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Relatório Da Prática de FRESAMENTO-Ariana

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Prtica de Fresamento frontal Laboratrio

Processos de Fabricao Fresamento Frontal


Influncia das condies de usinagem nos esforos de corte e na rugosidade da pea.

Acadmica: Ariana de Ftima Silva Disciplina: Usinagem dos materiais Semestre: Segundo semestre de 2011 Professor: Dr. Durval Uchas Braga

GRUFAB / Departamento de Engenharia Mecnica So Joo del-Rei, 04 de dezembro de 2011

SUMRIO

1. Introduo ........................................................................................................................................3 2. Reviso Bibliogrfica .......................................................................................................................3 2.1. Evoluo histrica dos processos, mquinas e ferramentas de usinagem....................................3 2.2. O processo de fresamento.......................................................................................................5 2.3. Tipos de fresamento...............................................................................................................6 2.4. Variveis e parmetros de corte..............................................................................................8 2.5. O estudo do cavaco..............................................................................................................10 2.5.1.As formas do cavaco...................................................................................................11 2.5.2.Espessura do cavaco(h) ..............................................................................................12 2.6.A rugosidade da superfcie usinada ........................................................................................13 2.6.1-Parmentros para avaliao da rugosidade ..................................................................14 2.6.1.1- Rugosidade Mdia(Ra)......................................................................................14 2.6.1.2.Rugosidade Mdia(Rz)......................................................................................15 2.6.1.3.Rugosidade Mxima(Rmax)...............................................................................15 3. Materiais e Mtodos ..........................................................................................................................16 4. Resultados e Discusses....................................................................................................................18 5. Concluses......................................................................................................................................22 6. Referncias Bibliogrficas..................................................................................................................22

1. INTRODUO
Assim como em outros processos de usinagem, no fresamento a remoo de material e a gerao da superfcie usinada ocorrem em decorrncia do movimento relativo entre pea e ferramenta. H dois movimentos a considerar, o de rotao da ferramenta e o de avano da pea. Em determinados casos, a ferramenta tambm pode realizar os dois movimentos. A variedade de tipos de mquinas, a flexibilidade destas e a diversidade de tipos de ferramentas tornam o fresamento de larga aplicao para a usinagem de peas. Suas vantagens so encontradas na variedade de formas e superfcies que podem ser geradas, na qualidade do acabamento da superfcie usinada e nas altas taxas de remoo de cavaco. No fresamento, o processo de corte intermitente e o cavaco possui uma espessura varivel. A cada revoluo da ferramenta (fresa), cada um dos seus gumes remove uma certa quantidade de material da pea. As ferramentas de fresar so denominadas fresas e geralmente so providas de vrios gumes dispostos ao redor do seu eixo de rotao. As mquinas-ferramenta que realizam o processo de fresamento so denominadas fresadoras. Elas so construdas de modo a assegurar os movimentos necessrios para a remoo do cavaco e para a gerao da superfcie usinada. No entanto, devido as variaveis existentes no processo, como velocidade de corte, avano, ap e at mesmo o prprio desgaste normal da mquina e da ferramenta podem provocar alteraes nos resultados no processo. Devido a isso, este trabalho tem como objetivo verificar, no fresamento frontal assimtrico com J igual a 5% do dimetro da fresa, como as condies de usinagem - avano por dente (fz), velocidade de corte (vc) e velocidade de avano (vf) influenciam nos esforos de corte e na rugosidade superficial da pea (Ra e Ry) quando mantida a mesma produo, ou volume de cavaco.

