Redes Bravais
Redes Bravais
Redes Bravais
- UFSC
IV. Cristalografia
CONTEDOS 4.1 Redes de Bravais...................................................................................................... 4.2 Empacotamento e densidade.................................................................................... 4.3 ndices de Miller...................................................................................................... 4.4 Cermicas................................................................................................................ 4.5 Semicondutores....................................................................................................... 1 2 3 3 5
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Tetragonal (2): Se alongamos a clula unitria da rede cbica simples obtemos uma clula tipo prisma de base quadrada. Esta forma bsica a rede tetragonal simples. Se incluirmos um ponto exatamente no centro da clula obtemos uma rede tetragonal centrada no corpo. Neste caso uma verso centrada na face exatamente igual centrada no corpo e assim no contabilizada. Suas constantes de rede continuam sendo ao para a base quadrada e a altura torna-se c. Ortorrmbico (4): Se pegarmos agora a clula unitria da rede tetragonal simples e trocamos a base quadrada por uma base retangular com constantes de rede a e b, obtemos a clula unitria da rede ortorrmbica simples. Se incluirmos um ponto no centro das faces dos retngulos definidos por a e b, obtemos a rede ortorrmbica centrada na base. E assim como na rede cbica tambm podemos obter uma verso centrada no corpo e uma verso centrada nas faces. Monoclnico (2): Se distorcemos a face retangular da clula unitria da rede ortorrmbica simples ou da rede ortorrmbica centrada na base a fim de criar um paralelogramo, obtemos a rede monoclnica simples. Da mesma forma, distorcendo a rede ortorrmbica centrada no corpo ou a rede ortorrmbica centrada nas faces obtemos o sistema monoclnico centrado. Triclnico (1): Relaxando agora a condio do eixo c ser perpendicular ao plano definido por a e b em qualquer uma das redes monoclnicas chegamos ao sistema triclnico. Rombodrico (1): No sendo mais possvel distorcer a rede triclnica voltamos a rede cbica simples e a alongamos na direo de uma de suas diagonais mantendo a constante de rede inalterada. Fazendo assim, produzimos uma rede com ngulos internos iguais, porm diferentes de 90. Esta a rede rombodrica ou trigonal. Hexagonal (1): A ltima rede de Bravais construda de forma similar a rede tetragonal. A diferena entre as duas o fato de a rede hexagonal possuir uma base hexagonal
gramas existem por tomo. O produto destes dois resultados nos fornece a densidade terica do material. Por exemplo, sabemos que o cobre se cristaliza em FCC. Esta estrutura possui quatro tomos por clula unitria (81/8 + 61/2). O volume desta clula ao3 e a constante de rede, segundo argumentos de empacotamento prximo, dada por 4R/2, onde R o raio atmico. Dado que o raio atmico do cobre 1.28 e seu peso atmico 63.55 g/mol, sua densidade terica 8.89 g/cm3, muito prximo do valor experimental 8.94 g/cm3.
4.4 Cermicas
Ao contrrio de metais que normalmente se encontram em formas compactas prximas em funo da ligao metlica, cermicas normalmente possuem um empacotamento menos denso em funo de ligaes covalente. Cermicas com composio qumica na forma MX, onde M um metal e X um nometal podem se cristalizar em formas como a estrutura cloreto de csio e a estrutura cloreto de sdio. A primeira estrutura bastante parecida com um BCC onde ao ponto 3
