Álgebra Linear - Resumo - Espaço Vetorial
Álgebra Linear - Resumo - Espaço Vetorial
Álgebra Linear - Resumo - Espaço Vetorial
2.1
Introdu c ao
A no ca o de espa co vetorial e a base do estudo que faremos; e o terreno onde se desenvolve toda a Algebra Linear. Esta se ca o apresenta os axiomas de espa co vetorial. Faremos um breve estudo dos vetores nos espa cos bidimensionais e tridimensionais. Come camos por considerar as seguintes opera co es com vetores: (1) Adi c ao: A resultante u + v de dois vetores e obtida pela lei dos paralelogramo, isto e, u+v e a diagonal do paralelogramo formado por u e v . Essa adi c ao e dotada das propriedades comutativa, associativa, al em da exist encia do elemento neutro (vetor nulo) e do oposto para cada vetor. (Figura) O vetor nulo pode ser representado por qualquer ponto do espa co e o oposto u de u e um vetor de mesma dire ca o e mesmo m odulo, por em, de sentido contr ario. (Figura)
(2)Multiplica c ao por escalar: O produto u, de um n umero real por um vetor u e obtido multiplicando a magnitude de v por e mantendo o mesmo sentido, se > 0 ou, o sentido oposto, se < 0.
(a) Adi c ao. Se (a, b) e (c, d) s ao extremidades dos vetores u e v , ent ao (a + c, b + d) ser a extremidade de u + v , como mostra a gura abaixo.
22
Fato an alogo acontece com o R3 , podemos associar a cada terna (x1 , x2 , x3 ) R3 o vetor xi + y j + z k . Se chamarmos de V o conjunto dos vetores no espa co, podemos identicar V = {(x1 , x2 , x3 ); xi R} = RxRxR
Matem aticamente, identicamos um vetor com sua extremidade, isto e, chamamos o par ordenado (a, b), de n umeros reais, um vetor. Na realidade, generalizaremos esta no ca o e chamaremos uma n-upla (a1 , a2 , ..., an ) de n umeros reais de vetores.
2.2
Corpo
A deni c ao de um espa co vetorial envolve um corpo arbitr ario cujos elementos no contexto da Algebra Linear s ao chamados de escalares. Veremos a seguir a deni c ao de corpo. Deni c ao 2.1. Um corpo e um conjunto K, munido de duas opera c oes, uma chamada adi c ao que, a cada par de elementos a, b K , associa um elemento a + b K , e outra chamada multiplica c ao, que a cada par de elemento a, b K , associa um elemento a.b K , satisfazendo as seguintes condi c oes: Adi c ao: K1 : Comutatividade: a + b = b + a a, b K K2 : Associatividade a + (b + c) = (a + b) + c a, b, c K K3 : Exist encia do elemento neutro da adi c ao: Existe um elemento 0 K tal que a +0 = a, a K K4 : Exist encia do elemento sim etrico para adi c ao: Para cada a K existe a K tal que a + (a) = 0 Multiplica c ao: K5 : Comutatividade: ab = ba a, b K K6 : Associatividade: a(bc) = (ab)c a, b, c K K7 : Exist encia do elemento neutro: existe um elemento 1 K tal que 1.a = a a K K8 : Exist encia do elemento inverso: para cada a K , a = 0, existe a1 K , tamb em
1 denotado por a , tal que a.a1 = 1.
23
Ao longo dos estudos K denotar a sempre um corpo. Exemplo 2.1. S ao exemplos de corpos: Q, R, C. Porque o conjunto Z, dos n umeros inteiros n ao e corpo? Porque o conjunto Mmxn (R) das matrizes de ordem mxn n ao e corpo?
2.2.1
Deni c ao 2.2. Um conjunto n ao vazio de V e um espa co vetorial sobre (um corpo) K se em seus elementos, denominados de vetores, estiverem denidas as seguintes duas opera c oes: (A) axiomas: (A1 ) Comutativa: u + v = v + u, u, v V (A2 ) Associativa: (u + v ) + w = u + (v + w), u, v, w V (A3 ) Elemento neutro: Existe em V um vetor, denominado vetor nulo e denotado por 0, tal que 0 + v = v , v V . (A4 ) Elemento oposto: A cada vetor v V existe um vetor em V , denotado por v , tal que v + (v ) = 0 (M) A cada par K e v V , corresponde um vetor .v V , denominado produto escalar de por v de modo que: (M1 ) Associativa: ( ).v = (.v ), , K e v V (M2 )Ememento identidade de K: 1.v = v , v V Al em disso, vamos impor que as opera c oes dadas em (A) e (M ) se distribuam, isto e, que valham as seguintes propriedades: (D1 ) .(u + v ) = .u + .v , K e u, v V . (D2 ) ( + ).v = .v + .v , , K e v V . Os elementos de um espa co vetorial, independentes de sua natureza, s ao chamados de vetores.O elemento neutro da adi ca o, de vetor nulo desse espa co. Os elementos K s ao chamados escalares. Veremos a seguir, alguns exemplos de espa cos vetoriais. Onde em alguns desses exemplos vericaremos se as opera c oes denidas nos espa cos vetoriais satisfazem as condi c oes de (A) e (M). Exemplo 2.2. Os epa cos vetoriais euclidianos: sobre K O espa co vetorial R2 sobre o corpo R O espa co vetorial R3 sobre o corpo R 24 R, R2 , R3 , Rn sobre o corpo K = R Existe uma opera c ao de adi c ao: (u, v ) u + v em V , que verica os seguintes
Algumas vezes usaremos a express ao Kespa co vetorial para indicar um espa co vetorial V
Todo corpo e um espa co vetorial sobre si mesmo. De fato, se K e um corpo, ent ao, as duas opera c oes internas em K podem ser vistas como a soma de vetores e a multiplica c ao por escalares.
