Terceiro Mundo
Terceiro Mundo é um termo da Teoria dos Mundos, originado na Guerra Fria, para descrever os países que se posicionaram como neutros na Guerra Fria, não se aliando nem aos Estados Unidos e os países que defendiam o capitalismo, e nem à União Soviética e os países que defendiam o socialismo.
Histórico
editarO termo ''Terceiro mundo'' era a idealização do movimento e ''Terceiro-mundismo'' trata-se da prática, a primeira expressão de tal termo deu-se durante a reunião de países asiáticos e africanos que se emanciparam da colonização europeia, em abril de 1955, na Conferência de Bandung, na Indonésia. É a partir dessa denominação que esses países, considerados pobres e com sérios problemas sociais como a violência, a miséria extrema e a corrupção, buscaram chamar a atenção do mundo inteiro. Porém, englobava muitos países, assim havia divergência de interesses. As divergências internas impediam a tomada de posições mais nítidas e começou a ser articulado o Movimento dos Países Não-Alinhados. A conferencia de fundação desse movimento se realizou em Belgrado (Conferencia de Belgrado-1960). No entanto, muitos desses países acabaram depois cobiçados por forças políticas e sociais ligadas a cada uma das duas facções da Guerra Fria, a capitalista e a comunista, mas apesar disso os países de terceiro mundo produtores de petróleo passaram a financiar a dívida de países desenvolvidos tal qual Estados Unidos.[1]
A articulação do terceiro-mundismo sofreu os primeiros golpes com a aproximação entre a China e os Estados Unidos, a partir de 1972, e com a crise do pan-arabismo, alguns anos depois. Na década de 1980, o fim das crises do petróleo que abalaram o Primeiro Mundo esvaziaram as políticas de desenvolvimento autônomo de nacionalização do petróleo,[2] contribuindo para enfraquecer ainda mais o Movimento dos Países Não-Alinhados o que fez que investidores estrangeiros conseguissem facilidades nesses países o que também gerou crise nas dívidas durante a década de 90[3] e com isso o FMI recomendou aos países pobres produtores de petróleo que baixassem o preço da mercadoria.[4]
Ver também
editarBibliografia
editar- Santos, Milton M. Santos; others (1996). O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo. [S.l.: s.n.] Consultado em 19 de junho de 2017
- Santos, Milton (2008). «O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos». Milton Santos. 4. [S.l.]: Editora da Universidade de São Paulo. Consultado em 19 de junho de 2017
- Fonseca, Marília (1998). «O Banco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências do caso brasileiro». Revista da Faculdade de Educação. 24 (1): 37–69. Consultado em 19 de junho de 2017
- Bull, David; Hathaway, David (1986). «Pragas e venenos; agrotóxicos no Brasil e no terceiro mundo». Pragas e venenos; agrotoxicos no Brasil e no terceiro mundo. [S.l.]: Vozes. Consultado em 19 de junho de 2017
- Salama, Pierre; Valier, Jacques (1994). Pobrezas e desigualdades no terceiro mundo. [S.l.]: Nobel. Consultado em 19 de junho de 2017
- Storper, Michael (1990). «A industrialização e a questão regional no Terceiro Mundo». VALLADARES, Lícia, PRETECEILLE, Edmond (Coords.). Reestruturação Urbana: Tendências e Desafios. São Paulo: Nobel
- Lacoste, Yves (1991). Contra os antiterceiro-mundistas e contra certos terceiro-mundistas. [S.l.]: Ática
- ↑ Holly Sklar, ed., Trilateralism: The Trilateral Commission and Elite Planning for World Management. South End Press: 1980: page 65
- ↑ V.H. Oppenheim, Why Oil Prices Go Up (1) The Past: We Pushed Them. Foreign Policy: No. 25, Winter, 1976-1977: pages 50-51
- ↑ Robert O’Brien and Marc Williams, Global Political Economy: Evolution and Dynamics, 2nd ed. Palgrave Macmillan: 2007: page 224-225
- ↑ F. William Engdahl, A Century of War: Anglo-American Oil Politics and the New World Order. London: Pluto Press, 2004: pages 130-132