2. REVISO BIBLIOGRFICA

2.1 Evoluo histrica dos processos, mquinas e ferramentas de usinagem

At a revoluo industrial em meados do sculo XVIII o principal material utilizado na construo mecnica era a madeira, sendo facilmente trabalhada com ferramentas de ao carbono. Porm durante a revoluo industrial, com a criao das mquinas a vapor, surgiu a necessidade de trabalhar materiais mais resistentes como o lato, bronze e os ferros fundidos, desse modo, impulsionado o desenvolvimento de materiais para ferramentas e de mquinas operatrizes. 3

A primeira mquina significativa foi construda em 1774 e tratava de uma mandriladora para mandrilar cilindros de mquinas a vapor. Em 1797 foi desenvolvido o primeiro torno com avano automtico e logo em seguida surgiu a plaina limadora. Em 1860 foi criada a retificadora. Em 1862 foi criada a primeira fresadora universal.

Fig.1-Primeira fresadora universal

J no sculo XX surtiram produtos feitos de materiais mais durveis e, consequentemente, mais difceis de serem usinados. O advento das ferramentas de ao rpido, e mais tarde de carboneto de tungstnio, assim como do aperfeioamento das mquinas ferramentas, permitiram a usinagem de aos mais duros e outros materiais metlicos com alta produtividade. O desenvolvimento das mquinas automticas e de mquinas com comando numrico tiveram papel fundamental no avano da produtividade. A partir da dcada de 1940 os processos no convencionais de usinagem passaram a ganhar importncia pela capacidade de produzir peas de geometria complexa em materiais de difcil usinabilidade, garantindo elevada qualidade. (Beskow, A.B., Processos de usinagem I, Universidade Regional Integrada) Em 1978 foi a data do advento do torno CNC. Apesar de no apresentar nenhuma grande mudana na sua mecnica, o torno de CNC como chamado, substituiu os mecanismos usados para mover o cursor por microprocessadores. O uso de um painel permite que vrios movimentos sejam programados e armazenados permitindo a rpida troca de programa. Atualmente, os tornos CNC vem sofrendo grande processo evolutivo, se tornando a mquina mais moderna de usinagem.

Fig.2- Torno CNC

As ferramentas para torneamento sofreram um processo evolutivo ao longo do tempo. A demanda da produo, cada vez mais acelerada forou a procura por ferramentas mais durveis e eficientes. Dos cinzis utilizados nas operaes manuais at as pastilhas cermicas de alta resistncia. Os primeiros passos de pesquisa passaram pela procura das melhores geometrias para a operao de corte. A etapa seguinte dedicou-se busca de materiais de melhores caractersticas de resistncia e durabilidade. Finalmente passou-se a combinar materiais em novos modelos construtivos sincronizando as necessidades de desempenho, custos e reduo dos tempos de parada no processo produtivo. Como resultado desta evoluo consagrou-se o uso de ferramentas compostas, onde o elemento de corte uma pastilha montada sobre uma base.

(a) (b) Fig.3- Evoluo das ferramentas de usinagem-(a) Antigas ferramentas manuais ; (b) Pastilhas acopladas a fresa.

2.2. O processo de fresamento

Segundo DINIZ et al (2008), o fresamento a operao de usinagem que se caracteriza por uma ferramenta, chamada fresa, que provida de arestas cortantes dispostas simetricamente em torno de um eixo; Sendo assim, o movimento de corte proporcionado pela rotao da fresa ao redor do seu eixo e o movimento de avano geralmente feito pela prpria pea em usinagem, que esta fixada na mesa da mquina, o qual obriga a pea a passar sob a ferramenta em rotao, que lhe d forma e dimenso desejada.

Os movimentos no processo de usinagem so movimentos relativos entre a pea e a aresta cortante. Por conveno, estes movimentos so referidos pea considerada como parada, devendo ser distinguidos duas espcies de movimentos: os que causam diretamente a sada do cavaco e aqueles que no tomam parte na formao do cavaco. O movimento efetivo de corte o qual origina diretamente a sada do cavaco, que , na maioria das vezes, resultante do movimento de corte e do movimento de avano (KRABBE, 2006).

