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Material Didatico Tomografia Cefet

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Centro Federal de Educação

Tecnológica de Santa Catarina


Gerência Educacional de Eletrônica

TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA
CURSO TÉCNICO DE RADIOLOGIA

Prof. Flávio Augusto Soares, M.Eng.


Prof. Henrique Batista Lopes, M.Eng.

Florianópolis, Novembro de 2000


SINE/SC – SISTEMA NACIONAL DE EMPREGO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA
DIRETORIA DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS
GERÊNCIA EDUCACIONAL DE ELETRÔNICA
NÚCLEO DE TECNOLOGIA CLÍNICA
FUNDAÇÃO DO ENSINO TÉCNICO DE SANTA CATARINA

Instituições Envolvidas em Blumenau

HOSPITAL SANTA CATARINA


HOSPITAL SANTA ISABEL
HOSPITAL MUNICIPAL SANTO ANTÔNIO
ÍNDICE
1. TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO 1
1.1 INTRODUÇÃO 1
1.2 PRINCÍPIO BÁSICO 1
1.3 REALIZAÇÃO TÉCNICA 2
1.3.1. Sistema de Rotação-Translação de Detetor Simples 2
1.3.2. Sistema de Rotação-Translação de Múltiplos Detetores 2
1.3.3. Sistema de rotação com detetores móveis 2
1.3.4. Sistema de rotação com detetores fixos 3
1.3.5. Sistema de rotação helicoidal 3
1.3.6. Sistema de canhão de elétrons 3
1.3.7. Tomógrafo Móvel 4
1.4 SISTEMA TOMOGRÁFICO 5
1.5 PORTAL 5
1.5.1. Cabeçote 6
1.6 SENSORES DE RAIOS X 8
1.6.1. Sensores de Estado Sólido 8
1.6.2. Câmaras de Ionização 9
1.7 COLIMAÇÃO 9
1.8 SISTEMA ELÉTRICO 10

2. FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA 11
2.1 INTRODUÇÃO 11
2.2 REPRESENTAÇÃO DA IMAGEM 11
2.2.1. Elementos Fotográficos 11
2.3 RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM 12
2.3.1. Obtenção dos Dados 12
2.3.2. Cálculo da matriz tomográfica 13
2.4 CONFECÇÃO DA MATRIZ DA IMAGEM 15
2.4.1. Valores de Densidade 15
2.4.2. Escala Hounsfield de Densidade 15
2.4.3. Densitometria 16
2.5 VARIAÇÃO DA IMAGEM 18

3. OPERAÇÃO DO TOMÓGRAFO 19
3.1 INTRODUÇÃO 19
3.2 CONSOLE DE OPERAÇÕES 20
3.3 CONTROLE DE MENU 20
3.4 CONTROLE DE VARREDURA 21
3.5 PROTOCOLOS DE VARREDURA 22
3.6 MANIPULAÇÃO DE DADOS 22
3.7 PROCESSAMENTO DA IMAGEM 23
3.8 GRÁFICOS SOBRE A IMAGEM 24
3.9 CONTROLE DA JANELA 25
3.10CONTROLES DO TRACKBALL 26

4. BIBLIOGRAFIA 27

pág. iii
Folha deixada em branco

pág. iv
1. TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO

1.1 INTRODUÇÃO junto cabeçote-detector faz uma translação ou


rotação em torno do paciente, as estruturas internas
do corpo atenuam o feixe de raios X de acordo com a
Nos últimos 40 anos nenhum outro avanço densidade e número atômico de cada tecido. A inten-
na área de raios X diagnóstico foi tão significativo sidade da radiação detectada pelos sensores de raios
quanto o desenvolvimento da tomografia computado- X varia de acordo com esse padrão e forma uma lista
rizada (TC). Já no final da década de 1950, os com- de intensidades para cada projeção. No final da trans-
ponentes para a construção de um TC estavam lação ou rotação o conjunto cabeçote-detetor retorna
disponíveis para médicos e engenheiros. Porém, so- para a posição inicial, a mesa com o paciente se mo-
mente em 1967, o processo tomográfico como um vimenta em alguns milímetros, e o tomógrafo come-
todo foi apresentado pelo engenheiro britânico God- ça uma nova varredura. Este processo é repetido
frey Hounsfield. Hounsfield trabalhava na empresa inúmeras vezes, gerando uma grande quantidade de
britânica EMI Ltda quando dados.
foram montados os primeiros
TC para teste. Outro que aju-
dou no desenvolvimento do
tomógrafo computadorizado
foi o sul-africano Allan M.
Cormack, que desenvolveu a
matemática necessária para a
reconstrução das imagens
tomográficas. Cormack e
Hounsfield foram agraciados
com o Prêmio Nobel de Me-
dicina no ano de 1979 por
suas contribuições para o Fig. 1.1. Sir Godfrey
Hounsfield.
desenvolvimento do Tomó-
grafo Computadorizado.

1.2 PRINCÍPIO BÁSICO

Enquanto as técnicas radiológicas conven-


cionais produzem imagens somadas de um objeto,
varredores tomográficos giram para dividir um objeto
e organizá-lo em seções de imagens paralelas e espa-
cialmente consecutivas (cortes axiais). O processo,
que era originalmente totalmente mecânico, foi me-
lhorado graças as novas tecnologias. E, atualmente, a Figura 1.2. Obtenção da imagem tomográfica: os
alta qualidade das imagens é o resultado dos comple- sensores de radiação se movimentam sincrona-
xos sistemas computacionais. mente com o tubo de raios X.
Simplificadamente, o tomograma é gerado a
partir de um feixe de raios X estreito e um detetor Os dados obtidos, intensidade de raios X ou
montado no lado diametralmente oposto. Como o valores de atenuação, a posição da mesa e a posição
cabeçote e o detector estão conectados mecanicamen- do cabeçote quando da obtenção dos dados, são ar-
te, eles se movem de forma síncrona. Quando o con- mazenados num computador. Através de equações
matemáticas aplicadas sobre estes valores, torna pos-

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2 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

sível a determinação de relações espaciais entre as (Fig. 1.4). Um feixe ou leque de raio reduz o número
estruturas internas de uma região selecionada do cor- de incrementos angulares necessários para a varredu-
po humano. O tomograma calculado, ou seja, a ima- ra. As varreduras são feitas em passos de 10o que cor-
gem apresentada na tela consiste-se numa matriz de respondem ao ângulo de abertura do leque. O tempo
valores de atenuação, ou, num cálculo inverso, uma mínimo para a varredura está entre 6 e 20 segundos
matriz com valores de dose absorvida. Visualmente, para cada corte. Este é um tomógrafo da 2a geração.
para o diagnóstico, os valores de atenuação são apre-
sentados na forma de tons de cinza, criando assim
uma imagem espacial do objeto varrido.

1.3 REALIZAÇÃO TÉCNICA

A atenuação dos raios X pelos tecidos huma-


nos é medida por detetores que são alinhados atrás do
paciente, opostamente a fonte de raios X. Na literatu-
ra internacional, existem basicamente 5 tipos diferen-
tes de sistemas de varreduras para tomógrafos
computadorizados. A seguir, explanaremos rapida-
mente sobre cada um deles. Fig. 1.4. Sistema de rotação-translação com múl-
tiplos detetores.
1.3.1. Sistema de Rotação-Translação de
Detetor Simples 1.3.3. Sistema de rotação com detetores
móveis
Uma radiação X de feixe muito estreito varre
o corpo em meia volta (180o) com passo de 1o. A in- Na evolução da construção dos tomógrafos,
tensidade do faixe é medida por um único elemento os aperfeiçoamentos levaram ao aparecimento da 3a
detetor. Após cada incremento angular, uma transla- geração de aparelhos, onde o feixe de raios X emitido
ção linear é realizada enquanto o raio atravessa o cor- possui uma abertura muito ampla. Opostamente a
po. O processo todo leva alguns minutos para fonte emissora, uma linha de 200 a 1000 detectores
completar cada corte. dispostos em ângulo recebe a radiação após esta pe-
netrar todo o corpo do paciente. Os tempos de pro-
cessamento destes aparelhos estão na faixa entre 1 e
4 segundos por corte. São os mais utilizados atual-
mente, mesmo em aparelhos modernos, devido a sua
relação custo/benefício.

Fig. 1.3. Sistema de detecção de rotação-


translação simples.

1.3.2. Sistema de Rotação-Translação de


Fig. 1.5. Sistema de rotação com detectores mó-
Múltiplos Detetores
veis.
Uma linha de detectores, com 5 a 50 elemen-
tos, está localizada opostamente a fonte de raios X

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TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO 3
1.3.4. Sistema de rotação com detetores fi-
xos

Os tomógrafos de 4a geração são aqueles


construídos com detectores distribuídos ao longo dos
360o. A fonte de radiação gira em torno do arranjo de
detectores que pode ter entre 800 e 4000 sensores. O
tempo de varredura está entre 1 e 3 segundos. Um
exame completo de tórax ou abdômen pode não atin-
gir 1 minuto.

Figura 1.7. Na tomografia helicoidal, o paciente


move-se simultaneamente com a rotação do tubo
de raios X.

