Tintas para Fundição
Tintas para Fundição
Tintas para Fundição
INTRODUO
As tintas aplicadas em moldes e machos em fundio atuam sobre as superfcies dos mesmos facilitando alcanar as
qualidades desejadas nas peas fundidas. Elas quase sempre servem para proporcionar uma face de molde ou macho
mais lisa e mais resistente agresso representada pelo metal lquido, diminuindo a rugosidade nas peas fundidas e
evitando eventuais reaes decorrentes do contato direto da face do molde com o metal lquido ou seus produtos de
oidao. Em certas situaes, no entanto, usam!se tintas cuja "nica funo # condicionar a atmosfera do molde e
que de modo algum evitam o contato direto do metal lquido com as faces do molde ou macho.
As tintas de fundio mais simples consistem, geralmente, de materiais s$lidos em suspenso em algum meio de
disperso %veculo& lquido e, dependendo de sua viscosidade, so aplicadas sobre a superfcie de moldes e machos
por pincelamento, asperso, imerso, lavagem ou espatulao.
'o se tem informao sobre o incio do seu emprego. (s primeiros estudos sistem)ticos relativos a tintas de
fundio foram publicados a partir dos anos *+,-. 'essa #poca apareceram as primeiras tintas comerciais base de
.irconita, que logo encontraram espao na fundio de aos e ferros fundidos.
At# ento, qualquer tinta para moldes ou machos era inteiramente preparada na pr$pria fundio. As formulaes de
tintas constituam parte importante do patrim/nio t#cnico das fundies, sendo, portanto, tratadas com
confidencialidade. 0ependendo do tipo de ligante empregado para fiar a camada aplicada, o conjunto meio de
disperso 1 ligante podia enquadrar!se em uma das seguintes categorias2
3olues aquosas de detrina, melao, a"cares, amidos e resinas sint#ticas
3olues alco$licas de resinas naturais ou sint#ticas
3olues de acetato de celulose em acetona
3olues aquosas de silicatos sol"veis %de s$dio ou de pot)ssio&.
Entretanto, a maioria das tintas empregadas pelas fundies at# os anos ,- era constituda de suspenses ou solues
aquosas, de modo que as estufas para a secagem de machos e moldes pintados no eram itens raros dentre os
equipamentos das fundies bem montadas. As tintas produ.idas por empresas especiali.adas ofereciam graus de
homogeneidade e nveis de qualidade difceis de alcanar nos produtos 4caseiros5, de modo que, ainda que a um
custo inicial maior, as fundies acabaram por abandonar a produo interna de tintas e incorporar o produto
comercial em sua tecnologia.
A segunda metade do s#culo vinte foi marcada pelo aparecimento de muitas novas famlias de ligantes para moldes
e machos, o que obrigou a adequaes e a novos desenvolvimentos de tintas para fundio. 6or eemplo, a
introduo do processo silicato!7(8 condu.iu ao emprego de tintas utili.ando )lcool como meio de disperso.
A introduo, no incio, dos anos 9-, dos ligantes de moldes e machos a base de resinas sint#ticas, troue novos
desafios, principalmente para os fundidores de peas altamente seriadas em ferro fundido cin.ento: nos *, anos
seguintes, parte desses problemas foi resolvida atrav#s do uso de silicatos hidratados de magn#sio %talco&, em
combinao com p$s de grafita e1ou coque calcinado.
7om a progressiva reduo da espessura de parede dos fundidos e da seo dos machos, as tintas eistentes no
mercado tendem a atingir seu limite de aplicao, e comeam a apresentar problemas com porosidades e bolhas de
gases, motivando os desenvolvimentos mais recentes. Estes objetivam chegar a produtos com menor gerao de
gases, principalmente atrav#s de2
*. Elevada capacidade de isolamento t#rmico de modo a retardar a transfer;ncia de calor
