo–Leninismo
Novo Lutador Socialismo democrático, Social-democracia
Grupo da Esquerda Radical ROZA Luxemburguismo, Socialismo, Feminismo
Radicais Socialismo democrático, Patriotismo
Vermelho Comunismo, Trotskismo
Esquerda Ecologista, Comunista e Renovadora Eurocomunismo, Ecossocialismo, Ambientalismo
União do Centro Democrático Social liberalismo, Radicalismo, Centrismo
Movimento Unitário Social-democracia, Socialismo democrático

Resultados eleitorais

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Eleições legislativas

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Data Líder CI. Votos % +/- Deputados +/- Status
2004 Nikos Konstantopoulos 4.º 241 714
3,3 / 100,0
6 / 300
Oposição
2007 Alekos Alavanos 4.º 361 101
5,0 / 100,0
 1,7
14 / 300
 8 Oposição
2009 Alexis Tsipras 5.º 315 665
4,6 / 100,0
 0,4
13 / 300
 1 Oposição
05/2012 Alexis Tsipras 2.º 1 061 928
16,8 / 100,0
 12,2
52 / 300
 39 Oposição
06/2012 Alexis Tsipras 2.º 1 655 022
26,9 / 100,0
 10,1
71 / 300
 19 Oposição
01/2015 Alexis Tsipras 1.º 2 245 978
36,3 / 100,0
 9,4
149 / 300
 78 Governo
09/2015 Alexis Tsipras 1.º 1 925 904
35,5 / 100,0
 0,8
145 / 300
 4 Governo
2019 Alexis Tsipras 2.º 1 781 174
31,5 / 100,0
 4,0
86 / 300
 59 Oposição
05/2023 Alexis Tsipras 2.º 1 184 621
20,1 / 100,0
 11,4
71 / 300
 15 -
06/2023 Alexis Tsipras 2.º 929 930
17,8 / 100,0
 2,3
48 / 300
 23 Oposição

Eleições europeias

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Data CI. Votos % +/- Deputados +/-
2009 5.º 240 898
4,7 / 100,0
1 / 22
2014 1.º 1 518 608
26,5 / 100,0
 21,8
6 / 21
 5
2019 2.º 1 343 816
23,8 / 100,0
 2,7
6 / 21
 
2024 2.º 593 133
14,9 / 100,0
 8,9
4 / 21
 2

Ver também

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Referências

  1. Nordsieck, Wolfram (2015). «Greece». Parties and Elections in Europe 
  2. Cas Mudde (2017). SYRIZA: The Failure of the Populist Promise. [S.l.]: Palgrave Macmillan. pp. 11, 15 
  3. Katsambekis, Giorgos. «Left-wing Populism in the European Periphery: The Case of SYRIZA». academia.edu 
  4. Sheehan, Helena (2016). Syriza Wave: Surging and Crashing with the Greek Left. [S.l.]: Monthly Review Press. p. 22 
  5. «Tsipras and the Atheists: The Role of Secularism in Greece's Financial Crisis». The Humanist. 14 de julho de 2015 
  6. Kyris, George. «What Britain should learn from Syriza and Greek eurosceptics». The Conversation 
  7. «Syriza's 40 point plan for Greece». hangthebankers.com. 6 de fevereiro de 2015 
  8. SYRIZA: From 'Subversion' to Centre-Left Pragmatism. Global Dialogue. Volume 6, issue 4. Author - John Milios. International Sociological Association. SAGE Publications. December 2016.
  9. Katsourides, Yiannos (2016). Radical Left Parties in Government: The Cases of SYRIZA and AKEL. [S.l.]: Palgrave Macmillan. p. 58 
  10. della Porta, Donatella; et al. (2017). Movement Parties Against Austerity. [S.l.]: John Wiley & Sons 
  11. Turkan İpek, Işıl Zeynep (2017). Gökçe Bayındır Goularas; Hakan Sezgin Erkan, eds. The Impact of SYRIZA Politics on Turkish-Greek Relations. Lexington Books. [S.l.: s.n.] p. 43 
  12. «GUE/NGL - Parties». European United Left / Nordic Green Left. Consultado em 8 de maio de 2012 
  13. «Cópia arquivada». Consultado em 27 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 28 de março de 2015 
  14. http://observador.pt/2015/01/25/sem-maioria-tsipras-ja-tem-acordo-de-coligacao/
  15. «Press conference of the "Space"». Syn.gr. 15 de maio de 2001. Consultado em 17 de maio de 2012 
  16. "Veredito do povo exclui governo que aplique memorando" Arquivado em 3 de novembro de 2014, no Wayback Machine. DN Online, 9 de maio 2012
  17. http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-18056677 (em inglês)
  18. Público, 18/6/2012
  19. Governo grego remodelado após derrota nas eleições europeias, ZAP/AEIOU, 9 de junho de 2014
  20. Na Grécia, partido de esquerda Syriza vence eleição para Parlamento Europeu, por Rafael Duque, Opera Mundi, 25 de maio de 2014
  21. Tsipras: Triunfo do Syriza será uma vitória para todos os povos europeus, Carta Maior, 2 de novembro de 2014
  22. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/01/esquerda-vence-eleicao-na-grecia-e-promete-negociar-com-credores.html
  23. editor, Ian Traynor Europe; John (5 de julho de 2015). «Greek referendum no vote signals huge challenge to eurozone leaders». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  24. «Explained: The punishing terms of Greece's bailout deal». ABC News (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2016 
  25. «Greece crisis: Syriza rebels form new party - BBC News». BBC News (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2016 
  26. Kanter, James (14 de agosto de 2015). «Eurozone Finance Ministers Approve Greek Bailout». The New York Times. ISSN 0362-4331 
  27. «Greece crisis: PM Alexis Tsipras quits and calls early polls - BBC News». BBC News (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2016 
  28. «Greece election: Alexis Tsipras hails 'victory of the people' - BBC News». BBC News (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2016 
  29. «Greek voters return Syriza's Alexis Tsipras to power». ABC News (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2016 
  30. Kitsantonis, Niki (22 de setembro de 2015). «Alexis Tsipras Appoints New Greek Cabinet Much Like the Old». The New York Times. ISSN 0362-4331 
  31. «Profile of Synaspismos». SYNASPISMOS (em inglês). Consultado em 12 de maio de 2012. Arquivado do original em 30 de abril de 2012 
  32. «Da antiglobalização ao governo de esquerda». Esquerda.net. 19 de maio de 2012. Consultado em 21 de maio de 2012 

Ligações externas

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