1.3.6. Sistema de canhão de elétrons

Este modelo de tomógrafo é o mais moderno


que existe e utiliza-se de um conceito diferente na
geração de raios X. Conhecido como Electronic
Beam Computed Tomography – EBCT (Tomografia
Fig. 1.6. Sistema de rotação com detectores fi- Computadorizada por Canhão de Elétrons), este tipo
xos. de aparelho se destaca por não possuir tubo de raios
X ou ampola. A geração do feixe de fótons é realiza-
da ao ar livre, sem confinamento, a partir de um ca-
1.3.5. Sistema de rotação helicoidal
nhão de elétrons, que faz às vezes do cátodo. Os
Considerado de 5a geração, a tomografia he- elétrons são acelerados pelo canhão e desviados por
licoidal não difere dos seus antecessores em termos um conjunto de bobinas ao longo to trajeto em dire-
de funcionamento geral. O sistema utilizado é o de ção ao alvo. O alvo, ou o ânodo, a ser atingido é um
rotação total da ampola, sendo que os detetores po- dos vários anéis de tungstênio que circundam o paci-
dem ser móveis ou fixos (3a e 4a geração). A diferen- ente na metade inferior do equipamento (parte inferi-
ça está no movimento da mesa com o paciente. Nas or da mesa). Quando os elétrons atingem o alvo com
gerações anteriores, a mesa do paciente movia-se a- energia suficiente ocorre o fenômeno de geração de
pós a ampola terminar a aquisição do corte (após raios X pela transferência de energia dos elétrons pa-
360o de rotação), posicionando-se então para o novo ra o átomo de tungstênio. Este fenômeno é idêntico
corte. Assim, o movimento da mesa era intermitente, àquele que ocorre dentro de uma ampola comum de
entre os cortes. raios X.
Com a capacidade computacional dos novos
tomógrafos, a aquisição de dados é contínua, de for-
ma que a ampola permanece girando enquanto a me-
sa permanece movimentado-se. Neste processo, não
há mais a aquisição de dados por corte, mas sim de
forma ininterrupta. Os cortes só aparecem para o téc-
nico, pois o computador tratará as informações rece-
bidas de forma a montar as imagens requisitadas pelo
médico. É o sistema mais rápido que existe, capaz de
realizar uma tomografia inteira de coluna em poucos
segundos.
Figura 1.8. Foto de um TC por canhão de elétrons
sendo montado. (Imatron Inc. - divulgação).

Os anéis são desenhados para que as "pistas

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4 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

anódicas" neles contidas produzam um feixe de fó- mógrafo móvel, conhecido como Tomoscan M. Di-
tons com direção conhecida e precisa. A direção do vidido em três partes, todas com rodas, o portal (450
feixe é a dos sensores de raios X, que estão posicio- kg), a mesa para o paciente (135 kg) e o console de
nados diametralmente opostos aos anéis-alvo. No comando podem ser levados a qualquer local do
caminho entre os anéis e os sensores, o feixe de fó- hospital. Com dimensões que permitem passar por
tons interage com o paciente que está sobre a mesa. portas de 90 cm de largura, inclusive ser levado em
A vantagem deste tipo de tecnologia está elevadores, este sistema diminui o trauma do
principalmente no fato de não existirem partes mó- paciente de ser removido de seu leito para ser levado
veis, o que sempre é um fator de limitação na veloci- até a sala de tomografia.
dade de geração de imagens nos tomógrafos O tomógrafo possui um sistema elétrico que
giratórios. Além disso, há uma grande melhora na funciona com 4 baterias, o que permite que qualquer
dissipação de calor gerado pela produção de raios X, tomada de parede de 220 V, com capacidade para 10
já que a "pista anódica" possui área muito maior e Amperes, possa carregar as baterias. Alem da mobi-
fica um tempo muito menor recebendo o impacto dos lidade, o sistema de baterias permite ao tomógrafo
elétrons acelerados. Atualmente, existem mais de 100 funcionar quando há falta de energia elétrica no hos-
EBCT instalados no mundo, com os Estados Unidos pital, aliviando o sistema de fornecimento de emer-
hospedando mais de 70% destas unidades. gência de energia.

Figura 1.9. Partes componentes de um Ultra- Figura 1.10. Tomoscan M, da Philips Medical Sys-
fastCT da Imatron (Imatron Inc., divulgação). tem: o primeiro tomógrafo móvel (Revista Medica
Mundi, Philips Medical Ssytem).

Descrição das partes:


A Canhão de Elétrons: permite até 640 mA de po-
tência de raios X.
B Feixe de Elétrons: pode ser gerado com tempos
da ordem de milisegundos.
C Sistema de refrigeração interno auto-contido:
retira todo o calor gerado nos anéis, eliminando o
tempo morto entre os cortes e permitindo longos
tempos de exames (para volumes grandes).
D Sistema de Aquisição de Dados: desenvolvido
para permitir uma aquisição contínua de dados
tomográficos.
E Anéis-Alvo: construído de alvos múltiplos (na
forma de semi-anéis) para uma varredura otimiza- Figura 1.11. Visão frontal do Tomoscan M, em
da de corte simples ou cortes múltiplos. repouso enquanto carrega as baterias (Revista Me-
F Mesa com Movimento Preciso e Rápido: permi- dica Mundi, Philips Medical Ssytem).
te o movimento contínuo da mesa para a varredu-
ra de volumes.

1.3.7. Tomógrafo Móvel

A Philips Medical System já possui um to-

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TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO 5
1.4 SISTEMA TOMOGRÁFICO
No entanto, um sistema de Tomografia Com-
putadorizada é muito mais do que apenas os
Inicialmente poderíamos dizer que o tomó- componentes citados. Além desses equipamentos, o
grafo de forma geral, independente de sua geração, é sistema é completado com a parte de alta tensão/alta
constituído de três partes: potência, a mesa motorizada para o paciente, um
a) portal; console remoto para o médico radiologista fornecer o
b) eletrônica de controle; diagnóstico, impressora fotográfica ou laser, entre
c) console de comando e computador. outros. Vale lembrar que cada um destes componen-
tes é formado por inúmeras partes, sejam mecânicas
Estes seriam os itens mais complexos e, com ou elétricas. Na Figura 1.11, a seguir, podemos veri-
certeza, os que requerem um maior cuidado por se- ficar a forma de interligação entres os diversos com-
rem os mais caros. Há também uma tendência em se ponentes. Fisicamente, estes módulos, chamados de
reduzir o tamanho e simplificar os componentes que armários devido a semelhança de forma, podem estar
integram um sistema tomográfico, o que acabará re- localizados na mesma sala ou em várias salas distin-
duzindo as partes do sistema aos três itens citados. tas.
Nos tomógrafos mais modernos, muitos des-
tes armários foram incorporados pelos portais, redu-
zindo portanto o espaço total necessário para a
implantação de um serviço de tomografia. Esta redu-
ção chegou a ponto de serem construídos tomógrafos
móveis, que já estão disponíveis no mercado.

1.5 PORTAL

O portal (gantry em inglês) é o maior com-


ponente de um sistema tomográfico e o que mais im-
Figura 1.12. Planta baixa típica da sala de tomo- pressiona. Pelo seu tamanho e imponência, pelo fato
grafia e sala de comando. (Picker Int. - divulgação)

Figura 1.11. Diagrama de disposição de um Sistema Tomográfico. (Picker Internacional - divulgação)

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6 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

do paciente ficar envolvido por ele durante o exame e


por não enxergarmos o movimento do cabeçote e dos
detetores, há sempre um fascínio sobre seu funcio-
namento. O portal é uma estrutura mecanicamente
complexa, porém de funcionamento elétrico não dife-
rente de um equipamento de raios X convencional.
Basicamente, o que encontramos por trás da cobertu-
ra do portal é um cabeçote contendo a ampola de rai-
os X típica: ânodo giratório, refrigerado a óleo ou
água, filamento simples ou duplo e pista anódica.
Os detectores de raios X são colocados dia-
metralmente opostos ao cabeçote e encontram-se pre-
sos à mesma estrutura mecânica para que ambos
possam girar simultaneamente. Engrenagens reforça-
das e motores elétricos garantem precisão e veloci-
dade ao sistema de rotação. O posicionamento
(a)
angular do cabeçote em relação ao paciente é infor-
mado por sensores de posição que repassam a infor-
mação de forma digital para o computador. Além do
movimento interno giratório, o portal também pode
inclinar-se (até 30o) para frente ou para trás, permi-
tindo cortes oblíquos na anatomia do paciente. Para
isso, todo o conjunto é sustentado por dois suportes,
um de cada lado, onde encontram-se motores ou pis-
tões hidráulicos que realizam a inclinação.

(b)
Figura 1.14. Interior de um tomógrafo: (a) fotogra-
fia; (b) identificação dos componentes. (Picker Inter-
nacional - divulgação)

1.5.1. Cabeçote

Figura 1.12. Exemplo de portal: Equipamento To- O cabeçote de um tomógrafo é idêntico ao de


shiba (cortesia - Hosp. Celso Ramos - Florianópolis) um equipamento de raios X convencional: ampola
com ânodo giratório, copo catódico, refrigeração,
Junto aos detectores, encontram-se placas de filtragem, etc. Porém, devido ao funcionamento
circuitos eletrônicos que tem a função de transduzir a constante do tubo durante um exame, existe a neces-
informação de raios X (quantidade) em sinal elétrico, sidade de um sistema de refrigeração eficiente. Vale
amplificá-la e passá-la para os conversores analógi- lembrar, que no tubo de raios X, 99% da energia ge-
co-digitais. A seguir, a informação digitalizada é rada é transformada em calor e apenas 1% é conver-
transmitida pelo portal para o computador, que fará, tida em fótons. No tomógrafo, todo este calor é
então, os cálculos matemáticos necessários para a gerado durante alguns segundos de funcionamento, o
reconstrução da imagem. Uma vez obtida a imagem que resulta num produção de calor de 1.000 a 10.000
dos vários cortes realizados, esses poderão ser arma- vezes mais do que um tubo de raios X convencional,
zenados ou fotografados em filme para o laudo do que funciona durante tempos menores que 1 segundo.
médico radiologista.