2.2.2
Deni c ao 2.3. Dois vetores u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ) s ao iguais se, e somente se, x1 = x2 e y1 = y2 , e escreve-se u = v . Deni c ao 2.4. Sejam os vetores u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ) e R. Dene-se: (a) u + v = (x1 + x2 , y1 + y2 ); (b) .u = (x1 , y1 ) Exemplo 2.3. Verique se com estas opera c oes os conjuntos R2 e R3 t em extrutura de um espa co vetorial, ou seja, satisfaz os axiomas da deni c ao de espa co vetorial. O conjunto R3 = RxRxR ={(x, y, z )/x, y, z R} e interpretado geometricamente como sendo o espa co cartesiano tridimensional Oxyz ou conjunto de todas as ternas de n umeros reias onde v = (x, y, z ) identica as coordenadas de um ponto P com as componentes de v . A origem do sistema O(0, 0, 0), representa o vetor nulo. O vetor oposto de v = (x, y, z ) e o vetor v = (x, y, z ). Exemplo 2.4. O conjunto Mmxn (R) e um espa co vetorial sobre R.
2.2.3
Seja V um espa co vetorial sobre um corpo K. Provaremos, a seguir, algumas propriedades que s ao consequ encias praticamente imediatas da deni ca o de espa co vetorial. (P1 ) Para todo R, 0 = 0. (P2 ) Para todo u V , 0u = 0 (P3 ) Uma igualdade u = 0, com R e u V , s o e poss vel se = 0 ou u = 0. (P4 ) Para todo R e todo u de V , ()u = (u) = (u). (P5 ) Quaisquer que sejam , R e u V , ( )u = u u. Observa c ao 2.1. Dene-se diferen ca entre dois vetores u e v do espa co V , assim: u v =u+(-v) Exemplo 2.5. S ao espa cos vetoriais complexos: C e C2 Coma mesma argumenta ca o utilizada para justicar que o conjunto R como espa co vetorial, verica-se que C e um espa co vetorial sobre K = C(corpo dos n umeros complexos). Mas C tamb em e um espa co vetorial sobre o corpo R. 25
Seja C = {a + bi, a, b R} e dados os vetores u = a + bi e v = c + di temos que: (a) u + v = (a + b) + (c + d)i (b) u = a + bi O vetor nulo dos complexos tem a forma 0 + 0i, ou seja real e imagin aria nula. Dado u = a + bi, o vetor sim etrico a u e u = a bi Verique que C2 = {a + bi, c + di/a, b, c, d R} faz analogia ao conjunto R2 tendo aten c ao quanto a multiplica ca o dos n umeros complexos. Exemplo 2.6. O conjunto de polin omio P (K) = {p(x) = an xn + ... + a1 x + a0 ; por escalar. Especicamente,sejam p(x) = an xn + ... + a0 e q (x) = bm xm + ... + b0 dois elementos em P (K). Sem perda de generalidade assumindo que n m, denimos a soma (p + q )(x) = bm xm + ... + bn+1 + (an + bn )xn + ... + (a0 + b0 ) Al em disso, se K, o produto por escalar de por p(x) ser a, por deni ca o, o polin omio (p)(x) = (an )xn + ... + (a1 )x + (a0 ) Para cada m 0, o conjunto Pm (K) = {an xn + ... + a1 x + a0 : ai K 0 n m} tamb em e um K - espa co vetorial (com as mesmas opera co es acima). Exemplo 2.7. Sejam X um conjunto qualquer n ao-vazio e F (X, R) o conjunto de todas as fun c oes reais f : X R. O conjunto F (X, R) se torna um espa co vetorial quando denem a soma f + g de duas fun c oes e o produto .f : Para f, g F (X, R), dena a fun ca o f + g : X R dada por: (f + g )(x) = f (x) + g (x) para cada x X . para f F (X, R) e R, dena a fun ca o f : X R dada por: (.f )(x) = f (x) para cada x X . Com estas opera c oes, o conjunto F (X, R) e um espa co vetorial sobre R, onde a fun ca o nula e o vetor nulo desse espa co. Tal conjunto e denominado espa co de fun co es. Enfatizamos que X e um conjunto qualquer e que a estrutura de R - espa co vetorial em F (X, R) depende essencialmente das opera c oes do contradom nio R das fun co es. Exemplo 2.8. Verique se s ao espa cos vetoriais os seguintes conjuntos: (a) O R2 com a adi c ao usual e a multiplica c ao por escalar denida por (x, y ) = (x, 0) (b) O R2 com (x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = (x1 + 2x2 , y1 + 2y2 ) e a multiplica c ao por escalar usual. (c) O R2 com (x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = (y1 + y2 , x1 + x2 ) e a multiplica c ao por escalar usual. 26 ai K e n 0} e um K - espa co vetorial com as opera c oes usuais de soma de polin omios e multiplica c ao
(d) Considere a regra usual para somar vetores no R2 e o conjunto V = {(x, y ) R2 /y = x2 } vale a propriedade u, v V u + v V ? Justique. V e um espa co vetorial com as opera c oes usuais para somar vetores e multiplicar vetor por escalar no R2 ? (e) Considere a seguinte opera c ao no R2 : (a, b) (c, d) = (a + d, b + c) Quais as propriedades de Espa cos vetoriais que s ao satisfeitas para esta opera c ao? E quais delas n ao s ao? Exemplo 2.9. Seja V um R- espa co vetorial, mostre que para todo u, v, w V, u + v = u + w v = w. Exemplo 2.10. Mostre que os conjuntos Rn , M(mxn) e F (X, R) s ao espa cos vetoriais. Exemplo 2.11. Mostre que se = 0 e v = 0 ent ao .v = 0
27