8. Elevado grau de deformao a altas temperaturas.
FUNES DAS TINTAS PARA MOLDES E MACHOS
As funes das tintas modernas para fundio continuam as mesmas dos prim$rdios de sua utili.ao e esto
resumidas a seguir2
Atuar sobre a superfcie do macho ou molde, visando melhoria das caractersticas de
0ure.a
<esist;ncia a =riabilidade
Melhorar o aspecto do fundido quanto a
<ugosidade
Ader;ncias
>impe.a
Reduzir ou eliminar a ocorrncia de defeitos superficiais tais como
?eiamento
6enetrao
@olhas de gases
3uperfcie com dobras
Escamas
Eroso
0ecorrentes de reaes qumicas superficiais entre metal e molde ou macho
Atuar sobre a microestrutura superficial do fundido, atrav#s de materiais metalurgicamente ativos, por
eemplo2
Ael"rio
@ismuto
Estanho, etc
6ode!se di.er, de uma forma geral, que o emprego de tintas tem por objetivo a obteno de uma superfcie lisa e
limpa no fundido, o que pode eigir tamb#m uma reduo dos efeitos da epanso dos gros de quart.o.
A composio de uma moderna tinta para fundio tem os mesmos elementos bsicos das primeiras tintas,
compondo!se sempre de2
- uma ou mais cargas minerais, desde refrat)rias at# altamente refrat)rias:
- meio de disperso ou veculo:
- agentes de suspenso, em geral coloidais:
- ligantes com a funo de fiadores
CARGAS MINERAIS
As cargas minerais mais empregadas nas formulaes de tintas para fundio podem ser assim classificadas2
*. Materiais carbonceos, tais como grafita e coque modo:
8. !ilicatos, tais como silicato de .irc/nio e silicato de magn#sio:
B. "idos, tais como, por eemplo, Cg(, 3i(8 e Al8(B.
( quadro seguinte resume os materiais mais empregados como cargas minerais2
CARGAS MINERAIS PARA TINTAS #segundo $%&'Mer(blatt R )*+,
Materiais carbonceos
Drafite
7oque modo
'egro de =umo
!ilicatos
3ilicato de Alumnio
3ilicato de 7)lcio
3ilicato de Cagn#sio
3ilicato de Eirc/nio
"idos
Fuart.o
Cagnesita
<utilo
Espin#lios
Al#m destes, que entram em formulaes de tintas com diferentes graus de refratariedade, outros materiais so
empregados com a finalidade de condicionar a atmosfera do molde em aplicaes especficas. G o caso, por
eemplo, do enofre nas tintas para fundio de ligas de magn#sio ou de ligas alumnio!magn#sio.
As tintas formuladas com uma "nica carga mineral no so muito comuns atualmente e so empregadas quase que
eclusivamente na fundio de aos. Aodas os demais grupos de ligas eigem, cada ve. mais, o emprego de
combinaes de cargas visando a obter propriedades bem definidas.
'esse sentido, o grupo dos silicatos com estrutura lamelar desempenha uma importante funo. A estrutura
cristalina lamelar desses minerais propicia melhores propriedades na formulao de uma tinta para fundio,
atribuveis a tr;s ra.es principais2
*. 'a camada de tinta aplicada, as lamelas tendem a se dispor paralelamente superfcie pintada, de tal
maneira que # possvel um desli.amento entre elas. Afirma!se que, com isso, a camada de tinta ret#m
uma certa deformabilidade, a ponto de no se romper, preservando a continuidade da camada, quando
os gros de quart.o da base sobre a qual est) aplicada epande!se. 0esse modo, em alguns casos,
mesmo trincas na base poderiam permanecer encobertas.
8. (s minerais de estrutura lamelar proporcionam camadas de tinta bastante fechadas, que se constituem
em eficientes barreiras contra a penetrao do metal lquido. Hsto # de especial relevIncia quando se
considera que na solidificao dos ferros fundidos usuais, de baio f$sforo, a grafiti.ao eerce
presses sobre o lquido eut#tico residual, altas o suficiente para fa.e!lo penetrar no molde1macho,
mesmo atrav#s de poros muito finos da camada de tinta, principalmente nos pontos quentes das peas.
B. A disposio das lamelas em v)rias camadas paralelas superfcie pintada proporciona pelcula de
tinta, ap$s secagem, o alto poder de isolamento t#rmico caracterstico desse tipo de estrutura. 7om
isso, o aquecimento do molde1macho d)!se de modo muito menos intenso e r)pido, ameni.ando os
efeitos da epanso do quart.o e redu.indo a velocidade de gerao de gases.