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TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO 7
ET = kV × mA × s cujo resultado é me-
dido em HU (Heat Unit, ou, traduzindo, unidades de
calor).
Vejamos como exemplo, a comparação entre
um exame de tórax com a técnica de raios X conven-
cional e a realização de um único corte de um exame
de tórax num TC.
Convencional ⇒ 80 kV , 200 mA , 0,05 s
(10 mAs)
ET = 80 kV × 200 mA × 0,05 s = 800 HU

Tomografia ⇒ 120 kV , 200 mA, 1 s


ET = 120 kV × 200 mA × 1s = 24000 HU

(b) Se ainda considerarmos que num exame de


Figura 1.15. Portal do Elscint 1800 (cortesia - Hosp. tórax na TC são realizados em média 20 cortes, em
Regional Hans Schimidt - Joinville) questão de 30 segundos, a ampola sofrerá a ação de
uma energia térmica na ordem de 500 mil HU (20 x
Na prática, existe uma medida para avaliar a 24.000 HU).
produção de calor no tubo de raios X. Como o calor Nas especificações dos fabricantes, as ampo-
também é uma forma de energia, procura-se compa- las são dimensionadas para suportarem acima de 1
rar a energia dos elétrons com a energia térmica. Se milhão de HU. Para haver uma melhor dissipação
os elétrons são acelerados com uma energia de 100 deste calor imenso nas ampolas, alguns ajustes foram
kV, os 99% deles que não se transformarem em fó- introduzidos no desenvolvimento das mesmas: a ve-
tons de raios X irão produzir 100 kV de calor. Além locidade de rotação do motor do ânodo giratório é
disso, a quantidade de elétrons com esta energia é maior; o vidro da ampola é mais fino e de melhor
dada pelo ajuste da corrente no tubo. Logo, a produ- condutividade térmica; e o sistema de refrigeração é
ção de calor será o resultado da quantidade de elé- muito mais sofisticado. Alguns fabricantes têm de-
trons (corrente) que possuem uma determinada senvolvido ampolas de ligas de alumínio e metais
energia (tensão). Por fim, devemos lembrar que o nobres em substituição ao vidro para a melhoria da
tempo em que o tubo fica ligado também influencia condutividade térmica e também para diminuir o pe-
na geração de calor. Assim podemos escrever a equa- so do tubo, o que é muito importante num sistema
ção da geração de calor em função da tensão, corren- giratório.
te e tempo. Teríamos, por conseguinte, a seguinte
equação da Energia Térmica:
motor da
engrenagem rotação
de rotação

controle
da ampola

detetor eletrônica
cabeçote colimador
Figura 1.13. Fotomontagem do interior de um portal. (cortesia - Hosp. Mun. São José - Joinville)

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8 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

para obter uma eficiência total adequada. A forma de


ajuste desses pontos são considerados segredos in-
dustriais, pois os sensores são fundamentais para de-
finir a qualidade da imagem tomográfica produzida.
A eficiência na geometria está ligada a área
do sensor que é sensível ao raios X em relação a área
total de construção do sensor que será exposta ao fei-
xe. Separadores finos colocados entre os elementos
detetores para remover a radiação difusa, ou regiões
insensíveis, irão degradar a eficiência geométrica. A
eficiência quântica (ou de captura do fóton) refere-se
a fração do feixe incidente no detetor que será absor-
vida e contribuirá para o valor do sinal medido. Não
podemos esquecer que parte da energia dos fótons
incidentes nos sensores também é convertida em ca-
lor. A eficiência de conversão está ligada na capaci-
dade de conversão precisa do sinal de raios X
absorvido em um sinal elétrico. A eficiência total é
um produto dos três fatores e geralmente se encontra
entre 0,45 e 0,85. Ou seja, há uma perda de 15% a
55% entre os fótons que estão disponíveis para con-
versão e o sinal elétrico disponibilizado pelo sensor.
Desta forma, o sistema de detecção é não-ideal e re-
Figura 1.16. Ampola de raios X desenhada para sulta na necessidade de aumento da dose de radiação
tomografia helicoidal. (Varion Interay - divulgação) no paciente se o objetivo for manter a qualidade da
imagem. O termo eficiência de dose algumas vezes é
Cada fabricante tem sua própria forma de e- utilizado como sinônimo da eficiência do sensor.
nergizar o tubo de raios X, dependendo do desenho e Os sistemas comerciais de tomografia utili-
da operação do tomógrafo computadorizado. TC que zam-se de dois dos três tipos de sensores disponíveis:
utilizam cabeçotes apenas de rotação (3a e 4a gera- câmara de ionização e sensor de estado sólido. O ter-
ção) operam com feixes de raios X tanto pulsados ceiro tipo de sensor de raio X, a câmara fotomultipli-
quanto contínuos. Feixes contínuos com corrente de cadora não pode ser utilizada em tomografia devido
tubo na ordem de 400 mA são produzidos durante ao volume necessário para construí-la (sua miniaturi-
toda a rotação do cabeçote. Unidades pulsantes pro- zação é impossível).
duzem feixes de raios X com correntes de tubo na
ordem de 1.000 mA com largura de pulso de 1 a 5
milisegundos e repetidas a taxa de 60 Hz. 1.6.1. Sensores de Estado Sólido

Os sensores de estado sólido consistem em


um arranjo de fotodiodos e cristais de cintilação, con-
forme apresentado na Figura 1.16. Os primeiros cin-
1.6 SENSORES DE RAIOS X tiladores foram feitos de Iodido de Sódio (NaI).
Alguns tomógrafos foram construídos com cristais de
Germanato de Bismuto (Bi4Ge3O12 ou BGO) junto a
Os detectores eletrônicos de raios X utiliza-
fotomultiplicadores. Depois, estes foram substituídos
dos nos tomógrafos computadorizados devem possuir
pelo Iodido de Césio (CsI) e o próprio Germanato de
três características importantes:
Bismuto sem fotomultiplicador. Atualmente, tem-se
a) uma alta eficiência para minimizar a dose
preferido o Tungstato de Cadmium (CdWO4) pelo
no paciente;
seu custo e eficiência. Há estudos para a utilização de
b) estabilidade ao longo do tempo;
material cerâmico a base de óxidos de terras raras. Os
c) ser insensível as variações de temperatu-
detectores de estado sólido normalmente possuem
ra dentro do portal.
uma alta eficiência quântica e de conversão, e uma
faixa dinâmica larga.
A eficiência do sensor é uma função de três
O princípio de funcionamento é simples. Os
componentes básicos durante a sua construção: geo-
cristais são atingidos diretamente pelo feixe de fótons
metria, captura do fóton e conversão do sinal. Cada
de raios X. Estes fótons irão interagir com os átomos
fabricante procura alterar a construção de seus dete-
do cristal que irão transformar a energia de raios X
tores visando melhorar uma destas características

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TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO 9
em energia luminosa. Os fótons de luz produzidos massa (quantidade de gás) maior do que a normal-
serão então emitidos em todas as direções, porém, mente caberia no mesmo volume (1 atm), o que sig-
preferencialmente na direção oposta à incidência do nifica que existe 30 vezes mais átomos para interagir
feixe. Por sua vez, os fótons de luz irão atingir o fo- com o feixe de raios X, melhorando a eficiência do
todiodo (diodo sensível à luz) que é construído junto sensor.
ao cristal de cintilação. O diodo é um dispositivo ele- Uma alta tensão é aplicada aos separadores
trônico que permite a passagem de corrente elétrica de tungstênio, que são colocados entre as câmaras
apenas num sentido. Porém para permitir a circulação para coletar íons que são produzidos pela radiação.
da corrente, é necessário que haja uma diferença de Estes detetores possuem uma excelente estabilidade e
potencial inicial (tensão) de 0,6 Volts entre seus dois uma faixa dinâmica ampla, no entanto, eles normal-
terminais. Com o aumento desta diferença de tensão mente apresentam uma eficiência quântica menor do
(mais energia), o diodo é capaz de permitir a passa- que os detetores de estado sólido.
gem de uma corrente maior. A energia luminosa emi-
tida pelo cristal atua justamente sobre a tensão entre
os terminais do diodo, permitindo assim um controle
da corrente circulante no mesmo. Assim, quanto mai-
or a incidência de raios X no cristal, maior será a
conversão deste feixe em luz. Por conseguinte, maior
será a luz incidente sobre o fotodiodo que propiciará
uma maior corrente no circuito eletrônico.

cristal de cintilação

diodo

janela de
pinos de soldagem entrada
câmara de pressão
placas
(a)
placa de circuito
impresso
detetores

alta
tensão
amplificador sinal

(b) (a) (b)


Figura 1.16. Sensores de estado sólido: (a) deta- Figura 1.17. Câmara de ionização: (a) detalhe da
lhe da montagem do fotodiodo e do cristal de cin- montagem; (b) detalhe elétrico.
tilação; (b) arranjo de detetores colocados lado a
lado, até 4800 elementos.

1.6.2. Câmaras de Ionização 1.7 COLIMAÇÃO


As câmaras de ionização, conforme apresen-
tadas na Figura 1.17, consistem em um arranjo de A colimação é necessária durante a operação
câmaras contendo gás comprimido, usualmente gás do tomógrafo pelas mesmas razões que ela é necessá-
Xenônio a pressão de 30 atm. Esta alta pressão é ne- ria na radiografia convencional. Uma colimação ade-
cessária para garantir duas características: 1o) uma quada reduz a dose no paciente pela restrição do
maior pressão num espaço confinado implica numa volume de tecido a ser irradiado. Mais importante
maior energia das moléculas do gás, o que facilita a ainda é a qualidade de contraste da imagem que é
liberação de elétrons da última camada dos átomos aumentada pela diminuição da radiação secundária.
quando da incidência do feixe de raios X; e 2o) se Na tomografia computadorizada é comum ser colo-
existe pressão na câmara, é resultado de existir uma cado dois conjuntos de colimadores. Um conjunto de

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10 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

colimador é montado junto ao cabeçote (pré-


paciente) e ajuda a controlar a dose de radiação no
paciente.
O outro conjunto de colimadores é colocado
logo a frente dos detetores (pós-paciente) e influencia
na qualidade da imagem pois reduz a radiação secun-
dária, define a espessura do corte e também limita o
campo de visão ou largura do corte (scan diamenter
ou field of view).

motores que
acionam os
colimadores

colimadores

Figura 1.18. Colimação da câmara de ionização


(cortesia Hospital Celso Ramos - Florianópolis).

1.8 SISTEMA ELÉTRICO

Todos os tomógrafos computadorizados tra-


balham com tensão de tubo (kVp) fornecida por sis-
temas trifásicos ou de alta freqüência. Isto garante a
eficiência do sistema pois garante que a produção de
fótons será constante durante todo o exame e o feixe
terá sempre o mesmo espectro. Os sistemas de alta
freqüência têm sido preferidos pelos fabricantes no
desenvolvimento de TC mais modernos pois permi-
tem a compactação dos circuitos eletro-eletrônicos,
permitindo que o sistema de potência seja instalado
dentro do próprio portal. Há, então, uma grande eco-
nomia de espaço físico na sala, pois se diminuí um
armário, e ganhe-se também na facilidade e baratea-
mento do custo de manutenção.