2.3-Tipos de fresamento Segundo a posio do eixo-rvore da mquina-ferramenta, o fresamento classificado em horizontal, vertical ou inclinado. Segundo a disposio dos dentes ativos da fresa, classifica-se a operao da seguinte maneira: Fresamento frontal: operaes nas quais os dentes ativos da fresa esto na superfcie frontal da ferramenta o eixo da fresa perpendicular superfcie gerada. (Fig. 4a) Fresamento tangencial: operaes nas quais os dentes ativos esto na superfcie cilndrica da ferramenta o eixo da fresa paralelo superfcie que est sendo gerada. (Fig. 4b)

Fig. 4 - (a) Fresamento frontal; (b) Fresamento tangencial (www.cimm.com.br)

O fresamento tangencial ainda pode ser dividido em fresamento concordante e discordante. Para melhor entendimento, deve- se definir o ngulo de contato percorrido pelo dente no processo de usinagem. Define-se ngulo de contato o ngulo delimitado pela linha radial que passa pelo centro da fresa at o

ponto de contato dente-pea e outra linha que passa pelo ponto onde a espessura de cavaco zero (KRABBE, 2006). A definio clssica para fresamento concordante relatada como sendo o fresamento no qual, na regio de penetrao do dente da fresa na pea, o sentido do movimento de corte, conforme pode ser visualizado na 5 coincide (concorda) com o sentido do movimento de avano. Neste tipo de movimento a aresta de corte penetra na pea, o faz como espessura mxima de cavaco (ponto B) e prossegue at atingir um valor de espessura igual a zero (ponto A) (FERRARESI, 1970). O ngulo mximo e decresce at zero. comea com um valor

Fig. 5 - Fresamento tangencial concordante (KRABBE, 2006)

No fresamento discordante (Figura 6), o sentido do movimento de corte, na regio de penetrao do dente na pea contrrio (discorda) ao sentido do movimento de avano. Neste fresamento, a espessura de corte aumenta progressivamente de zero (ponto A) at um valor mximo (ponto B). Para ente sentido de cresce de zero at um valor mximo. Assim, no momento da entrada do gume, no h corte,

movimento

mas apenas o esmagamento de material. Conseqentemente os esforos e a tendncia a vibraes na ferramenta so maiores.

Fig. 6 - Fresamento tangencial discordante (KRABBE, 2006)

As vantagens do fresamento concordante, quando comparado com o discordante, so: Menor desgaste e, como conseqncia, maior vida da ferramenta; Melhor qualidade superficial; Menor potncia requerida para o corte; A fora resultante empurra a pea contra a mesa onde est fixada, reduzindo os efeitos de vibrao.

Deve-se preferir o fresamento discordante nas seguintes situaes: Quando existe folga no fuso da mesa da mquina-ferramenta; Quando a superfcie da pea tiver resduo de areia de fundio, ou for muito irregular ou o material for proveniente de processos de forjamento.

No fresamento frontal, no se aplica totalmente a definio de fresamento concordante e discordante. Nos fresamentos frontais simtricos de rasgo (Fig. 7A) e comum (Fig. 7B), a definio realmente no se 7

aplica, pois a primeira metade do contato do dente da fresa com a pea, a espessura de corte cresce (o que poderia ser chamado de corte discordante) e na segunda metade deste contato, a espessura diminui (o que poderia ser chamado de corte concordante) (KRABBE, 2006).

Fig. 7 - (a) Fresamento frontal simtrico de rasgo; (b) Fresamento frontal simtrico comum (KRABBE, 2006)

Outros tipos de posicionamento da fresa em relao pea e nas relaes geomtricas entre dimetro da pea e largura da fresa, tem - se os fresamentos frontais assimtricos. Tem se esta definio em funo do fato do corte no ser realizado com o eixo central da fresa posicionado no centro da largura fresada de simetria da fresa. Pode se nestes casos classificar o fresamento em discordante quando, na maior parte do contato do dente com a pea, a espessura crescer e em fresamento concordante, quando, na maior parte do contato entre o dente e a pea, a espessura do corte decrescer.