Alguns dos minerais mais importantes e mais freqJentemente empregados esto relacionados nas tabelas de H a HHH.
Tabela I Materiais carb!"ces
-arga Mineral %ensidade .onto de /uso /ormato de &ro -omposio
Drafite apro. 8,8 *.9-- ! ,.--- K7 irregular, angular!lamelar L- M 7
7oque *.+ N 8 O *.L-- K7 irregular +- M 7
Tabela II Silicats #e estr$t$ra cristali!a la%elar
-arga Mineral %ensidade .onto de /uso, 0- /ormato de &ro /1rmula
7aulim 8,9, *.L-- >amelar Al8P%(Q&R.3i8(,S
6irofilito 8,T *.L-- lamelar!angular Al8P%(Q&8.3iR(*-S
Aalco 8,T *.--- >amelar CgBP%(Q&R.3i8(,S
Cica 8,T, +-- >amelar UAl8P%(Q&8.Al3iB(*-S
Tabela III &'i#s e silicats #e estr$t$ra cristali!a !( la%elar
-arga Mineral %ensidade .onto de /uso, 0- /ormato de &ro /1rmula
Eirconita R,9 8.8-- irregular!angular Er3i(R
(livina ,,8 *.L,- irregular!angular Cg8 3i(R
Culita B,*9 *.9-- irregular!angular BAl8(B.83i(8
7hamote 8,9 *.L-- Hrregular Al8(B.3i(8
Fuart.o 8,9 *.L-- Angular 3i(8
Cagnesita B,9 8.T-- Angular Cg(
7orundum B,+ 8.-,- Hrregular Al8(B
7romita R,- O *.9-- Hrregular Al8(B .7r8(B =e(
A tabela H? relaciona os tipos de materiais refrat)rios e os tipos de ligas met)licas em cuja fundio so
empregados.
Tabela I) Ti*s #e %ateriais re+rat"ris e%*re,a#s c% car,as %i!erais #e ti!tas *ara +$!#i-( e se$s
*ri!ci*ais ca%*s #e a*lica-(.
-arga Mineral Aos
/erros cinzentos e
nodulares
2igas de alumnio e
magn3sio
2igas de cobre
Drafita 'o 3im 3im 3im
7oque 'o 3im ! !
7aulim 'o 3im 3im 'o
Aalco 'o 3im 3im 'o
6irofilito 3im 3im 3im 3im
Eirconita 3im 3im ! !
(livina 3im 3im ! !
Culita 3im 3im ! !
Cagnesita 3im 3im 3im !
7orundum 3im 3im 3im !
7romita 3im ! ! !
'a fundio de aos, devido s elevadas temperaturas de fuso e por motivos metal"rgicos, somente poucos
materiais podem ser empregados.
A .irconita continua aqui com a maior importIncia. A olivina e a magnesita praticamente s$ so empregadas em ao
ao mangan;s. A mulita est) limitada a peas de pequeno peso. ( corundum se apresenta como alternativa econ/mica
para .irconita.
Aqui se pode ter bom desempenho de acabamento superficial com cromita, principalmente em peas de ao pesadas.
Hnfeli.mente, seu emprego generali.ado # dificultado pelo preo deste material.
'a fundio de ferros fundidos, empregam!se praticamente todos os tipos de cargas minerais, varias delas, por#m,
s$ em pequenas quantidades de modo a conferir propriedades especficas aos produtos. 6ropositalmente tamb#m so
empregados minerais com fases de ponto de fuso baios. Estes t;m como objetivo conferir tinta a capacidade de
deformar!se a altas temperaturas.
As ligas no ferrosas, tanto as pesadas quanto as leves, no requerem desempenhos to elevados das cargas
minerais. 'os no ferrosos pesados a evoluo de gases proveniente da )gua de cristali.ao de alguns minerais #
etremamente prejudicial. Estes, portanto, devem ser ecludos.
'os fundidos de alumnio # muito importante o efeito desmoldante conferido pela carga mineral. Aqui, algumas
combinaes de cargas propiciam ecelentes resultados. Al#m disso, o processo de macharia e moldagem tem
grande importIncia.