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2. FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA

tos com tons diferentes. É como se a imagem fosse


2.1 INTRODUÇÃO dividida em uma matriz de N x N pontos.
Atualmente, a imagem tomográfica é gerada
com matrizes a partir de 256 x 256 pontos, passando
A criação do tomógrafo computadorizado só
por 320 x 320 até 512 x 512 pontos. Equipamentos
foi possível por causa da matemática desenvolvida mais modernos chegam a trabalhar com matrizes de
especialmente para a tomografia. Graças ao matemá-
1024 x 1024 pontos, o que significa dividir a imagem
tico e médico Allan Cormack foi possível que o to-
em mais de 1 milhão de pontos.
mógrafo de Sir Godfrey Hounsfield tornasse-se
E o trabalho do equipamento tomográfico,
realidade. Esta matemática permite que as informa-
juntamente com o computador, é justamente definir,
ções confusas vindo dos sensores de raios X, que são indiretamente, o valor da densidade daquela pequena
semelhantes às imagens de uma radiografia conven-
porção de tecido humano que cada um destes pontos
cional, possam ser trabalhadas e dêem origem às i-
está representando. Se houver uma mínima diferença
magens de cortes transversais da anatomia do
de densidades entre dois pontos consecutivos, então o
paciente.
computador atribuirá um tom de cinza diferente para
cada um dos pontos, resultando no contraste que le-
vará ao diagnóstico médico.

2.2.1. Elementos Fotográficos

A menor unidade de dimensão ou de imagem


do tomograma computadorizado é o ponto fotográfi-
co, conhecido em inglês por pixel (picture element),
conforme demos uma idéia acima. O pixel não tem
uma dimensão ou comprimento definido pois depen-
de do tamanho do campo de visão e da matriz de i-
magem. Assim, a escolha dos dois pelo técnico irá
determinar que o pixel represente uma certa porção
Figura 2.1 Allan Cormack
da área transversal ou corte realizado no paciente.
O campo de visão, ou field of view (FOV), ou
Por seu trabalho matemático que deu suporte
ainda scan diamenter, é um valor fornecido pelo téc-
ao uso da tomografia computadorizada como um
nico operador quando da realização de cada exame.
meio eficiente de diagnóstico por imagem, Allan
Este valor está diretamente relacionado com a região
Cormack recebeu o prêmio Nobel de Medicina em
do exame: para crânio, o campo de visão é da ordem
1979, juntamente com Sir Godfrey Hounsfield.
de 24 cm, para tórax/abdômen utiliza-se 35 cm ou 42
cm (paciente obeso). Os valores permitidos para o
FOV podem ser fixos (3 ou 4 valores) nos equipa-
mentos mais antigos, ou ajustáveis de 1 em 1 cm nos
2.2 REPRESENTAÇÃO DA IMAGEM tomógrafos mais modernos. A definição desta medi-
ada pelo técnico permitirá a visualização da imagem
com a melhor resolução possível dentro dos limites
Para entendermos melhor como é gerado um
do equipamento. Por isso, quando o equipamento
tomograma, primeiro temos que entender como o
permitir a definição exata do campo de visão, o téc-
computador trabalha com a imagem. A imagem que é
nico deverá utilizar o espessômetro para medir o pa-
apresentada ao técnico ou ao radiologista, seja no
ciente e com isso informar ao computador a medida
monitor ou seja no filme, é formado pela diferente
exata.
coloração em níveis de cinza de milhares de pontos.
Assim, como ocorre no televisor, a imagem obtida do
corte da anatomia é na realidade um conjunto de pon-

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12 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

x 0,6835 mm ou uma área de 1,3671 mm x 1,3671


mm. Isto dá uma diferença de 4 vezes entre a menor
(0,467 mm2) e a maior área (1,869 mm2). Logo, pato-
logias menores que 1 mm2 não seriam detectados
com a escolha da resolução maior (opção b).

2.3 RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM

A imagem tomográfica, embora pareça ser a


representação quase perfeita das anatomias do paci-
ente em exame, na realidade é um conjunto de núme-
Figura 2.2. Ilustração representativa do pixel e do ros, transformados em tons de cinza, que informam a
voxel. densidade de cada ponto da anatomia. Como as par-
tes anatômicas possuem densidades distintas, depen-
Porém, devemos lembrar que a imagem apre- dendo das células que a compõem, a informação das
sentada na tela, não representa apenas um corte que densidades acabam formando imagens que, na tela,
separou a anatomia do paciente em duas partes, supe- desenham as várias anatomias do corpo humano.
rior e inferior, ou direita e esquerda. Na realidade, o Para descobrir o valor de densidade de cada
corte realizado no paciente possui uma espessura de ponto interior ao corpo humano, o tomógrafo realiza
alguns milímetros. Logo, a densidade apresentada a medição da atenuação de radiação que o corpo hu-
através do tom de cinza pelo pixel na tela estará re- mano provoca quando atravessado por um feixe de
presentando na realidade, não uma área, mas sim a raios X. Como esta atenuação é realizada por todo o
densidade de um pequeno volume do corpo do paci- corpo, é necessário que se façam várias exposições
ente, conforme ilustra a figura 2.2. Conhecido como em diferentes ângulos. Assim, se obtém uma grande
voxel, este elemento, ou esta quantidade, deve ser do quantidade de dados para que o computador possa
entendimento principalmente do radiologista pois de definir ponto a ponto da imagem qual seu valor de
acordo com os parâmetros utilizados, o tamanho do atenuação, ou de densidade. A transformação desses
voxel irá definir o menor tamanho de patologia a ser valores nos vários níveis de cinza análogos cria uma
identificada. imagem visual da seção transversal da área varrida.
Os valores de atenuação para cada conjunto
Assim, sabendo-se o valor do campo de visão de projeção são registrados no computador e a ima-
e a matriz escolhida, podemos calcular o quanto re- gem tomográfica computadorizada é reconstruída
presenta, ou qual a dimensão de cada pixel. Vejamos através de um processamento computacional com-
os exemplos: plexo. O número finito de valores de atenuação cor-
respondente ao objeto varrido é organizado na forma
a) campo de visão de 24 cm divido por uma de uma matriz ou tabela. Devido a suas capacidades
matriz de 256 x 256 pixels de absorção diferentes, estruturas internas diferentes
⇒ 1 pixel = 240 mm / 256 = 0,9375 mm serão identificáveis na imagem fotográfica. O tama-
nho da matriz da imagem, ou seja, o número de pon-
b) campo de visão de 35 cm divido por uma tos fotográficos calculados, irá implicar no número
matriz de 256 x 256 pixels de projeções individuais. O tamanho da matriz, ou
⇒ 1 pixel = 350 mm / 256 = 1,3671 mm tabela, contudo, também influencia na qualidade da
resolução da imagem. Matrizes maiores, significam
c) campo de visão de 35 cm divido por uma mais pontos e pixel de menor área, o que resulta em
matriz de 512 x 512 pixels mais detalhes. No entanto, implica num esforço
⇒ 1 pixel = 350 mm / 512 = 0,6835 mm computacional maior pelo computador.

d) campo de visão de 45 cm divido por uma 2.3.1. Obtenção dos Dados


matriz de 512 x 512 pixels
⇒ 1 pixel = 450 mm / 512 = 0,8789 mm Varreduras de tempo curto são desejáveis em
tomografias computadorizadas de corpo inteiro, uma
Como podemos ver, o ponto colorido na tela vez que artefatos de movimentos causados pela respi-
pode representar uma área no paciente de 0,6835 mm ração, peristalgia e batimento cardíaco podem ser

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FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA 13
desta forma eliminados. Sistemas de varreduras len- Logo, o que os detectores medem é a quanti-
tas com movimentos alternados e de contra-rotação dade I de radiação que os atinge. Porém, para montar
estão, contudo, sendo substituídos por sistemas de a imagem, o computador calcula o valor da atenuação
rotação contínua, que apresentam tempos mais curtos µ, pois é a diferença entre as atenuações das regiões
de varredura. Por isso, o tempo de realização do e- do corpo que irá gerar o contraste óptico que permite
xame, que em alguns equipamentos pode ser ajustado ao médico encontrar as anatomias e diagnosticar as
pelo técnico, também pode ajudar na melhora da qua- anomalias. Desta forma, aplicando a operação loga-
lidade da imagem. rítmica sobre a equação anterior, obtemos:
Na tomografia computadorizada, a interação
do feixe de fótons com o paciente acontece da mes- 1 Io
ma forma que na radiografia convencional: tecidos µ= ln( ) (2.2)
moles absorvem pouca radiação e geram imagens L I
mais escuras; ossos absorvem muita radiação e pro- O valor de I é medido pelos detetores para
duzem imagens mais claras nos filmes radiográficos. cada posição do tubo de raios X, a cada movimento
Dessa maneira, o que os detetores de radiação fazem de rotação do portal. Io, a quantidade de radiação
é medir a quantidade de raios X ou fótons que conse- emitida pelo tubo, deve ser medida em uma de três
guem atravessar o paciente e atingi-los. formas possíveis:
a) durante o processo de aquecimento do
tubo, no início dos trabalhos do dia, o aparelho faz
Io alguns disparos sem haver paciente dentro do portal.
Conseqüentemente, toda a radiação emitida deverá
I atingir os detetores, a menos das perdas devida a fil-
tração, colimação e obstáculos, como a carcaça do
portal. Porém, esta atenuação é conhecida pelo fabri-
L cante e pode ser facilmente identificada e descontada
(a) dos cálculos;
b) pode ser colocado um detector logo na
No de fótons I saída do cabeçote para medir a radiação emitida pelo
Io tubo a cada novo disparo;
c) um detector é instalado junto aos demais
detetores, porém localizado fora da região de alcance
do paciente, garante que a radiação recebida só tenha
sofrido atenuação do ar. Movendo-se em conjunto
com todos os demais, este detector de calibração po-
de acompanhar as variações da intensidade de radia-
ção que eventualmente possam ocorrer durante o
Espessura L exame.
(b) Da equação da atenuação µ (2.2), podemos
notar que das 4 variáveis, só falta descobrir qual é o
Figura 2.3. A atenuação da radiação por um ma-
valor da espessura L do paciente para que o compu-
terial qualquer está diretamente relacionado com
sua espessura: (a) material radiopaco; (b) gráfico
tador possa montar finalmente a imagem.
que representa a diminuição da intensidade da
radiação com o aumento da espessura. 2.3.2. Cálculo da matriz tomográfica