Fig. 8 - Fresamento com espessura do cavaco: (a) Crescente; (b) Decrescente (KRABBE, 2006)

2.4- Variveis e parmetros de corte

No fresamento, assim como nos demais processos de usinagem, existe uma srie de importantes parmetros de corte a considerar. Eles descrevem quantitativamente os movimentos, as dimenses e outras caractersticas da operao de corte. Os parmetros que descrevem o movimento da ferramenta e/ou pea so: freqncia de rotao, velocidade de corte e velocidade de avano.

As

dimenses

do

corte

so:

profundidade

de

corte

penetrao

de

trabalho.

Outros parmetros so: dimetro da ferramenta e seu nmero de dentes (gumes principais), taxa de remoo de material e o tempo de corte. Para definio e medio dos ngulos da ferramenta e outros parmetros utilizamos um ponto selecionado sobre o gume como referncia.

Fig.9- Fresa em corte

As definies, os smbolos e as unidades desses parmetros para o fresamento so as seguintes: Frequncia de rotao (n) [rpm] : o nmero de voltas por unidade de tempo que a fresa d em torno do seu eixo. Velocidade de corte (vc ) [m/min] : a velocidade instantnea do ponto selecionado sobre o gume, no movimento de corte, em relao a pea. No fresamento, o movimento de corte proporcionado pela rotao da ferramenta. A velocidade de corte , ento, uma velocidade tangencial. As grandezas relacionadas ao movimento de corte recebem o ndice c. (Ex: vc ) Avano por revoluo (f) [mm] :No fresamento, o avano a distncia linear percorrida por um conjunto de dentes que compe uma ferramenta durante uma rotao completa dessa ferramenta. medido no plano de trabalho. As grandezas relacionadas ao movimento de avano recebem o ndice f. (Ex: vf ) Avano por dente (fz ) [mm/dente] : a distncia linear percorrida por um dente da ferramenta no intervalo em que dois dentes consecutivos entram em corte. Tambm medido no plano de trabalho. Velocidade de avano (vf ) [mm/min] : a velocidade instantnea do ponto selecionado sobre o gume, no movimento de avano, em relao a pea. No fresamento, o movimento de avano provocado pela translao da ferramenta sobre a pea ou vice-versa. A direo da velocidade de avano , ento, radial ao eixo da ferramenta. Dimetro (D) [mm] : o dimetro da fresa. Nmero de dentes (z) : o nmero total de dentes que a fresa contm. Profundidade de corte (Penetrao passiva) (ap ) [mm] : a quantidade que a ferramenta penetra na pea, medida perpendicularmente ao plano de trabalho (na direo do eixo da fresa). No fresamento frontal, ap corresponde profundidade de corte e no fresamento perifrico, largura de corte. 9

Penetrao de trabalho (ae ) [mm] : a quantidade que a ferramenta penetra na pea, medida no plano de trabalho e perpendicular direo de avano.

Fig.10- Amostragem da penetrao de trabalho.

Tempo de corte (tc ) [min] : o tempo em que a ferramenta est efetivamente em corte. Taxa de remoo de material (Q) [mm3/min] : o volume de material usinado por unidade de tempo.

2.5- O estudo do cavaco A formao do cavaco no processo de usinagem envolve elevadas taxas de deformao e temperatura. O fluxo plstico de material gera tenses locais nas ferramentas, distribuies de temperaturas na interface cavaco-ferramenta e determina as condies do material da pea aps a remoo do cavaco. Estas quantidades locais determinam as foras globais na estrutura da mquina-ferramenta, que por sua vez resultam nas suas deformaes estticas e dinmicas. Alm disso, elas determinam a taxa de vrios fenmenos fsico-qumicos que comandam desgaste de ferramenta, como as reaes qumicas, desgaste abrasivo e difuso. Elas tambm determinam a potncia que deve ser disponibilizada para efeito de remoo de material e, portanto influenciam a quantidade de calor produzida por vrios componentes influentes do sistema. Os termos, a denominao e a designao da geometria da cunha, so normalizadas pelas normas DIN 6581 e ISO 3002/1.[4] O cavaco pode variar muito (em tipo, forma, extenso) para cada operao de usinagem, ou mesmo em uma nica operao, como por exemplo, o torneamento, sendo o resultado final (forma, espessura) deste, funo de praticamente todas variveis envolvidas no processo. DINIZ et al, (2008) faz uma descrio generalizada para o processo de formao do cavaco nas condies normais de usinagem com ferramentas de metal duro ou de ao-rpido: Uma pequena poro do material recalcada (deformaes elstica e plstica) contra a superfcie de

sada da ferramenta;