A granulometria da carga mineral constituinte da tinta, qualquer que seja o seu tipo, afeta a viscosidade, a tend;ncia
decantao e a tend;ncia ao fissuramento na secagem. Fuanto maiores as partculas, maior a tend;ncia
decantao e, quanto mais finas, maior a tend;ncia ao fissuramento da camada aplicada na secagem. Assim, a
granulometria dos s$lidos em suspenso na tinta resultar) de um compromisso entre essas duas tend;ncias,
considerada a densidade real do s$lido. 7omo regra geral, um p$ que passe totalmente pela peneira de 8-- malhas
por polegada %LR m& e que no tenha mais que ,-M %em peso& abaio da peneira B8, %RR m&, proporciona tintas
que so camadas suficientemente lisas para a maioria das aplicaes e, ao mesmo tempo, no so particularmente
suscetveis de fissuramento por secagem %a no ser por formulao incorreta da tinta&.
MEIOS DE DISPERSO /)E0CULOS1
(s veculos so lquidos que servem de meios de disperso das cargas minerais, permitindo sua aplicao sobre as
superfcies dos moldes e machos.
6rocura!se, sempre que possvel, principalmente em atividades de moldagem ou macharia altamente seriadas,
utili.ar a )gua como veculo. Cas os )lcoois industriais, com predominIncia do isopropanol %principalmente na
Europa&, eercem um papel muito importante nesse campo.
(s solventes clorados %cloro!carbono e fluor!cloro!carbono& no so mais utili.ados nas aplicaes comuns, pois
representam ameaas sa"de e ao meio ambiente. Entretanto, devido ao seu baio ponto de ebulio, ainda so
empregados na moldagem a v)cuo.
A tabela ? apresenta uma viso das propriedades mais importantes dos solventes.
Tabela ) Meis #e #is*ers( /2e3c$ls1 #e %air a*lica-( e% ti!tas *ara +$!#i-(
$45-627 .onto de
ebulio
0-
.eso
especfico
.onto de
fulgor
0-
2imite de
eposio
5ndice de
saponificao
-1digo de
periculosidade
Vgua *-- *,- ! ! ! !
Cetanol 9R -,L+ 9,, 8-- 9,B @
Etanol LT -,T- *8 *--- T,B @
Hsopropanol T- -,L+ *8 R-- *-, @
Hsobutanol *-L -,T- 8T *-- 8, @
@en.ina t#cnica T-1*-- -,L- !8- ,-- B-B A *
Acetona ,9 -,L+ !*+ *--- 8,* @
7loreto de metileno R- *,BB ! 8-- *,T !
*!*!* Aricloroetano LR *,B8 ! 8-- 8,R !
Ariclorofluoroetano RL,9 *,,T ! *--- *,B !
AGENTES DE SUSPENSO
Esses materiais t;m a finalidade de eliminar ou retardar a sedimentao das partculas minerais suspensas no veculo
ou meio de disperso. 6ara essa finalidade empregam!se, em geral, materiais que, atrav#s de inchamento ou
formao de col$ides no meio de disperso, estabelecem uma estrutura que sustenta as partculas minerais
%tiotropia&. Ao mesmo tempo, devido absoro do meio dispersor com conseqJente inchamento, eles evitam que
aquele lquido penetre a uma profundidade ecessiva na base %molde ou macho& sobre a qual a tinta # aplicada. Estes
materiais devem tamb#m, se possvel, propiciar a formao de uma camada uniforme de tinta.
(s agentes de suspenso de menor custo so as bentonitas s$dicas, pelas propriedades tiotr$picas que apresenta
quando em suspenso aquosa. Alguns materiais orgInicos, como certos col$ides derivados de algas marinhas
%alginatos& e derivados de celulose %por eemplo, carboimetilcelulose& tamb#m encontram aplicao em tintas de
fundio como agentes de suspenso.
( tipo e a quantidade de agente de suspenso utili.ado influenciam marcadamente a viscosidade dinImica da
suspenso e, portanto, seu comportamento na fundio.
Em muitos casos os agentes de suspenso tamb#m possuem propriedades de fiao. 6or eemplo, todas as argilas
t;m bom poder de fiao a elevadas temperaturas.