Conforme podemos ver na Figura 2.3, quanto O valor de L necessário para os cálculos das
maior for a espessura de um determinado material, densidades dos tecidos é dado em conjunto pela ma-
mais a radiação será bloqueada, ou atenuada. Esta triz escolhida e pelo campo de visão determinado
relação na realidade é exponencial, e dada pela equa- pelo técnico. Uma vez conhecidos estes dois valores,
ção: o computador tem condições de determinar cada um
dos valores de atenuação de cada ponto da matriz-
I = I o e − µL imagem.
(2.1) Conforme visto no item 2.2.1, a escolha do
onde I = intensidade do feixe após interação; número de pontos da matriz e o tamanho do campo
IO = intensidade emitida; de visão irão determinar o valor de L para a equação
L = espessura atravessada (em linha reta); 2.2.
µ = coeficiente de atenuação do material. Independente do tipo de tomógrafo utilizado,

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14 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

o resultado de cada corte realizado será uma quanti- e assim por diante. Genericamente, temos:
dade enorme de valores de intensidade de radiação
detectados pelos sensores em cada uma das posições I n = I n −1e − µn Ln (2.6)
de corte. E desta forma, a reconstrução da imagem a Fazendo-se a inclusão da equação 2.4 na e-
partir destas medidas também será o mesmo para quação 2.3, e a equação 2.5 na equação 2.4, e assim
qualquer tomógrafo. A equação fundamental é aquela por diante até o total de fatias, obteremos a equação
apresenta pela equação 2.1. No entanto, com a ajuda da radiação remanescente após a interação coma to-
da figura 2.4, podemos notar que a espessura que a- das as fatias.
tenuará o feixe de fótons é equivalente ao campo de
visão especificado pelo técnico. I = I n = I 0 ( e − µ1 L1 )( e − µ 2 L2 )...( e − µ n Ln ) (2.7)

Io Pela propriedade de associação das potên-


Io cias, podemos simplificar a equação 2.7 para:
Io
L I = I 0e − ( µ1 L1 + µ 2 L2 ... + µ n Ln ) (2.8)
Io
Ix1 Logo, podemos verificar que há a necessida-
de de se determinar não apenas um, mas vários coefi-
Ix2 cientes de atenuação e vários comprimentos ou
Iy2 dimensões para cada uma das fatias.
Iy1
Se retornarmos a equação original 2.1, po-
Figura 2.4. Seção transversal de um objeto divi- demos verificar que ambas são a mesma, desde que
dido em 8 x 8 partes, onde foram incididos 4 fei-
consideremos
xes distintos e avaliada a atenuação provocada.
µL = µ1 L1 + µ 2 L2 + µ 3 L3 + ... + µ n Ln (2.9)
Porém se utilizarmos a equação 2.2 para veri- A partir desta relação podemos concluir que
ficarmos o coeficiente de atenuação do material ire- o valor de L1 a Ln pode ser definido como sendo um
mos apenas calcular um coeficiente total para todo valor único L, definido pelo técnico ao escolher a
comprimento L. Isto significa dizer que os 25 cm de matriz da imagem e o campo de visão. Ou seja, L se-
espessura do paciente, por exemplo, é feito de um rá o comprimento do pixel. Logo a equação 2.9 passa
tecido único e homogêneo. Sabemos que isto não é a ter uma única incógnita:
verdade. Com o auxílio da divisão do corte tomográ-
fico em milhares de pontos pela matriz escolhida, µL = ( µ1 + µ 2 + µ 3 + ... + µ n ) L (2.9)
devemos adaptar as equações 2.1 e 2.2 para o nosso e conseqüentemente,
objetivo.
Se o feixe de fótons irá atravessar, digamos, µ = µ1 + µ 2 + µ 3 + ... + µ n (2.10)
8 regiões de densidades diferentes, então teremos 8 Assim, o valor que o computador calcula ini-
processos distintos de atenuação. A figura 2.5 ajuda a 1 Io
visualizar este processo. cialmente, µ = ln( ) , é a soma das atenuações
L I
µ1 µ2 µ3 µ4 µ5 µ6 µ7 µ8 parciais provocada por cada fatia (eq. 2.11). Inicial-
IO I mente, o computador considera os valores de atenua-
I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 ção todos iguais (eq. 2.12), já que a informação que é
medida corresponde a soma de todas as atenuações
L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 parciais.
Figura 2.5. Detalhe de uma das colunas da seção µn = µ (2.11)
transversal apresentada na figura 2.4. N
µ1 = µ 2 = µ 3 = ... = µ n (2.12)
Assim, equacionando para cada uma das fati-
as a relação entre a radiação incidente e a radiação Para descobrir quanto vale cada atenuação
remanescente, teremos: individual, o que irá gerar o contraste na imagem, o
computador precisa realizar o cálculo para várias pro-
I1 = I 0 e − µ1L1 (2.3) jeções diferentes. Ou seja, a ampola e os detectores
terão que girar em torno do paciente e ter
I 2 = I 1e − µ2 L2 (2.4) conhecimento das atenuações provocadas por vários
ângulos de incidência.
I 3 = I 2 e − µ3L3 (2.5) Medidas adicionais de diferentes vistas espa-

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FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA 15
ciais (ângulos de varredura) são necessárias para a com as devidas ponderações devido a angulação, o
determinação dos valores de absorção individuais computador chegará a uma matriz de imagens pare-
(um total de N x N, por exemplo, 8 x 8 projeções nes- cida com esta:
te exemplo). Para a realização efetiva da tomografia
computadorizada, o número e a qualidade dos dados
15 15 15
de cada elemento individual, ou seja, o grau da reso-
lução espacial, aumenta na proporção do número de 15 12 15
medidas de atenuação tomadas de diferentes ângulos.
15 15 15

Figura 2.8. Resultado processado pelo computa-


2.4 CONFECÇÃO DA MATRIZ DA dor.

IMAGEM Este valor não é muito parecido com os valo-


res originais do objeto, porém podemos detectar que
no meio da imagem há uma atenuação diferenciada
Uma vez que o computador obtenha uma lis-
na peça. Assim, podemos dizer que o objeto possui
ta de valores com todas as atenuações medidas pelos
um centro diferenciado da periferia. Claro que o e-
sensores, começa um complexo processo computa-
xemplo é muito simples, mas podemos verificar a
cional matemático para que se identifique o valor da
importância da obtenção de várias informações, ou
densidade ou da atenuação em cada pixel da imagem
seja, a necessidade da ampola girar e realizar nova
a ser gerada.
inicdência. Assim, se o procedimento for feito em
Para explicarmos este processo, vamos ima-
toda a volta (360o) a qualidade da imagem será muito
ginar que estejamos realizando a tomografia da peça
melhor do que a apresentamos no exemplo.
apresentada na figura 2.6. Os valores apresentados
em cada região correspondem aos coeficientes da-
quela região (µn). 2.4.1. Valores de Densidade

Para cada elemento de volume é dado um va-


12 12 12 lor numérico, ou seja um valor de atenuação, que
corresponde a quantidade média de absorção de radi-
12 0 12 ação daquele tecido representado no pixel. A densi-
12 12 12
dade na tomografia computadorizada é diretamente
proporcional (relação linear) com o coeficiente de
Figura 2.6. Matriz exemplo de reconstrução. atenuação, uma constante do tecido influenciado por
muitos fatores. O coeficiente de atenuação quantifica
Quando o computador receber as informa- a absorção da radiação X. Após a calibração interna
ções será as seguintes, para 4 incidências, duas per- do tomógrafo, a densidade do tomograma computa-
pendiculares e duas a 45o : dorizado da água é ajustada para 0, e a densidade do
ar para -1.000 unidades Hounsfield (Hounsfield units
ou simplesmente HU).

2.4.2. Escala Hounsfield de Densidade


48 16 16 16 Em tomografia computadorizada, os valores
de atenuação são medidos em unidades Hounsfield
32 16 0 16 (HU). O valor de atenuação do ar e da água (definido
48
como -1000 HU e 0 HU, respectivamente) represen-
16 16 16
8 tam pontos fixos na escala de densidade do TC e
24 mantêm-se inalterados mesmo com a variação da
48 32 48 32
32 tensão do tubo.
24 Dependendo da radiação efetiva do aparelho
8
de varredura, a relação da atenuação dos diferentes
Figura 2.7. Valores obtidos pelos sensores para tipos de tecidos com a água irá variar. Os valores de
cada coluna. densidades listados na literatura devem portanto ser
considerados como simples indicações ou pontos de
Colocando todos estes números na matriz, referência, e não como valores absolutos para um

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16 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

determinado tecido ou órgão.

Tipo de tecido Valor médio (HU) Dispersão


Ósseo (compacto) > 250
Ósseo (esponjoso) 130 ± 100
Tiróide 70 ± 10
Fígado 65 ± 5 45 a 75
Músculo 45 ± 5 35 a 50
Baço 45 ± 5 35 a 55
Linfoma 45 ± 10 40 a 60
Pâncreas 40 ± 10 25 a 55
Rim 30 ± 10 20 a 40
Gordura -65 ± 10 -80 a -100
Fluidos Valor médio (HU)
Sangue (coagulado) 80 ± 10
Sangue (venoso) 55 ± 5
Plasma 27 ± 2
Suor (> 30 g proteína/l) > 18 ± 2
Transpiração (< 30 g proteína/l) < 18 ± 2
Solução 12 ± 2

2.4.3. Densitometria

A disposição dos detectores no anel de var-


redura facilita as medições quantitativas de densidade
em áreas selecionadas livremente no objeto sob teste
(regiões de interesse). O número de TC, ou unidade
Hounsfield, representa a média aritmética de todos os
valores de atenuação medidos num volume elementar
individual. A imagem sozinha em nível de cinza de
um objeto varrido fornece algumas informações da
densidade relativa (radiodensidade) da estrutura pre-
sente na imagem. Através da comparação com os te-
cidos circundantes, a estrutura pode ser descrita
como isodensa (mesma densidade), hipodensa (baixa
densidade) ou hiperdensa (alta densidade). Em ór-
gãos parencmatosos como o cérebro, fígado, rins e
pâncreas, o valor de atenuação dos tecidos circundan-
tes sadios é normalmente usado para comparação. Os
números de TC na faixa da água são descritos como
água-densos, aqueles na faixa da gordura como gor-
dura-densos, e aqueles na faixa dos músculos, como
músculo-densos.