10

Esta deformao plstica aumenta progressivamente, at que as tenses de cisalhamento se tornem

suficientemente grandes, de modo a se iniciar um deslizamento entre a poro de material recalcada e a pea; Com a penetrao da ferramenta, haver uma ruptura (cisalhamento) parcial ou completa

do cavaco, acompanhando o plano de cisalhamento; Devido ao movimento relativo entre a ferramenta e a pea, inicia-se um escorregamento da poro

do material deformada e cisalhada (cavaco) sobre a superfcie de sada da ferramenta. Enquanto isso uma nova poro do material esta se formando e cisalhando, tornando assim, um fenmeno peridico.[4]

2.5.1.As formas de cavaco

Alm da extenso do cavaco, tambm possvel diferenci-lo quanto a sua forma. A importncia dessa diferenciao se deve ao fato de algumas formas de cavacos dificultarem a operao de usinagem, prejudicar o acabamento superficial da pea e desgastarem mais ou menos a ferramenta. A classificao seguinte se presta aos cavacos do tipo contnuo e de cisalhamento. A classificao usual dada s formas de cavaco a seguinte (Figura 11):

Fig.11-Tipos de cavaco - a) Cavaco em fita; b) Cavaco helicoidal; c) Cavaco espiral; d) Cavaco em lascas ou pedaos.

Segundo Ferraresi (1970), a forma mais conveniente geralmente a helicoidal, sendo o cavaco em lascas preferido em casos onde o cavaco deve ser removido pelo fluido de corte ou quando h pouco espao disponvel para o cavaco. O cavaco em fita o mais problemtico, pode gerar acidentes e ocupa muito espao.

A forma do cavaco pode ser alterada das seguintes maneiras: Alterando os parmetros de corte; Alterando a superfcie de sada da ferramenta; Usando elementos especiais (quebra-cavacos) na superfcie de sada. A norma ISO 3685 (1993), faz uma classificao mais detalhada das formas de cavacos possveis (Figura 9):

11

Fig.12-Classificao das formas de cavacos de acordo com a norma ISO 3685 (1993)

2.5.2.Espessura do cavaco (h) No fresamento,quando o centro da ferramenta no est posicionado geometricamente dentro de (Figura ), a espessura do cavaco ser sempre menor que o avano por dente ( ). Desta maneira, o valor de no um parmetro suficientemente representativo para se determinar com exatido uma determinada condio de usinagem (KRABBE, 2006). Para estes casos outro parmetro adquire mais importncia e representatividade: a espessura mdia do cavaco. A espessura mdia do cavaco leva em considerao o dimetro da fresa, as relaes geomtricas de posicionamento entre fresa e pea e o avano por dente (Figura 13).

Figura 13 - a) hmax=fz; b) hmax < fz (KRABBE, 2006)

12

Figura 14 - Parmetros envolvidos no calculo da espessura mdia (KRABBE, 2006)

Onde:

Espessura mdia do cavaco Avano por dente ngulo de posio ngulo entre o ponto de sada (ou entrada no fresamento concordante) do dente e a vertical ngulo entre o ponto de entrada (ou sada no fresamento concordante) do dente e a vertical ngulo de contato entre o dente e a pea

Para o caso de fresamento tangencial, que se caracteriza por ter a entrada ou a sada do dente de corte igual a zero e para um ngulo de posio da fresa igual a 90, a equao para o calculo de ( ) se reduz a:

2.6. A rugosidade da superfcie usinada Segundo Amorim (2002), a natureza das superfcies metlicas uma conseqncia direta do processo de fabricao. Em geral, a estrutura de uma superfcie metlica constituda das seguintes camadas: Camada de sujeira, Camada de adsoro, Camada oxidada e Camada deformada. O perfil de uma superfcie pode ser definido como a linha produzida pela apalpao de uma agulha sobre a mesma. A rugosidade definida como sendo a distncia entre o perfil de base e o perfil de referncia, ou seja, a maior distncia medida normalmente ao perfil geomtrico ideal, e a rugosidade mdia Ra a mdia aritmtica dos valores absolutos dos afastamentos hi do perfil mdio.

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Fig.15- Medio de rugosidade da pea atravs do rugosmetro.

2.6.1- Parmetros para avaliao da rugosidade 2.6.1.1- Rugosidade Mdia (Ra)

a mdia aritmtica dos valores absolutos das ordenadas dos afastamentos dos pontos do perfil de rugosidade, em relao linha mdia, dentro do percurso de medio lm. Ra pode ser calculada pela equao :

Onde n o nmero de ordenadas consideradas. A ABNT recomenda o parmetro Ra para avaliao da rugosidade (em m). A Fig. 16 mostra Ra esquematicamente. Ra na Inglaterra CLA: Center Line Average; Ra nos EUA AA: Aritmetical Average. Ambas em in. Ra um valor mdio, podendo as vezes, no d indicao direta do estado da superfcie. Em determinadas aplicaes especficas pode ser mais til utilizar outros parmetros de rugosidade.[8]

Fig.16- Rugosidade Mdia (Ra)

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2.6.1.2-Rugosidade Mdia (Rz)

a mdia aritmtica dos 5 valores da rugosidade parcial Zi. A rugosidade parcial Zi definida como a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maiores afastamentos (acima e abaixo da linha mdia) existentes dentro de um comprimento de amostragem l e. Graficamente, este valor representa a altura entre os pontos mximo e mnimo do perfil, dentro do comprimento de amostragem le (Fig. 17). [8]

Fig.17-Rugosidades mdias R , Z e rugosidade mxima R


z i

max

2.6.1.3-Rugosidade mxima (Rmx) o maior valor das rugosidades parciais Zi, que se apresenta no percurso de medio lm (Fig. 17). A norma DIN 4762 (de 1984) indica um parmetro semelhante ao Rmx para medio de rugosidade superficial na Alemanha e designada por Ry. Ry a mxima distncia pico-vale, dentro do comprimento de avaliao. Rmx o maior valor das rugosidades parciais e Ry a mxima distncia pico-vale. A Fig. 18 mostra esta diferena.

Fig.18-Rugosidades mxima R

mx

eR

y.

15

A rugosidade de uma pea manufaturada afetada por diversos fatores, desde o processo de fabricao at a geometria da ferramenta, passando pelos parmetros de corte. Dentre os parmetros de corte, DINIZ et al (2008) cita o par avano (f) e raio de ponta (rE) da ferramenta como os principais responsveis pelo acabamento superficial (Figura 19) e que ainda tem uma contribuio geomtrica rugosidade superficial da pea.[8]

Fig.19-Perfil terico de rugosidade de uma pea torneada (DINIZ et al, 2008).

O aumento do raio de ponta torna a ponta da ferramenta mais resistente, mas tambm aumenta a vibrao da ferramenta devido ao aumento do atrito, causado pela maior rea de contato entre ferramenta e pea. (DINIZ et al, 2008) afetando de forma negativa a rugosidade. A velocidade de corte (Vc) mostra, para valores baixos, forte relao com a rugosidade mdia, devido formao da aresta postia de corte. Para velocidades de corte superiores a 100 m/min a rugosidade mdia torna-se praticamente estvel em relao velocidade de corte.