LIGANTES 4 FI5ADORES
A fiao das partculas de carga mineral sobre moldes e machos ocorre com a ajuda de aglomerantes. Estes podem
ser de origem orgInica ou inorgInica. 'a pr)tica, ambos os tipos so empregados.
(s fiadores devem prover a adeso das partculas da tinta sua base de aplicao e, ao mesmo tempo, a coeso
m"tua entre as partculas da camada.
G importante que na fiao, que normalmente ocorre com a eliminao do dispersante, no ocorra migrao do
ligante para a superfcie da tinta, pois, nesse caso, a resist;ncia da tinta na sua base de aplicao ficaria enfraquecida,
o que poderia facilitar 1 aumentar o lascamento da camada em aquecimento brusco %choque t#rmico& com o contacto
com o metal.
3uperfcies de tinta muito duras, que no soltam quando atritadas, podem ser indcio de forte migrao de
aglomerante.
RESUMO DOS TIPOS DE TINTAS
G possvel agrupar os tipos de tintas conforme indicado a seguir %@artsch&2
*& Aintas refrat)rias a altamente refrat)rias, com refrat)rios de tetura granular e angular.
$antagens8 'ormalmente no so reativas com $idos, muitas ve.es t;m baio volume de gases.
%esvantagens8 'o t;m atuao contra efeitos de epanso do quart.o.
8& Aintas com minerais de estrutura lamelar e eventual reao endot#rmica. 6or ocasio da epanso do quart.o, as
lamelas podem desli.ar umas sobre as outras, mantendo cobertas eventuais trincas ocorridas na base sobre a
qual foram aplicadas. Wma reao endot#rmica, por eemplo, por dissociao de carbonatos, propicia maior
rapide. na formao de um filme s$lido do metal.
%esvantagens8 Elevada evoluo de gases e possveis defeitos por liberao de )gua de cristali.ao, com
oidao de componentes do banho met)lico. 3eu ponto de fuso limita o universo de aplicao.
B& Aintas que combinam diferentes minerais de modo a propiciar deformao a elevadas temperaturas. (correm
diferentes fases de amolecimento.
%esvantagens8 <eativa com $idos e escorias do banho de metal.
R& Aintas termicamente isolantes, obtidas com o emprego de minerais com baia condutividade t#rmica. <etardam
a transmisso de calor do metal para o interior do molde1macho, ameni.ando ou eliminando os efeitos das
tenses causadas pelas epanso do quart.o. Em temperaturas elevadas formam!se fases sinteri.adas.
%esvantagem8 <equerem camadas muito espessas para funcionar adequadamente.
CARACTER0STICAS DAS TINTAS DE FUNDIO 6 CONTROLE
'a formulao de uma tinta de fundio, devem ser levados em conta, al#m dos caractersticos de composio,
certas caractersticas fsicas que determinaro o seu modo de aplicao, o seu desempenho comportamento durante a
secagem e o seu desempenho durante o va.amento e solidificao da pea fundida.
A viscosidade # a caracterstica fsica mais importante de uma tinta de fundio, porque regula a tend;ncia
decantao dos materiais s$lidos, a tend;ncia ao fissuramento da camada aplicada durante a secagem e determina
qual o m#todo de aplicao mais conveniente %asperso, imerso, lavagem, pincelamento, espatulao&.
A medida da viscosidade pode ser feita diretamente, com um viscosmetro tipo 3tormer ou @rooXfield, por eemplo,
ou indiretamente, atrav#s de medidas de consistncia e densidade da suspenso. A consist;ncia # determinada pelo
tempo de escoamento da tinta atrav#s do bocal de um copo com formas e dimenses padroni.adas %por eemplo, o
copo conforme <ecomendao 7EC6!-LB&. Wsando a equao de calibrao do bico utili.ado,
b
t
a + =
converte!se o valor do tempo, t , de escoamento %em segundos& em viscosidade cinem)tica, , %centi 3toXes&.
bico 'Y a @
8 !+,,BRL8 B,9,T
B !*8,--,L *,-9
R !R,-+R,+ -,BL
, B,T-LR,B -,*9*
9 8-,BR-+* -,-TT
L T,*-R*9L -,-RT
T !*R,T8L9 -,-8+
( produto da viscosidade cinem)tica pela densidade %determinada com densmetro de imerso& fornece o valor da
viscosidade dinImica procurado.