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17 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

+ 1000

Osso (substância compacta)


+ 900
FAIXA DE –100 HU A 100 HU AMPLIADA
+ 800 + 100

+ 90
+ 700
Sangue
+ 80
coagulado
+ 600
+ 70 SD

+ 500
+ 60
Figado Sangue
completo
+ 400 + 50
Baço Músculo
+ 40 Pancreas
Osso (substância

+ 300
esponjosa)

+ 30 Rim Tecido

+ 200 Suor Gorduroso


+ 20 transpiração Misto

+ 100 Solução
+ 10

0 Água
dura
Gor-

- 10
- 100
- 20
- 200
- 30
Tecido
- 300
- 40
Gorduroso

- 400 - 50
Misto
- 60
- 500
- 70
Tecido do

- 600
pulmão

- 80

- 700
- 90 Gordura

- 800 - 100

- 900

Ar - 1000

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2.5 VARIAÇÃO DA IMAGEM Vejamos dois exemplos de janela e a visuali-
zação da conversão de HU para cinza:
Ex. 1: valor central = 200 HU largura =
Os valores de atenuação para reconstrução da 1400 HU
imagem, variando de -1000 HU a +1000 HU, são cada nível de cinza representa 5,5 valores
convencionalmente mostrados numa correspondência HU
com vários níveis de cinza. Contudo, o olho humano
normalmente só pode distinguir entre 20 e 30 tons Ex. 2: valor central = 1000 HU largura =
diferentes. Se toda a escala de densidade de 2000 HU 400 HU
fosse apresentada em uma única imagem, o médico cada nível de cinza representa 1,5 valores
radiologista seria capaz de distinguir apenas um tom HU
de cinza dentro da faixa de diagnóstico de importan-
tes tecidos moles (a faixa entre –100 HU e 100 HU
seria vista pelo radiologista como uma mancha só).
Ele não poderia visualizar todas as nuanças densito-
métricas mensuráveis pelo computador, e importan-
tes informações para o diagnóstico seriam perdidas.
A janela da imagem foi então desenvolvida
como uma forma de produzir contrastes vívidos
mesmo em diferenças densiométricas suaves. O con-
ceito da janela torna possível a expansão da escala de
cinza (largura da janela - window width) de acordo
com uma faixa arbitrária de densidades. Valores de
atenuação acima do limite superior da janela apare-
cem com tom branco, e aqueles abaixo do limite infe-
rior são apresentados em preto. O nível ou centro da
janela (window center) determina o centro da escala
de densidades, ou seja, quais estruturas e órgãos são
representados com os níveis intermediários de cinza.
Os ajustes da janela devem ser realizados de acordo
com as estruturas a ser diagnosticado. Janelas estrei-
tas proporcionam uma imagem de alto-contraste, no
entanto, há o perigo de estruturas fora da faixa da
janela podem ser inadequadamente apresentadas ou
mesmo, não serem percebidas. Com ajustes de janela
mais amplos, diferenças pequenas de densidades apa-
recem homogeneamente são, assim, mascarados. A
resolução é desta forma reduzida.

- 1000 - 500 200 900 Unidades Hounsfield 3095

0 0 128 255 Escala de cinza 255


(a)
- 1000 800 1000 1200 Unidades Hounsfield 3095

0 0 128 255 Escala de cinza 255


(b)
Figura 2.5. Representação gráfica do janelamento. Note que os valores fora da janela são todos
convertidos numa única cor (branco ou preto). (a) exemplo 1; (b) exemplo 2.

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3. OPERAÇÃO DO TOMÓGRAFO

3.1 INTRODUÇÃO Exel 2000 sprint e Twin Scan

Diferentemente do que ocorre com o equi-


pamento de raios X convencional, na Tomografia
Computadorizada, o técnico trabalha muito mais na
obtenção da imagem para diagnóstico, ou seja, no
console de comando, do que no posicionamento do
paciente. Apenas para lembrar, cada anatomia do
corpo humano exige uma posição diferente na reali-
zação do exame por raios X convencional. Já com a
tomografia, o paciente permanece sempre na posição
deitada. Devido aos inúmeros recursos que a Tomo-
grafia Computadorizada disponibiliza para o exame
de lesões e anomalias em estruturas e órgãos do cor-
po humano, o console de comando de um tomógrafo
(a)
é bem mais complexo quando comparado com o con-
sole de aparelho radiográfico convencional.

(b)

Figura 3.3. O console de comando do Elscint re-


Figura 3.1. Console de comando do equipamento
sume-se a um teclado padrão de computador,
Toshiba. (cortesia Hosp. Celso Ramos - Florianópolis)
mouse e tela do computador: a) Tela do compu-
tador onde, através do mouse, são selecionadas
Cada fabricante, ou mesmo séries diferentes as funções; b)console com botão de emergência
de equipamentos de um mesmo fabricante, tem a sua e para comunicação com o paciente; ao fundo,
forma particular de disponibilizar para o técnico os comando da processadora laser. (cortesia Hospi-
diversos comandos e recursos necessários para a ope- tal Mun. São José - Joinville)
ração do Tomógrafo. Com exceção de um ou outro
recurso mais sofisticado, normalmente vendido sepa-
radamente pelo fabricante, todo Tomógrafo Compu-
tadorizado possui a mesma forma de operação e
manipulação das imagens muito parecidas entre si. A
seguir, veremos a descrição da Mesa de Operação e
por conseqüência, dos recursos disponíveis nos to-
mógrafos da marca Elscint, mais especificamente, o

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20 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

de uma forma, ou de outra, os comandos e recursos


que aqui serão apresentados para este console padrão
com certeza estarão disponíveis nos consoles de to-
dos os tomógrafos. Será apenas uma questão de veri-
ficarmos onde e com qual designação foram
colocados pelo fabricante.

MONITOR
DE IMAGEM

MONITOR
COMPUTADOR
DE DADOS
Figura 3.2. Console de comando do equipamento
Elscint Exel 1800. (cortesia Hosp. Reg. Hans Schimidt -
Joinville)

TECLAS
3.2 CONSOLE DE OPERAÇÕES DE COMANDO

Figura 3.4. Console de comando do Elscint Twin


Praticamente todo o exame de tomografia Scan. (cortesia Hospital Dona Helena - Joinville)
computadorizada é "realizado no console" da mesa
de operação. Após o posicionamento do paciente na Nas próximas seções, detalharemos cada um
mesa de exames e o alinhamento da mesma com o dos grupos de teclas e suas respectivas funções.
portal, o técnico se dirige para o console de comando
onde então poderá definir os parâmetros e executar o
exame tomográfico. A seguir, podemos ver um con-
sole padrão de um tomógrafo. Nele podemos notar a 3.3 CONTROLE DE MENU
existência de 9 agrupamentos distintos de teclas, a-
lém de dois dispositivos rotacionais especais. Cada
fabricante pode eventualmente reposicionar os gru- As teclas de controle de menu são utilizadas:
pos de teclas ao longo do console, ou mesmo acima a) durante a pesquisa de um determinado pa-
dele, junto ao monitor. Porém, deve-se verificar que, ciente nos exames arquivados;

3 4 5 6 7

SCAN CONTROL SCAN PROTOCOLS DATA HANDLING PROCESSING IMAGE GRAPHICS WINDOW CONTROL TRACKBALL CONTROL

8
9
WIDTH CENTER

1 2

c Teclado Alfanumérico
d Teclas de Controle de Menu h Teclas de processamento
e Teclas de Controle de Varredura i Teclas de gráficos da imagem
f Teclas do Protocolo de Varredura j Controle da janela
g Teclas de Manipulação de Dados k Controle do trackball

Figura 3.5. Diagrama típico de um console de comando de TC onde se verifica que as funções são
acessíveis através de teclas agrupadas em locais definidos do console.

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OPERAÇÃO DO TOMÓGRAFO 21
b) na apresentação da lista de imagens de um 3.4 CONTROLE DE VARREDURA
determinado paciente;
c) na inserção ou verificação do protocolo de
varredura; Com este conjunto de teclas pode-se ativar e
d) para selecionar as imagens a serem exibi- controlar a seqüência de cortes/varreduras que serão
das ou arquivadas; feitas no paciente. Normalmente são operadas em
e) mudanças no protocolo de varredura, etc. conjunto coma as teclas de Protocolos de Varreduras.
Cada tecla possui uma pequena luz que indica que o
comando foi aceito e permanece ligado enquanto o
CONT ESC comando estiver ativado. Assim, o técnico sabe visu-
almente o procedimento que está realizando e qual
PAGE
teclas estão disponíveis no momento.
HOME
UP

PAGE START SURVW REPEAT AUTO


END STUDY PLAN SCAN SCAN
DOWN

STOP CON- VOICE/ MANUAL


PRINT
SEQ TRAST FILM SCAN

*
(a)
← ↓ →
START DYN SURVW AUTO
STUDY STUDY PLAN SCAN
Figura 3.6. Botões de movimentação do cursor e
do menu de opções.
STOP CON- HOLD MANUAL
SEQ TRAST STORE SCAN
Descrição das Teclas

CONT (continuation - CONTINUAÇÃO) - (b)


serve para indicar que você já acabou algum proce-
dimento/preenchimento e deseja passar para o passo Figura 3.7. Botões de controle e definição da var-
seguinte, ou quer continuar a executar algum coman- redura: a) modelo Twin Scan; b) modelo Exel
2000 sprint.
do previamente interrompido ou suspenso.
ESC (escape - ESCAPE) - tecla para abortar
START STUDY (start study- INICIAR
uma ação ou comando, também serve tara voltar para ESTUDO) - inicia o processo de varredura, que con-
a informação anteriormente exibida na tela
siste na inclusão dos dados do paciente. Após a in-
HOME (home - INÍCIO) - tecla que faz o
serção dos dados, seleciona-se o protocolo
cursor ir para o início da página ou linha
apropriado. Os cortes são realizados pelo pressiona-
PAGE UP (page up- PÁGINA ANTERIOR) -
mento ou da tecla MANUAL SCAN ou de AUTO SCAN.
tecla que faz mostrar a página anterior, ou a lista an- MANUAL SCAN scan-
(manual
terior à que se está exibindo VARREDURA MANUAL) - faz cada corte individual-
END (end - FIM) - tecla que faz o cursor ir
mente.
para o final da página ou linha AUTO SCAN (auto scan- VARREDURA AU-
PAGE DOWN (page down- PRÓXIMA PÁ-
TOMÁTICA) - faz todos os cortes programados sem
GINA) - tecla que faz mostrar a página seguinte, ou a
necessidade de nova intervenção do operador.
seqüência da lista que se está exibindo. STOP SEQ (stop sequence - PARAR SE-
PRINT ∗ (print - IMPRIMIR) - juntamente QÜÊNCIA) - interrompe a seqüência em andamento.
com a tecla SHIFT, permite que os dados do monitor SURVW PLAN (surview plan - PLANO DE
alfanumérico sejam impressos em papel. PREVISÃO ou VISÃO GERAL) - permite o planeja-
TECLAS DE CURSOR ↑ ← ↓ → - ser- mento da seqüência de cortes a serem realizados em
vem para mover o cursor uma linha acima ou abaixo, cima de uma imagem parcial do corpo do paciente.
uma letra a direita ou à esquerda. Também permite ver o plano após sua execução.
REPEAT SCAN (repeat scan - REPETIR
VARREDURA) - retorna a mesa para a posição inicial
e prepara o equipamento para realizar de novo um
corte ou uma série de cortes.