no corpo da estrutura alocado um tomo de Cs+ e aos restantes so alocados tomos de Cl-. J a segunda estrutura pode ser entendida como um FCC de Na+ interpenetrando um FCC de Cl- em um deslocamento de [0 0], ou como um FCC com dois ons por ponto de rede, um Cl- em 000 e um Na+ em 00. Algumas das cermicas que se cristalizam nesta ltima forma inclui MgO, CaO, a wstita (FeO) e NiO. Para a composio qumica da forma MX2 temos alguns casos importantes. A estrutura fluorita pode ser entendida como uma rede FCC onde a cada ponto so associados trs ons: um Ca2+ em 000 e dois F- em e . Algumas cermicas que se cristalizam nesta forma incluem UO2, ThO2 e TeO2. Ainda neste grupo temos a estrutura cristobalita que possui como exemplo mais expressivo a slica (SiO2). A rede bsica desta estrutura um FCC com dois tomos de Si4+ em 000 e e quatro tomos de O2- em 1/8 1/8 1/8, 3/8 1/8 3/8, 1/8 3/8 3/8 e 3/8 3/8 1/8 formando um tetraedro para SiO44-. Slica apresenta vrias formas, muitas amorfas, contudo este tetraedro bsico sempre presente. A forma da cermica de slica muda mediante tratamento trmico, por exemplo, a 573, 867 e 1470 oC. Acima desta ltima temperatura e abaixo de 1723 oC (ponto de fuso) a slica se apresenta como cristobalita como apresentado. Na composio M2X3 temos a estrutura corundum composta por uma rede rombodrica, muito prxima de uma hexagonal, onde a cada ponto so associados trinta ons. Por exemplo, a alumina (Al2O3) possui 12 ons de Al3+ e 18 ons de O2- dispostos como uma estrutura de empacotamento prximo de O2- com posies dois teros de suas posies intersticiais preenchidos com Al3+ em uma estrutura prxima a de um hexgono. Cromia (Cr2O3) e a hematita (-Fe2O3) tambm se cristalizam na estrutura corundum. Uma das estruturas cermicas mais importantes para aplicaes dieltricas a perovskita, de composio MMX3. Esta estrutura baseada em uma rede cbica onde os ons que ocupam os vrtices so de M, os ons que ocupam os centros das faces so de X e o on que ocupa o corpo da clula unitria de M. Um exemplo tpico desta estrutura o titanato de brio (BaTiO3) que possui propriedades ferroeltricas importantes como veremos nos prximos captulos. A cermica perovskita pode sofrer distores devido a acomodao dos raios de seus ons tornado-se ortorrmbica, por exemplo. O grau de distoro da clula unitria por ser encontrado por argumentos geomtricos e foi primeiramente encontrado por Goldsmith como sendo:
t= 1 RM ' + R X 2 RM " + R X Eq. 4.1
onde R o raio inico do respectivo on. Um grau de distoro 1 equivale a rede cbica perfeita, e um grau aproximadamente entre 78% e 105% indica uma clula unitria estvel. Clulas unitrias Perovskitas diferentes podem ser empilhadas a fim de criar estruturas mais complexas. Por exemplo, cermicas supercondutoras YBCOs apresentam esta caracterstica. Cermicas de composio MM2X4 podem se basear na estrutura spinel ou spinel invertida normalmente escrita como M(MM)X4. Nesta ltima encontram-se as ferrites, de uso bastante importante como cermica magntica. A estrutura spinel baseada em uma rede do tipo FCC com quatorze ons associados a cada ponto da rede. Por exemplo, MgAl2O4 possui dois ons Mg2+, quatro ons Al3+ e oito ons O2- associados
a cada ponto. Com os primeiros ons formando tetraedros e os segundos ons formando octaedros. Das ferrites podemos citar como exemplo a magnetita FeFe2O4 ou Fe3O4. Existem muitas outras estruturas como a cuprita, zinquita, rutila, calcita, barita, etc. De qualquer maneira, algumas das principais estruturas foram mostradas para familiarizar o leitor com as estruturas cermicas.
4.5 Semicondutores
Trs so as mais importantes estruturas de semicondutores: diamante, zinc-blende e wurtzita. A estrutura diamante consiste de uma rede FCC onde a cada ponto da rede associado um par com tomos em 000 e . Normalmente elementos do grupo IVA (Si, Ge, C) se cristalizam nesta forma. Para semicondutores de composio MX com combinao de elementos dos grupos III-V e II-VI existe a estrutura zincblende. Esta basicamente a mesma estrutura diamante mas com um dos elementos ocupando a posio 000 e o outro ocupa a posio . Nesta estrutura se cristalizam GaAs, AlP, InSb, ZnSe, CdS dentre outros. Alguns semicondutores tambm se cristalizam na estrutura wurtzita (em homenagem ao qumico francs Charles-Adolphe Wurtz), em especial ZnS e ZnO. Esta estrutura se baseia em uma rede hexagonal onde a cada ponto da rede so associados dois ons M (000 e 2/3 1/3 1/3 ) e dois ons X (2/3 1/3 1/8 e 0 0 5/8).