Tres Zapotes
Tres Zapotes é um sítio arqueológico mesoamericano situado nas terras baixas do centro sul da costa do golfo do México, na planície fluvial do rio Papaloapan. Tres Zapotes é por vezes considerado o terceiro sítio olmeca em termos de importância (depois de San Lorenzo e La Venta), apesar da fase olmeca de Tres Zapotes constituir apenas uma fracção da história deste sítio. [1] A ocupação mais antiga ocorreu aproximadamente ao mesmo tempo que a de La Venta, mas existiu ainda uma ocupação pós-olmeca. O sítio situa-se na aldeia de Tres Zapotes, perto de Santiago Tuxtla, Veracruz, na orla ocidental da Sierra de los Tuxtlas.
Principais descobertas
editarA primeira cabeça gigante olmeca foi descoberta em Tres Zapotes por José Melgar em 1862. Até à data, foram encontradas duas, denominadas "Monumento A" e Monumento Q". Mais pequenas que as cabeças gigantes de San Lorenzo, têm cerca de 1.5 metros de altura e datam do período pré-clássico inicial e médio, mas a ocupação do sítio durante este período não é bem conhecida.
No período pré-clássico tardio e terminal, os arqueólogos crêem que o sítio consistia de quatro núcleos de montículos com 18 metros de altura, os quais cercavam praças, três delas numa área que se estende por mais de 2 quilómetros quadrados. O quarto grupo situa-se 2 quilómetros para noroeste do conjunto principal.
A maior parte das esculturas originárias de Tres Zapotes datam do período pré-clássico tardio a terminal. A semelhança de estilos escultóricos implica a existência de comunicação e continuidade no seio da civilização olmeca. Por exemplo, o "Monumento 2" de Izapa e a Estela D de Tres Zapotes foram encontrados geograficamente separados por 500 km de distância, e no entanto partilham semelhanças artísticas. A mais evidente destas semelhanças é que as duas cenas ocorrem no interior da boca de um jaguar. As semelhanças artísticas levam os arqueólogos a crer que os dois grupos partilhavam a tradição linguística olmeca e que falariam línguas do grupo mixe-zoqueano. Além disto, crê-se que os glifos mixe-zoqueanos conduziram à escrita maia.
Estela C
editarEm 1939 o arqueólogo Matthew Stirling descobriu a metade inferior da estela C em Tres Zapotes. Esta estela foi esculpida em basalto com um dos lados mostrando um jaguar-homem abstracto. Do outro lado, encontrava-se a mais antiga data em conta longa de estilo maia até então encontrada. Esta data, 7.16.6.16.18, corresponde no calendário actual ao dia 3 de Setembro de 32 a.C., apesar de ter existido alguma controvérsia sobre o baktun (primeiro dígito) inexistente e que Stirling presumiu ser um '7'. Esta presunção foi validada em 1969 quando foi encontrada a metade superior da estela.
Desde 1939, apenas uma data em conta longa mais antiga que a da estela C foi encontrada, na estela 2 de Chiapa de Corzo, Chiapas, com a data 7.16.3.2.13 (36 a.C.).
Nas costas da estela C encontra-se também gravado o que se julga ser um dos poucos exemplares sobreviventes de escrita epi-olmeca.
Notas
editar- ↑ Stirling, p. 5.
Referências
editar- Coe, Michael D.; Richard A. Diehl, Peter Furst, Kent V. Reilly III, Linda Schele, Carolyn Tate and Karl A. Taube (1996). The Olmec World: Ritual and Rulership. Princeton: Harry N Abrams. ISBN 0-8109-6311-6.
- Diehl, Richard A. (2004). The Olmecs: America's First Civilization. London: Thames & Hudson. ISBN 0-500-02119-8.
- Evans, Susan Toby (2004). Ancient Mexico & Central America - Archaeology and Culture History. New York: W W Norton & Co.. ISBN 0-500-05127-5.
- Stirling, Matthew W. (1967). "Early History of the Olmec Problem" (PDF). Elizabeth P. Benson (Ed.) Dumbarton Oaks Conference on the Olmec, October 28th and 29th, 1967: pp.1-8., Washington D.C.: Dumbarton Oaks. Retrieved on 2006-10-15.
Ligações externas
editar- (em inglês)The DeLanges visit Tres Zapotes Arquivado em 7 de junho de 2009, no Wayback Machine. - 18 fotos de Tres Zapotes.