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22 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

CONTRAST (contrast- CONTRASTE) - é adicionais podem ser selecionados a partir das teclas
usado para marcar os cortes que foram realizados ADD HEAD (adicionar crânio) ou ADD BODY
após a injeção de material contrastante. As imagens (adicionar corpo) que apresentarão um menu com
são marcados com a letra C. Em Estudos Dinâmicos mais opções de parâmetros. Para o Exel 2000, existe
a tecla ativa um relógio para a medida do intervalo de apenas mais 15 opções de protocolos ao teclar-se
tempo desde a injeção e o último corte. Este tempo é ADD PROT (adicionar protocolo). A tecla Helix
registrado nas imagens junto com a letra C. permite o acesso aos protocolos especiais para a to-
VOICE/FILM (voice/film - mografia helicoidal.
VOZ/FOTOGRAFAR) – ativa ou cancela as instruções Cada protocolo inclui parâmetros de varredu-
de VOZ, que consiste num conjunto de instruções ra e de reconstrução e opções de arquivamento. No
pré-gravadas (do tipo inspira/expira) que são transmi- entanto, sempre que um protocolo está disponível no
tidas ao paciente de forma automatizada com o exa- Monitor de Dados, o operador poderá modificar os
me (opcional); ou ativa ou cancela o processo de valores dos parâmetros de acordo com a requisição,
impressão/fotografia automática após cada corte (op- ou selecionar um protocolo diferente, e finalmente,
cional). iniciar o procedimento de varredura. A tecla marcada
com asterisco ( ∗ ) é usada para modificar o protoco-
Modelo Exel 2000 sprint (teclas diferencia- lo corrente.
das) Cada um dos protocolos pode ser alterado
DYN STUDY (dynamic study - ESTUDO DI- pelo operador que deve ir ao menu MISC (miscelâ-
NÂMICO) - retorna a mesa para a posição inicial e nea) e escolher a opção GENERATE SCAN
prepara o equipamento para realizar de novo um cor- PROTOCOLS (gerar protocolos de varredura).
te ou uma série de cortes.
HOLD STORE (hold sore - MANTER
ARQUIVAMENTE) - habilita o ajuste do número de
janelas para fotogramento automático.
3.6 MANIPULAÇÃO DE DADOS

Os dados disponíveis para armazenamento


3.5 PROTOCOLOS DE VARREDURA no disco rígido ou CD-ROM regravável (disco ópti-
co) são os arquivos brutos (dados de absorção de
Raio-X antes da reconstrução) e imagens. Arquivos
Aqui se encontram as teclas de uso rápido de dados brutos podem ser armazenados no disco ou
onde estão memorizadas as principais técnicas utili- no CD-ROM regravável (opcional). As imagens po-
zadas mais comumente no dia-a-dia dos exames com dem ser gravadas no disco, disquetes e cartuchos de
tomografia computadorizada. Disco Óptico Apagável (CD-ROM regravável).

HEAD HEAD HEAD HEAD CERVIC SURVW ADD


HELIX
P.F. STD COR PED SPINE HEAD HEAD ARCH ARCH STORE
DIR XFER IMAGE

THORX
BODY
LARGE
BODY
BODY
PED
SPINE
SURVW
BODY
ADD
BODY ∗
PAT CLEAR
FILM
CAT ARCH
(a)

HEAD HEAD HEAD HEAD CERVIC SURVW ADD Figura 3.9. Botões de manipulação de dados.
EAR
P.F. STD COR PED SPINE HEAD PROT

ARCH DIR (archive diretory- DIRETÓRIO


ORBIT
BODY
350
BODY
420
BODY
PED
ORTHO SPINE
SURVW
BODY ∗ DE ARQUIVOS) - permite recuperar as imagens para o
Monitor de Imagens e os dados brutos para a memó-
(b) ria.
ARCH XFER (archive transfer- TRANSFE-
Figura 2.8. Botões de definição
RÊNCIA DE ARQUIVOS) - facilita a transferência de
dos protocolos de varredura: a)
modelo Twin Scan; b) modelo
imagens entre arquivos.
Exel 2000 sprint. STORE IMAGE (store image- ARQUIVAR
IMAGEM) - salva a imagem corrente do Monitor nos
Os tipos de varredura mais utilizados estão arquivos.
marcados nas próprias teclas. Protocolos, ou técnicas, PAT CAT (patient catalog - CATÁLOGO DO

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OPERAÇÃO DO TOMÓGRAFO 23
PACIENTE) - permite a visualização e eliminação das MULTI FORM (multiple format -
informações do paciente que estão armazenadas em FORMATO MÚLTIPLO) - permite a exibição de múl-
disco. Também permite que as informações do paci- tiplos cortes no Monitor de Imagem (2, 4, 6, 9, ou 20
ente sejam guardadas ou recuperadas dos disquetes. imagens). As imagens podem ser ampliadas e ajusta-
CLEAR ARCH (clear archive- LIMPAR das na janela de cinza de forma individual ou coleti-
ARQUIVO) - permite a eliminação de cortes específi- va.
cos de arquivos, apagamento completo de arquivos e LEAF (leafing - FOLHEAR) - mostra as ima-
a formatação de disquetes. gens de paciente atual (ou imagens recuperadas dos
FILM (film - FOTOGRAFAR) - permite foto- arquivos) em tempo real. A troca das imagens é feita
grafar a imagem apresentada ou um conjunto de ima- com o uso do trackball.
gens dos arquivos. OBLIQ (oblique - OBLÍQUO) - é usado para
reformatar a imagem nos planos coronal, sagital e
oblíquo.
STOP BKGD / STOP COMM (stop back-
3.7 PROCESSAMENTO DA IMAGEM ground / stop communication - PARAR TRANSMIS-
SÃO) - interrompe a comunicação com o console
remoto para uma operação mais eficiente do console
As Teclas de Processamento ativam uma va- principal.
riedade de programas de pós-processamento que me- 3D SOFT (3D soft - 3D SUAVE) (opcional) -
lhoram a utilidade para diagnóstico do TC. Elas permite a reconstrução tridimensional e manipulação
também ativam funções auxiliares para ajuste, teste e da imagem interativamente pelo usuário. A ana-
calibração do TC. tomia pode ser ampliada e vista de qualquer perspec-
tiva. Superfícies tridimensionais podem ser cortadas
e os valores de atenuação sobrepostos na superfície
ZOOM MULTI ZOOM MULTI cortada. 3-D Multi-tecido (opcional) habilita a re-
FORM FORM construção e manipulação de até 7 órgãos e tecidos.
POST PROC (post processing - PÓS-
LEAF OBLIQ LEAF OBLIQ
PROCESSAMENTO) - esta tecla permite acessar as
funções de pós-processamento, que são:
¾COMBINE IMAGES (combinar ima-
STOP 3D STOP 3D
gens) - usado basicamente para comparar
COMM SOFT BKGD SOFT imagens similares;
¾INVERT IMAGES (inverter imagem) -
POST PRINT POST ANGIO espelha a imagem de cima para baixo ou
PROC SCRN PROC CT
da esquerda para a direita para uma in-
terpretação clinica mais fácil ou devido
RECON CAL RECON CAL
ao posicionamento não padrão do pacien-
te.
¾TLCT (time lapse computed tomograph -
tomografia computadorizada com inter-
TESTS MISC TESTS MISC
valo de tempo) – define tempos fixos pa-
ra que os cortes sejam realizados,
IMAGE IMAGE dispensando o operador de processar ca-
HELP HELP
PARAM PARAM da corte separadamente; utilizado quanto
há movimento do paciente ou anatomia
PREV NEXT PREV NEXT ou com exames contrastados.
IMAGE IMAGE IMAGE IMAGE ¾IMAGE ENHANCEMENT (melhoria da
imagem) para suavizar a imagem ou a-
centuar as bordas das falhas anatômicas.
(a) (b)
¾RELATE (relacionar) é usado para corre-
Figura 3.10. Botões de processamento da ima- lacionar características nas imagens to-
gem: a) modelo Twin Scan; b) modelo Exel 2000 mográficas com a correspondente
sprint. imagem do plano de varredura.
¾STEREOTAXIS (eixos estéreos) permite
ZOOM (zoom - AMPLIAR) - permite o contí- o posicionamento de até 15 marcadores
nuo aumento e deslocamento da imagem para uma sobre a imagem com suas respectivas
inspeção conveniente dos detalhes anatômicos.