6ara pequenos acertos de composio da tinta, de modo a bem adapta!la ao m#todo de aplicao escolhido, #
suficiente o controle atrav#s da medida de densidade da suspenso, j) que a ao corretiva neste caso envolve apenas
o grau de diluio.
'ormalmente, tintas de veculo aquoso com densidades entre *,*9 e *,8, g1cm
B
podem ser aplicadas por asperso:
entre *,8* e *,B, g1cm
B
devem ser aplicadas por imerso ou lavagem e as tintas com densidades entre *,B8 e *,,B
g1cm
B
requerem aplicao por pincelamento. G claro que esses limites no so rgidos, pois dependem da densidade
do material s$lido em suspenso.
G claro que a composio de uma tinta afeta diretamente sua propriedades de viscosidade e, por conseqJ;ncia, seu
comportamento. Em estudo reali.ado no H6A sobre tintas para fundio formuladas com cargas minerais de
.irconita, olivina, magnesita, pirofilito e cromita, tendo bentonita s$dica como agente de suspenso e detrina como
ligante fiador, obtiveram!se eperimentalmente correlaes entre viscosidade e composio do seguinte tipo2
=
V
L
V
R
A
R
B
e
=
V
L
V
R
A
R
B
onde2
Z viscosidade cinem)tica, 3toXes <? Z teor de refrat)rio %carga mineral&
dividido pela densidade real do refrat)rio
Z viscosidade dinImica, poise A> Z )gua livre na tinta Z )gua total N )gua
ligada bentonita
@ Z teor de bentonita , , , = coeficientes eperimentais
6or eemplo, para a tinta de olivina, os coeficientes , , e encontrados eperimentalmente esto inseridos nas
equaes abaio2
RL,8 , *
-R89 , -
=
V
L
V
R
A
R
B
e
9RL , *
-8B, , -
=
V
L
V
R
A
R
B
A camada pintada pode eercer grande influ;ncia sobre a fluide. do metal, efeito importante raramente estudado e
pouco documentado na literatura t#cnica. Estudo efetuado no H6A mostrou que, dependendo da formulao da tinta,
podem ser obtidas enormes melhorias na fluide. do metal no caso especfico de fundio de ao ao mangan;s tipo
Qadfield %*8 a *RM Cn&. 7omo os maiores aumentos de fluide. observados ocorreram para tintas de pirofilito, que #
um mineral com estrutura lamelar, # possvel que parte dessa melhoria seja devida a um efeito de isolamento t#rmico
propiciado pela camada de tinta.
Tintas na fundio de ao Hadfield
0
20
40
60
80
100
120
140
0 5 10 15 20 25 30 35
relao refratrio / bentonita
V
a
r
i
a
o
d
e
f
l
u
i
d
e
z
(
K
o
n
d
i
c
)
,
%
pirofilito
olivina
cromita
magnesita
zirconita
E)OLUO DAS TINTAS 6 TINTAS PARA FINALIDADES ESPEC0FICAS
Alguns fabricantes v;m dando ;nfase maior ao desenvolvimento de tintas que apresentem possibilidade de
deformar!se a temperaturas elevadas, o que eige a presena de fases com pontos de amolecimento inferiores s
temperaturas que prevalecem na interface metal!molde.
Al#m da necessidade de contnuo desenvolvimento de novas tintas para acompanhar a evoluo dos novos sistemas
ligantes de moldagem e macharia, eiste um campo de desenvolvimento parte, que # o de tintas para o processo
lost!foam, onde, al#m de uma funo estrutural, a porosidade da camada pintada deve regular a passagem de g)s na
face do molde e, dessa forma, controlar a velocidade de enchimento do molde pelo metal lquido.
(utros desenvolvimentos na )rea de tintas para fundio so motivados pela necessidade de substituio de
materiais. ( esgotamento de algumas reservas de .irconita e o conseqJente encarecimento dessa mat#ria!prima de
largo uso at# recentemente o momento, constitui um eemplo marcante2 hoje a .irconita # raramente empregada na
fundio de ferros fundidos cin.entos, tendo sido substituda por outras cargas minerais.
7I7LIOGRAFIA
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