3-MATERIAIS E MTODOS
Os experimentos foram idealizados para verificar a influncia da velocidade de avano (i), do avano por dente (j) e, finalmente, da velocidades de corte (k), conforme mostrados na Tab. (1) para uma produo em volume de cavaco constante. Os ensaios sero realizados sem fluido de corte e com profundidade de corte (ap) mantida constante e igual a 1,5 mm na maioria dos ensaios, sendo 0,08 mm e 2,8 mm para as condies de velocidade de avano mximo e mnimo respectivamente. Os mesmos sero repetidos uma vez. Os corpos de prova utilizados foram de ao ABNT 1045 laminados e com seo quadrada de 40 mm x 40 mm (ksm = 1600 N/mm2 ), os quais sero fresados em um Centro de Usinagem DISCOVERY 560, ROMI, conforme mostrado na Fig. (1).

16

Fig.20- Centro de Usinagem DISCOVERY 560

Em cada ensaio cuja montagem mostrada na Fig. (2), as variveis de respostas que so foras ortogonais e o momento torsor sero monitoradas. Para isso, foi utilizado um dinammetro piezoeltrico estacionrio com quatro canais Kistler 9272, um amplificador de sinais Kistler 5070A e o software DynoWare tambm fornecido pela Kistler. O sistema de aquisio de foras composto por estes equipamentos ser interligado com um microcomputador com processador Intel Pentium Dual Core 2.2GHz com 2GB de memria RAM, conforme Fig. (2 a,b e c).

Fig.21- (a) Dinammetro Kistler 9272; (b) amplificador de carga Kistler 5070A; (c) software kistler DynoWare

A rugosidade foi observada nas diversas superfcies fresadas utilizando um rugosmetro Surftest SJ400 Mitutoyo, mostrado na Figura 2, possibilitando o estabelecimento da relao entre condies de usinagem e a rugosidade superficial Ra e Ry.

Fig.22-Rugosmetro Surftest SJ-400 Mitutoyo

17

4- RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a realizao dos ensaios em laboratrio, foi possivel obter a seguinte tabela de resultados:
Tabela1- Resultado dos ensaios de fresamento

Atravs dos resultados obtidos foi possivel traar os seguintes grficos:

Momento X Fz
2.00 Momento 300

Fora de avano X Fz
Fora de avano
200 100 0 0.08 0.12 Fz
Fig.24-Grfico Fora de avano X Fz

1.50 1.00 0.50 0.00 0.08 0.12 Fz


Fig.23-Grfico Momento X fz

0.15

0.15

Rugosidade Ra X Fz
1.50 Rugosidade Ra Rugosidade Rz 1.00 0.50 0.00 0.08 0.12 Fz
Fig.25-Grfico Ra X fz

Rugosidade Rz X Fz
8.00 6.00 4.00 2.00 0.00 0.15 0.08 0.12 Fz
Fig.26-Grfico Rz X Fz

0.15

18

Momento X Vc
Fora de avano
2.50 2.00 1.50 1.00 0.50 0.00 200 375 Vc
Fig.27-Grfico Momento X Vc

Fora de avano X Vc
400 300 200 100 0 200 375 Vc
Fig.28-Grfico Fora de avano X Vc

Momento

250

250

Rugosidade Ra X Vc
1.50 Rugosidade Ra 1.00 0.50 0.00 200 375 Vc
Fig.29-Grfico Ra X Vc

Momento X Vf
3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 509 955 Vf
Fig.30-Grfico Momento X Vf

250

Momento

1791

Rugosidade Ra X Vc
1.50 400 Fora de avano 300 200 100 0

Fora de avano X Vf

Rugosidade Ra

1.00 0.50 0.00 200 375 Vc


Fig.31-Grfico Ra X Vc

250

509

955 Vf

1791

Fig.32-Grfico Fora de avano X Vf

19

Rugosidade Ra X Vf
1.20 1.00 0.80 0.60 0.40 0.20 0.00 509 955 Vf
Fig.33-Grfico Ra X Vf

Rugosidade Rz X Vf
6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 509 955 Vf
Fig.34-Grfico Rz X Vf

Rugosidade Ra

1791

Rugosidade Rz

1791

(a)

(b) Fig.35-Grficos do (a) Momento e (b) Fora de avano X fz,Vc e Vf.