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24 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

coordenadas para facilitar o planejamen- DELETE OVRLY (delete overlay -


to de cirurgias esterotácicas. ELIMINA SOBREPOSIÇÃO) - elimina a sobreposição e
¾BMA (bone mineral content - conteúdo apaga todos os gráficos e suas informações.
mineral do osso) ajuda no cálculo do DELETE GRAPH (delete graph - ELIMINA
conteúdo mineral do osso na coluna GRÁFICO) - elimina qualquer gráfico específico. Pri-
lombar após um exame BMA (opcional). meiro aperta-se esta tecla e depois a tecla do tipo de
¾DENTACT (opcional) auxilia na produ- gráfico que se quer eliminar.
ção de imagens para uso no planejamen- INVERT OVRLY (invert overlay - INVERTE
to de implantação de próteses dentárias. SOBREPOSIÇÃO) - muda a cor dos gráficos de branco
¾PRINT ROI CONTENTS (imprimir con- para preto e vice-versa.
teúdos de áreas de interesse) envia para PROFIL (profile- INFORMAÇÕES) - desenha
um impressora (opcional) os valores de um gráfico com os valores de atenuação de uma linha
atenuação da área de interesse definido definida pelo usuário na imagem.
pelo usuário. TEXT (text- TEXTO) - permite a colocação
de texto/anotação em qualquer lugar da imagem.
RECON (reconstruction - RECONSTRU- ON/OFF SURVW (on/off surview-
ÇÃO) - reconstrói arquivos brutos com deslocamento LIGA/DESLIGA PLANO) - temporariamente apaga a
X e Y definidos pelo usuário, além de fatores de am- imagem miniatura do plano de previsão.
pliação, matriz e filtro. HISTOGRAM (histogram- HISTOGRAMA) -
CAL (calibration- CALIBRAÇÃO) - é usado desenha o gráfico da ocorrência dos valores de ate-
para a calibração diária do sistema. nuação em uma região de interesse definida pelo
TESTS (tests - TESTES) - chama os progra- usuário.
mas de serviço para avaliar o desempenho do tomó- CURSR LINE / LINE 1 / LINE 2 (cursor
grafo. Só pode ser usado por pessoal qualificado da line - CURSOR EM LINHA) - são usadas para rapida-
Elscint. mente medir as atenuações, distâncias e ângulos.
MISC (miscellaneous - MISCELÂNEA) - REV IMAGE (revert image - INVERTE
chama um menu com várias opções de ajustes. IMAGEM) - inverte todas as cores da imagem, o bran-
IMAGE PARAM (image parameters- PA- co passa a preto e vice-versa. Faz o negativo da ima-
RÂMETROS DA IMAGEM) - mostra os parâmetros da gem.
imagem incluindo detalhes do paciente, fatores da ROI / ROI 1 / ROI 2 (region of interest -
técnica e parâmetros de reconstrução no Monitor de REGIÃO DE INTERESSE) - desenha elipses ou retân-
Imagem. gulos definindo regiões de interesse e imediatamente
HELP (help- AJUDA) - providencia instru- calcula e apresenta a área, a atenuação média e o
ções para operação da função atualmente em uso. desvio padrão da região definida. Estes valores apa-
PREV IMAGE (previous image- IMAGEM recem do lado esquerdo da imagem sob a seguinte
ANTERIOR) - tecla usada para ver a imagem anterior. nomenclatura:
NEXT IMAGE (next image- PRÓXIMA [ AR ]: área da região de interesse em mm2.
IMAGEM) - tecla usada para ver a imagem seguinte. [ AV ]: média dos valores de atenuação da
imagem na região de interesse.
[ SD ]: desvio padrão dos valores de atenua-
ção na região de interesse.
3.8 GRÁFICOS SOBRE A IMAGEM Nota: os pixeis sobrepostos pela linha limite
da área são incluídos nos cálculos acima.
ROI SHAPE (region of interest shape -
Neste grupo de teclas encontramos várias FORMATO DA REGIÃO DE INTERESSE) - troca o for-
funções que ajudam na função de extrair da imagem mato do desenho entre elíptico e retangular e vice-
as informações para um correto diagnóstico. Estas versa.
funções envolvem tanto a inserção de marcas, textos IRROI (irregular region of interest - REGI-
e números sobre uma área da imagem quanto a ob- ÃO DE INTERESSE IRREGULAR) - gera contorno fe-
tenção de informações adicionais da imagem ou de chado em torno de qualquer acidente anatômico na
um região específica, além de permitir a visualização imagem, calculando e apresentado a área, média da
da imagem em condições especiais. atenuação e desvio padrão da região fechada.
HIGHLIGHT (highlight- DESTAQUE) - colo-
ON/OFF OVRLY (on/off overlay - re de branco um faixa de valores de atenuação defi-
LIGA/DESLIGA SOBREPOSIÇÃO) - temporariamente nida pelo usuário.
apaga a sobreposição dos gráficos sobre a imagem. ARROW (arrow- FLECHA) - permite a colo-

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OPERAÇÃO DO TOMÓGRAFO 25
cação de até 9 setas na imagem para assessorar na 3.9 CONTROLE DA JANELA
identificação de características anatômicas.
ANGLE (angle- ÂNGULO) – permite medir o
ângulo entre duas retas. Como sabemos, as imagens são obtidas a
DUAL WINDW (dual window- JANELA partir da digitalização dos valores de atenuação rece-
DUPLA) - simultaneamente apresenta duas faixas in- bidos pelo detetor de raios X, numa escala entre -
dependentes de valores de atenuação na mesma ima- 1000 a 3095 unidades Hounsfield. No entanto, a exi-
gem, tal como a janela de pulmão e de mediastino. bição no Monitor é realizada em níveis de cinza, nu-
PART WINDW (partial window - JANELA ma escala entre 0 e 255, ou seja, 256 tons distintos.
PARCIAL) - permite que as janelas sejam ajustadas Este processo é chamado de janelamento, e consiste
separadamente para cada imagem numa apresentação em determinar a correspondência entre os tons de
multi-formato. cinza e as unidades de Hounsfield. Para tanto, a jane-
KEEP WINDW (keep window - MANTER la (window em inglês) é descrita com dois valores
JANELA) - permite recuperar uma imagem do arquivo distintos:
e exibi-la com os padrões de janela atuais, e não com • valor central (center ou level em inglês)
os valore salvos. - indica qual valor em unidades Hounsfi-
SCALE (scale- ESCALA) - desenha escalas eld será representado no monitor pelo
graduadas de qualquer forma, segundo os parâmetros tom de valor 127 (cinza médio). Este va-
do usuário, que podem ser colocadas em qualquer lor pode ser escolhido entre -1000 e
lugar da imagem para medir distância ou escalamen- 3095.
to. • largura (width em inglês) - indica a fai-
xa de unidades Hounsfield que será a-
brangida pelo 256 tons de cinza. O valor
ON/OFF
OVRLY
DELETE
OVRLY
DELETE
GRAPH
ON/OFF
OVRLY
DELETE
OVRLY
DELETE
GRAPH
deve estar entre 1 e 4095.

INVERT PROFIL TEXT INVERT PROFIL TEXT


Para facilitar a escolha dos valores da janela,
OVRLY OVRLY estão disponível 6 botões com valores pré-definidos
para cérebro (brain), fossa posteior (p.f.), osso (bo-
ON/OFF HISTO CURSR ON/OFF HISTO CURSR ne), abdome (abdom) e coluna (spine). A tecla ∗
SURVW GRAM LINE SURVW GRAM LINE 1
permite acessar outros parâmetros definidos pelo u-
ROI
suário.
REV
IMAGE
SHAPE
ROI REV
IMAGE
CURSR
LINE 2
Os botões giratórios permitem alterar os va-
lores de largura (width) e central (center) para que a
HIGH ARROW HIGH
ROI
ROI 1
imagem apresente maior qualidade. Os valores cor-
LIGHT LIGHT
SHAPE
rentes de largura e centro da janela são apresentados
no canto inferior direito do monitor junto as letras W
DUAL SCALE ANGLE DUAL ROI 2 e L.
WINDW WINDW

PART
WINDW
GRID IRROI PART
WINDW
GRID IRROI BRAIN P.F. BONE LUNG ABDOM SPINE

KEEP SCRN ACTIV KEEP SCALE ARROW
WINDW ORG GRAPH WINDW WIDTH CENTER

(a) (b)
Figura 2.11. Botões de inserção de gráficos: a)
modelo Twin Scan; b) modelo Exel 2000 sprint.

GRID (grid - GRADE) - exibe um gra-


de/quadriculado preto sobre branco para facilitar as
medições do filme, ou superpõe na imagem uma gra-
de branca. O espaçamento é definido pelo operador. Figura 3.13. Controles da janela da imagem. Bo-
tões com parâmetros pré-definidos e botões gira-
SCRN ORG (screen organization - ORGA-
tórios para ajuste manual.
NIZAÇÃO DA TELA) -.
ACTIV GRAPH (active graphic - ATIVA
GRÁFICO) -.

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26 Parte 5 – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

3.10 CONTROLES DO TRACKBALL

O trackball é o substituto do mouse usado


com o computador comum. Ao deslocá-lo, estaremos
realizando a movimentação de objetos na tela, tro-
cando opções de menu, alterando a posição da ima-
gem no monitor, etc. Ele pode executar estas
operações sobre textos, setas, cursores, regiões de
interesse e outros gráficos em conjunto com as teclas
de Gráfico. As teclas que o acompanham permite rea-
lizar alterações tanto nos Gráficos quanto na própria
imagem anatômica.
ROT (rotate- ROTAÇÃO) - permite que, ao
girar do trackball, a imagem ou gráfico sejam rota-
cionados de um ângulo qualquer.
SIZE (size - TAMANHO) - permite que, ao gi-
rar do trackball, o tamanho da imagem ou de uma
área de interesse, por exemplo, sejam ampliadas ou
diminuídas.
MOVE (move - MOVER) - permite realocar a
imagem na tela ou um gráfico sobre a imagem.
FIX (fix - FIXAR) - informa ao computador
que um determinado comando foi encerrado, evitan-
do que o manuseio acidental do trackball altere um
movimento ou ampliação já completados.

ROT SIZE MOVE FIX

Figura 3.14. Trackball e botões que funcionam


em conjunto com ele.

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4. BIBLIOGRAFIA

BUSHONG, Stewart C. Radiologic science for technologists: physics, biology, and protection. 6 ed.
Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1997, 600 pp.
EISENBERG, Ronald L. Radiology: an illustrated history. Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1992, 606
pp.
HOXTER, Erwin A. Introdução a técnica radiográfica. Siemens AG - Editora Edgard Blücher Ltda. São
Paulo 1977, 223 pp.
KODAK. Fundamentos de Radiografia. Eastman Kodak Company, Estados Unidos 1980, 128 pp.
Manuais de Fabricantes: Philips, General Electric e Siemens.

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