Zaibatsu
Zaibatsu (財閥? literalmente círculo financeiro) é um termo da língua japonesa que se refere aos conglomerados industriais e/ou financeiros, integrados verticalmente do Império do Japão, cuja influência e tamanho propiciaram o controle de parte significativa da economia japonesa do período Meiji até o fim da Segunda Guerra Mundial.[1] Empresas como Mitsui, Mitsubishi, Sumitomo e Yasuda são exemplos de Zaibatsus.[2]
História
editarO termo "zaibatsu" surgiu no século 19 a junção das palavras zai 財 ("riqueza") e batsu 閥 ("grupo"). A utilização desse termo cresceu após a Primeira Guerra Mundial. Por definição, os zaibatsus eram grandes estruturas empresariais verticais controladas por famílias que tinham as ações da holding que controlava as demais empresas. A estrutura também incluía uma subsidiária bancária integral que fornecia financiamento às empresas subsidiárias.
Os zaibatsus estiveram no centro da atividade econômica e industrial do Império do Japão desde que a industrialização japonesa se acelerou durante a Era Meiji. Além disso, sua influência sobre as políticas japonesas aumentou após as vitórias japonesas sobre a Rússia na Guerra Russo-Japonesa de 1904–1905 e sobre a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial (vide: Cerco de Tsingtao). Durante o período entre guerras, os zaibatsus tiveram uma relação simbiótica com o militarismo japonês e se beneficiaram das conquistas do Leste Asiático, recebendo contratos lucrativos[3] [4].
No final da Segunda Guerra Mundial, as autoridades de ocupação dos Aliados ordenaram a dissolução dos zaibatsu, mas o sistema não desapareceu por completo, esses sistemas foram substituídos por grupos chamados de keiretsu (系列),[5] cujo modelo organizacional manteve os benefício e estratégias coletivas dos zaibatsus, mas com melhorias administrativas introduzidas pelos ocidentais.[6] [7]
Lista de zaibatsus
editarOs quatro grandes
editar- Mitsubishi;
- Mitsui (atualmente, abrange diversas empresas como a Toshiba);
- Sumitomo (atualmente, abrange diversas empresas como a NEC Corporation e a Mazda);
- Yasuda.
Outros
editar- Asano;
- Fujita;
- Furukawa Group (atualmente, abrange diversas empresas como a Fujitsu);
- Showa Denko;
- Kawasaki Heavy Industries;
- Nakajima Aircraft Company (dentre as empresas sucessoras desse conglomerado, destaca-se a Subaru Corporation);
- Nichitsu;
- Nissan;
- Nisso;
- Nomura;
- Okura;
- Riken;
- Shibusawa Eiichi;
- Suzuki shoten.
Keiretsu
editarOs keiretsu apresentam três características:[6]
- Cada um dispõe de um banco comercial em seu centro, acompanhado de uma ou mais companhias e indústrias.
- Todos os keiretsu mantêm conselhos mensais de presidentes como um fórum para a integração entre o alto escalão das firmas afiliadas.
- Costumam manter projetos executados entre as equipes de empresas participantes.
Referências
- ↑ Toshie M. Evans. A Dictionary of Japanese Loanwords. Greenwood Publishing Group; 1997. ISBN 978-0-313-28741-1. p. 223.
- ↑ Yoshi Tsurumi; Rebecca R. Tsurumi. Sogoshosha: Engines of Export-based Growth. IRPP; 1984. ISBN 978-0-88645-008-3. p. 60.
- ↑ The Rise and Fall of the Zaibatsu: Japan's Industrial and Economic Modernization, em inglês, acesso em 05/09/2021.
- ↑ Zaibatsu, acesso em 05/09/2021.
- ↑ Jagdish N. Sheth. Os Maus Hábitos das Boas Empresas. Bookman; ISBN 978-85-7780-221-0. p. 102.
- ↑ a b Alsones Balestrin; Jorge Verschoore. Redes de cooperação empresarial: Estratégias de gestão na nova economia. Bookman; ISBN 978-85-7780-539-6. p. 68–.
- ↑ Louis D. Hayes. Introduction to Japanese Politics. M.E. Sharpe; 2001. ISBN 978-0-7656-2742-1. p. 40–41.
Bibliografia
editar- Hibi, Sidao –(org.) – Japan, profile of a nation. Tóquio: Kadansha International, 1995.
- Reischauer, Edwin O., - Japón, historia de uma nación. México. Fondo de Cultura Econômica, 1986.
- Vogel, Ezra F. – O Japão como Primeira Potência. Brasília. Universidade de Brasília, 1982.