20

(a)

(b) Fig.36-Grficos das Rugosidades (a)Ra e (b)Rz X fz,Vc e Vf.

Os grficos do 23 ao 34, traz a variao do momento, fora de avano, rugosidade Ra e rugosidade Ry, quando variamos avano por dente, velocidade de corte e velocidade de avano. No grfico 23 e 24 podemos notar que o momento e a forade avano so maiores para um valor de avano por dente intermedirio (Fz = 0,12). J no grfico 25 e 26, notamos que Ra e Ry aumentam com o aumento do avano por dente. No grfico 27, 28, 29 e 30 podemos notar que o momento, a fora de avano, a rugosidade Ra e a rugosidade Ry so menores para uma velocidade de corte intermediria ( Vc = 250 ). No grfico 31 e 32 podemos notar que o momento e a fora de avano so menores para as maiores velocidades de avano. J no grfico 33 e 34, notamos que os valores da rugosidade Ra e Ry crescem com o aumento da velocidade de avano. No grfico 35-a notamos que a velocidade de avano o fator que mais interfere no valor do momento. No grfico 35-b notamos que a velocidade de avano tambm o fator que mais interfere na fora de avano. No grfico 36-a notamos que o fator que mais interfere na rugosidade Ra o avano por dente. No grfico 36-b notamos que o fator que mais interfere na rugosidade Rz o avano por dente tambm.

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5- CONCLUSES
Com este trabalho, fica evidenciada a importncia dos parmetros de corte na usinagem. Mudanas nesses, podem acarretar serias conseqncias quanto ao produto final, seja para melhor ou para pior. No mundo globalizado, mnimos detalhes esto sendo analisados a fim de minimizar os gastos e maximizar os lucros, ento, devem ser levadas em consideraes todas as variveis que possam influenciar no fator econmico do produto.

6- RAFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

[1]COSTA, E. S, SANTOS, D. J. Processo de Usinagem. Editora: CEFET, 2006. 85p Disponvel em <http://www.ppgel.ufsj.edu.br/uaisoccer/downloads/1272064850.pdf> acesso em: 19 de novembro de 2011.

[2]DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N. L. Tecnologia da usinagem dos materiais. 6.ed. So Paulo: Artliber Editora, 2008. 262 p. SANDVIK COROMANT. Manual tcnico de usinagem, 2006.

[3]FERRARESI, D. Fundamentos da usinagem dos metais. So Paulo: Edgard Blcher, 1970, 751 p. OLIVEIRA, A. J. Otimizao das condies de usinagem visando o torneamento a seco do ao ABNT 1045 em operaes de desbaste. Campinas: UNICAMP, 2003, 109 p.

[4] KRABBE, D. F. M. Otimizao do fresamento do ao inoxidvel aeronutico 15 5 PH.


Campinas: UNICAMP, 2006, 119p [5]MACHADO, A. R., DA SILVA, M. B. Usinagem dos metais. Laboratrio de Ensino e Pesquisa em Usinagem, Editora UFU, Universidade Federal de Uberlndia, PP.266, 2004

[6]Rosa, L. C. Oficina Mecnica para Automao. Acabamentos e Superfcies. Editora: UNESP 14p. Disponvel em:

<http://www.sorocaba.unesp.br/professor/luizrosa/index_arquivos/OMA_RUGOSIDADE.pdf> acesso em: 03 de dezembro de 2011.

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[7]Stoeterau,

R.

L.

Superfcies

Usinadas.

Disponvel

em: 03

<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-27-U-2007-1-superficies.pdf> acesso em: de dezembro de 2011

[8] Apostila: 6. Tolerncias de Acabamento Superficial Rugosidade. Disponvel em: <


http://ufpemecanica.files.wordpress.com/2011/07/rugosidade.pdf.> acesso em 03 de dezembro de 2011.

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